Entre Gritos Risadas Pulos eu me Escondo
Entre, súplicas, suspiros e gritos,
ouço sussurros mais que repetitivos.
Eles gritam, suspiram e suplicam.
O desespero vem quando eles de repente
SE SILENCIAM.
A solidão é algo benéfico... para aqueles que não gostam de abraçarem gritos e sussurros incansáveis.
A dor se esconde atrás de lágrimas... mas também se vê por trás de gritos silenciosos e de silêncios barulhentos...
E se passássemos menos tempo gritando no vazio e sendo inundados com gritos de volta - e mais tempo conversando em salas com aqueles a quem nossas palavras se destinam?
"A noite mais negra se fizera através de seus gritos, a raiz do medo germinando dentro de seus frágeis corpos esqueléticos e doloridos, sufocando-os perante a realidade absurda que se desdobrava, diante dos olhos já muito cansados, onde a inocência em seus pobres corações, fora cruelmente furtada por vivas-sombras rastejantes, por dúvidas obscuras, por aparições duvidosas, fantasmas do passado e segredos perturbadores, os quais, suas almas dormentes ainda não haviam experimentado."
Surpresas nas Madrugadas - Luan Garcia Pereira Barros 15\02\2020
Vísceras, entranhas gritos ecoa pelo ar,
pássaros voar entre a luz do luar.
Grunhidos ouço, que me fazem arrepiar
ó senhor o que estais há passar.
Então olho na fresta da porta, e a vejo
como podes ser tão bela e arrepiante.
Não me faça perguntas, o que vejo
não acho palavras para explicar.
Então abro a porta para que eu possa olhar,
pois um vulto pela fresta de uma porta,
podes me enganar, já não sou tão jovem.
Para apenas na visão confiar, ó senhor me der
força para que possa contar. Que os meus olhos
ve, é a fênix que na minha porta veio cantar.
Tenho frio nesta madrugada
Não encontro quem me coloque o cobertor nos pés descalços
Os gritos não ardem
Se espargem na estrada
Da riqueza que abandonei
Quando quis crer na tua lembrança
A noite estava chegando, mas meus olhos recusavam-se a fechar. A porta trancada abafava os gritos que vinham da sala de jantar. Eles acham que não posso ouvi-los, nem sentir o impacto de suas explosões, mas tudo o que faço ultimamente é sentir. As vezes até demais.
Eles estão discutindo como será daqui para frente. Como vão continuar suas vidas depois de uma tragédia. Tenho vontade de destrancar a porta e correr até eles, convencê-los de que não é o fim do mundo. Mas não me sinto tão diferente deles agora. Por mais que eu saiba que essa dor não será para sempre, também sei que ela não vai embora tão cedo quanto desejo. E isso por si só já não me permite deixar a cama.
Tenho medo de mover meu corpo e algo se romper dentro de mim e eles escutarem. Não quero ver seus olhos vermelho, não quero sentir seus corpos se desmoronando sobre o meu, e não quero vê-los se obrigando a ficar bem. Eu prefiro absorver todos os gritos e sufocá-los dentro de meus ossos.
Sinto um tremor correr por meu corpo no mesmo instante que o silêncio engole a casa. Janelas trancadas, pés descalços no chão, olhos se fechando e o mundo volta girar. Tudo volta aos eixos. Mas não deveria.
O monólogo não precede o silêncio
Não em uma mente barulhenta
São os gritos que ninguém ouve que ensurdecem
Não há trégua quando se luta contra si mesmo
A verdadeira revolução é silenciosa. Gritos, ameaças e imprecações não a sufocam. Irrompe no âmago do povo, de dentro para fora e, uma vez colocada em movimento, nada a detêm. Algo maior a alimenta e estimula. Só faz crescer, como uma avalanche, levando tudo o que encontra pela frente. Cumprido o seu objetivo se recolhe, deixando a vida restabelecer seu curso habitual.
