Enigmas
ENIGMA
Você e seu jeito misterioso
escreve teus poemas através de enigmas
mas, sei que ai dentro mora um ignívomo
que sabe qual a direção e a quem os destina
Leio tudo procurando aplacar esse fogo
que aquece quando o frio da alma,
não distingue o calor do frio logo,
o engano nunca traz a calma
Acabo mergulhando nos vazios
nos vãos do sonhos líricos vindo de você
que ao lê-los provoca-me arrepios
Esta chama aquece-me nesse momento
que mesmo não a sendo para mim,
consigo senti-la queimando aqui dentro
Um Ser às vezes racional. Outra deixo-me levar pelo vento.
Híbrido
Ando entre multidões escutando enigmas e pensamentos
Num velho que me observa nas diagonais em estranhas separações
Aplicando doces doses de excrementos. Minha misantropia
Pisando em espinhos sou libertino, alcalino. Subtil abstração
O assombro no canto do quarto espantado com sua própria imagem
Refletido em calúnias, ontogenias e falsos milagres
Catatônico em inércias ouvindo The Great Jig In The Sky
Famigerado causando metástases em débeis corpos que caem
Não é o que é. Sempre existe uma forma diferente
Material, voluptuoso, vulgar e demente
Não cabe no tempo ou espaço. É espinho que já nasce com ponta
Prefere arrancar os olhos como sinal de afronta
O ontem e o póstumo regurgitando contratransferências
Acometido pelas maldições dos malditos
Esperando o soneto perfeito, a palavra que salva. O que não tem salvação
Seguindo minhas sombras nos escarros por dedução
E ele continua a me olhar numa nudez dissimulada
Sabe que me conhece, me faz silencio em agonias gritantes em minha psique
Acolho-me na criança perfeita bondades e maldades homeopatas
Sou mago, magoa, esperança tempestuosa seu animus anima
Rascunhos de sinônimos e rascunhos de rascunhos
Um rosto moldado no instante da respiração
Sofridamente maquiavélico preenchendo lacunas
Um feto, um velho, um cão leproso a pétala perfeita. Ilusão
Resultante de misturas para além. Sou Híbrido
Dias bons
Estou tentando decifrar,
os enigmas do seu sorriso
lembrando-me dos dias bons,
dos dias passados.
Eu não queria acordar,
eu poderia viver para sempre ali
lutando com o impossível
para lhe ter ao meu lado.
Eu deveria ter descoberto antes,
o quanto eu perdi, o quanto eu deixei pra trás
para simplificar o medo.
Vamos nos permitir, ir além das aparências, nos permitir surpreender, permitir conhecer os enigmas do olhar, permitir saber o que faz as lágrimas rolar, permitir gargalhar até chorar, permitir quebrar paradigmas, permitir mudar as regras e também suas exceções, permitir além de desejar a pele, desejar a felicidade sua e da outra pessoa, permitir mudar rotas, rever escolhas, permitir que também mudem conceitos a nosso respeito, permitir ensinar e aprender, permitir começar uma nova amizade mesmo sem terem muita coisa em comum, permitir confiar em si e na ação de Deus, permitir sorrir para quem quer nossa lágrima e chorar quando se tiver vontade, permitir ser quem se é, sem máscaras sem caras e bocas, permitir conhecer alguém de verdade e ser sincero(a) com este alguém, permitir viver, viver intensamente, e tudo isto está aí apenas esperando sua permissão para acontecer, então permita, se permita, viva!
CONFRARIA
Ninguém pode querer a vida
Que a si sugere.
Ninguém mais pode está só.
Os enigmas são revelados
À luz de todos os sóis.
Eu estou envolto de algo
Quem em mim se agita
Vou persistir em elevar as mãos
Aos bondes que ainda passam.
Engulo, por um amor, uma rosa
Que dentro de mim explodiu.
Só tive paz e segurança plena
Imerso no ventre de minha mãe.
Um esteio que vejo existir
Desde o princípio do meu tempo
Não me respirar do ar
Que não seja rarefeito.
Sou sempre tristonho dentro do escuro.
Adios sol calliente del tiempo escuso
Que não tens aos inocentes
Nada reservado em teus planejamentos
O só, o pobre, o nada, o nu.
Não vejo homens de boa vontade
Em parque alguma que freqüente
Os meus sonhos, eu, presente,
Sumindo, serei livre, amem.
As mulheres são enigmas praticamente indecifráveis. É exatamente por isso que as admiro tanto. O enigmático é atraente e mágico.
Muitos se perguntam sobre os enigmas da vida
Muito se fala, muito se especula, muito se sugestiona
Mas de nada adianta, pois apesar de todos os pensamentos e inúmeras indagações
Um dia cairemos em um vazio eterno
Onde nem a minha, nem a sua opinião irão valer de alguma coisa
Esse lugar se chamar morte
Então não se preocupe, se liberte, se esclareça
Pois quando chegarmos ao destino final
Saberemos que todos as emoções e sacrifícios vividos terão valido de alguma coisa
A nossa vida é um teste, que a gente tem que saber decifrar os enigmas, e seguir em frente com cada resposta nova
Nao adianta você confiar em alguém sem esperar uma surpresa, pessoas são como enigmas, o instrumento necessário pra decifra-las é o tempo, só ele vai te mostrar quem é quem
Sentimentos são enigmas tão lindos, e quem não sabe desvendá-los sempre vai achar chato, monótono e complicado, mas eles não são assim. Se você os vê assim, vá pra um canto sossegado e olha pra dentro de você, pelo menos os seus terá que entender.
Na tentativa de decodificar os enigmas da vida, deparamo-nos com a ousadia de nosso espírito que, de alguma forma, nos instiga para os mistérios que a envolve. O problema do Ser é incontestavelmente o maior de todos, longe das incertezas da vida. É no Ser que se encontram as partículas inalteráveis da razão derradeira das coisas, da complexidade humana e da analogia da vida. A astúcia da experiência do Ser é a única porta para a realidade, se é que ela existe.
Os enigmas constituem, por assim dizer, uma linguagem de transcendência que de lá nos chega como linguagem de nossa própria criação. Os enigmas são objetivos; neles, o homem percebe alguma coisa que lhe vem ao encontro. Os enigmas são subjetivos: o homem os cria em função de suas concepções, modo de pensar e poder de entendimento. Na cisão sujeito-objeto, os enigmas são, a um tempo, objetivos e subjetivos.
Aquele que não apreende a fluída linguagem dos enigmas, aquele que não se expõe aos golpes do destino está, por seu conhecimento supra-sensível, livre de sua liberdade, livre das situações limite e escapa aos problemas de Jó. O preço, porém, é o de perder a verdade.