Dor e Sofrimento
Ouço uma música, ela sempre me eleva.
Há momentos em que não consigo saber
o que esperar dessa vida cansativa e amedrontada.
Há momentos em que não sei o quê e como fazer.
Dias que amanhecem nublados dentro do coração.
Dias que as vezes nem amanhecem.
Pergunto aos pássaros, aos céus e a vida,
se algum deles, o meu sofrimento conhecem.
Sofrimento, em algumas horas, desnecessário.
Sofrimento, que talvez eu pudesse evitar.
Sofrimento incapaz de acrescentar sabedoria.
Sofrimento, do qual, nem vale a pena pensar.
O ser humano e sua eterna necessidade de sofrer.
Ele, que busca sofrimento até na alegria.
Nós, que enxergamos o medo naquilo que é ameno.
Eu, que quero mandar a dor para longe de minha autoria.
eu sinceramente não sabia a quem ou com quem falar oque sinto...
desde pequeno eu sempre tive sonhos, como qualquer criança, inocentemente sonhava em crescer,encontrar a pessoa certa, casar, ter filhos e etc... assim como eu via nos filmes da "sessão da tarde" eu sentava em frente a tv e imaginava... apenas imaginava. ao mesmo tempo vinha em minha mente " eu também quero um futuro assim" e sempre dizia a mim mesmo, eu não vou ser como todas as pessoas que sempre desistem dos seus sonhos ! até que um dia eu percebo que 10 anos se passaram e até hoje, até agora eu não fiz nada de diferente, eu não fui nada oque sempre planejei ser, fui tolo, bobo e previsível demais. hoje eu me pergunto - onde ? - onde foi parar aquela criança que sonhava em ser diferente, que acreditava no "feliz para sempre?" será que minhas dores e perdas ao longo desses 10 anos me fizeram desistir da minha caminhada ? será que foi a perda do (M)EU (A)mor (E)terno que morreu diante dos meus olhos será que foi o abandono do meu pai que sempre esteve ausente ? será que foi as inúmeras decepções amorosas ? porque fui tão tolo? tolo por ter deixado de lado quem realmente me amava ? muitas perguntas sem total resposta, que talvez eu leve para o resto da minha vida... e hoje assim como ontem, assim como anteontem... Eu jurei pra mim mesmo amanhã tudo será diferente.
Uma brisa fria, um por do sol com os brilhos refletindo em seus olhos, avermelhando os contornos de seu corpo, salientando o tom de seus lábios ao pensar com um suspiro triste onde ele se encontra?! Esse sol esta se pondo e com ele minhas perguntas sem respostas. Sigo o caminho com o som do mundo sufocando os gemidos do esquecimento que clamam para não existir. Sonhar não é viver mas viver é um sonho e esse mesmo sonho é o que mantém viva a esperança do acordar em ti.
Semelhante ao esquecimento de um ente querido que se vai, pelo qual só fica a saudade um pouco anestesiada, um "kitsch"(*) compulsório, nosso esquecimento pelos outros passa pelo cansaço que nossa presença causa, pelos traumas e sofrimentos que podemos vir a inspirar. Quando a mente cansa, ela força o kitsch, a banalização dos pesares pelo famoso “eu não tô nem aí” ou por um “não me importo mais”. Se não for um blefe, devemos nos cuidar: pode ser o último perdão e supremo ato de indulgência anteriores ao afastamento da Vida e do Amor.
(*) Kitsch: é uma palavra de origem germânica, utilizada pelo autor checo Milan Kundera para referir-se ao esquecimento compulsório que nossa mente nos impõe, visando evitar o sofrimento por algum fato ou trauma e que geralmente vem em forma de um perdão ou perda de importância dada.
ATRAVÉS DA JANELA DO ÔNIBUS
(...)
As pessoas não nos ouvem porque estão em seu caminho andando rápidas demais, ou então caminhando como zumbis surdos-mudos. Quando sofremos, paramos diante do sofrimento, pois, enfim, algo de extremamente real está a nos deixar perplexos. O conforto da ilusão acaba, e a boa vida, simples, tranquila, é interrompida por algum fato traumático, insólito, estranho. Algo nos arranca da hipnose coletiva e nos põe sozinhos, não por estarmos sozinhos no mundo, mas por nos acharmos fora da catalepsia cotidiana de quem levanta da cama, toma café, põe o mesmo uniforme ou terno e vai para o mesmo trabalho quase que sem lembrar-se em que dia da semana está. Para uns, isso é a glória e o orgulho por se sentir um herói fora do gado humano. Para outros, experiências dolorosas ou alegres, desde que excedam o "script", são sintomas de que estão fora da realidade.
(...)
Naquela noite, não pude dizer nada à garota, pela distância em que me encontrava dela. Os policiais já tinham se encarregado de soccorê-la, além de, eventualmente, servirem de psicólogos de improviso. O gado do ônibus seguia para seu estábulo, bem disciplinado e anestesiado. A garota ficou lá, à mercê do princípio que diz que seres humanos não devem estar fora do convívio social. O ser humano é um animal domesticável, interdependente de seus pares. Nenhum de seus pares parecia lhe ouvir, as manadas humanas lhe passavam sem notá-la. O ritmo do mundo a atropelava e a redoma em torno de nossos ouvidos impedia que seu uivo ecoasse em nossas mentes. Apenas o vidro da janela do ônibus me permitiu ver a paisagem do medo e da perplexidade. A banalidade da Vida veloz e sem conteúdo impera sobre o sabor das lágrimas daquela garota.
("Através da janela do ônibus": http://wp.me/pwUpj-L6)
Diante de toda a aflição, chego a me questionar se realmente todos os meus esforços um dia valerão a pena. Por hora, a certeza que eu tenho é que o padecimento nos é destinado. O que resta é agarrar-se a dor e ao sofrimento que agora me tomam e fazem parte de mim. Fazer destes, amigos íntimos, deixando-os se aconchegar e aquietar em meu peito, até que um dia ambos sejam apenas um pequeno lembrete daquilo que tive que superar, até que um dia a dor canse de doer e o sofrimento canse de me fazer chorar.
Falava de amor.
Afastou-a sem titubar,
esqueceu-a sem carecer,
substituiu-a sem pensar,
Sem alma,
sem emoção,
sem sentimento,
sem noção...
Sem piedade
Matou-a.
Na tristeza de um dia de chuva,
numa folga do respiro ansioso de Lígias e de Leucósias,
como folha morta abandonada aos ventos da vida,
pensando desencantou e como barco a vela pirou .
Com palavras sem alma,
sem emoção
sem sentimento,
sem noção
Tentou ressuscita-la
para explicar o porque.
À procura da fórmula que quebre o encanto ou do botão desligue permanentemente o poder de enamorar-se por indivíduos incapazes de corresponder um amor, a possibilidade de se apaixonar pelas metades da laranja já sendo chupadas dentre outros fatores capazes de transformar um sentimento puro em um árduo sofrimento lastimável.
Nesses últimos tempos em que meu vazio existencial se tornou quase o gene dominante de todo o meu ser, a recessividade tardia quase consegue me comandar. A madrugada se apresenta como um refúgio, ninguém tem medo dos monstros quando se vive no meio deles. Meus demônios a muito lutam para se libertar. Tenho aceitado as forças de atração que me puxam para a terra. Agora vejo que meu fim não está tão longe quanto pensei ser. O atrito de minhas moléculas é a única coisa que mantém meu coração aquecido nesses tempos de um inverno tão rigoroso.
Sinto como se os polos magnéticos estivessem agora situados em meu peito, e como opostos, se atraem, tomando-me por uma implosão sem limites, explodindo de fora pra dentro, sendo corroída massivamente a cada novo pôr e nascer do sol.
O movimento das marés, que tanto me encantava já não tem mais um efeito tão positivo. Sou mais sal do que açúcar, ainda assim, insolúvel. Indescritivelmente heterogênea acerca de qualquer outro componente que não seja você.
Thaylla Ferreira {Poesias sobre um amor inatingível}
Passado aquele...
O tão temido e arruinado passado
Tantas lembranças que tento apagar
Tantos atos que não ouso recordar
Quero apenas me livrar para não me arruinar
Não pensavas que me arrependerias tanto
De algo que fiz sem pensar
E lembrar agora me faz mudar
Quero novos rumos para tomar
Novas histórias para contar
Coisas novas para pensar
E quem sabe um dia essa dor aliviar
A culpa não vai passar
Mas não vou me condenar
Cada ato que fiz vai me melhorar
E me fazer pensar que tudo
Tudo um dia há de mudar
Inclusive as pessoas a me condenar
Aprenderes que todos um dia vão errar
E devem se perdoar por saber
Que a dor ensina a chorar
E que o tempo ensina a amar
Amei você
Amei o suficiente para não querer mais ninguém
Dei o melhor de mim, mas não foi o suficiente
Não que o problema seja eu ou você
Você não teve culpa.
Demorei para encontrar essa maturidade.
Fui criança, não nego
Estava doendo, me perdoa
Eu não podia ter te julgado por amar outro alguém
O amor é assim, simplesmente acontece
Te amo tanto que quero você feliz.
Abro mão do meu amor pelo seu, sem problema.
"não se trata só de cura, pois sempre existe o dedo de alguém pressionando a ferida, más juntos somos fortes contra um inimigo"