Do nada

Cerca de 55111 frases e pensamentos: Do nada

-quando não tiver nada para falar não diga nada pois quem fala de menos ouve mais, aprende mais é faz mais

Quem tem mel, dá o mel,
quem tem fel, dá o fel,
quem nada tem, nada dá.

E eu te conheço tanto, você me conhece tanto, e a gente não sabe de nada. E é tudo estranho e familiar.

Um dia lindo pra uns não diz nada e pra outros tem tudo a dizer.

Nada supera o encanto e a poesia retratados nos olhos de quem reencontra um grande amor.

Nada de cupido meu amor , eu sou a própia flecha .

O amor tem forças, mas nada força.

Quando o amor enche o coração, não deixa nele lugar para mais nada. Nem para o ódio, nem para o rancor, nem para o orgulho.

Sobre nós, nada precisaremos dizer...
Vivemos em uma nova era.
Eles verão,
Nós primavera!

SAUDADES DE NADA
Tenho muitas saudades, imensas
Tantas que ninguem pode imaginar...
Vivo assim submersa em pensamentos longiquos
Penso em nada, nesse nada que e a minha vida
Entao sinto saudades do nada que era a minha vida
Um nada diferente desse que vivo hoje
Era um nada de dar saudades,
Entao eu sinto saudades dos amigos que nao tive
Dos amores que nunca vivi, lembranca que nao cultivo
Tenho saudades, muitas saudades
De nunca ter vivido...nem sequer sonhado
E me pergunto de onde vem tantas saudades assim
Francamente, nao sei
Mas a verdade e que vivo assim
Sempre com saudades de nada.

Uma breve Indefinição do Eu

I

Nada pior, afirmo nada menos importante do quê, o deixar-se enganar pelas idéias de toda gente, não é mesmo? E cujas debilidades dos nossos pensamentos são como velhos sapatos furados, por onde entram desagradáveis pedrinhas.

II

Embora eu não seja depositário de palavras delicadas para com as pessoas cuja mediocridade sobrepuja as montanhas, e não possua nenhum escrúpulo se não aquele de não agradar a ordinária gente, e quase que insuportavelmente falando para não agradar a vaidade alheia; penso: - em não mostrar-me a vós, gratuitamente.

III

Pois, para não relevar aqueles segredos que todo mundo esconde: - a nojeira de nossa própria personalidade; agradeço enfim, o intuito daqueles que lêem minhas palavras com olhos de um Judas.

Se me entendes ou não, a traição da consciência é o pensamento pré-concebido. E muito pensamos por antecipação, sem nos apercebermos, não é mesmo?

IV

Aliás, evito pouco “tornar-me” claro no palavreado monográfico, pois, deixar-se enganar pela falsa noção de que as idéias que temos a respeito de uma dada coisa são verdadeiras, já é prova de tamanha estultice. Não é verdade?

V

E se és tu, “amigo” leitor, que “ais” de ler o que te escrevo agora; como um curioso: - deve-me suportar todos os perigos, se me queres conhecer.

VI

Garanto, pois; e não confiai tanto em mim!... não sejas mais um tolo no mundo; mas, assim mesmo, garanto não magoar-te nas chagas menos dolorosas. Sou bastante incauto para não tocar nas feridas da alma, quando estas ainda estão tão inflamadas.

VII

Sou como o tubarão a comer os cardumes do pensamento desprevenido.
E custo a ser diferente de uma idéia que se faz de um ácido e da sua corrosão.

VIII

Embora novamente, isso pareça ser um mal, eu assim tão braviamente instável e corrosivo; e de não ter deixado nada de sólido e entendido em teus pensamentos; sabes, pois: - que “o Sábio sem conceito”, sabe quê, igual ao fogo a acender as madeiras mortas, servindo de aconchego na noite fria ao valdevino passante, ou igual ao tubarão a equilibrar os ecossistemas marinhos, às vezes, o que te feres demasiadamente levar-te-á a compreender como manusear aquele ácido corrosivo e desentupir as valas da ignorância.

Diz que já não sente mais nada, que superou, que esqueceu, mas toda santa noite alimenta as lembranças com fotos, relembra as guerras perdidas, as saudades cortantes, as esperas intermináveis. Percebe que tem tudo de alguém que já não tem mais. E se pergunta bem baixinho do que sente falta - mas não responde, congela, se engana.

Eu amo os animais em especifico os cachorros. Eles não fazem nada por interesses, narcisismo ou algo por questões políticas.

A moda, em geral, nada mais é do que a ostentação da riqueza.

Não se vê nada. Não se escuta nada. E, no entanto, no silêncio, alguma coisa irradia...

O tempo não cura nada. Apenas ajuda a colocar o resto da sujeira embaixo do tapete. Mas do que isso adianta? A sujeira continuará lá de qualquer forma. Posso esquece-la por uns dias, semanas, mas vou querer mudar os cômodos da casa outra vez, e adivinha? Lá vai estar ela. Isso corrói o restinho de vermelho que ainda pintava o meu coração [...] Eu não consigo fingir sempre. Às vezes eu deixo escapar um pouco de infelicidade, impaciência, de solidão. Mas você faz questão de mostrar que ainda existe. Que ainda sabe sorrir, e não precisa de mim para isso. A vida tem dessas coisas, sabe como é? O prêmio de quem aposta baixo, é igualmente baixo. Às vezes eu ainda acordo tentando sentir raiva de mim por pensar em você, procurar seu cheiro pelos cantos da casa, lembrar daqueles lapsos de felicidade que pareciam eternos e que geram, acima de tudo, saudade. As juras de amor que eram mentiras, as promessas que nunca vingaram. De como sofri pelos seus erros, e de como até hoje sofro, pela sua ausência. E o pior, por mais que você tenha pisado em todos os sentimentos que te dei, você não conseguiu acabar com tudo. É íncrivel, mas, eu acreditava no que você dizia, mesmo fazendo sempre o oposto... Eu nunca entendi o porque daquelas palavras, e nem todas as explicações do mundo seriam o bastante. Sensações como as que eu senti, não se descrevem, se escondem. Tenho certeza que hoje, não duraríamos nem um dia, mesmo que meu coração não precise de tudo isso. Não posso me culpar de nada. Não mesmo. Ninguém entra num jogo acreditando que irá perder. Não faz sentindo. Então pelo menos por enquanto, eu ficarei na arquibancada. Talvez eu aprenda que não é preciso se doar tanto, e ai estarei pronta pra jogar. Mas por enquanto, isso não é um adeus, nem um até logo. É apenas um: Eu continuarei aqui para sempre. Te amando e te odiando.

O problema é que dou atenção demais a quem me trata como nada.

Acredite, os livros são como papeis pega-moscas. Não existe nada melhor para grudar lembranças do que páginas impressas.

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.

Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos.

Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos – ou precauções — úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade… Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.

Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.

Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques — tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas – coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.

Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.

Caio Fernando Abreu
Pequenas epifanias. Rio de Janeiro: Agir, 2006.

Nota: Crônica Sugestões para atravessar agosto, publicada originalmente no jornal "O Estado de S. Paulo", em 6 de agosto de 1999.

...Mais

Só para o meu prazer


Não fala nada, deixa tudo assim por mim
Eu não me importo se nós não somos bem assim
É tudo real nas minhas mentiras,
E assim não faz mal
e assim não me faz mal não
Noite e dia se completam, nosso amor e ódio eterno
Eu imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser
Eu tiro a roupa para você, minha maior ficção de amor
Eu te recriei, só para o meu prazer
Não vem agora com essas insinuações
Dos seus defeitos ou de algum medo normal
Será que você não é nada que eu penso
Também se não for, não faz mal
Não me faz mal não.