Dizer eu te Amo e coisa seria
No jardim da minha vida,
Muitas flores eu plantei:
Rosas, cravo, margarida
E outras que já nem sei…
Plantei saudade, jasmim…
E até mesmo um pé de ipê!…
Morreram todas, por fim
E só me ficou você.
Eu sou a que vive o dia de hoje, a hora que no relógio grita.
Eu sou a que perdoa, ainda que doa olhar para o lugar da dor.
Eu sou a que aprendeu que não adianta fazer birra e empancar. É andar, andar e andar.
Eu sou a que não tem medo de mostrar a cara limpa e nua para quem eu confio o meu coração.
Eu sou um ser imperfeito, mas estou em mutação e me cansei de tanta ilusão.
Se sou anjo? Não!
Nildinha Freitas
Só eu sei como foi difícil arrumar a bagunça que ficou, depois de tudo o que eu enfrentei na vida. Quem olha para as cicatrizes acaba lembrando a dor das feridas e a vida nunca foi fácil.
É que de graça tem quem abomine o meu sorriso, quem até senta na arquibancada esperando a minha queda. Eu sei que vai se frustrar quem pensa que eu vou me quebrar, pois posso até "cair", mas é para testar o chão e quem quiser que olhe quando eu me levantar, pois eu nasci foi para flutuar, voar, pairando leve no ar.
Nildinha Freitas
Em lugares improváveis eu já encontrei o amor. Ontem mesmo vi amor entre o beija-flor e a rosa.
Eu já encontrei um amor nas mãos enrugadas da mulher que tanto lutou para ser quem é.
Eu já encontrei um amor na fila do banco, enquanto todo mundo tava preocupado com o tempo da demora.
Eu já encontrei um amor no meio da rua, em um abraço de saudade que deixou a minha alma nua.
Eu já encontrei um amor no café com bolo na casa da minha mãe e já vi amor nos olhos inocentes das crianças da minha vida.
Eu já encontrei amor até nas marcas deixadas pelas minhas feridas.
O que eu mais observo quando vou a um velório, é o quanto àquela pessoa morta no meio de um salão fúnebre passa a ter tanto valor. Suas qualidades são apresentadas como referência para as gerações futuras. Todos, feito um coral de igreja, entoam a mesma cantiga: era um ser de luz. Morto, sem vida,um corpo que já não pode sorrir, ou chorar, tem o valor que ninguém em vida nunca o terá.
Nildinha Freitas
Domingo
Naquele domingo, quando todo mundo negligenciou o amor, eu te encontrei sorrindo na esquina, perdida, tanto quanto eu.
O GPS tinha nos levado, proporcionalmente, ao lugar "errado".
Parece coisas do destino, e é!
Nildinha Freitas
Eu canto a alegria dessa manhã perfeita, a alegria do cantarolar dos pássaros que moram em meu quintal.Eu conto a alegria desse amanhecer, do bem-te-vi sorrindo porque me vê.
Eu canto a paz do Beija-flor roubando o pólen, o néctar do meu girassol e canto o aquecer do sol.
Nildinha Freitas
Nosso amor
Eu, sendo um Gustavo que já tinha acreditado e desacreditado do amar, encontrei nessa vida a esperança de dias de paz, passei a ver sentido no azul do mar, no querer ir, sem voltar mais.
Eu, que sendo um menino, encontrei o meu ninho num lugar igual a mim. Eu vi no Geovane, não a rosa, mas, um jardim.
A gente se encontrou, mas não foi igual tantas outras vezes, foi encontro de almas, foi reencontro de vidas e no lugar da dor, brotou o sentimento do amor que cura toda ferida.
Hoje, já não somos apenas um, mas somos só um, e inteiramente prontos para espalhar a semente do amor da gente.
Nossa jornada começou, e vamos trilhar sem medo, e sem temer o amanhã. Vamos viver o agora, o acordar toda manhã.
Nildinha Freitas
Em homenagem a Gustavo e Geovane
Alguém me disse: alimente a esperança que ela cresce!
Regue a roseira que ela floresce!
Eu nem sempre entendi que o amor vence o ódio e que não é preciso planejar vinganças para os que nos desejam o mal.
Apertar o gatilho me faz ser igual e se alguém foi comigo desumano, por qual motivo eu seria tão irracional?
Nildinha Freitas
Eu gostaria de ter escrito um poema sobre todas as mulheres que conheci. Um poema sobre como cada uma sentia o mundo por entre suas pernas. Mesmo eu não tendo tido tantas assim, (mas quem dera eu tivesse), eu faria como Bukowski e teria argumentos para escrever sobre elas e os seus sonhos escondidos nas madrugadas quentes.
Nildinha Freitas
Se me perguntarem se eu já errei na vida, direi: quem nunca arrancou a casca da própria ferida?!
Eu já falhei, errei, tentei de novo, caí, me cupei, me chicoteei, já carreguei culpas em todo meu corpo, e foi difícil, mas me perdoei.
Sendo quem sou, eu bem sei que ainda errarei, mas juro, que os mesmos erros nunca mais cometerei.
Aprendi do passado a lição, aumentei minha fé em mim e o autoperdão.
Sigo, fazendo o melhor que posso, com o que tenho em minhas mãos.
Nildinha Freitas
No meio das pedras, há um caminho, e eu sigo por ele, sem medo de ferir os meus pés.
Nildinha Freitas
Eu me sinto livre dos rótulos, dos estereótipos, dos conceitos e preceitos alheios.
Hoje, nem mesmo eu permito julgamento de mim.
Vou revendo meus passos, perdoando-me pelos percalços, "errando", reconhecendo, "acertando" e recomeçando.
Viver nada mais é do que caminhar.
Nildinha Freitas
Eu fui abrindo espaços para você entrar, deixando tudo no lugar.
Aqui, não deixei resquícios de ninguém, só o que era meu!
Meu mundo!
Meu cheiro!
Meu sorriso escrito nas entrelinhas e nas paredes antigas dessa casa que sou.
Tudo está pronto e espero você chegar, mas aviso: vou abrir a porta da casa para você entrar, porque você abriu a sua para mim
e não deixou a chave lá fora para quando eu chegasse, antes do nascer do sol.
Para você ofereço reciprocidade, inteireza e verdade.
Nildinha Freitas