Diversidade
Viver é ter tudo numa mesma estrada que ora está lisa, ora esburacada, ora nivelada, ora íngreme, mas sempre valendo a pena caminhar nela, desde que sem pedras nas mãos e sem expectativas na alma.
Como joias na vitrine
Imagine que você está diante de uma vitrine repleta de objetos bonitos. E admirado com a beleza desses objetos, decide levar um deles para casa. Ao chegar em casa, porém, você percebe que, mesmo tendo escolhido com bastante cuidado, o objeto que comprou não parece agora tão bonito quanto todos os outros que ficaram na vitrine. Por que isso aconteceu, se você foi tão cuidadoso? Aconteceu porque cada um dos objetos que estavam na vitrine não tinha, sozinho, todas as qualidades que todos eles tinham juntos. Cada objeto era uma pequena parte, bela, mas ainda carente da beleza maior que existia no todo. Assim, um discreto anel numa vitrine é uma joia exuberante tanto quanto um grande colar de pedras. E o colar, por sua vez, toma do anel a delicadeza que ele próprio não tem. Um pequeno livro de poemas pode ser tão imponente quanto um extenso romance, e este, ao lado do livreto, rouba-lhe um pouco de sua singela poesia. Juntos eles têm a beleza inteira daquilo que representam. Separados, têm apenas o que trazem em si. O mesmo acontece com as pessoas. Cada um de nós é um ser humano único, inteiro e, sim, insubstituível. Mas, ao mesmo tempo, uma pequena parte do que todos somos juntos: a humanidade. E aí está a beleza do ser humano: nas suas diferenças; na sua diversidade; na beleza única de cada um que constrói o todo; e, até mesmo, na insuportável sensação de incompletude que isso causa. Exatamente como as joias na vitrine. Eis que, finalmente, percebemos a existência do que não está em nós, e nos sentimos menos humanos. O mundo é repleto de vitrines, e parece, em cada uma delas, um lugar bonito e perfeito do qual não fazemos parte, onde existe tudo aquilo que não temos e que não somos. É preciso, então, olhar bem mais de perto, para enxergar cada indivíduo e encontrar, nas suas deficiências e imperfeições, a sua humanidade, e então, nos reconhecermos humanos. Somente ao nos reconhecermos humanos é que conferimos aos outros a humanidade que existe em nós, e recebemos, de cada um, a humanidade que nos falta.
Discurso de Professor e Amigo, meados dos anos 2000.
Cumprimento a todos os presentes.
Queremos convidá-los a pensar conosco questões novas e complexas, e buscar caminhos para um processo de formação capaz de permitir aos futuros professores a compreensão de que somos diferentes e, na diferença, nos constituímos sujeitos. Nossa relação com o mundo e com os outros precisa ser pensada a partir daí.
A escola que temos, ainda se pauta em um modelo que valoriza práticas ritualistas e lineares, que atualmente mostram-se insuficientes para enfrentar os desafios contemporâneos de novas questões sociais, culturais e identitárias. Importa desconstruirmos o olhar que privilegia a homogeneidade, que ignora as individualidades e silencia as histórias de vida de seus educandos.
Na contra corrente dos processos de exclusão social que marcam a falta de oportunidades escolares de crianças, jovens, adultos, indígenas, afro-brasileiros e portadores de necessidades especiais, firmamos a unidade na diferença e na diversidade. Unidade que reorienta as práticas educativas a partir de novos discursos e que propõe o acesso democrático à escola como valor universal.
Com ênfase na Formação de Professores, fazem-se necessários o debate e as ações sobre educação inclusiva, perpassados em todos os níveis pela conquista da cidadania. Mas, as vitórias da inclusão não devem restringir-se apenas no âmbito legal. A inclusão deve ser pensada como lugar onde a teoria e a prática tencionam-se, vividas como história humana para além dos campos de batalha e dos gabinetes presidenciais. A inclusão deve ser defendida em ambientes antes impensados, nos quais está o humano: nos palácios e nas sarjetas, nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbio, nas casas de fogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquina, porque só é justo continuar a viver se a nossa vida arrasta com ela as pessoas e as coisas que não tem voz.
Tendo a inclusão, como horizonte, podemos sinalizar uma prática pedagógica a partir da memória e da história dos alunos, orientação metodológica que remete ao cotidiano de segregação, desigualdade e exclusão de serviram como caldo cultural ao longo da formação social brasileira. E isso basta? Pensamos que não. necessitamos da força vital, da credibilidade de nosso aluno. Ele, mais do que ninguém, como desejante, pode ser solidário e renovar, com sua visão crítica, compromissos com a ética. A inclusão, como ampliação da cidadania e do direito, depende de nossa capacidade de conquistar a fé e a esperança que residem no "coração de estudante".
Ao ouvirmos nossos alunos, professores em formação, talvez nos surpreendamos ao descobrir que eles, seus pais e avós, são doutores em desigualdades de oportunidades, mestres em desescolarização, PHDS em analfabetismo, Livres Docentes, em exclusão. Reconhecer cada aluno como dono de sua voz e das muitas vidas severinas - para quem a escola foi a terra boa nunca cedida - talvez seja um bom caminho.
As linguagens, pelo significado das palavras e pelo sentido dos discursos, concretizam e externalizam o pensamento e permitem que o indivíduo, no campo das relações sociais, constitua-se sujeito. Dessa forma, elas confluem para a realização, no indivíduo, da consciência de si e de ser-com-o-outro, de ser membro da espécie humana, de pertencer a uma nação, expressar uma cultura, de dizer-se brasileiro.
Caros formandos, temos em frente o grande desafio de atualizar a escola como ruptura e continuidade. Ruptura com a tradição de exclusão, de silenciamento das culturas (como a indígena e a afro-brasileira); ruptura com o silenciamento de pessoas com necessidades especiais; ruptura com a exclusão de jovens e adultos cuja vida na escola foi a morte severina. Trabalhar a continuidade na escola, implica recuperar o sentido filosófico do homem como sujeito produtor de seu destino e de sentidos. Somente assim superaremos a contradições que excluem crianças, jovens, adultos, etnias, tornando nossa nossa questão-objeto cidadã, em pertencimento a todos nós.
Finalizando: Sussurrando: Cheguem mais perto, mais perto, ouçam:
"Aproveitem a vida!
Cada momento!
Temos só uma oportunidade para viver e compartilhá-la, torná-la possível aos outros, a quem realmente precisa!
Um grande abraço.
Do professor e amigo:
Maxileandro,
Alguns sentimentos importantes não precisam de prova ou registro. Basta senti-los no momento presente. Serás uma pessoa autêntica por confiar nos teus próprios sentimentos.
Saberás desta forma a hora certa de entregar os teus sentimentos sem medo, sem um pensamento constante de fragilidade emocional.
Pensamento em excesso não são sentimentos, são paranoia.
Afinal, como você se sente quando está pensando neles?
O sentimento que empregas em tudo que você fizer é a diferença exata entre o teu sucesso e fracasso.
Procure pelo livro Liberte-se pensando.
Se tivesse que escolher algo seria não sofrer por quem eu sou, por amar quem eu amo ou por demonstrar o que sinto. Eu escolheria viver em um lugar mais bonito, onde todo mundo se respeita e convive em paz.
Racismo* é uma ética de supervalorização daquilo que "parece BRANCO" e estigmatização e/ou MENOSPREZO por aquilo que "não pareça BRANCO".
*Baseado no contexto sociocultural ocidental dos últimos séculos até a atualidade.
"Não deveríamos ter que acordar diariamente para realizar feitos inéditos.
Não é saudável!
É desgastante!
Prefiro viver num mundo onde meus sonhos possam encontrar possibilidades reais de se materializar.
O nome disso não é MERITOCRACIA, é EQUIDADE de OPORTUNIDADES."
O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém, as diferentes músicas da vida, suas dores e cores: as mil e uma maneira de viver e de falar, crer e criar, comer, trabalhar, dançar, brincar, amar, sofrer e festejar que temos descoberto ao longo de milhares e milhares de anos.
Juntos seguiremos em frente
De mãos dadas, de cabeças erguidas
O amor supera ignóbeis regras estabelecidas.
Nossos abraços serão abrigos
Refúgio perfeito á recorrer
Contra todos os perigos
Que o preconceito nos impuser.
Antes da sociedade, a inclusão acontece dentro da família e, antes da família, no coração das pessoas.
SER DIFERENTE
Ser um soneto ou uma trova, ser diferente
Afim aos olhos de quem sabe o bem olhar
Suspira, chora, tal qualquer um que sente
Nos teus versos, também sabe bem versar
Apenas distinto, interpele sem machucar
É na tua prosa que tem o prosar inocente
Duma gente de vario sentimento para dar
Que pressente, aprecia, sabe ser presente
Cada canto com a poesia e sua inspiração
Então, deixe de lado o desprezo, a aversão
Seja o coração, uma compreensão, tente!
Afinal, mãos conforme, a escrita desigual
Pois, numa trova ou no soneto, cada qual
Com a sua essência, por ser tão diferente...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 março, 2022, 21’58” – Araguari, MG
Se existe uma lado certo,na minha opinião, é do lado dos que escolhem criar a própria realidade, com dignidade e coragem, e respeito a existência do próximo
Um homem é feito pela honra que veste todos os dias.
Passar de Bestial a Besta?!
Infelizmente a taxa de incidência do fenómeno, aumenta em épocas específicas. Creio que é inversamente proporcional ao índice de cidadania.
A comunicação inclusiva parte do uso irrestrito da não-violência e da interdependência entre as pessoas.
Empatia é como ir à academia ou fazer dieta: precisa de vontade e disciplina. Daí, aparecem os resultados.
