Dialética
Pessoas têm manias, viciam-se. Mas, o transtorno mais recente, nos falantes, de verve dialética na comunicação formal, é a compulsão por palavras da moda, academicistas, semieruditizadas, que descambam em vício de linguagem (palavrofobia). Reduz-se o discurso a palavra pela palavra, simplesmente, para que ela se lhe pareça douta. Isso fica impactante pela especificidade, sobretudo, quando desvirtua-se o discurso foco no ouvinte, fragmentando-o. Momento quando não prestamos mais atenção em nada, pela multiplicidade de repetições, deslocadas em nível de desconstrução multidisciplinar, transverbal, com semântica confusa de retórica aleatória. É a hora em que o olhar para as unhas entra em cena. Isso procede? De novo, isso faz sentido para você? Você TEM que concordar comigo.
Durante a aula de filosofia, eis a questão de um aluno:
Professor, se a dialética não é só conversar, o que é?
A dialética para filosofia, é o encontro de duas ou mais pessoas, cada um chega com uma ideia, ao se encontrarem cada um troca ideia, ao saírem seguem seu caminho com duas ideias ou mais.
O homem nasce, vive e morre procurando achar a dialética no oposto, no contrário e no antagonismo que angustia sua existência. A resposta é simples, a resposta é o ponto.(Walter Sasso)
A verdadeira dialética não é a tentativa de frustrar um argumento alheio, mas ter a capacidade de reconhecer que poderá além de estar certo, também estar errado diante das circunstâncias
