Depois
O VELHO POETA
Depois que me deste o entendimento, mudo,
Sem se quer mover a tua boca
P’ra escrever o febril poema, da musa-louca,
Oh, Poeta, tanto me fez sonhar de tudo!
Ansiedade absoluta! De sol e de luar, contudo,
Estranha no meu peito, essa voz rouca
Que gritas ao mundo: rosa-viva, alma-mouca;
Ruiu ao nada, — amor sem conteúdo!
E cantas, o desejo da paixão tristonha
Aos meus ouvidos, sem quer um carinho solto
De fragrância, me deixando a ermo...
E no silencioso mito que por vozes sonha
Vagueando à noite, reprimido e morto;
À poesia, já rústicas as velhas mãos eu tremo.
Se você acha mesmo que não há uma dívida histórica com o povo negro, depois de quase 400 anos de escravidão e outros mais de 100 anos de exclusão e preconceito, eu não sei se lhe falta sensibilidade, senso de justiça ou um bom livro de história.
Sinta algo por mim agora não depois que eu estiver em um palito de madeira, beije meu rosto agora não depois quando seus lábios quentes tocar meu rosto gelado quase sem cor e incapaz de senti-la, demonstre seu amor por mim agora não depois quando não mas escuta-la, traga-me flores enquanto eu ainda possa aprecia-las por que depois ela, só serviram para cobrir minha sepultura.
Brilho
Eterno é o brilho desses olhos,
passo pela vida, e eles a brilhar
ficam, mesmo depois de tudo já
haver partido.
O toque desses cabelos no rosto,
o senti-los pelos dedos passar,
é uma sensação diferente,
que faz o coração remoçar.
Esse rosto doce e sorridente,
fica preso na retina, mesmo de olhos
fechados o vejo,
e essa feição mais viva fica.
O sorriso é tão real, que sem que eu perceba
sorrindo fico.
Só, de os ter no pensamento gravado, vivo
neles a memorar.
Luzes de algo maior que o coração cultiva,
vive neles a saudade, e a vontade de perto
deles estar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
As luzes iluminam por algum tempo, depois disso apagam e esfriam.
Aproveite sua luz e seu calor enquanto é tempo e aproveite o que a vida lhe traz,
só se arrependa do que não fez, e nunca em hipótese alguma despreze alguém.
Depois de tanta tempo procurando
Finalmente achei o que me atormentava
Eu nunca poderia imaginar que seria você
O que me fazia chorar, o que me fazia morrer
O início de todo o problema
Você deveria me amar, não me colocar para baixo
Deveria me mostrar um futuro, não tirar esperanças
Deveria ser tudo diferente, não o início do problema
Não sei se a culpa é minha por ser assim
Mas você começou toda essa tragédia
Ansiosa para o início do fim, não sinto mais ar
Não sinto mais o sangue correr em minhas veias
Não sinto meu coração batendo em meu peito
Não sinto mais esperança nenhuma
Você esteve me matando por anos
Eu percebi tarde demais, não há como escapar
Por favor, não fale enquanto eu choro
Não quero ouvir sua voz ou seu perdão
Sei que não foi sua intenção mas dói demais
Me deixe sozinha no chão, finja que não me vê
Apenas faça o que sempre fez por uma última vez
Eu queria que você fosse alguém a me ajudar
Alguém que eu poderia conversar sem medo
Alguém que eu poderia contar, mas não é assim
Tenho receio de você, nojo de você
Você não percebe que preciso de você?
Não percebe que é você..
Quando o fim chegar, você iria se culpar?
Ou simplesmente fingir se importar?
Você não é você quando não estamos sozinhos
Você parece ser bom, assim como eu pareço ser feliz
Talvez eu tenha aprendido isso com você
Fingir estar tudo bem
Em toda a minha vida depois de uma despedida, eles nunca olharam pra trás.
Eu sempre fico encostada num muro fitando seu caminhar e sumir com a distância na esperança de que olhem pra trás, na esperança de um aceno, um delírio, um deleite,
um sinal de hesitação ao partir.
Ninguém nunca olhou pra trás. Exceto ele.
Tão simples e intenso.
Tão humano e tão extenso.
Comum e desconhecido.
Meu amigo,
quero te ver de novo olhar pra trás.
AMORES PARALELOS
Depois que você for
ainda estarei aqui,
não a te esperar,
porque já estou em você
estarei pra te compor
e recompor aqui e ali
estarei a poetar,
porque a poesia é você.
E quando você voltar,
doce e de corpo e alma,
vou te receber em afago,
já que és de minha posse
e vai excitada me olhar
e se molhar, a chama calma
pedir uma cuba e num trago,
querer me sorver doce.
Vieste de tão longe
e também tão perto,
na mesma orla continental,
na mesma sintonia fina
de segredos de monja e monge,
da casta solidão, deserto,
chegaste longe do virginal,
és minha mulher e não menina.
Novamente se vai,
assim será a rotina
que sempre te descobre
um prazer novo, inédito,
rápido, fugidio como Hai Kai
e virando a esquina
a brisa o vestido descobre
e a brisa refresca o mérito.
Enfim amor poetas,
meu amor, é assim
existe a regra e a norma
e a forma lúdica e desigual,
tal a sociedade Asteca,
e sua peculiaridade afim,
um homem e várias formas
femininas num ritual.
Passei a admirar duas coisas depois da entrada do novo governo.
1- O silêncio daqueles que calaram;
2-A resureição dos opinion makers inesperados;
Ps. A onde está os machos nos termos da palavra?
Reflexão diária 13/06/2017
Se for para reparar-se com alguém, e alguns dias depois voltar a tomar a mesma atitude, é melhor ficar de boca calada e assumir as consequências de seus atos.
Não se apresse,
Tudo acontece no seu devido tempo, nem antes, muito menos depois,
Voe, corra, ande, na sua presença presente e aprecie sempre a paisagem por onde quer esteja.
Para onde quer que vá semeia flores, pois se precisar voltar sua estrada estará mais alegre e florida.
Cante, dance, movimente sua energia, sinta seu corpo, esteja vívido.
Não se apresse, a vida merece uma caminhada plena e feliz.
Gosto de passar de forma pouco apressada e de parar assiduamente para ver, depois de olhar, ainda que um lado distraído se transforme em amigo ou em inimigo.
