De Repente Nao mais que Derepente

Os prazeres do amor jamais nos serviram. Devemos nos considerar felizes se não nos aborrecerem.

Quem estuda e não pratica o que aprendeu, é como o homem que lavra e não semeia.

Não desprezes a morte; dá-lhe boa acolhida, como a uma das coisas que a Natureza quer.

As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo.

O que fizeste para a mulher, isso ela pode esquecer, mas nunca esquecerá aquilo que para ela não fizeste.

Se a morte fosse um bem, os deuses não seriam imortais.

Covarde é aquele que não abre novos caminhos na vida, nem emprega as suas forças para enfrentar os obstáculos.

A filosofia que cultivo não é nem tão bárbara nem tão inacessível que rejeite as paixões; pelo contrário, é só nelas que reside a doçura e felicidade da vida.

Muitos cuidam da reputação, mas não da consciência.

Na realidade, não conhecemos nada, pois a verdade está no íntimo.

Não se deve indagar sobre tudo: é melhor que muitas coisas permaneçam ocultas.

Não é na ciência que está a felicidade, mas na aquisição da ciência.

É muito fácil viver com pouco desde que a pessoa não gaste muito para ocultar que tem pouco.

Não existe nada tão raro como um homem inteiramente mau, a não ser talvez um homem inteiramente bom.

É sempre assim. Morre-se. Não se compreende nada. Nunca se tem tempo de aprender. Envolvem-nos no jogo. Ensinam-nos as regras e à primeira falta matam-nos.

Hoje, não poderia conceder demais à minha desconfiança, visto que, agora, não é tempo de agir, mas apenas de meditar e de conhecer.

Se a criança é um porquinho, quando adulto não poderá ser outra coisa senão um porco.

Os teus atos, e não os teus conhecimentos, é que determinam o teu valor.

Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos
Longe de ti não há luar nem rosas
Longe de ti há noites silenciosas
Há dias sem calor, beirais sem ninhos

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas
Abertos sonham mãos cariciosas
Tuas mãos doces, plenas de carinho

Os dias são outonos: choram, choram
Há crisântemos roxos que descoram
Há murmúrios dolentes de segredo
Invoco o nosso sonho, entendo os braços

e é ele oh meu amor, pelos espaços
fumo leve que foge entre os meus dedos.

Miserável país aquele que não tem heróis. Miserável país aquele que precisa de heróis.