De Repente Nao mais que Derepente

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Mais que de máquinas, precisamos de humanidade.

Charles Chaplin
O Grande Ditador (1940)

Nota: Trecho do discurso final do filme de Charles Chaplin "O Grande Ditador" (1940) Link

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Amores eternos existem sim, e superam qualquer coisa, mesmo quando ninguém mais acredita neles, eles continuam sempre à espreita, esperando apenas um olhar, um retorno, uma reconciliação.

Que sentimentalismo barato. Mas o rosto dela, de Tina, parecia mais de 10 mil filmes de felicidade. Nunca havia visto coisa igual. Teve que se munir de uma couraça de ferro e apertar o estômago, os pulmões e os olhos pra não chorar.

O estado nada mais é que um "grande bando de ladrões", uma máfia. Só que muito maior, mais opressiva e mais perigosa.

Cada vez mais frias, e os dias estão cada vez mais duros, e eu tento, tento tanto disfarçar essa dor no meu peito e esse nó na garganta, mais chegou o ponto em que eu já não sou mais forte o suficiente, já estou consumida pelo desejo quase incontrolável de desaparecer, pra sempre.

Eu nunca mais quero ouvir que você só tem olhos pra mim, ok? E nem o quanto você é bom filho. Muito menos o quanto você ama crianças. E trate de parar com essa mania horrível de largar seus amigos quando eu ligo. Colabora, pô. Tá tão fácil me ganhar, basta fazer tudo pra me perder.

Tem dias que a esperança é sempre mais teimosa do que eu.

Quanto mais inteligente a mulher, tanto mais se afasta o homem.

SONETO 18
Deverei comparar-te a um dia de verão?
Tu és a mais serena e a mais amável
Os fortes ventos de maio movimentam os brotos,
e o prazo do verão é sempre inconsolável
em um momento muito intenso, brilha o olho estelar,
e freqüentemente se ofusca a luz do seu semblante,
nefasto, o encanto da beleza irá renunciar, porventura ou pelo destino inconstante;
Mas teu verão é eterno e jamais morrerá, não há de perder o encanto que possui;
E pela sombra da morte não vagarás, pois em versos eternos tu e o tempo sois iguais.
Equanto o homem possa respirar ou os olhos possam ver, viva este canto dar-te a vida é o seu dever.

Existe algo mais importante que a lógica: a imaginação. Se a ideia é boa, jogue a lógica pela janela.

Se houvesse no mundo um grupo grande de pessoas que desejasse mais a sua própria felicidade do que a infelicidade dos outros, em breve teríamos o paraíso.

Se alguém te dirige a palavra em tom muito alto, faz-lhe o obséquio de responder em tom mais baixo.

Gostaria de uma sociedade mais justa, menos corrupta, com menos hipocrisia, mais digna, com mais amor ao próximo, menos preconceito, menos rancor e principalmente mais paz na alma.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...

Rubem Alves
Rubem Alves essencial. São Paulo: Planeta, 2024.

O mais triste de um passarinho engaiolado é que ele se sente bem.

A Distância

Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou...
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci.

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.

O que restou do nosso amor ficou
No tempo, esquecido por você...
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci.

Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci.

Quanto menos vida pessoal, mais segura e melhor será a vida intelectual.

Arthur Schopenhauer

Nota: citado em "A cura de Schopenhauer", Irving D. Yalom

O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater.

É preciso, antes de mais nada, querer.

As Boas Coisas da Vida

Uma revista mais ou menos frívola pediu a várias pessoas para dizer as “dez coisas que fazem a vida valer a pena”. Sem pensar demasiado, fiz esta pequena lista:

- Esbarrar às vezes com certas comidas da infância, por exemplo: aipim cozido, ainda quente, com melado de cana que vem numa garrafa cuja rolha é um sabugo de milho. O sabugo dará um certo gosto ao melado? Dá: gosto de infância, de tarde na fazenda.

- Tomar um banho excelente num bom hotel, vestir uma roupa confortável e sair pela primeira vez pelas ruas de uma cidade estranha, achando que ali vão acontecer coisas surpreendentes e lindas. E acontecerem.

- Quando você vai andando por um lugar e há um bate-bola, sentir que a bola vem para o seu lado e, de repente, dar um chute perfeito – e ser aplaudido pelo servente de pedreiro.

- Ler pela primeira vez um poema realmente bom. Ou um pedaço de prosa, daqueles que dão inveja na gente e vontade de reler.

- Aquele momento em que você sente que de um velho amor ficou uma grande amizade – ou que uma grande amizade está virando, de repente, amor.

- Sentir que você deixou de gostar de uma mulher que, afinal, para você, era apenas aflição de espírito e frustração da carne – a mulher que não te deu e não te dá, essa amaldiçoada.

- Viajar, partir…

- Voltar.

- Quando se vive na Europa, voltar para Paris, quando se vive no Brasil, voltar para o Rio.

- Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte – o assim chamado descanso eterno.

Rubem Braga
BRAGA, R., As Boas Coisas da Vida, 1988