Cronicas de Luiz Fernando Verissimo Pneu Furado

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A partir de determinada idade o mundo nos dá uma espécie de “carta de alforria“ com grau progressivo de liberdade em relação ao que sempre quisemos, mas não tínhamos permissão para colocar em prática, e a sensação é a de se estar sendo abonado por tantos anos cumpridos de “detenção social”.

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Talvez a lição mais importante que aprendi nas últimas décadas é que na vida tudo acontece exatamente como numa partida de xadrez: sempre que a estratégia inicial de vitória falha, o próximo lance do adversário pode promover uma reviravolta tão decisiva que, mesmo quando já se dava o jogo por perdido, tudo pode mudar novamente a nosso favor. Daí porque não se pode jamais aceitar a inexistência de saídas antes de aguardar pelo que vem a seguir. Se todos soubessem como esse mecanismo de alternância funciona, o desespero que leva muitos ao suicídio seria visto como realmente é: apenas mais uma ilusão de ótica igual a muitos outros equívocos criados pela mente humana e que subtrai, de forma abrupta e vã, a grande possibilidade de uma segunda chance.

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Existem pessoas que carregam tanto preconceito, arrogância, inveja e desonestidade para inviabilizar até tentativas de ajuda das mais próximas, que ainda assim seguem com ideias odiosas a respeito do mundo e se vendo eternamente injustiçadas por ele, o que reforça a tese de que nem toda compaixão se faz útil, e nem todo perdão consegue promover mudanças.

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Ainda que pareça incoerente a princípio, são as pessoas de comportamento distorcido e torpe as que mais julgam, expressam preconceito e tecem críticas ácidas contra o comportamento alheio. Mas existe uma lógica simples nisso: as justas não vivenciam o mal no dia a dia para ver a maldade nas outras, e por isso até viram presas fáceis de quem a possui. Então, por um processo de identificação natural e involuntária, são as más que atribuem aos outros a realidade que trazem em si mesmas.

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Sentir-me honesto, antes de tudo, é assumir minhas próprias dúvidas e enxergar-me como um eterno buscador, ainda que nunca chegue ao fim do caminho, antes de adotar verdades consagradas que meu íntimo não identifica como minhas. É não temer ser condenado por um ser supremo que, pela minha lógica, plantou-me dúvidas para que eu não aceitasse, sem questionar, as verdades de outrem.

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Com toda essa onda de violência e insegurança que hoje integra nosso cotidiano, percebo vários dos meus amigos que passaram a ter medo de sair de casa ou ir a todos os lugares que gostariam. Como eles, eu também sinto muitos desses medos. Mas tem um em especial que me assusta mais do que todos: é o de que eles se tornem maiores do que minha vontade de sentir a vida, e então os desafio aproveitando-a tanto quanto possa.

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Fazer-se maior não é o mesmo que exibir sua força. As águas dos rios nos mostram que sua vitória sobre as pedras no caminho para o mar não é lançar-se sobre elas, mas contorna-las sem as quebrar, livrá-las de suas arestas e deixar-lhes o limo para que não firam. Assim podem seguir sua missão de compor um poderoso oceano que herdou deles humildade para se posicionar abaixo de todos os rios do mundo.

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O combate implacável ao "efeito manada" – que cerceia o livre exercício do pensamento – é o caminho mais seguro para se fugir à manipulação usada como forma de garantir o poder. Todo indivíduo deveria ter as próprias convicções como seu bem mais sagrado e inviolável, recusando-se a delegar tudo que não se mostre em estreita sintonia com elas e preservar a autonomia enquanto senhor absoluto de suas escolhas. A lógica deveria ser a única coisa colocada à frente das escolhas pessoais.

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De que se valem os déspotas para obtenção e manutenção do poder? Simplesmente aproveitar-se da ignorância que lhes facilite a livre manipulação da vontade alheia, impondo a outrem decisões que não passem pelo senso crítico de pretensos apoiadores de modo a respaldar decisões partidas da única cabeça pensante na obtenção de objetivos espúrios.

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Se precisas de uma cartilha para definir teu rumo, melhor escreve-la tu mesmo, e ainda fazê-lo a lápis tendo uma borracha na outra mão. O cenário de transformação torna obsoleto qualquer caminho permanente. Daí porque somente trilhas – em vez de trilhos – podem reduzir riscos por permitir uma eventual mudança de rumo ou se tomar atalhos quantas vezes for necessário para não se perder a corrida para a história.

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A partir da conectividade mundial instantânea e de fácil acesso, uma grande parcela da humanidade – acreditando ter-se tornado mais autêntica – perdeu a noção do limite entre público e privado, expondo pelas mídias suas pústulas, mazelas e infortúnios como se a todos precisassem ser reportados. Ainda que andar nu seja natural e salutar, a sociedade não vê com bons olhos que o façamos livremente. Da mesma forma há que se ter preservada a linha divisória entre nossos rostos – que pertence ao público – e a intimidade, que só a cada um diz respeito.

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Equivocam-se aqueles que lamentam a perda de agentes malévolos em nome de uma suposta nobreza de alma, pois contribuem com o mal quando esquecem que este só acaba pela extinção da fonte. Mesmo que nossa essência não se alegre com o fim do agente, não é errado sentir-se bem com o término da nascente contaminada que polui o rio e faz a degradação chegar ao mar. Estender a caridade a demônios – que jamais se purificam – mostra apenas que não temos compaixão por suas vítimas. Se tal padrão fosse a melhor escolha Deus não teria colocado espadas nas mãos dos Arcanjos.

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Consideras-te justo? Mas o que o que seria “um justo” em conformidade com os livros sagrados? Aquele que dedicou sua vida a cuidar do espírito e salvar a si mesmo do inferno? Eu diria que não se encontrará justiça entre os egoístas e os acovardados. Estarias te mostrando mais justo se te dedicasses a combater as desigualdades impostas aos mais fracos em vez de te ocupares em ser mais benevolente com seus algozes.

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Queres testar os limites de minha tolerância? Basta subestimar-me a inteligência pelo tratamento dado a um débil mental. E se a ideia é saber a intensidade de minha ira, será o bastante impor-me algum tipo de controle ou a supressão do meu direito de escolha. Em ambos os casos poderás conhecer a dimensão de uma rebeldia assumida como indomável!

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Tomam-se ideologias de esquerda ou direita como guardiões dos ideais mais nobres da humanidade, quando na verdade passam por ali atores de todo tipo que não só esquecem rapidamente do que os levou até elas como desmentem com seu exemplo as ideias que supostamente os teriam inspirado. A única escolha que jamais nos decepcionará será sempre a bandeira da honra e da licitude em lugar das flutuantes e voláteis ideologias dos fanáticos, pois que não fica sujeita às correntes de ar que as jogam a todo momento de um lado para outro.

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O que é polaridade? É o contexto dividido entre dois extremos que se enfrentam e que chamam de “centro” a tudo o que não se posiciona num deles. Só que a linha, de ponta a ponta, está encerrada numa caixa comum, independente do ponto ocupado. Se o que se quer é autonomia, o melhor lado não é o direito, o esquerdo ou o do centro, mas o de fora!

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Revendo as imagens de tantas atrocidades cometidas no período do Holocausto as pessoas, horrorizadas, sempre se perguntam: “Meus Deus! De que forma a humanidade caminha até atingir um momento como esse?”. Em seguida desligam seus computadores e seguem para as urnas, pois que é um dia de eleições. Pouco tempo à frente a resposta lhes chega!

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Depois de meio século testemunhando o ioiô em que transformaram a política do país, me rendi à tese de que só nações que zeram tudo pelo caos conseguem romper com seu histórico de erros em moto-contínuo e renascer para um estado de maturidade política e desenvolvimento efetivo. Não alimento hoje qualquer esperança de que nossos governantes nos devolvam a prosperidade por decisões que nunca tomarão, mais até por intenção do que por incompetência. Em se concluindo que apenas a convulsão que se vê no horizonte terá força para mudar o estado de podridão em que nos mergulharam, que ao menos os alicerces de uma identidade obtida a duras penas se mantenha preservada quando renascermos das cinzas.

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Por mais que o espírito equilibrado e pacífico de um povo se apresente como um freio interno e traço de caráter, os desmandos contínuos e escancarados de seus governantes levam-no, em certo momento, a concluir que sua natureza pacífica é vista como um convite à instauração da devassidão e da ignomínia pelos que detêm o poder. É quando sua própria dignidade lhe cobra reação contra o que já extrapolou os limites do admissível, e a convulsão decorrente se apresenta como único meio de resgatar o estado de equilíbrio, e não como sinal de se estar desistindo dele.

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A ruptura com o estabelecido em qualquer meio social nem sempre – ou até na maioria dos casos – não se trata de escolha, mas de necessidade inadiável para resgate do estado de normalidade. Pode-se dizer que a diferença entre um povo pacífico e uma legião de extremistas fanáticos não é sentida apenas na forma como atuam para consegui-lo, mas também pelo tamanho do pavio. O que está acontecendo é que nossos governantes ainda não acordaram para o fato de que estão diminuindo a distância entre um e outro, bem como reduzindo em ritmo acelerado o tamanho de ambos os pavios.

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