Cronicas de Luiz Fernando Verissimo Pneu Furado
Como educador, é doloroso continuar assistindo ao longo de décadas nossos jovens cometendo verdadeiros "assassinatos" nas expressões verbais mais básicas do cotidiano, sem que evoluamos para um estágio em que adquiram, ao mínimo, consciência de suas necessidades educacionais mais elementares.
É assustadora a crise de valores dos dias atuais, amplamente disseminada entre os mais jovens e cristalizada nos mais velhos de formação desvirtuada. As pessoas confundem conceitos que antes tinham fronteiras bem claras, como amor e desejo, liberdade e libertinagem, e colocam coisas superficiais e essenciais, temporárias e permanentes no mesmo saco. Nunca os estados de ser e de estar estiveram tão misturados nas cabeças e nos sentimentos de tão significativa parcela da população, o que leva os mais conscientes a reavaliar, com cada vez mais freqüência, os próprios referenciais de vida para saber se não estamos perdendo os parâmetros de posicionamento perante tais conceitos.
Eu gosto quando as pessoas agem naturalmente, o simples fato de ser natural exige de nós o mesmo. O mesmo naturalismo para tratarmos de igual para igual as adversidades da natureza. Outras, dizem ser o que não são. Mas o tempo lhe mostra e me mostra que ambos estávamos errados. Você por não ser você e eu por ter acreditado na sua imaginável maneira de ser.
A todos os meus bons amigos. Que todos celebre uma boa amizade, que seja festejada com longanimidade e o amor incondicional ao tempo e o espaço, que faça um esforço melhorando a atuação no campo das ideias, a participação no fazer e no servir num esforço coletivo, é a chave para boa amizade.
Pessoas desprovidas do sentimento de pena, não são indivíduos de má índole ou algo parecido, mas sim pessoas que estão preparadas contra certos indivíduos, seres que não podem ser subestimados, pois na maioria das vezes, sentir pena quando se estar em meio à uma sociedade tão egoísta e malevolente como a nossa, é algo bem desfavorável e que nos proporciona grandes perdas e podem ainda deixar grandes cicatrizes em nossas vidas.
Já se viu assediado por alguém que já chega com um perfil definido pra você e não lhe deixa opção além da distância? Seu passatempo predileto é discutir a relação até antes que exista uma; se você responde ela contesta ou ironiza, se tenta falar de outro assunto ela reclama que está “escorregando”, e se não disser nada vai ser taxado de mal-educado ou de ficar “em cima do muro”. Você acaba procurando a etiqueta para checar se lhe colocaram um preço baixo demais na vitrine em que foi encontrado.
Não há como discordar de Umberto Eco quando defende que as redes sociais deram voz a uma legião de imbecís que “antes falavam apenas num bar após uma taça de vinho, sem prejuízo para a coletividade". Mas há também que se considerar Max Ehmann, que séculos antes já nos lembrava de dar vez aos pobres de espírito, posto que eles também têm o que dizer. Na dúvida o bom senso nos pede ponderação entre levar a sério qualquer bobagem replicada muitas vezes ou assumir como premissa que tudo o que chega pelas redes não é digna de crédito.
Ainda sonho com um mundo onde qualquer pessoa não precise mais temer expressar-se de forma diferente da maioria porque simplesmente não haverá mais minorias, mas tão somente igualdades. Onde as críticas não mais se voltem para o tema abordado na obra – que será apenas um dentre tantos possíveis – mas para o talento do autor ao criá-la. E onde este último não precise abrir mão desse talento por conta de pensamentos pequenos que não tiveram o mesmo privilégio com que o universo o presenteou para seguir em frente. A carruagem irá sempre preservar sua nobreza, independente dos cães que ladrem enquanto ela passa.
Frases como: "você não é insubstituível", "vá atrás de outra coisa", foram fortes, a princípio trágicas, devastadoras. Quando da amargura nasce mais uma reação motivadora. Que dessa vez ao invés de provar que estavam errados, talvez estejam certos e eu que não vi antes. Frases que motivam desafios, a vida proporciona um infinito de possibilidades, e uma porção de comodidades, que te amedrontam e te apequenam a viver num casulo. Mas as nossa vidas são como as de uma borboleta, uma metamorfose com repressões tão intensas que lhe forçam a criar asas e voar, viver... Viver voando.
Mais um dia de merda do cotidiano do jovem rebelde que nunca se rebelou. Deitou quando o mandaram dormir, levantou logo que o sino da rotina pediu. Sem fome, sentou à mesa. A comida era ótima, apesar de tantas críticas. Queria beber, mas isso era coisa de gente grande. Ainda bem que a água era gelada. Ao fim do almoço feliz em família, lavou as louças. Não tinha nada a fazer, apenas obedecer. Seu quarto não tinha chave, ao menos um banheiro privado, luxo. Não é qualquer um que tem férias tão privilegiadas, sonho. Sem sono, vomita letras, ressaca brava. O amanhã há de ser diferente como todo amanhã. Ele com certeza será outro. Mas e o resto? Também será outro é claro. Quem poderá sorrir? Ele e o resto? Ele ou o resto? Ele é o resto?!
Fanatismo de qualquer natureza – seja religioso, ideológico ou até pelo time que se torça – é um câncer cuja metástase é a idéia incutida em seus membros de que existem pessoas que nasceram para ser melhores do que outras. E toda vez que permitimos que a realidade do outro se torne a nossa, a probabilidade de encontrarmos sozinhos o caminho de volta é proporcional ao tempo que nos permitimos vivenciá-la. Como conhecer se perdemos a saída? Acontece quando o lado de fora é descartado como referencial para se entender mais profundamente o lado de dentro.
Em nenhum momento da vida me senti propenso a possuir uma identidade brasileira ou de qualquer outra nação. Sou um cidadão do mundo que não se imagina integrando times ou cultuando heróis. O pensamento ufanista do tipo “somos os escolhidos” ou “os melhores” me provocam rejeição visceral instantânea, como as que modelam cérebros em torno de ideologias de qualquer natureza. Minha essência libertária reage com repulsa a pensamentos alinhados e identificações coletivas sob a batuta de um maestro do qual nunca se sabe até onde levará tal condução.
A Existência visível ou invisível de um ser se eleva a categoria máxima quando há, em toda protuberância, uma liberação dos mecanismos genéticos causadores da formação da herança. Assim como, o Incêndio mental dos distúrbios propulsores, que no reino vegetal se equivale ao cheiro de mato ou às árvores queimadas, é a prova inexequível de que estamos vivendo uma atmosfera de lucidez oportuna e intransferível.
Escolher o improvável sem aceitar a proposta daquilo que nosso ser tem em comum, é notar, sem sombra de dúvida, que o roteiro de toda natureza humana está ligada, não só a estrutura subsequente do poder natural, como também de toda forma larval. Tudo isso ligado ao encontro casual entre dois mundos equidistantes, que de tão próximos entre si, transformam qualquer personalidade normal em uma forma de vida predadora da mais pura insanidade.
Se procuras pelo líder que não irá trair teus ideais não te limites ao seu histórico: ele pode apenas não ter tido chance de mostrar a que veio até aqui. Também não te norteies pelo que promete realizar: quando alcançar o poder tudo pode se revelar o oposto. Insensato ainda apoiá-lo pelo que combate: talvez possa empreender ações bem piores que essas. Estejas, porém, muito atento às suas IDÉIAS: essas é que efetivamente falam do que ele poderá te oferecer!
Mostra-se absolutamente legítimo rebelar-se contra o poder do qual discordamos e que não aceitamos nos seja imposto. Mas vencida a contenda e cessada a submissão compulsória, moralmente não há mérito algum em tripudiar sobre uma ameaça que não mais existe, nem sapatear sobre um amor-próprio que a própria derrota já feriu o suficiente.
Numa democracia, quem é que manda: o povo ou o governante? Acertou quem disse O POVO! O governante está ali apenas para representá-lo. E quando este não o representa, porque 70% expressamente declaram rejeitá-lo, sua saída representa golpe? Não! Neste caso FICAR, sem que o povo - o legitimo detentor do poder - o deseje, isto sim, configura-se como golpe, e seus ocupantes meramente usurpadores de um poder que não mais lhes pertence.
Por causa da presença do Eterno dentro de si, a alma quase sucumbiu ao se referir a Deus como Eterno. Os Israelitas marcam a diferença temporal e aquele que percebemos como transcendente. Em razão dessa diferença, tudo tem a se tornar pó, por isso Abraão, outro eleito, quando vai se dirigir ao Eterno, refere-se a sí mesmo como pó e cinza. A Esmaga A Criatura.
Como se enganam os que acreditam que nossos castigos provenham de Deus. Desde o início dos tempos a Infinita Inteligência delegou à consciência esse papel de juiz quando fazemos sofrer os que nos amam para que o Amor Supremo cuidasse apenas de coisas mais nobres. E como esse juiz me encontra onde quer que busque esconder-me, ah...como ele sabe se mostrar implacável!
Mostra-se injusta e inaceitável a rejeição a alguém “apenas” por ser ignorante, inculto ou pouco inteligente. Explico as aspas: não é o fato de ser assim que a torna inferior aos demais. Pode ser dessa forma por possuir deficiência tanto congênita quanto adquirida, ou simplesmente por não ter tido acesso às formas de obter conhecimento e cultura. A questão não está no efeito percebido, mas na sua causa. Serão passíveis de crítica somente os que, mesmo com todas as oportunidades a seu alcance, recusaram-se a mudar tal realidade, tornando-se merecedores de tratamento compatível com sua ignorância, já que tais pessoas fazem-se imbecis por opção.
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