Crônica sobre Loucura

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Isso é o que o amor faz. Esta insanidade, esta loucura obsessiva e crônica, esta sensação de arrepios, calafrios e euforia. Isso é o que o amor faz ?
Talvez a melhor sensação do mundo seja a pior, talvez o amor seja uma Espinosa pura. Sensação transcendente e inebriante. Oh tamanha sensação, aí daquele que jamais a sentiu, rezo por aquele que jamais à sentirá.

Loucura é não ser Feliz....
(Leandro Emiliano)

A vida nos prega peças...
Alias, nós nos pregamos peças...
É impressionante a capacidade que temos de estragar tudo por desalinhamento de expectativas...

No Amor é assim... Despejamos expectativas demais, e esperamos a perfeição, como ninguém é perfeito a decepção aparece e destrói tudo...as falhas humanas passam a falar mais alto e reprimir tudo de bom que um grande amor oferece..

No trabalho é assim... Entendemos que estamos no melhor momento, que estamos prestes a dar mais um passo, e aceleramos de uma forma onde ninguém nos alcança... temos certeza de que estão fazendo algo por nós... mas de repente descobrimos que não, que era ilusão, que nem todos te veem como o espelho te apresenta...

Citei esses dois exemplos para ilustrar o que quero dizer... Nossa felicidade é diretamente relacionada a nossas expectativas... Se esperamos demais dos outros, do trabalho e até de nós mesmos, a frustração é inevitável...

Nas estradas que nos levam para as mais belas paisagens também encontraremos chuvas, buracos, curvas perigosas e nem por isso o destino deixa de ser atraente...

Quando temos controle e percepção de riscos e das imperfeições da vida, incluímos isso também nas. expectativas e aprendemos inclusive a Lidar com elas... Fazendo com que as Curvas e buracos do caminho seja apenas uma Etapa e nao um ponto final...

Aproveite as oportunidades
Que a vida lhe apresenta...mesmo que pareça Uma Loucura... porque no final, loucura mesmo é não ser feliz...

Sinto-me queimar...De que me valerá a razão agora?A loucura já me possui. Mais pareço um viciado em teus lábios venenosos.
Fera implacável cujo cheiro possui odor de luxúria e um prazer extasiante que rouba de mim meus sentidos.
Personificação dos meus desejos mais íntimos, objeto de minha cobiça, que feitiço é esse que me perturba o sono e derrota-me os pensamentos?
Criatura fascinante, cuja beleza incomum me encanta e faz-me refém.
Um exagero do Criador,é o que sois?
Corpo de fada,e o rosto de uma deusa.Tanta delicadeza,simplicidade, força, e os olhos cheios de rara esperança. Com toda certeza,sois um anjo,mas onde estão suas asas?
Quisera eu tê-las encontrado para ter de ti ao menos um sorriso de gratidão.Mulher és um mito para o meu coração.

LOUCURA

Tenho vontade de me dar por inteiro
Para aliviar meus anseios e receios
(Mas isso me parece loucura. Será?)
Por todos a quem eu tenho, sem medir veios

Será loucura, eu querer tê-los sob o meu acolher?
Fazer por merecer; não vê-los sofrendo
Ao menos por onde enxerga a minha mente
Desejo de estar lá e cá e angustiosamente...

Seria um alívio diante das agruras
Seria o alcance do que não fenece
Seria o alicerce de tantas estruturas

Seria um querer louco; um louco querer?
Mas eu quero. Então é a loucura estampada.
Pouco importa ser louco, saboreando o viver!

Será loucura minha sentir ciúmes do que perto de ti está?
Dos que possuem a sorte grande de desfrutar
De sua alegre e esfuziante presença?
Ah! Como queria ser um deles nesses momentos.
Será você minha obsessão?
Sim, tenho grande inveja dos que agora tem sua atenção
E sua companhia enquanto me encontro aprisionado nesse penoso labor.
Passo o dia sonhando em poder sair contigo.
Levando-te ao passeio pelas praias e encostas.
Levar-te a lugares onde você seja toda minha.
Onde não tenha que dividir sua atenção com outros.
Mas só nos dois.
E ternamente nos amarmos diante da natureza.
Mostrar-te o romântico incurável que sou enquanto teu.
Quero que o tempo pare
Que o mundo pare
Que tudo pare
Para que esse momento seja eterno para nós.

Quero te mostrar que esse amor transcende o tempo e o espaço.
E vivermos em outra dimensão do eterno amor.

Poeta

Senhor dos que não tem amor
Diz-me, ó, Senhor
Se loucura... ou verdade
O poeta não sabe, as letras são confusas
Ó, mar! Por que não apagar
Passa uma esponja
Rolai, varrei..
Limpa meu coração deste amor insano

Por que faz sofrer a alma do poeta,
Se a estrela se cala
Como cúmplice
Perante a noite confusa,
Chora alma de poeta
As letras, sem rumo, tropeçam em uma vírgula
Ó, Senhor! Tem pena do poeta.

Pretendeste deixar-me... que loucura!
Acaso pode a luz deixar o dia?...
E o ser deixar a forma, poderia?...
E pode o fel deixar sua amargura?...

Vivemos separados, de mistura,
O meu ser no teu ser em harmonia...
Se tu me abandonasses, criatura,
De mim, em ti, já nada restaria.

Não me deixaste a mim; deixaste a casa.
Temo-nos desenhados na alma em brasa.
Somos um coração íntegro e nu.

Não podias deixar-me... que no mundo,
De tal sorte contigo me confundo,
Que nem sei se eu sou eu, ou se eu sou tu.

Loucura de sonho naquele silêncio alheio!...
A nossa vida era toda a vida... O nosso amor era o perfume
do amor. . . Vivíamos horas impossíveis, cheias de sermos
nós. . . E isto porque sabíamos, com toda a carne da nossa
carne, que não éramos uma realidade. . .
Éramos impessoais, ocos de nós, outra coisa qualquer. . . Éramos
aquela paisagem esfumada em consciência de si própria. . .
E assim como ela era duas — de realidade que era, e ilusão
— assim éramos nós obscuramente dois, nenhum de nós sabendo
bem se o outro não era ele-próprio, se o incerto outro vivera.
. .
Quando emergimos de repente ante o estagnar dos lagos sentíamo-
nos a querer soluçar. . . Ali aquela paisagem tinha os
olhos rasos de água, olhos parados cheios de tédio inúmero de
ser. . . Cheios, sim, do tédio de ser qualquer coisa, realidade ou
ilusão — e esse tédio tinha a sua pátria e a sua voz na mudez e
no exílio dos lagos... E nós, caminhando sempre e sem o
saber ou querer, parecia ainda assim que nos demorávamos à
beira daqueles lagos, tanto de nós com eles ficava e morava, simbolizado
e absorto. . .

Que loucura é essa que está acontecendo comigo, como isso é possivel, é dificil acreditar em tal coisa, mas pra tudo existe sentido, você já se sentiu assim, então poderá me compreender.
Me diga como é possivel sentir saudades do seu olhar, se os nossos olhos não se cruzaram.
Me diga como é possivel sentir falta da sua pele, se os nossos corpos ainda não se tocaram.
Me diga como é possivel sentir saudades da sua voz, se só nos falamos por mensagens no whatsapp.
Me diga como é possivel sentir falta do seu perfume, se nunca cherei os seus cabelos.
Me diga como é possivel sentir saudades dos seus beijos, se os nossos lábios nunca se encontraram.
Me diga como é possivel sentir milhões de borboletas a voar no meu estômago, se nos encontramos uma unica vez.
Me diga como é possivel sentir esse turbilhão de sentimentos, e mesmo assim ser feliz.
Me diga como isso é possivel, deveras que nunca me senti assim.
Se você já se sentiu assim, por favor me diga, pois não confio em ninguém, mas pra ser sincero, sinto que posso confiar em você deste daquele dia em que eu te vi

Ela...
Ela é a mistura de loucura com doçura
Pode ser ao mesmo tempo nervosa e também frágil
Ela tem a paz que me acalma se não fosse assim não servia
Nunca fui de me apegar mais ela me prendeu em seu encanto
Fez eu jogar o jogo dela e agora eu estou jogando como ela gosta
Sabe por que ela ? por que eu gosto tanto dela?
por que quando tive mal ela foi o meu remédio
quando estava perdido ela foi o meu o norte
ela não precisa ser a mais bela mais é minha princesa
ela é minha metade feita por Deus direto para mim.

Que haja alguém que entenda a minha loucura. Essa insanidade de viver na simplicidade, das artes, de cuidar e ser cuidado por tudo que se move, respira e transpira. O que importa onde estamos se não estamos em paz? O que importa quantos nos cercam se não temos quem amamos? Somos "enquadrados" desde crianças. Do quadro pintado pelas convenções sociais não nos libertamos mais. É preciso coragem para comprar nossos próprios sonhos e não se vender, não andar para tás... É preciso aprender a apanhar, cair e levantar, é preciso ser forte. Eles baterão com muita força, nos julgarão, nos isolarão, nos abandonarão, mas nunca conseguirão tirar o melhor de nós, a nossa verdade, a nossa liberdade, essa capacidade que temos de estar sempre inteiros e limpos para amar.
Seja você... Sempre... Se cuide... Meu carinho...

Precisa-se de Loucos
De loucos uns pelos outros!
Que em seus surtos de loucura tenham habilidades suficientes para agir como treinadores de um mundo melhor.
Que olhem a ética, o respeito às pessoas e a responsabilidade social não apenas como princípios organizacionais, mas como verdadeiros compromissos com o Universo.
Primeiro a gente é feliz, depois a gente faz sucesso, não se pode inverter esta ordem.
Precisa-se simplesmente de loucos de amor.
Amor que cada ser humano deve despertar e desenvolver dentro de si e pôr a serviço da vida própria e alheia; Amor cheio de energia, amor do diálogo e da compreensão, amor partilhado e divino, do jeito que Deus gosta.
Ou resgatamos a inocência perdida ou teremos que desistir de vez da condição de HUMANOS.
Qual vai ser a sua atitude?

A música das almas...
Na manhã infinita as nuvens surgiram como a loucura numa alma. E o vento como o instinto desceu os braços das árvores que estrangulavam a terra...
Depois veio a claridade, os grandes rios, céus, a paz dos campos...
Mas nos caminhos todos choravam com os rostos levados para o alto.
Porque a vida tinha misteriosamente passado na tormenta.

Ao vencedor, as batatas! Machado de Assis
Quincas Borba (1891).
76 A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão. Machado de Assis
Nota: Frase adaptada de um trecho do conto "O Alienista" (1882). O trecho original é: A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão.
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251 Quando ela fala
Quando ela fala, parece
Que a voz da brisa se cala;
Talvez um anjo emudece
Quando ela fala.
Meu coração dolorido
As suas mágoas exala,
E volta ao gozo perdido
Quando ela fala.
Pudesse eu eternamente,
Ao lado dela, escutá-la,
Ouvir sua alma inocente
Quando ela fala.
Minh'alma, já semimorta,
Conseguira ao céu alçá-la
Porque o céu abre uma porta
Quando ela fala. Machado de Assis
Falenas. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1870.
250 Não precisa correr tanto, o que tiver de ser seu às mãos lhe há de vir. Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).
488

O tempo é pouco para o muito que espero... Machado de Assis
Nota: Autoria não confirmada.
65 Tempo é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro. Machado de Assis
Esaú e Jacó (1904).
142 Não se irrite o leitor com esta confissão. Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfico. A realidade pura é que eu almocei, como nos demais dias... Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.
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33 Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados. Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1881.
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64 Círculo Vicioso
Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
– "Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!"
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
– "Pudesse eu copiar o transparente lume,
Que, da grega coluna á gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!"
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
– "Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume!"
Mas o sol, inclinando a rútila capela:
– "Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta azul e desmedida umbela...
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?" Machado de Assis
Ocidentais (1901).
301 A primeira glória é a reparação dos erros.
(Ressurreição, 1872)
As ocasiões fazem as revoluções.
(Esaú e Jacó, 1904)
Não se perde nada em parecer mau; ganha-se tanto como em sê-lo.
(Memorial de Aires, 1908)
Também a dor tem suas hipocrisias.
(Helena, 1876)
O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se; basta a simples reflexão.
(Helena, 1876)
Dormir é um modo interino de morrer.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto.
(Esaú e Jacó, 1904)
Matamos o tempo - o tempo nos enterra.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
Amor repelido é amor multiplicado.
(Miss Dollar, 1869)
De todas as coisas humanas, a única que tem o seu fim em si mesma é a arte.
(A Semana. In: Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro, 29 set. 1895)
O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.
(Dom Casmurro, 1899)
Não se ama duas vezes a mesma mulher.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
A vaidade é um princípio de corrupção.
(Dom Casmurro, 1899)
Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular.
(Memorial de Aires, 1908)
Suporta-se com paciência a cólica dos outros.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
A fortuna troca às vezes os cálculos da natureza.
(Iaiá Garcia, 1878) Machado de Assis
106 Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem. Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.
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140 O coração humano é a região do inesperado. Machado de Assis
Iaiá Garcia (1878).
103 Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.
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205 Trata de saborear a vida; e fica sabendo, que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la. Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.
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318 Creiam-me, o menos mal é recordar; ninguém se fie da felicidade presente; há nela uma gota da baba de Caim. Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.
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44 Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes. Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia Nacional, 1881.
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71 Livros e flores
Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?
Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor? Machado de Assis
Falenas. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1870.
862 A uma senhora que me pediu versos
Pensa em ti mesma, acharás
Melhor poesia,
Viveza, graça, alegria,
Doçura e paz.
Se já dei flores um dia,
Quando rapaz,
As que ora dou têm assaz
Melancolia.
Uma só das horas tuas
Vale um mês
Das almas já ressequidas.
Os sóis e as luas
Creio bem que Deus os fez
Para outras vidas. Machado de Assis
Poesias completas (1938).
164 No alto
O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia a descer a vertente do oeste,
Viu uma cousa estranha,
Uma figura má.
Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste,
Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,
Num tom medroso e agreste
Pergunta o que será.
Como se perde no ar um som festivo e doce,
Ou bem como se fosse
Um pensamento vão,
Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta.
Para descer a encosta
O outro lhe deu a mão. Machado de Assis
Ocidentais (1880).
64 Relíquia íntima
Ilustríssimo, caro e velho amigo,
Saberás que, por um motivo urgente,
Na quinta-feira, nove do corrente,
Preciso muito de falar contigo.
E aproveitando o portador te digo,
Que nessa ocasião terás presente,
A esperada gravura de patente
Em que o Dante regressa do Inimigo.
Manda-me pois dizer pelo bombeiro
Se às três e meia te acharás postado
Junto à porta do Garnier livreiro:
Senão, escolhe outro lugar azado;
Mas dá logo a resposta ao mensageiro,
E continua a crer no teu Machado. Machado de Assis
Obra Completa, vol. III. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.
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74 Os dois horizontes
Dois horizontes fecham nossa vida:
Um horizonte, – a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, – a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, – sempre escuro, –
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais;
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, – tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? – Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? – Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.
Dois horizontes fecham nossa vida. Machado de Assis
Crisálidas (1864).
147 Gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881).
54 Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. Machado de Assis
Quincas Borba (1891).
31 A amizade é como um círculo e como um círculo não tem começo nem fim. Machado de Assis
Nota: Autoria não confirmada.
35 A primeira glória é a reparação dos erros. Machado de Assis
Ressurreição (1872).

⁠Meu nome é resiliência
Vesti-me de loucura
Para sobreviver a tempos nebulosos
Em uns dias expulsei a elegância a trovoadas
Em outros engoli o choro no miudinho de minhas orações
Esbravejei, contive-me, calei
Emudeci pouco, arrisquei muito
Não conheci a covardia, só o abandono
Desafiei os homens, escondi-me debaixo das asas do sagrado
Resisti, resinifiquei e recriei
Democracia social intima,
Vi a noite virar madrugada
Esperei o Sol.
Venci.

Loucura é vender a natureza em troca do ouro.
Loucura é fazer do velho, obsoleto.
Loucura é viver sóbrio, bêbado de razão.
Loucura é o ódio dos religiosos que lhe condenam ao inferno.
Loucura é acreditar que o mundo é um lugar seguro, para construir seus sonhos.
Loucura é não saber, que a palavra dos loucos, é a cura.

Você é meu delírio, a fronteira tênue entre a lucidez e a loucura. Penso em ser racional, mas o coração insiste em se perder nesse abismo doce que só o amor é capaz de criar.


Você é o caos que dá sentido à ordem, o risco que colore a rotina, a vertigem que transforma o vazio em intensidade. Entre a sanidade que aprisiona e a loucura que liberta, é em você que descubro o lugar onde realmente existo.


Ainda que esse sentimento me enlouqueça, nada me faz sentir tão vivo. Para além do bem e do mal, você é a intensidade que pulsa na minha vida. E eu te amo, com toda a força que existe em mim.

Louco por amar o louco

Quero deixar aqui minha maior e grande admiração pelo louco e sua loucura.
O louco é um presidiário, com seu presídio sendo a própria loucura.
Um ser como nós, mas longe de vós, pois apenas um algoz com tanta voz para o oprimir.

Esta minha carta digital é escrita para aquele que está aceitando sua degradação mental; que, por um instante, se perdeu de si, mas ainda se vê. Assim como qualquer louco. Assim como um louco qualquer.

Como tanta filosofia, religião e coisas deste mundo cabem na citação desse ser?
O mundo se adapta a partir dele, e ele não sabe. Deus — ou até mesmo deuses — tapam seus olhos e ouvidos quando eles começam a falar, ou pior, quando começam a cantar.
A regra dos porquês não os abala: são como uma bala sendo disparada.

Ora, que eu consiga fugir dessa prisão; para o desespero do meu peito, minha solução será colocar, em minha mão, uma faca.

AMOR COMO SOL DE VERÃO
Autora: Profª Lourdes Duarte


Pode ser delírio ou até loucura
Esse sentimento que me atordoa e mexe com meu ser
Contudo, só sei que o sangue ferve nas veias
Num simples toque de carícias das tuas mãos
Ou no teu jeito simples e avassalador de me olhar.


Contigo o céu fica mais azul e o verde mais vibrante
Como sol de verão, ardendo em brasas
A sinfonia dos pássaros fica muito mais harmoniosa
Comparando as batidas descompassadas do meu coração
A pulsar descontrolado por ti.


Como um fanatismo ou amor ardente,
Atordoando minha alma e meu coração
Sinto, que entre nós há uma forte ligação espiritual,
Um amor que transcende o infinito
Um amor que arde como sol de verão.

⁠Bom mesmo é gente que transborda
É loucura e sensatez
É mar revolto e calmaria
É maré alta
Gente que não precisa ter razão
Que não precisa ter
Que só precisa estar
Que é tempestade
Que é saudade
Sol no deserto
Frio polar
Que não precisa concorrer
Sequer correr para viver

Bom mesmo é gente que chega e preenche
Que não espera aplauso, agradecimento ou autorização
Que muitas vezes faz coisas sem razão por pura emoção
E da rotina só se for o hábito de acordar feliz todo o dia

Bom mesmo é olhar para alguém gigante, que faz a gente parecer mero figurante nesse filme da vida.