Corpo e Mente Nietzsche
" Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!"
(Jesus Cristo - Veja Mateus 6:22, 23).
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Senhor, desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua Palavra! (Veja Salmo 119:8).
Escuro de Si
Encontrei um corpo no escuro,não fedia.
Apenas sorria,como se fosse um espelho meu.
Piscina suja,matei eles dentro de mim.
Sujei minha alma de tristeza,apenas plantações que queimam.
Vejo-lhes na sombra
vejo meus amigos.
Vejo meus eus,apenas chorando.
Apenas vejo-me…
Sentando na esquina da praça,procurando algum jeito de partir.
Sabendo que meus eus morrerão,
Sem chance de nada.
Velhos costumes novos objetivos,eles me renderam e eu os perdi.
A dor escraviza,ando no escuro buscando a luz da cozinha.
Não sinto mais medo,sinto que me observam.
Algo me envolve,me abraça…
Aquela falta que eu procurava,aquele medo que eu não podia falar.
Aquela frase não dita.
Aquela ausência perdida.
Muitas vezes meu corpo dói,mas funciona; não durmo bem na maioria das noites,mas me levanto todos os dias e luto. Minha carteira não está cheia mas meu estômago está. Não tenho o todas as coisas que sempre quiz ter,mas tenho o que preciso. Minha vida não é perfeita,mas estou feliz e grato por poder vivê-la.
Viver e digerir
o paradoxo da existência humana:
a alma (eterna) é apenas inquilina do corpo (efêmero)
Quando a grande vida encontrar o corpo o corpo já não lhe servirá mais. Somos tomados por essa vida e conduzidos a deixar tudo que acreditamos ser o essencial pra trás. A identidade não nos serve mais.
Ouve-me
Ouve meu falar
Ouve meu traços em conexão
Ouve meu corpo
Ouve meu pulsar em movimento
Ouve as sensações que deliram.
A chama azul celeste, ancora e envolve todo o teu Ser... Não es apenas o corpo, es alma,espirito e mônada! Este mundo, faz parte de uma experiência consciêncial. Uma realidade ilusória da matéria.
Que minha alma irrompa em um brado inefável. Que meu corpo se alvoroce e meus ossos se estilhacem. Que meu coração arda a tal ponto que ferva em sua essência. Que a terra sob meus pés se rache em dois, levando consigo a vida para o eterno esquecimento. Que a chuva lamente e a lua chore pela ausência do sol. Que o vento se dissipe pelos quatro cantos do mundo e jamais encontre o caminho de volta. Que tudo se perca e seja consumido, pois, em verdade, tudo é vaidade, e a única coisa que realmente importa é a presença de Deus!
SUBURBANA
Veio desfilando
Na calçada do meu peito
Com um sorriso imenso
Um corpo opulento.
Pele cor de ébano
Uma bata africana
Turbante na cabeça
Linda, suburbana.
A Inscrição do Silêncio
As palavras são folhas do meu caderno por dentro do corpo.
As anotações registradas na minha alma
Tocam música,
Plasmada do silêncio que eu sou.
(Suzete Brainer).
RAPARIGA COM BRINCO DE PÉROLA
Me destes tudo,
um corpo que divido com vírus e bactérias,
um sol que sempre me aquecerá,
uma terra que dá tudo, mas que nada devo plantar,
pois, nada posso colher.
Mãos hábeis que não posso usá-las.
De tudo que me destes, talvez, a visão foi o sentido mais inútil,
Com meus olhos, vejo-a como uma obra de arte, perfeita, num pedestal, digna apenas da minha mais taciturna admiração,
como A Vênus Milo, fêmea sem braços,
Intocável tu és.
Austero é meu desejo, cálido, puro e ingênuo,
mas não pode ir além de um frenesi que me aquece o cérebro,
pensamentos puros, mas reprováveis, tomam conta do meu âmago.
És terra de fronteira, lâmina desembainhada, és rosa amarela,
Amante desprezada, “Rapariga com Brinco de Pérola”, és proibida.
(Leila Magh Moreira, setembro de 2018)
