Conveniência
As pessoas bebem
talvez por vício
ou por conveniência.
Tem quem beba
por pura diversão,
outros pra esquecer
alguns amores,
apesar de ser em vão.
E eu que não bebo,
tenho vontade
de encher a cara.
Assim seria mais fácil,
culparia o maldito álcool
pelas ligações na madrugada.
E eu sei que você
nem ao menos
atenderia.
Mas,
vejamos
pelo lado bom,
assim como a ressaca,
a dor só viria no dia seguinte
e eu teria uma noite de folga
dessa saudade torturante.
- Abstinência de você
... a febre
da conveniência
esmorece tanto os abastados
quantos os desprovidos: recaindo
numa espécie de submissão - um
caminho, muitas vezes,
sem volta!
Calar uma verdade? Toda verdade à tona é conveniente, desde que esteja atrelada a quem a enxerga. Do contrário, atravesse em silencio.
Nem tudo nos convém, porém, tudo nos é lícito.
Ouvir não é sinônimo de concordar e nem de agir da mesma maneira.
Mas sim, de atentar para tudo aquilo que está acontecendo.
O mundo está perdido porque o amor só acontece quando nos é conveniente, obrigado ou quando mexe com nosso orgulho.
Um livro não fala, um livro é humilde e quieto, ele apenas informa.
Pessoas falam, falam muito... Essas pessoas interpretam o que informam os pobres e calados livros. E dizem com suas bocas banhadas na conveniência o que querem. Distorcem a verdade do que dizia o livro, mentindo sua verdade, mascarando-a com a capa daquele que é inocente.
Conveniência
Já fingi amor
Já fingi alegria
Já fingi tristeza
Já fingi simpatia
Já fingi prazer
Já fingi ódio
Fingi tão sinceramente
Que cheguei a duvidar se deveras não senti
É tão ruim uma amizade forçada, daquelas que a pessoa só é sua amiga por conveniência, só pra beber da sua bebida, fumar do seu cigarro e fingir que se importa com você.
Isso não é amizade, isso é medo da solidão.
Não existe amor, existe troca de interesses, de experiências e de conveniência.
[Trecho de Chove lá fora]
Não simpatizo com sentimentos descartáveis, amizades por conveniência, felicidades ilusórias e meias verdades. Isso para mim são atitudes sem valor que não me convencem. Talvez me chamem antiquada, mas certas coisas do mundo moderno não me convencem, infelizmente, só me abrem os olhos para que eu enxergue o quanto regredimos. Coisas descartáveis eu até aceito, mas pessoas que descartam as outras e seus sentimentos sem fazer cerimônia tem um oco no lugar do coração e nunca serão dignas da verdade que existe dentro de certas pessoas...
Simpatizo com corações que sentem e demonstram, olhos que enxergam além do aparente e que choram quando o sentimento não cabe no peito. Simpatizo com quem, apesar de estar na modernidade, não tem medo de ser humano e de demonstrar toda a sua humanidade...
CONVENIÊNCIA
Ela chorou na chuva para
que ele não visse suas lágrimas.
Em vão...
mesmo que não estivesse chovendo,
ele não veria.
Era cego?
Não.
Mas só enxergava
aquilo que queria.
Ela sorriu.
E ele viu.
E - sempre sem visão - a seguiu.
As lágrimas eram para ele,
o sorriso... não.
(Janaína da Cunha)
