Contexto da Poesia Tecendo a Manha
Sucesso
Sucesso é sorrir e gargalhar
E olhar o horizonte e suspirar.
É beber água na fonte
Sem se preocupar.
Sucesso é poder estudar
Ampliar as fronteiras do conhecer
Ter a noção do quanto
Infinito são a sabedoria e o saber.
Sucesso é ter aonde ir
Mesmo sentindo uma vontade
Imensa e incomensurável
De continuar, de ficar.
Sucesso é ter dinheiro sim
Mas não ser prisioneiro dos bens materiais
É ter relações reais com as pessoas
E não ter relações objetais.
Sucesso é andar descalço por aí
Comer frutas no pé sem receios
É poder partir ou se isolar
Quando se está de saco cheio.
Sucesso é poder
Beijar a boca da amada
Poder fazer amor
Sem ter horas marcadas.
Sucesso é desejar
Principalmente o que se tem
É continuar desejando
O que conquistou.
Sucesso é resistir às traições
Aos insultos e as inverdades
Sobreviver aos absurdos
E ter imunidade às maldades.
Sucesso é tanta coisa
E outras coisas para cada um
É ter fé em Deus
E poder simplesmente respirar.
Sucesso é poder viajar
Seja para o exterior
Ou poder voltar para casa
Ou embarcar na literatura e suas asas.
Sucesso é ter uma ideologia
É acreditar na democracia
Ou desacreditar do sistema
E hastear a bandeira da Anarquia.
Sucesso é abraçar gostoso
Abraçar demoradamente
É rever alguém
E ficar verdadeiramente feliz.
Sucesso é deixar
Um legado ou ensinamento
Para o mundo ou para uma pessoa
Ou ainda, para várias pessoas.
Sucesso é amar
É ajudar ao próximo
E não fazer questão de retribuição
É esperar pouco ou quase nada.
Sucesso é atingir o alvo
É viver de fato um sonho
É ser um ser grato e ter a certeza
De ter feito o possível.
Sucesso é indefinível
Sucesso é algo incrível
Sucesso é ter feito valido à pena
Sucesso é poder descansar em paz.
Sei lá, é que agora é diferente... Mesmo cheia de incertezas e à frente de portas entreabertas, estou tão contente. Não me pergunte o porquê, eu não saberei lhe responder. Também não pergunte sobre o meu eu, você não compreenderá.
Eu simplesmente respiro profundamente olhando no espelho. E neste intervalo entre inspirar e expirar, tenho plena certeza que estou melhor assim. Vazia não da alma, mas sim de você, de sua insignificância.
Palavras que eu não te disse...
Digo-as agora!
No êxodo de meus sentires mais profundos
Escrevo na areia branca... Faço num coração
Enorme teu nome e o meu... Uma seta transpassa
Quase sangrando... Fragmentando...
Inflamam mudas todas as palavras
As que eu te disse... E as que não te disse...
E o que eu não te consegui dizer...
Os poemas que escrevi eram pra ti... Todos!
Sentimentos foi sempre a minha história...
E eu a contei... Pra ti...
Jamais parti sem novamente chegar...
E nunca te disse nada...
Doía muito... E eu apenas chegava...
Via-te... E pra ti corria... Braços abertos...
Sorriso nos lábios...
Deixava a melancolia escorrer pelas pedras...
Que encontrava no caminho... Minha latejante esperança pinta delírios
Voar qual aves de volta ao ninho...Neste Crepúsculo…
Eu sigo calçando
com os meus passos inquietos
alegrias se apressando
e passados secretos
contorno
retorno
revivo
A ânsia que me consome
já fragmenta meus resquícios sanos
minh'alma anorexica, com fome
causa em mim severos danos
enlouquecendo
tremendo
temendo
As mãos que acariciavam
agora estão cansadas
das noites que mutilavam
do depois tão machucadas
naufragando
alucinando
lutando
Há dias de glória em meu olhar
e tormentas na tardia neste sorriso
me equilibro para me livrar
do pavor que tanto esquivo
sentindo
exaurindo
afligindo
Então a culpa se alastra
como um vírus imortal
parecem animais com mordaça
pedante e demasiado bestial
julgada
ignorada
...
...
...
lágrimas de uma invisível.
A brisa dissera adeus
mas o tempo reiterava em regressar
memorando os lábios teus
tentando não lacrimejar
A tua toalha branca
já faz falta em meu varal
ontem,hoje e toda semana
dolorosa nostalgia infernal
Me encantava as flores
os pássaros e jardins
agora só sinto o agridoce
de ver a vida tendo um fim
Quero o que um dia foi meu
para sempre e novamente
eu lembro, você me prometeu
que me amaria tão brandamente
Tua voz ainda ecoa
no corredor e no quarto abrasado
tua palavra ainda soa
como um suicida obstinado
Terminou como um covarde
não permitiu que eu te salvasse
estou vazia, sem tua parte
que remate, que tudo passe
Preparando
cortando
me enforcando
...
...
...
Estarei em teus braços novamente, meu suicida amor
Em meu sonho era linda como uma rosa
Mas quando te vi, não acreditei
Simplesmente mais do que formosa
É mais bela do que imaginei
Na minha imaginação ouvia uma voz doce
Mas quando te ouvi, criou-se afeição
Logo me despertou o romance
Pois sua voz me acalma o coração
Em meus pensamentos, vi o sorriso irresistível
Mas quando percebi, já tinha me apaixonado
É indescritível
Pois seu sorriso me deixa animado
Agora, o mais impressionante
Sua bondade
Feliz é aquele que a recebe
Agora, o mais interessante
Seu amor com o próximo
Bem-aventurado é aquele que o tem
Agora, o mais importante
Seu nobre coração
Afortunado é aquele que o reside
Te ver passar me fez
Feliz. Feliz fiquei
Ao te ver passar
E passou.
Pensei em dizer algo,
Mas calei. Apenas
Pensei. Calei
Sem nada dizer
Mas o silêncio gritou
Sem medo. Sem
Medo gritou o silêncio,
Mas era tarde.
Outras mãos te conduziam
Para além do meu
Alcance. Distante
Do coração.
Olho-te fundo a alma.
Olho na ânsia de te
Alcançar. De poder te
Abraçar entre olhares.
Quem dera te tocar,
Sentir tua pureza,
Despida de qualquer
Malicia e te amar.
Dir-te-ia tanta coisa
E silenciaria para
Ouvir-te pulsando
Docemente.
Far-te-ia sol em noite
De lua crescente
E iluminaria esse breu,
Lacuna vazia.
Não choro esse mergulho,
Essa lágrima abranda
Essa tempestade e afaga
O coração ainda alagado.
Me recordo muito bem,
eu, maestro do silêncio sabia te silenciar,
meus métodos impecáveis te jogavam pra longe
lembro da imagem do seu rosto inocente reluzindo
como um cometa e me acertando em cheio,
eu acordava suado no meio da madrugada
e ficava acordado até meu corpo se apagar,
porque minha mente nunca se apaga,
ela está sempre ligada repetindo meus erros
me levando para um passado recente
transbordando minhas lembranças.
O passado é um trem carregado apitando e saindo da linha, eu nunca fui bom corredor e sempre perco essa corrida.
Roney Rodrigues em "Memória Fumaça"
O inverno corta rente a carne
a ferida arde mais em quem sente
mais que os outros.
Em um ponto de ônibus qualquer
as horas demoram para passar
e o vento assopra loucuras geladas
no ouvido de uma moça que deixa escapar algumas lágrimas,
ela recolhe algumas gotas que caíram.
Com um lenço vermelho ela impede que vejam a fragilidade.
O frio mais assassino é um coração polar,
um coração tão frio que afasta qualquer alma
que ouse se encostar para esquentar.
Roney Rodrigues em "Coração Polar"
Quando um abraço acontece,
os corações se esbarram,
o calor estremece as veias,
as pontas soltas se ligam,
o relógio se retorce
e o tempo desacelera.
Amar é um grande descompasso,
é curvar o tempo e ser eterno
nem que seja apenas
por um momento.
Roney Rodrigues em "Descompasso"
Me leva na sua bolsa,
perto do teu kit de maquiagem,
perto das chaves do teu coração.
Me guarda no calor no teu colo,
enriquece minha presença
com memórias suas.
Me leva pra onde você for.
É só você chamar
que eu vou tropeçando.
Faz mais frio aqui nessa mesa
do que no bolso daquele teu
jeans preto rasgado.
Me alegra ser um chaveiro,
pois de vez em quando,
eu fico grudado em você.
Roney Rodrigues em "Chaveiro"
Eu queria ser viajante do tempo,
embarcar nos trilhos da memória.
Queria me encontrar
aos quarenta e cinco anos.
Queria encostar a minha
mão do passado
no meu rosto do futuro,
olhar no fundo dos olhos marcados,
mostrar fotografias empoeiradas,
me abraçar por horas e dizer
que compreendo as cicatrizes.
Eu diria agora e sempre,
eu ainda sou 1% do que posso ser.
Carne e osso é pouco pra mim,
eu quero ser verso e poema,
quero ficar gravado na pele dos muros,
quero ser escrito nas placas de trânsito,
quero ser pichado na mármore dos corações
de cada cidadão dessa nação.
Roney Rodrigues em "Mochileiro do Tempo"
Ora não seja tão rude assim.
Enquanto o mundo gira,
você fica aí estacionando
suas mágoas no aperto
desse apartamento.
Vem aqui fora ver as estrelas,
vem aqui fora me abraçar.
Ainda faz um tempo bom
para sonhar com melhoras.
Ainda faz um tempo bom
para se perdoar sem demora.
Roney Rodrigues em "Quase Inverno"
Um pai joga a filha do sexto andar de um prédio
e jura inocência aos policiais.
Bandidos roubam um carro e não permitem
que uma mãe retire seu filho de seis anos
de dentro do carro, o menino fica pendurado
pelo cinto de segurança do lado de fora do veículo
e é arrastado por sete quilômetros de distância.
Menores de idade sequestram um casal de jovens
que acampava, após abusarem da moça em forma
de rodízio, um dos menores a assassina na frente
do namorado e depois atinge o jovem com golpes
de facão, o jovem morre por traumatismo craniano.
Abra os olhos,
não se deixe enganar,
o inferno é aqui na Terra!
Roney Rodrigues em "O Inferno é aqui"
Se tu soubesse como dói
ser desajustado e confuso
talvez não me olharia
como olha para
o palhaço do circo.
Talvez enxergaria
algum sentido
nas minhas palavras disléxicas.
“Abundância de sentimentos foi o que me acabou.”
Essa rotina de beber
para esquecer lesões internas
matou Van Gogh aos 37 anos.
Outra vítima do desajuste,
o mesmo desajuste que
me persegue todo dia
quando saio do serviço.
Roney Rodrigues em "Absinto"
Finalmente você chegou,
achei que não viria,
achei que nunca te conheceria.
Rastejei por anos
como quem vive
no limo de um poço,
no fundo de um porão.
O amor veio como
tempestade sem trovão.
O grande estrondo veio
do ranger de um coração
enferrujado.
Esperei mil anos
nessa minha aflição.
Seu olhar claro,
seu abraço comprido,
é o lar mais aconchegante
em que já estive.
Logo eu que não tinha nada,
agora tenho um reino,
um império só meu,
um peito quente
para repousar o fardo
de não ser poeta,
o peso de não saber rimar.
Roney Rodrigues em "Bruma"
Eu fico triste
por essa geração.
As crianças não jogam
mais taco na rua.
Não tem mais
time da rua de cima
contra time da rua de baixo.
As calçadas
não tem mais marcas de giz.
Ninguém toca mais
campainha pra sair correndo.
Mas ainda brincam
de polícia e ladrão
aqui no quarteirão,
só que ao invés
de cano 'pvc' nas mãos,
a criançada sai armada
de fuzil e “três oitão”.
Roney Rodrigues em "Triste Geração"
Garoto pobre da zona sul,
de roupa e alma rasgada
tecia seu verso, incerto
em seu velho caderno azul.
O telhado tinha uma goteira,
o madeirite tinha uma fresta,
Pela fresta assistia o universo,
A lua, as estrelas, que linda festa.
O dinheiro que o pai trazia,
dava pro pão, mas faltava pra vida.
A mãe dizia menino larga esse caderno
que isso não dá futuro, só ferida.
O garoto da favela nunca esqueceu a viela,
o povo, a dor, a sirene e o caderno.
Foi pro mundo muito cedo,
comprou um livro, vestiu um terno.
Nunca contestou as palavras
afiadas de sua querida mãe.
Desobedeceu ela até o fim da vida.
Em seu jazigo um poema:
Morreu o poeta da viela,
Venha estrela e venha lua,
espiar por entre a fresta.
Venham cear nessa rua,
Chorar a morte, fazer uma festa.
Cantar seus versos, contar seu amor
Fazer com que saibam que poetas
também nascem do calor da favela.
Roney Rodrigues em "Poeta da Viela"
A imparcialidade é uma
armadura pra poucos.
É sombra na vastidão
de um deserto.
É refresco para o coração
desidratado.
Não se esqueça,
quem com a espada fere,
com a espada será ferido.
Quem com as palavras divide,
com as palavras será dividido.
Roney Rodrigues em "Imparcialidade"
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