Contexto da Poesia Tecendo a Manha
A ideia é não ter ideia
Só assim
Transparentes de nós
Conseguimos mudar
de estação.
O jeito é não ter jeito
Entregar meu microcosmo
Ao universo dos meus pecados
Que não são pecados,
apenas traços de mim
A que melhorar
A que me conhecer
de verdade
A quem desejar
Além de mim.
Nada me feriu mais
em calor frio da minha pele
do que amar.
Dos amores que escolhi
Aos amores que tive
Para os amores que nunca apareceram
Entre os amores que nunca amei.
Nada me doeu mais
do que os sentimentos que matei, sufoquei
Me doei e arrisquei.
Sequestrei em tempos de escassez.
Engraçado,
Pois nunca ninguém amei.
Não há certezas reais da ilusão.
Está no coração
a chave para a arte
da emoção
Como prosseguir?
Desespero meu querer ser bom
ou meu dia diferente.
Reviro a mão no bolso
e nada encontro
Nenhuma chave
só realidade
Como?
Amanheço meu feriado ensolarado
que logo será chuva
desperto a prova real de quem é a ilusão,
que floresce com quem a cuida
Se não há certezas,
Prossigo assim mesmo,
Não me importa mais
Não fará diferença.
Sou convicto apático
mesmo não o sendo
esse sou eu.
Como quem vai a lugar nenhum
Redirecionando a estrada
No inconsciente me encontro
onde não imaginava me encontrar
Um encontro real e surreal
Como quem passa por mim na calçada
Sem muito movimento
De uma passagem familiar
e reaparece à minha frente.
Não há certezas
Minha confusão mental toma conta de mim
Mas sempre estive assim.
Não há certezas reais
Da ilusão
Como prosseguir?
Bordo meu coração com punhais de falsos diamantes,
quebráveis
tocáveis
superficiais
e eu não ligo
Sereno de mim, som dos campos donde vim
E com ela o invisível
sensível
num minado de mecanicidade social
Não as quero em mim
Como prosseguir?
SER POETA
Ser poeta é:
Simplificar as fazes e as estações,
amiudar os amores e as saudades,
medir o tempo e as tempestade
ouvir o medo e achar a verdade.
ser poeta é:
Pespontar as pontas e demonstrar
as verdades,
ser feliz mesmo quando as flechas
apontam para a sagacidade.
Ser poeta é:
Ter sonhos e sonhar
ser sonhador acreditar no amor
adaptar-se a vida e amar.
Antonio Montes
Incertezas
Reafirmas o jogo do malmequer.
Lanças as pétalas da paixão em uma estrada deserta,
deixas as sementes do sentir
em um terreno pedregoso,
causas um excesso de lagrimas
apodrecendo as raízes desse amor,
provocas ventania lançando as folhas do carinho.
Mesmo quando estás presente.
O silêncio invade como cupins
destruindo o caule da União.
Com o inseticida das incertezas,
que pairam sob teus passos,
a árvore do nosso amor irá fenecer.
Escombros
Nossos beijos coexistem das lembranças.
Amplitudes de carinhos cessaram.
Mágoas por palavras mal colocadas
ceifam a aproximação.
Lampejos de orgasmos surgem apagados.
As bases do amor ruem na indiferença.
Sentimentos bons desaparecem
como o sol no céu nublado.
Lanço minha revolta diante de ti em um sorriso pálido.
Entre nós escombros se formam
em cada pedra que a rotina nos atira.
Amor Imperfeito
Meu amor não tem nenhum grau de evolução.
Pega a razão e lança ao chão.
Se der sinais de evolução,
não vou amar assim, querendo
pedaços de você grudados em mim...
Não posso me trair e,
Todo sentir que há em mim
não é possível definir...
Só sei amar assim se sucumbir,
submergir sem consentir...
Percebo o efeito do meu amor imperfeito
sem conceito ou preconceito.
Por favor, jamais me peça
um amor-perfeito,
não me peça nada perfeito.
Tudo em mim é defeito...
Sem Reservas
Invadiu-me, profano,
com mãos inquietas e toques famintos.
Cobriu-me de um desejo insano
à mercê do teu domínio
minhas forças ruíram. Entreguei-me.
Minha pele vibrou no comando dos teus beijos.
O silêncio ensurdeceu com meus gemidos.
Rasgamos os lençóis do pudor
e nos fundimos sem reservas
abrindo portas pro nosso prazer.
Amores Destrutivos
Amores destrutivos são como roseiras!
Te atraem por mostrar uma beleza encantadora,
com seu perfume te entorpecem e sufocam,
com seus agudos espinhos te ferem,
com suas raízes sugam lágrimas como se fosse Água,
Por sua fragilidade,
te atacam com fungos que te Adoecem,
te lançam ao chão como pétalas murchas
tirando Suas esperanças.
Madrugadas Infindas
No silêncio estrondoso das noites
grito palavras Indizíveis,
o frio em erupção me desperta de sonhos insones.
Resquícios de saudades atrozes
tornam as madrugadas infindas.
Delírios que adormecem meus devaneios
logo despertam As dores de um amor mal vivido.
Exaurida em cada amanhecer visto cores e flores
e flutuo Nas dores.
Liberto-me das noites que me atormentam
Dissabor
Meu amor resistiu ao tempo.
Percorreu nas diretriz de grandes espinhos,
chocou-se nas inclinas de nossas vidas,
tropeçou na solidão,
e estacionou na rotina.
Debateu-se na indiferença,
nadou em pedras ferozes dia após dia.
Foi do sorriso a dor,
da alegria ao dissabor.
Em um mar negro deságuo,
por não ter mais forças
naufragou.
Quando O Amor É Cego E Surdo
Entre minhas paredes,
mais um dia, todos os dias,
dia após dia,
já não sei onde tudo se perdeu,
onde encontrar meu eu depois do seu adeus.
Tomei um cego amor que me extasiou,
me embriagou, viciei e me desesperei,
suas roupas rasguei, os versos queimei,
livros joguei e o celular molhei,
te expulsei e te busquei.
Quando o amor é cego e surdo se torna tudo.
se eu soubesse amar, o amor não me cegaria.
ceguei-me de paixão
e me ensurdeci de solidão quando bateu o portão
e foi segurar outra mão.
Amor Prístino
Com atos e palavras o amor me peguei a declamar,
em grilhões vivi por anos a te invocar,
vi meu sofrimento delongar,
meu sorriso depredar
e um mar de lágrimas derribar.
Vi seu corpo em outros braços se deleitar
e os sentimentos decidi de todo meu ser decepar.
Aquele amor parei de decantar,
pois feneceu o desejo de nos unificar,
o tempo decidiu delegar,
então vi aquele amor prístino se findar.
Saudade
Chega fora de hora,
quando se diz pronta para ir embora,
o coração penhora,
fere como espora,
sentimento que ao se perder explora,
saí porta afora com desejos de outrora,
não ver o romper da aurora,
o florescer do meu sorriso pletora,
fenda de ferro e fogo que devora,
é essa saudade quando aflora.
Melancolia
Sombria melancolia que me
assola ao meio dia,
a meia-noite me desafia,
deixa a manhã fria,
à tarde me causa paralisia.
Via que me tira alegria,
quero dias e noites de sabedoria,
uma vida sadia sem terapia,
outra vez a primavera que minha
vida floria com eufonia,
o inverno que você aquecia,
o verão que amor entre nós havia.
AUSÊNCIA
Sua ausência me deixa sem essência,
tira a indecência,
me rouba toda coerência
sem clemência
com violência
em forma de advertência!
Difícil convivência sem tua presença.
Levo meus pensamentos a ti para te sentir.
Batalho com desejos escondidos a me ferir,
impelir a saudade que mora em mim.
Já podei meu jardim,
para resumir admiti que não me desprendi.
Não consigo reduzir um amor que vive a ressurgir,
não aprendi partir...
Permaneço consumindo-me aqui.
Quando penso que sei tudo de mim,
Há muito a descobrir,
Nunca imaginei viver assim..
SINTO FALTA I
Sinto falta de muita coisa ou de quase nada,
Sinto falta do que era simples, inocente,
Sinto falta do que não entendia
e de contos de fada,
Sinto falta da poesia,
Do sol poente.
Sinto falta de Castro Alves a Manoel Bandeira,
Sinto falta de Gonçalves Dias a Tom Jobim,
Sinto falta dos frutos de minha goiabeira,
Sinto falta da inocência que chegou ao fim.
Sinto falta de poemas e versos,
Que um dia fiz e hoje perdidos ou dispersos,
Sinto falta de amigos, de minha mãe e de meu pai,
Sinto falta de sonhos e tenho saudades que do coração não sai.
Autor: Agnaldo Borges
24/04/2005
NA LUA
Ih!!! Tem muito lugar p'ra ir
e eu vou... Vou sair daqui
vou por ai...
Quem sabe se lá p'ra onde,
se, a pé, ou se, de bonde.
Aonde a gente se esconde?
Sozinho , ou com o conde?
Eu não sei se vocês, mas...
Tudo que sei de mim,
É que estou, próximo do inicio
e muito mais do fim,
e que, qualquer dia
... Desse mês...
Chegará a minha vês
E eu... Há, eu vou sair por ai,
com aquele velhos giz...
Colocando pingos nos is.
Antonio montes
PASSAGENS
O que dizer a vocês...
Direi que vida é isso, vida é assim
... Um tempo mais,
outro tempo menos,
um dia somos embalados,
outro dia freados...
Se hoje rirmos muito...
Amanhã choramos.
A vida é isso, isso é vida!
E diante da vida, teremos que esta,
preparados para viver.
Particularmente, eu não culpo...
A mim, a ninguém,
muito menos a você...
Estamos vivos e viver é errar e acertar,
isso é vida!
E diante da vida, não podemos ser iguais,
nem os dedos das mãos podem!
Que feios seriam se fossem.
Avante gente, avante!
Saúde, vamos a luta...
Vamos está, vamos marcar ,
estamos passando, por aqui
vamos deixar as nossas marcas fluir...
Uma vês saindo daqui,
nunca mais voltaremos a existir
nem por segundo...
Momento, minutos hora ou mês
Não se esqueça que...
Só se vive uma vês.
Antonio Montes
Cenas
Eu gosto mesmo é de
abacate com açúcar.
Saborear tal gostosura,
é experimentar um pedaço de céu.
Me impressiono com as abelhas,
zapeando ao redor do mel.
Seriguela desce pela goela,
eu eu, pego da tigela, pro
suco fazer.
Mae grita da janela:
"-Descasca e moe, que eu
coou procê!"
Cenas do interior,
lugar calmo,cheio de
aconchego e calor.
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