Contexto da Poesia Tecendo a Manha
ESSA AQUELA VIDA
Aquela historia da vida vivida
nascida no sereno, serena pequena
hoje a vida é velha, comprida ferida
as vezes tem gosto amargo de veneno.
Aquela vida todavia esta por vias
vias de fatos de atos... Baco-baco
entre tacos suspiros de tabacos
a vida passa com espirro e hiatos.
Aquela historia de vida vivida
estão lendo, tanta leitura perdida!
Aprendendo a cada dia uma vida
essa vida todavia só quer, viver a vida.
Uma vida de poema poesia
um viver um momento a cada dia...
Um sopro com muleta em primazia
as vezes um vento, em desalento leve
... Leva a farinha.
Antonio Montes
A RÉGUA
Lá vem a morte...
Em seu trem forte, não atrasa
com sopapo, com seu choque
vem moendo, vem morrendo
foiçando de sul ao norte,
não tem asas, mas arrasa.
Lá vem a morte...
Pelos campos pelas casas
arranca caretas, arranca lagrimas
espalha dor entre amores
seca espinhos , seca flores
espalha ausência e arrasa.
Mesmo sem asa ela voa
voa até a pessoa má
voa até a pessoa boa.
A morte é incerta
a na certa infecta
até mesmo a mais leve garoa.
Eu sou forte, vou lutar
mas tenho medo da morte, me levar.
Antonio Montes
COM POEMA
Assim com poema, vou por ai
desenfreado sem lado
as vezes em sopros mirrados
em outras... Em ventos largos.
Te digo, não ligo...
Se eu vir, escorregar,
e por acaso, cair no lago,
quem sabe, sob frio, molhado
farei um poema de tremer
ou até mesmo um poema
encolhido, coitado.
Mas uma coisa, te digo
mesmo que eu acenda a centelha
Entre banhos de palavras e larvas
não irei queimar minhas favas...
saborearei o mel das frases
sobre as telhas da minha casa.
Antonio Montes
ESTRIMILIQUE
Com a cangalha
sobra a galha...
Com fuxico e sem fuxico
o burrico do seu Dico
ploc, ploc
nunca deu ouvido a grito.
Leva milho
leva palha...
Na estrada com zagaia
relinchos não atrapalha
seu reboque, seu enfoque
subindo descendo
babando, tremendo
a galope, de sul ao norte.
O seu Dico, vai aos gritos...
Acreditando no feito
e os ticks fiquitiço
nem esta ai para isso
muitos menos com os grilos
de burrice do burrico.
Antonio Montes
Réquiem 3
Logo eu que sou tão ambicioso
Fui pego por um mundo de vicio
Mágica do sacrifício
De movimento sinuoso
Pejo em ignorância
Isso só pode ser vingança
De primeira instância
Essa é minha herança
Por ser tolo e arrogante
Vivendo como um
Eterno ignorante
Querendo a vida comum
Ou ate inconstante
Sem ter por mim nenhum
Amor se quer delirante
Réquiem 6
O que são os sentimentos
Se não um punhado de vontades
Sem qualquer sentido
Em si reprimido
Às vezes até coagido
Por dizeres alheios
Em rumos certeiros
Sem qualquer pedido
Disparados como flechas
Acertando corações em cheio
Por entre mechas
De puro devaneio
Entrelaçados a mente
Do momento sorridente
Macabeu
Meu mundo escureceu
Quando das cinzas se emergiu
Aquele velho frio
No silencio que se rompeu
Quanto o céu cedeu
E o primeiro cavaleiro saiu
Minha raiva surgiu
E nos homens o medo cresceu
O segundo cavaleiro aluiu
O terceiro o seguiu
Por fim o quarto apareceu
E a fê dos homens se perdeu
E a esperança que se extinguiu
Sem saberem que o verdadeiro terror sou eu
Maldita Sorte
Eu que sou midas ao avesso
De poderes a contra gosto
Sendo rei imposto
Melancólico e obsesso
Em tudo que expresso
Tocando ou quero
Se comigo não sou sincero
Por ser Louco, confesso
Estar desesperado
E preso em solidão eterna
Ser ter o que me espera
Nem algo almejado
Estando sempre acordado
Com nenhuma felicidade a vera
Verde Mistério
Teus olhos insistem em me impressionar
Adoro velos mudar de cor
Conforme está o teu humor
Deixando sempre um mistério a solucionar
Adoro velos vagando ao procurar
Sentidos no amor
Que eles fazem com finco rigor
Olhos como ondas verdes do mar
Sempre dispostos a me animar
Belos e únicos como só eles podem ser
Olhos que estão a dizer
Palavras para me ter
E em um piscar
Meu coração devorar
Andaluz
Teus olhos , junção de eclipse lunar,
Com fragmentos estelar.
Luz incandescente, de brilho reluzente
a me incendiar.
Eu, solitário, solidário com resquícios
de uma ilusão.
Sobrevivo contemplando-te diante
da imensidão.
Balsamo raro, cura eu, cura voce
Livrando-nos de nos perder.
Vida e cruz, caminho de luz.
Reluz andaluz!
Carro de Boi
No quadro, um retrato do se foi.
Vejo crianças e um carro de boi.
Creio que muito ele rodou, gente
e histórias por ele passou.
Até contos de Alibaba, e de pessoas
que conheceram o mar.
Ah interior, cheio de miscelâneas,
imunes ao que se vê.
Anciões e sábios,
sem saber ler e escrever.
Anexado
Arquivo anexado,
e-mail enviado.
Destinatário espera carente,
eu sabendo,fiz questão de borrifar,
energias positivas, antes de enviar.
Já não envio cartas, tenho um tal
de computador.
Hoje em dia, ele ameniza a dor,
de quem suspira com saudades,
do seu amor.
O perfume que dava o toque final,
após os balbucios e sorrisos,
já não é mais igual.
Em tempos de nudes,
o romantismo está em escassez.
Novo e-mail!
O que será dessa vez!?
Quando falo uso as tuas palavras,
me vejo com teus olhos,
com as tuas pernas
caminho ao meu encontro.
Com teus braços me abraço,
me desnudo e me visto com teu corpo.
Dentro de ti sonho,
acordo e, no espelho, te vejo,
já não recordo de mim.
Tudo que ainda tenho meu
está em ti,
quando caminhas é o meu jeito de andar,
em teu rosto vejo o meu sorriso,
em teu coração circula o meu sangue.
Há tanto tempo que somos um,
que não sei por onde ando,
mas não procuro mais por mim
sei que estou em você.
Bandas do Sertão
Não importa se é noite ou dia,
ela chega e me enche de alegria.
Um faniquito no meu coração,
É tal de Dona Paixão.
Apruma o corpo menino,
ta parecendo badalo de sino.
Eu gosto mesmo é de tambor,
pulsa que nem o amor.
Tiquim daqui, cadim de lá,
To com vontade de viajar.
Sumir la pras bandas do sertão,
Vai eu e o violão, eita trem bão!
Eixo
Ar cênico.
Ar Cético.
Mar Vivo.
Mar Morto.
Osso Orto.
Nuvem Chão.
Visão contemplação.
Grafia Afia.
Assado Cortado.
Em pedaços se fez,
Em vida se refez.
Fênix, pronta para estrelar,
Nos primeiro raios da aurora.
Voa e vai encantar.
És pássaro, vida que
me ensina a recomeçar.
PASSOS MARCADOS
Se eu passo com meus passos
com seus passos, pode passar...
Se seu passado, não passa
e suas passadas embaraçam...
Os passos segue carreira,
para no passado, passear.
Eu passei pelo passeio
com passos e passadas largas
meus passos foram escanteio
com minhas passeadas rasas.
José passou a galope
entre poços e passos seguros
suas passadas foram forte
com bote para o futuro.
Marcou passos no passado
no tempo foi passageiro
pelos passos do pai honrado
passou para o mundo inteiro.
Antonio Montes
EU VI A LUA
Quando pequeno,
uma noite no meu terreiro
sob o vento, meu inteiro!
Eu olhava a lua...
Tão alta, tão, alva
tão minha...
Tão sua.
Lá nas alturas, muito longe
lua, cavalo, dragão e conde
o mundo ali... Pra onde?
A lua, as vezes se esconde
e vaga por cima do bonde.
Os dois 'mundo e lua'
... Encontram-se nas velhas ruas
e nas fofocas da língua sua.
Quando pequeno, eu olhava a lua...
passeando pelo inverno
rodeada pelas estrelas
as crianças queriam velas
e no meu terreiro, fogueira
fazíamos rodas de verso
ali, segredo e confesso
aos olhos da lua faceira.
'Lua, luar
eu quero viver e crescer
passear pela paixão
ver a flor branca florescer
e o povo abrir as mãos.
Quero ver o mundo em paz
acalentando os inocentes
felicidade estampadas
e risos no rosto da gente.
Quando pequeno, eu olhava a lua...
e sob o vento frio na margem do rio
a lua nas águas, demonstrava seu brilho.
Eu vi a lua e sua clamura
vi seu encanto com pranto
vi no espelho oceânico
chorando as suas lagrimas
e enxugando com seu manto.
Quando pequeno eu vi a lua
toda nova, toda cheia
minguante de pois crescia
espantando as candeias.
Antonio Montes
NO FUNDO
No fundo do meu fundo
não consigo me afogar
se no meu, eu afundo
no seu... Não sei nadar.
No fundo queria ir fundo
pela terra, pelo mar
o mundo, do meu mundo
um dia vai se afundar.
Fundo não tem, mais fundo
o que resta e transbordar
se não, com fundo, do fundo
será, na superfície do ar.
Se ta no fundo, afunda
afunda pra não voltar
o tempo não terá cacunda
para que possa se agarrar.
Antonio Montes
Bate o sol
Na soleira da porta
da frente
E ilumina com ela
Meu sorriso incandescente
Entre a mecanicidade da vida
Entre rir e reclamar
Aguarda-se que a vida
Faça-se linda e bela
Sem se esperar.
A velocidade da gentileza
Torna-se lenta e desalenta
Desatenta.
Para quem será,
devo esta vida encorajar?
Talvez
(mas só talvez)
As minhas paixões estejam
Apenas na minha cabeça
Talvez eu não as conheça
Talvez em mim
Eu amanheça
Sem tristezas
Quem sabe das minhas paixões
Se nem eu as sei?
Quem sabe o que isso significa
Talvez
(mas só talvez)
Eu naufrague em meus
Próprios sentidos
E ainda assim,
Sem nada sentir
Talvez
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