Contexto da Poesia Tecendo a Manha
Você tem fome de quê?
Essa fome de viver
Um vazio existencial
Fome de algo mais
Querer mais que o substancial
Ter alcance da cultura
Ter oportunidades na vida
Para encontrar a cura
Dessa fome infinita
Dessa sede que desidrata
Que nos deixa fracos
E que nos maltrata
Enquanto uns querem apenas
Água e comida,
Outros querem dinheiro
Para comprar um livro
Tem sede de justiça
Tem fome de cultura
Desejo e necessidade
De se viver a vida!
E você tem fome de quê?
Queres saber quem sou?
Eu sou tu, se tu fosses eu
Sou tudo aquilo que deus não me deu
Sou aquele que ninguém abraçou
Eu sou quem o diabo esqueceu
Queres saber quem sou?
Eu sou quem respira debaixo de água
Sou aquele que dá vida
Em troca de mágoa
Queres saber quem sou?
Sou o cobarde que nunca viveu
Aquilo que a vida não me deu
Queres saber quem não sou?
dormir — brasa atada a brasa
despejado em caminhão de mudança
(semente que todo presente sem fogo é)
dormir — as medidas da casa que habitamos
sem plástico-bolha
sem feltros sem gota de esperança
enquanto meus ouvidos balançam as lâminas e
meus joelhos pesam o que descabe em seu contento
(e pelo resto desse orelhão aplicado a seco)
me deixando casca
de não saber se vida é caminhão parado
se é caminhão movimento
Bloco de rima
altruísmo desastroso erva luz
par do meu florescer interminável
enxerto na bolsa do teu alicerce
segura pelo meu desastre
neste jogo de semente em algodão
demora na construção da pá
empresa escalando rendições em teu poço
em teu mito do desinteresse
auxiliado pela repetição (elo-azar)
essa mancha patinada — geração
quilha substituindo o céu
nó da surdez e os crimes da natureza
enquanto escapa de mim em fundura
rumo ao que se emenda com desistência
com o uso excessivo de lembranças
adesivo da chegada ao outro
esse arpão que BUM e descasca o excitamento
de centro do mundo e menos a enraizar
sumindo dentro dos crimes da natureza
esse tiro guardado dentro da flor
mudez que empresta aos teus olhos o voar
no rosto imerso no espelho
a confirmação de que o meu superpoder
é colocar carroças na frente dos bois
tablado batendo o susto
no compro ouro corriqueiro
onde o ferro volta à carne
e no reflexo do caixa o olhar de máquina
jornada duma luz que não aceitei –
metragem cansaço inesperado
(razão preenchimento do odiar)
e uma voz na cópia me dizendo
nunca foste tu o salvador
desfazendo o refrão dos que lutam
e são imprescindíveis
as lágrimas da passeata
e invadido pela esperança que alastrei
sem encontrar a guerra santa
que havia dentro do poema e da canção
removo as verdades estampadas
nas camisetas
alinhavo o que se rasgou no heroísmo
admito que o tempo é maior (e dá repuxo)
que são intermináveis os sonhos
apesar da evasão que nasce deles
já atingido pela chance do amor
(jarro terrível)
falho escudo imprescindível
não me importo que o vestido
suba com o vento
até certo centímetro da perna
lembro-te que já disseste todos os fins
das coisas
aceito até os pardais
que chocam em contramão com
Bóreas
aceno às mulheres
nas varandas
e digo-lhes:
prendam bem a roupa no arame
ladrões há muitos
o meu vestido é uma bandeira:
agita sem rasgar
sem fronteira sem hino
recorta os flancos e funde nos joelhos
uma profunda melodia:
o mar na areia
mas não sou cacique
e o vento não me fala
não há um gesto de tréguas
e ainda tento
ainda penso agarrá-lo entre os dedos
ainda o procuro na gota de silêncio maior
vento, vem
vento, fica
mas só o meu vestido se espanta
e dança
contra a minha vontade
Minha cabeça estremece com todo o esquecimento.
Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.
Falo, penso.
Sonho sobre os tremendos ossos dos pés.
É sempre outra coisa, uma
só coisa coberta de nomes.
E a morte passa de boca em boca
com a leve saliva,
com o terror que há sempre
no fundo informulado de uma vida.
Sei que os campos imaginam as suas
próprias rosas.
As pessoas imaginam os seus próprios campos
de rosas. E às vezes estou na frente dos campos
como se morresse;
outras, como se agora somente
eu pudesse acordar.
Por vezes tudo se ilumina.
Por vezes canta e sangra.
Eu digo que ninguém se perdoa no tempo.
Que a loucura tem espinhos como uma garganta.
Eu digo: roda ao longe o outono,
e o que é o outono?
As pálpebras batem contra o grande dia masculino
do pensamento.
Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra.
Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.
Sensações
Sempre com jeitinho carinhoso
Cada carinho, um conforto
Um sorriso deslumbrante
Sentir o coração ofegante
Diante… Olhando atencioso
Fluidos surgindo no rosto
Um pingo, vários ruídos
Chão molhado, corpo encharcado
Olhos vidrados, adiante
Cores nascendonos montes
Luz vibrando no horizonte
Vermelho branco intenso
Aurora sorrindo ao vento
Encantados lábios molhados.
A MAIS BELA FLOR
Tudo que dissestes em nome de Deus
Olho logo vejo um retrato teu
Pra que mentir?
Menti pra mim
Olhando esses quadros lembro de você
Daquele seu jeito manhoso de ser
Pra que mentir?
Menti pra mim
Você é como a mais bela flor
Cheia de espinhos que me machucou
Pra que mentir?
Menti pra mim
Procuro num belo dia encontrar
Uma flor mais linda pra me machucar
Não vou enganar
Nem mesmo a mim
OUTRA RUA
Onde estou? Está rua me é lembrança
E das calçadas o olhar eu desconheço
Tudo outro modo em outra mudança
Senti-la, saudoso, no igualar esmoreço
Uma casa aqui houve, não me esqueço
Outra lá, acolá, recordação sem herança
Está tudo mudado do tempo de criança
Passa, é passado, estou velho, confesso
Estória de vizinhança aqui vi florescente
Pique, bola: - a meninada no entardecer
Hoje decadente, e conheço pouca gente
Engano? essa não era, pouco posso crer
Ela que estranho! Se é ela ainda presente
Nos rascunhos, e na poesia do meu viver...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 - Cerrado goiano
Quando um erro nos tira uma paixão
É porque a consequência vem à tona
O nocaute nos faz beijar a lona
É um golpe certeiro no coração
Nós sofremos com a desilusão
Mas a culpa é o que mais nos faz sofrer
Dói o peito dá vontade de morrer
Porém somos obrigados a suportar
Se um dia meu amor me aceitar
Nenhum erro vai fazer-me lhe perder
O SISTEMA SOLAR
Em primeiro vem Mercúrio,
Depois tem Vênus e Terra,
Marte e Júpiter, depois,
Vê se aprende e não erra.
Saturno e seus anéis,
Eu declamo com cordéis,
E ainda não se encerra.
Então vem planeta Urano,
E Netuno, mais distante,
Esse sistema solar
É de um tamanho gigante.
Ficou fora o Plutão,
Porque é planeta anão,
Mas é muito apaixonante.
AFORA
Passaste como a flor do ipê fugaz
que se desprende na sua aurora
do desvelo só tiveste àquela hora
em que do afeto o emotivo traz
Ter-te e perder-te! sensação voraz
que inunda o peito, e a dor piora
sem ver-te, o poetar por ti chora
em tristes versos, saudade tenaz
Demorou essa presença em mim
minha alma ainda adora, e flora
emoção num sentimento marfim
Neste querer, o querer é outrora
se sonhei contigo, calou o clarim
dessa estória, o amor vai afora!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro de 2020, 02 – Triângulo Mineiro
Ser Diferente
Afirmam que sou estranha
Diferente
Anormal
Imoral
Fora dos padrões
Querem o quê?
Que eu seja menos como eu
e mais como eles?
Que eu seja igual aos outros?
Que eu me cale diante da injustiça?
Que eu aceite um destino já profetizado por eles?
Querem que eu feche meus olhos para a maldade?
Que eu tampe meus ouvidos e ignore a dor do outro?
Que eu me silencie diante da crueldade humana?
Pois não vou
O errado continua sendo errado
Mesmo que seja considerado normal
Podem tentar e impedir
Mas nunca vou deixar de lutar
pelo que é certo!
PERMISSÃO
Aos olhos que enxergam e não vêem...
Aos que falam e não sentem...
Aos que escuram e não ouvem...
Aos que têm e não são...
Tudo tem um porquê,
Porquês tem significados.
Mudar faz compreender.
Tempos difíceis passam,
Oportunidades se apresentam no tempo,
O tempo segue alheio as incompreensões.
A demora é razão sem pressa...
Não há uma gota de orvalho,
Ou uma folha caída ao chão
Sem a suprema permissão.
Tudo volta, sem prazo, sempre volta.
Começar a aprender é deixar de questionar.
Deus permite o cair e permite o levantar,
Permite o fim para que possamos recomeçar.
VAMPIRA
Me jogue borboletas na barriga
As coisas que eu digo pra ela são mentira
Então pfv tira tira TD , atira em mim
Mais não tira a tua vida
Menina eu criei a imagem perfeita
Se seu beijo me matasse eu
Morreria por vc literalmente
Seria o mais feliz se morasse no meu subconsciente
Por favor , eu me nego a crer em amor
Meu pai me disse as palavras e ficaram guardadas .
Tô tentando não dar importância por ter sonhado com vc várias madrugadas
Não tenho mais 15 anos então não é mais aquela parada
De jogar pedras na janela e esperar por vc na calçada
Não , na real não é mais nada
Ou talvez só seja o que sobrou
Mais é que eu tô sentindo seu perfume até nas minhas roupas embora a gente nunca se tocou ..
E nem vai .....
Uma pena que em 1 ano e TD mudou
E agr
Eu concordo e se pode dizer que eu pareço com meu pai..
Diferente igual diferente igual
Tanto faz no final
Antes me achava eu mesmo , me sentia eu mesmo,
Achava que os outros eram iguais e não que eu fosse diferente , eu era apenas ... Eu.
Dps comecei achar TDS iguais e eu diferente
Por fim eu me sinto eu mesmo , odeio ser eu queria ser como os outros
mais as vezes ser diferente tem um peso , eu só queria andar no meio da multidão
Mais creio que as coisas tem que ser o que são ,
eu ainda sou eu lá fundo
sei quem eu sou dentro do meu coração
ENERGIA
Aprecio os que tem paciência
No frio eu me sinto mais aquecido e talvez por isso como polo e norte nossa sintonia seja real
e eu consigo sentir minha essência
É como se realmente fosse algo de dentro que faz com eu me sinta vivo quando estamos no mesmo lugar , tipo um barbante invisível que gera essa conexão
(Esferas do dragão)
Acho que todos nós vivemos juntos embora haja essa separação
Pfv não me julgue eu luto e sobrevivo todos os dias
O caminhar sem um objetivo se torna um fardo
Mais meu bem acho que não posso esconder o que tenho trancado
Meu Td bem não é pra ser educado
Comigo não mais talvez tenha mesmo algo de errado em com vc eu ser preocupado
E em algum momento nossa linhas deixaram de se cruzar e eu espero que tenha um lugar no seu coração que me tenha guardado
Pq cara , lá é um lugar que eu me sentiria confortado
Angel Serafim
A nuvem voa
E não é à toa
Que tudo isto roda
Numa boa.
Numa má,
O tempo que vá
E eu fiquei,
E atrasei-me
Por cá.
Numa nuvem,
Eu irei.
E não é à toa
Que tudo isto roda
Para que numa boa
E numa má
A ignorância não permanecerá.
Todavia, o tempo,
É coisa rara.
É um ferimento,
Que não sara.
Preocupado
Pq assim tenho andado
Não tem nem pq perguntar a resposta eu tenho do meu lado
Carregar fardo é pesado
Vc odeia guerra
Mais queria ser um soldado
Quando eu me for o que vou ter levado ?
Eu sei que sou amado
Mais algo que tem MT me preocupado
Tem haver com legado
O que vou ter deixado
Bom..
Guarde as boas , esqueça o ódio , viva na simplificidade da sua felicidade
E quando sair pelas ruas da cidade não mais se sinta descolado
Angel Serafim
- Relacionados
- Poesia de amigas para sempre
- Poesia Felicidade de Fernando Pessoa
- Poemas de amizade verdadeira que falam dessa união de almas
- Frases de Raul Seixas para quem ama rock e poesia
- 27 poemas de bom dia para celebrar uma nova manhã
- Poesias para o Dia dos Pais repletas de amor e carinho
- Poesia de Namorados Apaixonados
