Conforto da Morte da Avo da Namorada
E continuo a me perguntar se viver não é apenas um castigo semelhante ao suplício de Tântalo. Uma espécie de copo vazio que nos deixa sempre com sede.
Passamos a vida inteira buscando ter algo melhor, quando realmente conseguimos, já estamos mortos. Não que não seja importante lutar pelo que quer, mas também é importante saber valorizar o que tem.
►Faça Dela Teu Anjo
Eu te amo de mais, meu amor, não solte minha mão
Por favor, não siga a luz, não solte minha mão
Fica comigo, vamos superar tudo isso, não solte minha mão
Prometemos descobrir juntos o mundo, não me deixe na depressão.
Meu Deus, por que deixas minha amada sofrer?
Diga o motivo para ela merecer
Ela já não possui forças para me abraçar,
Como se ela passasse a morar em cima da cama
Ela já não mais anda,
E com dificuldades ela suspira que me ama
Meu Deus, ela está frágil como as pétalas de uma linda rosa
Com lágrimas descendo sua pele clara, eu me desmonto
Eu lhe imploro, não a tire da minha vida, senhor
Foi ela quem fez de mim quem eu sou
Sem ela, eu não irei viver como este sonhador.
A respiração tornou-se uma preciosidade
E em seus lábios, hoje só saem dores
Ela já não mais enxerga as lindas cores da cidade
Eu fico de manhã até a noite ao lado dela,
Mas, por dentro eu derramo em tristeza, por saber que vou perdê-la
Senhor, faça dela o teu anjo,
Pois ela não sabe mais em que ano estamos
Senhor, cesse o sangue que surge regularmente em suas vestes
O lindo vestido que lhe presenteie, hoje vermelho se parece
Senhor, se for tira-la de mim, tire
Mas não deixe que ela continue a sofrer, escute minhas preces.
Me lembro quando a escrevia poesias,
Ela me pedia para escrever para ela a cada dia
Hoje eu me sentei ao lado da cama, e recitei
Chorei quando reparei que seus lábios estavam avermelhados,
E seus olhos me falaram quanto tempo eles haviam chorados
Meus sentimentos permaneceram os mesmos,
Amo-a como amava nos velhos tempos
Mas, mesmo que me machuque dizer,
Quero que ela não sinta mais esse sofrimento,
Pois eu mesmo estou sofrendo
Salve-a, passe pela janela e a leve para o paraíso,
Pois minha vida acabou no momento que ela disse que sempre me amou
Essa foi a frase de despedida
Oh meu Deus, minha vida era ela, minha querida Cinderela,
Flor mais bela, que hoje a pele gela,
Avisando-me que o fim a espera.
És tão linda quando consegues descansar,
E eu fico a imaginar se ela reaprendeu a sonhar
Faz tanto tempo que estou acordado,
Que meus pés já adormeceram, mas eu estou com ciúmes
Pois Deus levará de mim a luz,
E eu ficarei no escuro.
Oh meu Deus, nós tínhamos planejado o nosso futuro
Eu cochilei, amor, sinto muito,
Você se foi enquanto sonhava
O que estava pensando quando fora levada?
Quando você se foi, meu amor, o tempo parou,
Hoje nos céus, Deus guarda minha amada.
E assim mergulhou minha cabeça no fundo da escuridão
uma fera efêmera.
a sensação ardente em meu coração me deixava na linha tênue entre o purgatório e as trevas onde foi que minha alma se afogou.
Um corpo putrefato, era isso que era. Observando o Sol etéreo sangrento. Manteve-a presa, para todo sempre, queimando suas retinas ao olhar para seu próprio alicerce. Era o fim do começo, era embuste.
Dor
Caos
Escuridão...
Seria esse o prefácio do fim?
Loucura
Devaneio
Pesadelos...
Existiria um purgatório antes de lançar-me ao vácuo?
Preocupações
Amores
Dessabores...
Monstros me perseguem enquanto durmo e quando acordo, torço para que apareçam e me sinta viva.
Sinto mãos me tocarem a noite... Mãos inexistentes. Sei que precisarei me decidir uma hora, mas falta-me algo.
Não me atormentam enquanto estou acordada e isso me mata aos poucos. Por que esse silêncio ronda-me como nunca?
Teriam eles cumprido seu propósito e agora só esperam minha decisão?
Mãos quentes apertam-me o peito e estrangulam-me aos poucos me deixando agonizar esperando ansiosamente algo que não sei o que é
Segue-me a todo o momento
Sinto feridas se abrirem e nem sei como elas vieram, apenas sinto brotarem de mim e se derramarem pelo meu ser... Feridas visíveis e invisíveis
O silêncio cresce
Os amores desaparecem
As feridas aumentam
Tudo parece escorrer entre meus dedos.
Luzes de um farol alto que ofuscam a visão.
São como gotas de orvalho expostas ao sol.
O que me aterra nos meus regressos de agora é não ter mais quem espere por mim, ninguém. A casa e os móveis, o ambiente que me faz recordar que algum dia tive alguém que me esperasse com ansiedade, mas "nesse algum dia" não sabia o que era ter alguém. O vazio da minha liberdade total.
Carta melancólica de C., queixando-se de R. A melancolia é bela. Os amigos falham, nunca estão no mesmo momento que a gente. E a amizade - diz ele - não será apenas uma ilusão, o terror da solidão, o desejo de ser amado, o pensamento da morte, da partida inevitável? Cá por mim perdoo sempre, pois também falho como amiga.
Minhas viagens são sempre voltas à infância, aos lugares onde vivi um dia. Uma procura, pai, mãe, avós, tios, amigos mortos. Volto atrás e procuro no verde, na luz, no céu. Em vão. O que perdi não terei mais, porém, mesmo assim volto sempre. A esperança de que algum dia encontrarei aquilo que procuro incansavelmente. Quem sabe na morte, única paisagem que por enquanto me é vedada.
Cada dia que passa mais sinto o pouco que tenho pela frente. As semanas correm, correm, correm me aproximando do fim. É estranho pensar que tenho de morrer um dia. Por quê? Qual a razão de tamanha injustiça? Por que nascer para morrer? Se desde o entendimento nos preparassem para a Morte como para uma grande festa, em lugar de transformá-la no castigo, no medo ao desconhecido, talvez não a temêssemos. Quisera poder enfrentá-la com dignidade, como uma rainha numa festa de coroação. Mas não estou certa das minhas forças. Nasci mais para viver do que para morrer. Quem sabe, uns nascem mais para a vida e outros mais para a morte?
Nunca paramos em pessoa alguma e "cada amor novo é apenas o elo de uma longa cadeia cujo fim é o Amor único", em busca do qual estamos todos. Em cada pessoa fazemos uma parada de um, dois anos, de mais, de menos tempo, mas em ninguém nos detemos verdadeiramente, já que o nosso fim é o Amor Eterno, que se realiza somente em Deus. Nossa vida é breve e o corpo demasiado pequeno e frágil para, sem romper-se, abrigar tamanha imensidade. Só a morte nos libertará, nos dará proporções suficientes para suportar sem riscos a realização daquilo que é a única razão de ser, o Amor, de Deus.
Paramos horas a fio com o pensamento naqueles que se foram, em tudo que foi antes e acabou, no balanço do que nos resta de vida. Rápido, bem mais rápido do que supúnhamos, Melhor fora se o tempo que vivemos fosse gasto em amor. Mas, ai de nós, quando essa ideia nos chega já não resta em nós calor que alimente um amor. Deixamo-nos viver, muitas vezes com entusiasmo, para começar algo de novo. Mornos, não soubemos aproveitar a chama da juventude, ou então a desperdiçamos.
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