Como a Vida Imita o Xadrez de Gary Kasparov

Como é terrível conhecer, quando o conhecimento / não favorece quem o possui!

Que há de mais absurdo que o progresso, já que o homem, como está provado pelos fatos de todos os dias, é sempre igual e semelhante ao homem, isto é, sempre em estado selvagem.

Nada há que tão notavelmente determine o auge de uma civilização, como o conhecimento, nos que a vivem, da esterilidade de todo o esforço, porque nos regem leis implacáveis, que nada revoga nem obstrui. Somos, porventura, servos algemados ao capricho de deuses, mais fortes porém não melhores que nós, subordinados, nós como eles, à regência férrea de um Destino abstracto, superior à justiça e à bondade, alheio ao bem e ao mal.

Para os problemas de estilo, nada com a corrente; para os problemas de princípios, sê firme como um rochedo.

Nossa liberdade fundamental é o direito e o poder de decidir como qualquer pessoa ou qualquer coisa fora de nós nos afetará.

O governo é como um bebê: um canal alimentar com um enorme apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra.

O cavalo, como todo mundo sabe, é a parte mais importante do cavaleiro.

As discussões são como as luzes de velas acesas na escuridão.

Se é verdade que nos habituamos à dor, como é que, com o andar dos anos, sofremos cada vez mais?

Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos: não os sentimos, eles só incomodam os outros.

Toda a concepção moderna do mundo tem como fundamento a ilusão de que as chamadas leis da natureza sejam as explicações dos fenômenos naturais.

Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incumum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado.

Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade.

A felicidade não é um luxo: está em nós como nós próprios.

A oportunidade é como ferro: devemos batê-lo enquanto estiver quente.

Governa-se um grande Estado assim como se frita um pequeno peixe.

Todas as almas nobres têm como ponto comum a compaixão.

Nada estraga tanto uma confissão como o arrependimento.

Fala como sábio a um ignorante e este te dirá que tens pouco bem senso.

É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade.