Coleção pessoal de ranish

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Manifestações de descontentamento
não deveriam desestabilizar nenhum governo.
Deveria sim, o governo,
tomar consciência do mar de lama
e corrupção em que chafurda
e mudar de rumo.

É.
Infelizmente votos mudam muito pouco.
Enquanto não houver democracia direta
os políticos
e seus suseranos
continuarão achando que o mundo é deles,
não do povo.

A indignação e a ojeriza são sentimentos inevitáveis,
sobretudo no que se refere à corrupção explícita,
à gestão incompetente.
Parece que todos nós somos idiotas,
inertes cidadãos conformados com migalhas.
Daí é até justificável a ira,
a falta da educação que nos falta,
a falta da saúde que nos falta,
a falta de tudo que nos falta
e que tentam nos fazer esquecer
com as vitórias amarelas
nos estádios superfaturados.

É preciso retirar os filtros
de lentes que nos deixam enxergar
apenas a versão oficial
da notícia.

Estou sorumbático.
Se sair
tomarei duas doses,
antes.
12 anos
em 12 minutos = 12 horas
de alegria engarrafada.

É assim mesmo.
O mundo abarca a gente.
Ficamos prisioneiros.
Cativos das mesmices,
dos vórtices concêntricos
de nossa inexpugnável redoma.

Quoi de neuf?
Rien, je pense!
Só mesmo aquela vontade louca
de sair por aí.
Sem avesso
nem direito.
Sem nenhuns pensamentos
de voltar.

Se a gente não escolhe
o que quer da vida,
a vida escolhe
o que quer da gente.

Líquidos todos os meus pensamentos.
Uma segunda demasiado oiro.
Sinucas soçobradas na alcova das horas.
O que me resta é um fado.
Um fado foda.
Flores de Holanda.
Ainda se fosse vil.
Ainda se meus lábios beligerassem.
Somente curvas na retina.
Apenas sabugos perdidos
nos olhares do grão.
Um violino sussurra um tango enquanto a madrugada
mastiga minhas orelhas.
Nada de sol,
nada de estrelas.
Um ar frio completo de almas perdidas,
de olhares vazios.
Chorarei passados.
Beijarei bocas imaginadas.
Afetos despejados em bonecas inertes.
Um gelo queima minha pele.
A razão, minha confidente,
desdenha do meu amor.
Resta o berço,
tépido, besta.
Útero que me socorrerá ainda essa vez,
ainda uma vez.

Nossa vida é feita de rótulos.
Infelizmente julgamos os outros
pelas informações imediatas
que temos ao nosso alcance,
ou seja: pelas aparências.
Se assim é
assim temos que seguir vivendo.
Não nos importando muito
com o que os outros pensam a nosso respeito
e desconfiando um pouco do juízo
que fazemos dos outros.

Não existe fraqueza na autenticidade.
Quando você é você mesmo
isso te dá a energia de quem acredita em si
e nas próprias idéias.
Estar só, só é bom quando for escolha sua.
Do contrário melhor mal acompanhado.
Ninguém aprende nada olhando o próprio umbigo.
E viver em sociedade significa
ter que engolir sapos,
às vezes.
Afinal: se tudo fosse perfeito
a vida seria insuportável.

Melancolia?!
Espere o sinal abrir.
Acelere macio
e siga em frente com aquele
seu sorriso lindo
nos lábios.

É preciso ter discernimento e clareza bastantes
para enxergar o jogo do lado de fora.
Para reconhecer o que é bom
e execrar tudo aquilo
que é ruim e perverso.

Pena que erros nunca são bons.
Se bons eles fossem
seriam "acertos".

No melhor bar da cidade.
Com a melhor cerveja congeladora de dedos.
A carne gorda desdenhado da brasa.
E meus estimados amigos
mastigando a pauta
num copioso suplício
ao choroso violão.

Beber e não ser bebido.
Fumar e não ser fumado.
Cheirar e não ser..
Eis, enfim, o significado besta
de ter arreios sobre a quimera.

... É madurez chegando,
o tempo nos dizendo que estamos apenas de passagem
por essa terra
e pela vida das pessoas.

Guitarras cacarejantes abrem o sábado
no Cazuza's bar.
E segue a noite
fatiada por relâmpagos de fogo

Não há palavras definidoras
do cheiro perfumoso
do entardecer no meio da pastaria.
É como se todas as árvores
e as capineiras
se preparassem para algum baile
primaveril.

.

Lembre-se
que numa garrafa
de um bom vinho
naufragam todas as tristezas...
E,
depois,
quando você estiver nos braços de Morfeu,
o moldador de sonhos,
o peso da noite de chumbo
finalmente pousará
nos seus cílios dourados.

.