Coleção pessoal de noi_soul

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(comigo)

⁠entre um mundo de compromissos
entre pessoas piradas
permito-me um pouco de hibisco
no meu chá da madrugada
entre gritos e petiscos
sonhos me deixam acordada
quando ponho-me em risco
vejo o nascer da alvorada

⁠(um mentiroso na presidência)

a derrocada final
do quase indômito menino
chamado Brasil...
Vencido...
Vencido por pessoas
Vencido por pessoas hipócritas
Que dizem defender a pátria
Que fingem defender a família
Que nunca conheceram Deus
pobre Brasil
nas mãos dos filhos seus..

⁠Rendo-me à minha ignorância
E à sobrepujança dos meus defeitos
Faço delas a alavanca
D’alguma esperança que vibra em meu peito.
Sonho-me como quem é criança
E troca a fiança dos próprios feitos
Ensino-me a andança
D’estranha confiança que trago no jeito.

⁠Eu aprendi a ver seu olhar
Eu comecei a enxergar seus olhos
No inexato instante do agora
Foi por causa da máscara, eu sei
A máscara que colocou pra fora
A máscara que tomou parte de sua face
A máscara que escondeu seu sorriso
Foi ela que me fez encarar
Seus olhos
Tão preciosos, belos
Tão firmes, cheios de sonhos
De estranhezas, de esmero!
Foi ela quem levantou meus olhos
E fê-los encontrarem os seus
Olhos
De todas as cores
De todas as vidas
De todas as tentações
Seus olhos saltando aos meus
Meus olhos tão perto dos seus
Eu aprendi a ver seu olhar...
E, neste exato instante, não posso
Não amar!

⁠conversa
inteira
mesa
redonda
tarde
faceira

⁠entre ser sincera e fingir

*estou preferindo*

não mentir

⁠um dia fui eu
outro dia não mais
o que serei eu
sem um pingo de paz?
a guerra
a morte
o não
o talvez
o tempo
a hora
o espaço
desfez

(percepção)⁠

conhecer o âmago
as profundezas
as incertezas
as impurezas
é um convite louco
à insana mente
conhecer a si mesma

⁠Puxo o ar com força
ele não deseja encontrar meus pulmões
o coração acelera
o estômago queima
os músculos reagem
primeiro os braços paralisam
depois, as pernas
o intestino aperta
e sinto que tudo deseja fugir de dentro
– inclusive eu!
o único pedido preso na garganta
é que alguém testemunhe
que alguém socorra-me da agonia derradeira
que o vento sopre e me arraste rápida
e furtivamente
sem que nem mesmo eu perceba
– o desejo é que alguém me encontre
e sussurre com sinceridade ao meu ouvido:
está tudo bem, querida, está tudo bem!
Tudo já está se resolvendo
assim, no gerúndio, no caminho,
tudo já está se resolvendo…
e, mesmo já acostumada a vivenciar essas crises,
eu possa me dizer também:
– vai passar, já passou outra vez
vai passar agora também
eu não quero morrer assim
… de ansiedade!

⁠Para as alegrias da infância
É que eu almejo voltar
O céu na Terra bailando
A delicadeza do ar
Um baile na primavera
Lindo verão a surgir
Ah, quão doce era
Sua presença em mim!
Para as alegrias da infância
Eu sempre volto a sonhar
Canções no pé da estrada
Cantigas que fazem ninar
Um vento e uma caldeira
Imagens podem cingir
Tão vasta de brincadeiras
De novo volto a sorrir!

⁠Não sou tão arguta quanto deveria
Nem tão inocente quanto queria
Sou um meio termo estranho
Entre o azedume e o doce
Entre o ar e a terra
Entre a vida e a morte
Entre a paz e a guerra.

⁠Ditado para a terceira década do século vinte e um do calendário gregoriano:

Digas que figurinhas tu envias que eu te direi quem tu és!

(humano)

a gente nunca está satisfeito com a satisfação

⁠(acróstico)


Forma o pássaro da manhã
A lua em sua prosa
Deu poesia ao talismã
A nuvem pintada de rosa

⁠(versinho)


ele quer tudo
e eu só tenho a mim
para oferecer...

⁠Vou contigo pra Pasárgada
Meu caro Manuelito
Quem sabe lá eu encontre
Dos Anjos, os versos íntimos!
Pensando bem, eu irei
Para o mundo de Drummond
Tão vasto quanto ele mesmo
Mais vasto do que o som!
Jorge e sua Fulô
Bem me acompanhariam
As estrelas de Bilac
Mais forte lá brilhariam
De Campos e todo o LUXO
A vida seria perfeita
Como os versos de Vinícius
Na morte, vida refeita!





Citando Manuel Bandeira, Augusto dos Anjos, Carlos Drummond, Jorge de Lima, Olavo Bilac, Augusto de Campos e Vinícius de Moraes.

⁠⁠Ah, os meus passos correm
como eu corro
como minha alma corre
como minha vida corre
como meu tempo corre
- E se escorre!
Mas eu não me abandono
Eu nunca me abandonarei
- Não mais!

⁠(adornos)


as palavras não mudam o mundo
mas as pessoas, com suas palavras,
podem fazê-lo...
é mesmo uma pena
ter pena
e não saber voar...

(razões)

⁠escrever é um delírio
im-per-ti-nen-te
para o qual ouso
entregar-me
de bandeja!

(dualidade)⁠

já pensei em desistir
tantas vezes
até desistir
de desistir