Coleção pessoal de MuriloMelo

A gente faz drama, chora e se descabela pra poder prolongar o fim.

O meu silêncio é muito mais pela sua falta do que pelo vazio da tua ausência.

Nunca soube escrever. Só achava bonito expulsar a dor de dentro de si e arrumá-la em versos.

Eu me afogo nas lágrimas que neguei libertar e fico aguado de saudade.

Nessa coisa de viver amores errados, aprendi que você não pode chamar de amor se você não é capaz de ser inteiro. Se for para ser metade, então não é amor. É preciso engolir o orgulho, ir atrás, muitas vezes voltar também. É preciso estar preparado para fazer promessas e realizá-las. Declarações apaixonadas são um tanto bonitinhas, mas amar, acredite, exige ser bem mais que isso.

Tinha os lábios mais belos que já vi. Mas eles já beijavam os de outro alguém.

Entendi, ao olhar fundo nos seus, que, para amar, basta exigir menos, se sentir bem, estar em paz, viver de suspiros. E todo o resto é conversa fiada.

Eu te amo mesmo você sendo o contrário de tudo que eu acredito. Ainda que eu negue em frente aos nossos amigos, ainda que eu diga pra você não ir ou falar que eu não me importo se você for embora. Te amo mesmo sendo frio no telefone, mesmo que eu não consiga não olhar nos teus olhos. Mesmo gritando, fazendo cenas, fugindo nas horas certas. E eu sigo te amando de um jeito tão estúpido, louco, cruel, mas é que eu não sei ser diferente.

Não acharia ruim passar noites acordado, com o abajur ligado, te olhando e protegendo dos teus pesadelos. Eu me apaixonei mesmo foi pela tua dor.

Porque, no meio daquela multidão, não precisava ninguém reparar que só havia nós dois.

E você, eu acho, já se esqueceu que essas coisas que escrevo é sempre tudo sobre você, sobre nós.

Você invadiu meu espaço, minha vida, minha concentração. E olha que eu mal notei quão vazia era a casa sem suas camisas penduradas na cadeira.

Achava que ia morrer só. Dizia que as pessoas eram incapazes de amá-la de verdade. Se achava velha, acabada, mal-arrumada. Os olhos ardiam de dor a ponto de sangrarem. Vivia rindo pelos cantos sem motivo aparente. Insistia em dizer que a felicidade era ela mesma ontem, hoje, amanhã e até onde desse.

Chorava sempre às nove em ponto do domingo. Não dizia a ninguém o porquê. Os amigos mais próximos só sabiam que havia saudade em cada milímetro do colchão.

Não consigo viver sem suas manias, seus medos, sem suas dores e seus vícios. Não vou me adaptar.

Eu queria ser igual a essa gente que não se prende a nada e segue em frente.

Aguentar meus planos confusos, minhas manias irritantes e minha ansiedade exagerada ninguém quer. Parei com essa de ir atrás por quem não move um passo por mim.

Mas é difícil pra você mesmo. Imagino como deve ser complicado dar conta de um namorado por semana.

Vivi tantos amores errados e meio tortos que, quando pareceu que finalmente eu tinha encontrado alguém, eu tive medo de dar no mesmo e resolvi desistir.

Hoje mais cedo troquei o nome da música pelo seu. Ou estou encontrando dificuldade pra te esquecer, ou estou profundamente cedendo espaço à loucura. Deus queira que seja a última opção.