Coleção pessoal de MarcioAAC
Quem quer algo de grande, deve saber limitar-se. Quem, pelo contrário, tudo quer, nada, em verdade, quer e nada consegue.
Toda pessoa que lamenta, não quer agir. Todo consolo para alguém que se lamenta apóia a sua não-ação.
No instante em que começo a tentar compreender, já não preciso agir. A compreensão é o esconderijo para onde a energia da mudança desliza.
O modo ter baseia-se em relacionamentos possessivos. O si-mesmo é enxergado como um eu que tem esposa, casa, carro, emprego, até um corpo. Uma vez que o eu tem um corpo é o ego, o modo ter representa uma posição egocêntrica. Este modo desenvolveu-se a partir da propriedade privada, do poder e do lucro, dependendo destes fatores. Seu foco incide sobre o indivíduo ao invés de sobre a comunidade. O modo ser, por outro lado, fundamenta-se no amar, no dar, e em relacionamentos compartilhados. Neste modo, a medida do si-mesmo não é dada em termos do que a pessoa possui, mas sim em termos do quanto ela dá ou ama. No modo ser, a pessoa encotra sua identidade através de sua responsabilidade para com a comunidade.
Achamos que não se pode ser livre a menos que se tenha posses; portanto, desperdiçamos a vida tentando fazer fortuna, descobrindo tarde demais que sacrificamos nossa liberdade. Não nos damos conta de que a liberdade vale mais do que qualquer fortuna, pois sem liberdade não podemos 'ser'.
O modo possessivo não só reduz o ser como ainda restringe a liberdade. As coisas que possuímos nos possuem. Somos possuídos por nossas posses, no sentido de termos de pensar a respeito delas, nos preocupar com elas, cuidar delas. Não estamos livres para dar-lhes as costas e irmos em frente porque, para muitos de nós, elas representam nossa identidade, nossa segurança, até mesmo nossa sanidade.
Somente na medida em que desativarmos o modo ter, quer dizer, não ser – isto é, parar de buscar a segurança e a identidade aferrando-nos ao que temos, "sentando em cima" do material, atendo-nos aos nossos egos e a nossas poses – é que pode emergir o modo ser.
Nos bons relacionamentos, ambos os parceiros são carentes, o que dá força a seus vínculos. Quando um deles já não precisa do outro, o relacionamento muda.
" Tudo aquilo de que me lamento ou queixo, quero excluir. Tudo aquilo a que aponto um dedo acusador, quero excluir. A toda a pessoa que desperte a minha dor, estou a excluí-la. Cada situação em que me sinta culpado estou a excluí-la. E desta forma vou ficando cada vez mais empobrecido.
O caminho inverso seria: a tudo de que me queixo, fito e digo: sim, assim aconteceu e integro-o em mim, com todo o desafio que para mim isso representa. E afirmo: irei fazer algo com o que me aconteceu. Seja o que for que me tenha acontecido, tomo-o como a uma fonte de força.
“É surpreendente o efeito que se pode observar neste âmbito.” Bert Hellinger
"O perfeito não nos atrai.
(Ele) descansa em si mesmo, bem longe da vida normal.
Só se pode amar o imperfeito." Bert Hellinger
"Isso de amar sem esperar nada em troca, é bonito nos contos de fadas. Mas na vida real, um amor maduro exige um delicado equilíbrio entre dar e receber, pois tudo aquilo que não é mútuo, é tóxico." Bert Hellinger
Esse estado de solidão interna, eu acredito, resulta do anseio onipresente de um estado interno perfeito inatingível.
A pessoa extremamente ambiciosa, apesar de todos os seus sucessos, sempre permanece insatisfeita, do mesmo modo que um bebê voraz nunca está satisfeito.
"Se eu tivesse que escrever um livro sobre moral, ele teria cem páginas e noventa e nove seriam brancas. Na última eu escreveria: 'Eu só conheço uma obrigação: a de amar.' "
Quando alguém constrói um castelo para proteger sua liberdade, acaba prisioneiro de sua obra porque não ousa mais sair de lá.
Em termos gerais, o caráter se forma em resultado do conflito entre a natureza e a cultura, entre as necessidades instintivas da criança e as exigências da cultura, agindo através dos pais. (...) Este processo de adaptação de uma criança ao sistema viola seu espírito. Ela desenvolve um caráter neurótico e torna-se temerosa da vida.