Coleção pessoal de mafeprobst

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⁠Dia desses esbarrei no amor. Ele brotava no meio do concreto; um tanto envergonhado de frio. Tinha o corpo mirrado, mas florescia mesmo sendo outono, mesmo sendo vento, mesmo sendo do avesso à ordem natural das coisas tantas. Fiquei sentada, ali, na calçada, abraçando meus joelhos tortos, olhando para a improbabilidade desses amores impossíveis, pensando em como racionalizamos demais todas as coisas; esquecendo que elas são fluidas. Pensar demais enrijece o ser humano, não é?

⁠No jogo das escolhas, nos abraços do corpo e nos labirintos do amor, decidimos se nos completamos ou nos fragmentamos.

A vida é uma sucessão de rotinas. Dia após dia repetimos ações e vamos empurrando os dias da melhor maneira possível. É até ok, mas falta aquele frisson, sabe? Não dá pra simplesmente deixar a rotina nos envolver e só sobreviver. É preciso pulsar, se entregar, sentir-se vivo. Vira e mexe me vem a pergunta na cabeça: quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Esses 'algos' são as quebras na rotina que dão sentido à vida, sabe? Eu venho buscando novas primeiras vezes e a sensação é indescritível…

⁠Gosto da mansidão dos dias cinzas que me abraçam úmidos. A garoa fina que cai nesse outono invernal pinica a ponta do meu nariz que, sem pudor, enrubesce. Caminho sem pressa nessa rotina que me agita e me engole as horas... Tem sido bom viver agridoçura do cotidiano, meio caos, meio manso -- nunca morno.

Treinei meus olhos para perceber cosinhas: essas bonitezas simples do dia-a-dia que, tão costumeiras, quase ninguém mais vê. É o que tem me desacelerado o peito e acalmado ansiedades: respiro tranquila enquanto vejo o dia passar, devaneando na fumacinha que sobe do café recém coado, percebendo a pressa das pessoas fugindo da chuva, dançando, sozinha, enquanto espero o semáforo esverdear.

Absorvo risadas como se fossem música. Deixo meu riso fazer coro às felicidades alheias. Abraço quem cruza meu caminho, espantando o frio pelo tato. Aprendi a aguçar meus ouvidos biônicos e ouvir atentamente tudo que me chega aos ouvidos. É bonito viver o presente, estar no agora. Exercício bonito deixar o amanhã para a sua devida hora...

Não se doe à quem te dói. Não aceite migalhas de amor. Você merece mais do que isso.

Vamos parar? Na boa, as coisas não são desse jeitinho que você pinta e borda. Não entenda como uma crítica, menina, eu só estou aqui para estender uma mão e fazer você enxergar a vida de um jeito mais leve e livre, como você merece. Você precisa entender (e eu torço mesmo para que entenda) que você não precisa tolerar esse amor que vive só por puro comodismo. Há um hiato gritante, menina, entre tolerância e reciprocidade. Daqui dá para ver o tudo que você tolera. Mas, e o amor recíproco, menina? Você vai deixar guardado na gaveta por quanto tempo?

⁠Talvez me faltem algumas seguranças, mas você irá concordar: sei tão pouco do mundo. Vou sempre tropeçar, até nos meus próprios pés. Nasci para isso mesmo: para as tentativas e mais tentativas. Somente no meio delas eu acerto algum tiro no escuro. Por isso tudo, eu tenho lá meus medos e dou minhas freadas bruscas de vez em quando, mas eu não esqueço do que já me ensinaram: a gente aprende é no viver.

⁠A tempestade que sopra, te derruba ou te faz voar?

⁠Houve um dia que eu parei e escutei meu coração. Não parei porque quis, mas porque, simplesmente, meu coração gritava implorando por atenção. Não era a primeira que eu o ouvia, mas foi a primeira vez que cedi àquilo que ele implorava. Eu dei asas ao sonho dele e a vida se encarregou do resto. Dizem por aí que quando a gente põe amor naquilo que faz, é só questão de tempo que tudo realiza. O resultado é estampado num sorriso. E esse riso, meus amigos, não tem tempo nem aflição que desfaça não.

⁠Não sei lidar com a hipocrisia desumana de gente que pega o amor, desdenha e põe num lixo qualquer. Não sei lidar com pessoas que demonizam tudo aquilo que foi bonito, transformando o sentir num caos que machuca. O amor vira calo e as memórias uma faca de dois gumes. Apaga-se o sorriso. Qualquer resquício de sentimento, parece errado e cruel. Ninguém se reconhece. As pessoas que mudaram ou mostraram quem realmente são? Seriam máscaras que caíram aos meus pés? E o amor, estilhaçado, desdenhado, rejeitado... como é que fica?

⁠Sou moça querendo ser mais miúda, pequenina, cabendo na palma da mão. Esconderijo. Moça que não espera que a sua vida a sorte surta efeito, prefere ser autora dos seus feitos, dar a eles seu feitio e fazer deles mais que enfeites. Poder fazer desfeitas, porque tem defeitos, mas não buscando o perfeito — apenas o seu inteiro. Há de ser moça também feita de fases e de frases: um sujeito com seus jeitos, objetos e objetivos, apostos e opostos, travessões e travessias, linhas e ladainhas, vírgulas e virtudes. Garotinha-mulher que prefiro ser, ainda me conservo e sou secreta por natureza

⁠Entender que vida é cíclica tem me aliviado os anseios. Penso hoje e deixo o depois para mais tarde. Faço planos, desenho trilhas e sigo, passo-de-cada-vez. Lento... que é pra não surtar.

⁠A cidade é da garoa, a selva é de concreto. Nas ruas, bares e esquinas, deixei pedacinhos de mim. Volto sempre carregando saudade na bagagem, e suspiro um ‘até breve, São Paulo’. Existe amor em esse-pê. Para dar, doar e vender.

⁠A bagagem emocional que vem na mala é gigante, mas cabe direitinho dentro do coração. Descobri que esses sonhos tão imensos são ainda maiores se sonhados em par ♥

⁠Queria o teu silêncio no meu, queria o teu braço como travesseiro e teu respirar no ouvido. Pra sempre.

⁠— Pra você.
— Flores e bombons?
— Ora, o que é o amor se não um amontoado de clichês?

⁠Estou me permitindo todos os dias, me deixando ser a melhor versão de mim.

⁠Quanto tempo passou desde que parei de vestir um sorriso que não era meu?

⁠é sempre um nome, no meio de tantos nomes, que arranca um sorriso.

⁠entendi que o vento, vezenquando, muda a direção do voo, mas não me impede de voar.

⁠A vida é uma montanha-russa de emoções, não é? Nem sempre a gente está por cima, tem dias que estamos bem pra baixo e tudo bem. Sério, tudo bem! Não tem problema nenhum não viver uma euforia todos os dias, ser feliz, sorrir e ser emocionalmente estável. Sei lá, acho que é necessário deixar cair para subir e curtir a vista do topo, sabe como? Se nos mantermos sempre no ápice, no auge, perde o encanto, perde o furor. Sei lá, tem dias que a gente acorda com o pé esquerdo - e tudo bem. Se permita sentir isso que é incômodo, que é amargo, que nos faz odiar a própria companhia (quem nunca?). Se acordar ranzinza, se permita estar. Mantenha o mínimo de contato com o mundo e tente entender porque o corpo está tão reativo, tão sensível, tão extremo. E durma bem. Reze um pouco antes de dormir, agradeça um tanto ao acordar. E pronto.