Coleção pessoal de jamilamafra

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Tapete de Sangue

Pai nosso que estais no céu,
Aqui o caso é sério
Já estão até chamando
A Terra de inferno.

Veja a nossa vida
E a nossa falta de amor,
Nossos irmãos
Viram marginais
Enquanto nos enganam
Os governamentais.

As ruas são um tapete de sangue
Sobre o qual temos que pisar,
O crime virou tema de novela;
Tão comum quanto colocar no pão
Um pedaço de mortadela.

Sujaram de vermelho
As cores e as bandeiras da Terra.

Não há melhora,
O mundo só piora
E tudo que Vistes
Que era bom para vivermos
Está sendo destruído
Pelo desumano desprezo.

O Brilho do Sol

Mesmo em face da tristeza
Deus insiste em me mostrar
Que neste mundo tudo passa
E logo o mal se acabará.

Mesmo em face dessa raiva
Eu sinto no meu coração
Que a bondade sempre existe
Mesmo com a solidão.

E que a dor desse momento
Nunca apague os bons momentos
Que um dia eu vivi,
Nem apague os sorrisos
Que um dia eu senti.

O sol brilhará para sempre
Esteja o mundo alegre ou não,
Brilham todas as estrelas
Justamente na escuridão.

E que a dor deste momento
Nunca apague os bons momentos
Que um eu vivi,
Nem apague os sorrisos
Que um dia eu senti.

Porque o sol brilhará para sempre
Esteja o mundo alegre ou não,
Brilham todas as estrelas
Justamente na escuridão.

Your Blue Eyes

Your blue eyes
Of the color of this sea
Make me smile,
Make me cry.

Your blue eyes
Of the color of this sea
That separates us cruelly
Make me feel
Desire to love.

I do not know if I'll survive
Only seeing your photo
Without that I can get you.

I know that you do not love me,
And you will never love me,
Because you already have your love,
I will always be alone.

Your blue eyes
Of the color of this sea
Make me smile,
Make me cry.

Your blue eyes
Of the color of this sea
That separates us cruelly
Make me feel
Desire to love

Você Não Merece o Meu Amor

Você quer o meu amor verdadeiro,
Mas também quer a paixão de outra pessoa,
Olha aqui,eu não sou um brinquedo!
Não vai brincar comigo!
Eu não sou boba!

No fim das contas eu perdi a conta
De quantas vezes fui uma tonta
Acreditando em você!

No fim das contas eu perdi a conta
De quantas vezes fui uma tonta
Acreditando em você!

Você me ignorou e disse que não queria mais saber...
Agora você voltou
Dizendo que sempre me amou,
Não sei por que!

Você fala das suas paixões pra mim
Só pra me magoar,eu sei,
Mas olha,eu não tô nem aí,escuta
Agora eu juro,
Eu vou te esquecer de vez!

No fim das contas eu perdi a conta
De quantas vezes fui uma tonta
Acreditando em você!

No fim das contas eu perdi a conta
De quantas vezes fui uma tonta
Acreditando em você!

Faça algo de bom por mim,
Não me nota,me esquece,
E quando passar por mim na rua
Faça de conta que não me conhece!

No fim das contas eu perdi a conta
De quantas vezes fui uma tonta
Acreditando em você!

No fim das contas eu perdi a conta
De quantas vezes fui uma tonta
Acreditando em você!

Vírus do Medo

O mundo me assusta,
A vida não é justa,
Sinto o vírus do medo
Que já está dentro de mim.

A hora não passa, A morte não é válida
Pois muitos já nascem
Com o peso da cicatriz.

O mundo me humilha
Toda hora todo dia,
De um lado exigem
E do outro pisam
De um jeito que
não tem mais fim.

Por isso quero a coragem
E a liberdade
De não existir!

Quero ser igual
Mas eu não sou normal,
Quero ser normal
Mas eu não sou igual,
Minha revolta é imortal!

Sinto o vírus do medo
Que já está dentro de mim,
Por isso quero a coragem
E a liberdade de não existir.

Um Come o Outro e no Fim Termina Todo Mundo Comido

O sapo come a mosca
E a largatixa também,
A cobra come o sapo.

O leão come o cabrito,
Quase não deixa nenhum quadrúpede vivo!
O tubarão come os peixinhos
E as baleias também!

O boi come capim
E o ser humano come o boi,
Então o ser humano morre
E as bactérias e os vermes
Comem o corpo podre do ser humano.

Resumindo a vida neste mundo é assim:
Um come o outro
E no fim termina
Todo mundo comido.

Um Castelo de Areia

Olha só que ilusão:
Sonhar que eu sou uma princesa
E que ele é o princípe,
É um castelo de areia
Destruído pelo mar
Quando a onda má chegar.

A voz dele é tão linda
Quando canta uma canção,
E os olhos dele tão claros
Como as águas de um palácio.

Mas é assim que a vida é:
Ele não gosta de mulher.

É uma triste sensação;
Uma espécie de prisão,
Mas não passa de ilusão
Sonhar que sou uma princesa
E ele o princípe da realeza,

É um castelo de areia
Destruído pelo mar
Quando a onda má chegar.

É assim que a vida é:
Ele não gosta de mulher...

Desperdício do desgosto,
Treme amargo o meu corpo sozinha
Por saber que sua beleza
Nunca será minha.

Culpa disso ninguém tem:
É assim que a vida é:
Um castelo de areia
Destruído pelo mar
Quando a onda má chegar.

Eu nunca mais quero sonhar
Que eu sou uma princesa,
Porque é assim que a vida é:
Ele não gosta de muller.

Sua voz é sempre tão linda
Quando canta uma canção,
E seus olhos são tão claros
Quanto o céu tão limpo azul,
Mas a vida nunca é blue!

Eu até pensei inocente:
Pelas ruas da Itália
Dessa vez eu vou sonhar,
Mas eu só me enganei,
Consegui me machucar.

Desperdício da amargura,
Sonhei só de brincadeira
Mesmo assim doeu saber
Que é assim que a vida é:
Ele não gosta de mulher!

É um castelo de areia
Destruído pelo mar
Quando a onda má chegar.

Todo Dia É o Meu Aniversário

Ontem me fizeram chorar....
Ontem sem que eu percebesse
Eu permiti que me fizessem chorar....

Mas as crianças inocentes
Passaram tão felizes sorrindo
Em cima daquela carroça velha,
E eu tenho as minhas pernas.

Hoje
A aquela lágrima não existe mais
Porque para cada dia
Há sua própria agonia
Que jamais se repete,
Pois é única tal qual a alegria.

E por isso todo dia
É o meu aniversário
Porque todo dia
Eu renasço das cinzas de ontem...

Todo dia eu renasço das cinzas de ontem...

Pois neste mundo
Quem não é fenix
Deixa de existir....

Pois neste mundo
Quem não for fenix
Deixa de existir!

Todo dia é o meu aniversário.

Ontem alguém me ofendeu...
Ontem sem que eu percebesse
Eu permiti me sentir ofendida.

Eu nunca nasci
Com tudo que eu queria,
Mas eu tenho os dois braços.

Por isso todo dia é o meu aniversário...
Todo dia eu renasço das cinzas...

Eu renasço das cinzas de ontem
Que nunca deixarão de existir....

E pra mim o mundo é sempre novo e diferente
Daquele que eu conheço sempre.

E por isso todo dia
É o meu aniversário
Porque todo dia
Eu renasço das cinzas de ontem...

Todo dia eu renasço das cinzas de ontem...

Pois neste mundo
Quem não é fenix
Deixa de existir....

Hoje
A aquela lágrima não existe mais
Porque para cada dia
Há sua própria agonia
Que jamais se repete,
Pois é única tal qual a alegria.

Time To Say Goodbye

Do not think I'm iron
Do not think my heart is stone,
My soul is torn,
But it's time to say goodbye.

You told me you love me,
But you also told me
What do you love another girl.
Then it's time to say goodbye,
Goodbye!

I'm sure that soon you will forget me,
Maybe you'll even be happy,
Carry on with your life.

I'm not iron,
My heart is not stone,
My soul is torn,
But now it's time
To say goodbye,
Goodbye!

Say "Never Again"
It's always a little sad.
But I can say goodbye
Without looking back.

Do not think I'm iron
Do not think my heart is stone,
My soul is torn,
But it's time to say goodbye.
Goodbye!

Teus Olhos Azuis

Teus olhos azuis
Da cor desse mar
Me fazem sorrir,
Me fazem chorar.

Teus olhos azuis
Da cor desse mar
Que cruelmente nos separa
Me fazem sentir
Vontade de amar.

Mas não sei se vou sobreviver
Somente vendo a sua foto
Sem poder te ter.

Bem sei que não me amas,
E nunca me amarias,
Pois ja tens o teu amor,
Estarei sempre sozinha.

Teus olhos azuis
Da cor desse mar
Me fazem sorrir,
Me fazem chorar.

Suicídio Espontâneo Pré - Suicida Achocolatado

Vou me matar
De tanto comer chocolate
Pra eu te esquecer
Antes que eu me mate.

Na sua cabeça
Estou esquecida,
E agora o que eu vou fazer
Da minha vida?

Toda vez
Que eu vejo alguém
Parecido contigo
Sinto uma forte aversão enérgica,
Com certeza deve ser
Uma forte reação alérgica
À sua imagem
Que me faz sofrer de verdade.

Vou me matar
De tanto comer chocolate
Pra eu te esquecer
Antes que eu me mate.

E o fim dessa história
Não há quem não saiba
Ou se importe,
O fim dessa história é
A intolerância à glicose.

Sonhei Que Dancei Com Você

Sim,

Foi só um sonho,

Mas com sentimento tão real.

A dança aconteceu
Em um lindo solário,
Você estava de terno,
Muito bem arrumado.

A música era lenta
E enfeitava aquela noite
O céu estrelado
E também com certeza
O canto de alguns pássaros.

E nos embalos daquela doce melodia
Repousei minha cabeça
Em teu ombro,
Assim pude sentir a intensidade
Daquele momento mais real
Do que a própria realidade.

Conforme dançávamos
Eu de olhos fechados
Sentia mais e mais a tua presença
Em meu mundo solitário.

Essa dança tornou
Meu corpo mais calmo,
Então pude sentir
O consolo dos teus braços.

Seria esse um devaneio
De uma moça solitária?
Ou apenas mera fantasia
De uma poetisa mal-amada?

Sinceramente não sei,
Sei apenas que gostei.

Em toda a minha vida
Essa foi a dança mais bonita,
Todos tinham que ver,
Sonhei que dancei com você!

Shampoo

O nosso amor é perfumado
Com o doce aroma de shampoo....
E massageiam os meus cabelos as suas mãos
Nessa noite espumada
Em nosso banho de paixão.

A nossa água é perfumada
Com a essência das rosas vermelhas,
No doce sabor dessa hora
Com o mel do prazer você me beija.

Me perco em seu mar infinito de emoção,
Só você consegue acelerar meu coração,
Massageiam os meus cabelos com shampoo
As suas mãos, Leão,
Em nosso banho de paixão.........

O nosso amor é perfumado
Com o doce aroma de shampoo....
A nossa água é perfumada
Com a essência das rosas vermelhas,
E no doce sabor dessa hora
Com todo o mel do prazer você me beija.

E assim sem destino
Me perco em seu mar infinito de emoção,
Só você consegue acelerar meu coração,
Massageiam os meus cabelos com shampoo
As suas mãos, Leão,
Em nosso banho de paixão...

Sentimento Retardado

Eu passei o dia inteiro
Só pensando baixarias,
Eu passei o dia inteiro
Pensando no que eu não deveria.

Esse mundo não vale nada!
Esse mundo não vale nada!
Esse mundo não vale nada!

E nas águas tão difíceis
Desse rio chamado inglória
Eu já sinto as chibatadas
Da injustiça que não tarda.

Ao redor só vejo fome
E meus sonhos tão perdidos
Enterrados sob o lixo
Que se chama indiferença,
Isso é mais uma doença
Que atormenta o sentimento
Retardado desse jeito.

Esse mundo não vale nada!
Esse mundo não vale nada!
Esse mundo não vale nada!

Meu rosto sem maquiagem
Tem a face da desordem
Só porque ainda sou pobre
Que é melhor do que ser podre,
Eu não posso consertar
O presente massacrado
Pelo monstro do passado,
Isso é mais uma doença
Que se chama indiferença
E atormenta o sentimento
Retardado desse jeito.

Eu passei o dia inteiro
Só pensando baixarias,
Minha mente é o esbulho
De tudo que eu não queria.

Meu rosto sem maquiagem
É o retrato da desordem,
Desde o dia em que eu nasci
Aqui eu nunca fui feliz.

Minha mente é a turbação
Da autocomiseração.

Esse mundo não vale nada!
Esse mundo não vale nada!
Esse mundo não vale nada!

Não vale o dinheiro,
Não vale a riqueza,
Não vale as jóias,
Não vale a esmola.

Não vale os amores,
Não vale a paixão,
Não vale o prazer
Que é sem emoção.

Não vale!
Não vale!
Não vale!

Nada!
Nada!
Nada!

Sempre Assim

Eu quero
Que o mundo me esqueça
E que eu desapareça,
Que ninguém lembre de mim.

Eu quero
Que esqueçam o meu rosto
E que o tenro desgosto
Seja só pra mim.

Não quero
De ninguém piedade,
E que o mundo que desabe
Seja em cima de mim.

Porque
Eu já me acostumei com o desgosto
E o espelho sem dono
Não quer mais me refletir.

Por isso
O meu rosto é tão sério
Enterrando nas sombras
Os meus versos
Que serão sempre assim

Secretas Secreções

Solto os purgos da memória
Porque a mágoa sempre fica,
Desamores e revoltas
São as secreções da vida.

Não há bodas,
Não há festas,
Não há prêmios,
Não há nada,
E não existe mal pior
Do que a solidão
Dessa estrada.

Tal qual um intenso corrimento
As lágrimas da dor vão escorrendo,
Nunca ouvi que houve remédio
Pra esse tipo de tormento.

Dessa vez não foi bacilo,
Não foi nem mesmo o tricomonas,
Dessa vez foi o vacilo
De querer e não ser dona.

Solto os purgos da memória
Porque a mágoa sempre fica,
Desamores e revoltas
São as secreções da vida.

Não há moldes,
Não há gaze,
Nem nenhum absorvente
Que contenha a secreção
De sentimentos tão doentes.

Para essa mórbida infecção
Chamada desilusão
Não existe antibiótico,
Pois são seres abióticos.

Todo mundo nessa vida
Já segregou pus algum dia,
Mas eu tenho um corrimento
Que me atrapalha na corrida.

Todo mundo tem um medo
Mas por falta de coragem
Segrega o pavor em segredo.

Todo mundo me acha estranha
Por eu não ter vergonha
De dizer toda a verdade,
Mas quem esconde o que sente
Acaba na insanidade.

Todo mundo tem a mácula
Guardada no coração
E quem disser que "Não"
De fato está vivendo na ilusão.

Não há moldes,
Não há gaze,
Nem nenhum absorvente
Que contenha a secreção
De sentimentos tão doentes.

Solto os purgos da memória
Porque a mágoa sempre fica,
Desamores e revoltas
São as secreções da vida

Se Eu Não Enxergasse As Flores

Estou aqui na praia no carnaval
Tomando banho de mar,
A manhã apenas começou
Sem quem eu quero amar.

Todo mundo está cansado
De sambar a noite inteira
Agora a praia está vazia,
E eu dentro da água,
Engolida pelo mar
Mas sem quem eu quero amar.

Não vou ficar de baixo-astral
Porque afinal é carnaval,
Vou dançar na areia e coisa e tal.

E seria tão legal
Se além de ter o mar
Eu pudesse só beijar
O Leão que eu quero amar.

Nado mais pro fundo do oceano
Na ilusão de me tornar uma sereia
E nadando chegar nas praias portuguesas.

Porque afinal é carnaval,
Agora a praia está vazia,
A manhã apenas começou,
E eu dentro da água,
Engolida pelo mar
Mas sem quem eu quero amar.

E seria tão legal
Se além de ter o mar
Eu pudesse só beijar
O Leão que eu quero amar.

Nado mais pro fundo do oceano
Na ilusão de me tornar uma sereia
E nadando chegar nas praias portuguesas.

Banho de mar no carnaval,
Todo mundo está cansado
De sambar a noite inteira,
Agora a praia está vazia
E eu dentro do mar
Sem alguém pra me amar.

O Insuportável

Não!

Não é nada fácil
Dizer adeus
A um amor impossível!

Mas é pior
Passar a vida inteira
Vivendo iludido.

E é isso que eu vou fazer agora,
E é isso que eu vou fazer agora,

Vou dizer adeus
Ao meu amor verdadeiro,

E é isso que eu vou fazer agora,
E é isso que eu vou fazer agora,

Vou dizer adeus
Ao meu verdadeiro amor!

O tempo e a realidade
Estavam contra nós,
A gente nunca poderia ficar junto
E eu preciso aceitar isso
Mesmo sendo um absurdo.

É difícil suportar essa hora,
Mas se eu não disser adeus agora
Vou ficar pra sempre morta
E enterrada em uma lembrança
Que não tem mais razão de existir.

E é isso que eu vou fazer agora,
E é isso que eu vou fazer agora,

Vou dizer adeus
Ao meu amor verdadeiro,

E é isso que eu vou fazer agora,
E é isso que eu vou fazer agora,

Vou dizer adeus
Ao meu verdadeiro amor.

Não sei
Se algum dia vou amar alguém
Como eu te amei!

Mas se algum dia eu disser
Já tenho outro amor
Escrevi essa música
Pra lembrar da minha dor!

Mas tudo bem
Vou levantar o meu rosto,
Tirar minha cabeça da lama
E seguir em frente,

Quem sabe um dia
Eu ainda te encontre talvez!
Decidi viver um dia de cada vez!

E é isso que eu vou fazer agora,
E é isso que eu vou fazer agora,

Vou dizer adeus
Ao meu amor verdadeiro,

E é isso que eu vou fazer agora,
E é isso que eu vou fazer agora,

Vou dizer adeus
Ao meu verdadeiro amor.

O Dia Depois da Morte

O tempo passa,
A gente morre
E o que fica?

Ficam-se as lembranças esquecidas,
Ficam-se as mágoas e as brigas,
Ficam-se as roupas e os sapatos usados,
Ficam-se as fotos e os porta-retratos,

Ficam-se os rancores,os sucessos e os fracassos,
Ficam-se os malfeitos e todos os bons atos.
Ficam-se os amores perdidos e os objetivos não atingidos,
Ficam-se as fortunas,
Ficam-se as vontades,

E aqueles desejos mesquinhos,
Ficam-se as mansões e os barracos caídos.
Ficam-se as contas,as honras e os diplomas,
Ficam-se a riqueza e a miséria,

E sozinho nosso corpo
Apodrecerá debaixo da terra.

Ficam-se os mal-entendidos,
Ficam-se os amores perdidos!
Ficam-se os filmes,

A fama,as diversões

E as muitas composições.

Só eu mesmo pra acreditar

Em face de tanto desespero

Pra insistir em conseguir

Algo que eu não tenho.

Só eu mesmo pra acreditar

Que em face dessa miséria

Terei as honras da Terra.

Só eu mesmo pra persistir

A procura de algum grande tesouro

Diante de tanto mau-agouro.

Ficam-se as contas,as honras e os diplomas,

Ficam-se a riqueza e a miséria,

E sozinho nosso corpo

Apodrecerá debaixo da terra

O Bêbado

É.....
Hoje é mais daqueles dias
Em que eu ardentemente desejaria
Nesse mundo não ser nascida;
Ter outra vida,
Num lugar melhor, Sem ser machucada nem ferida.

Hoje
Eu me sinto um bêbado caminhando
Sem rumo pelas esquinas,
Fedendo à cachaça
E sem alegria.

Hoje é mais um daqueles dias
Em que eu preferiria nem estar viva,
Hoje eu queria ter outra realidade
E esquecer que fui pobre e doente na puberdade.

Hoje eu me sinto
Um mendigo ignorado
Que sai por aí pedindo esmola
No semáforo ou de porta em porta.

Hoje eu me sinto
Hiroshima e Nagasaki
Dez segundos depois
Das explosões das bombas nucleares.

Me sinto a criança do Timor Leste
Miserável e esquecida
Morando sozinha
No barraco de palafitas.

Hoje eu me sinto o viciado desesperado
Sem dinheiro pra comprar a droga,
Me sinto o estudante revoltado
Sem vontade de ir à escola.

Eu me sinto um favelado
Jogado no corrredor
De um hospital público brasileiro
Implorando por um atendimento.

Hoje eu me sinto a lua
Tão admirada e tão linda
Mas está sempre sozinha
Naquela escuridão vazia.

Hoje a luz do sol
E o riso de alguns me incomodam,
E tudo isso porque
Hoje eu me sinto um prisioneiro judeu
À caminho do campo de concentração
Desejando naquela hora ser um cão.

Hoje eu me sinto Freud
Tentando curar a loucura
De quem ele já tem certeza
Que nunca mais vai ter cura.

Às vezes a gente come
O pão que o Diabo amassou sem fermento,
Pois tenho certeza
Que de Deus essa desgraça sem graça não veio;
Casa caindo aos pedaços;dença e desemprego
Do Ser Divino não provém
Do tridente do mal é que vem.

E tudo isso porque
A raça humana não presta,
Nunca prestou
E nunca vai prestar!
Eu me sinto um árabe preso
Pelo exército americano em Bagdá.

Eu me sinto o bandido
Tentando fugir da polícia
No beco sem saída.

Eu me sinto a tartaruga iludida
Competindo na corrida
Contra os cavalos mais velozes
Acreditando que um dia vai chegar primeiro e ter sorte.

Eu me sinto um leproso
Em plena Idade Média
Definhando sem esperança de cura
No período das trevas.

Eu me sinto o milionário
Que de repente ficou pobre
Depois da queda da bolsa de Nova York
Na crise de 1929.

Eu me sinto a água podre do rio Ganges
Sendo obrigada a suportar por alheia ignorância
Cádaveres fedorentos dia e noite.

Eu me sinto um funcionário do INSS
Sofrendo um assalto
Em pleno dia de greve.

Eu me sinto a mosca
Morrendo aos poucos sozinha
Intoxicada pelo inceticida.

Eu me sinto a velha solteirona
Que passou a vida toda querendo alguém
Mas vai morrer sozinha sem ninguém,
Eu me sinto o vírus da AIDS
Completamente destruído
Por um vírus pior e inimigo.

Eu me sinto a menina de treze anos
Voltando do ginicologista
Segurando na mão a receita
De Metronidazol, Dermacyd e Tetracilcina.
Eu me sinto o Bill Gates sem dinheiro
E o candidato que nunca será eleito!

Hoje eu me sinto
O ator que nunca vai ganhar o Oscar,
E o viajante no caminho sem volta.

Eu me sinto eu mesmo
Nos tantos momentos que passaram
Nos quais fui tão humilhada na minha vida
Por não ter nascido rica.

Hoje eu me sinto todo o tempo que vazio passou
Sem ter acontecido nada de bom,
Eu me sinto a minha mãe
Pedindo o divórcio pro meu pai
Pelos 25 anos de infelicidade,
Exatamente a minha idade!
Exatamente a minha idade!

Eu me sinto o solo do sertão árido brasileiro
Recebendo de repente a furiosa onda de um Tsunami,
Me sinto o pobre que sonhou que ganhou na loteria
Mas acordou com as mãos vazias.

Pra falar a verdade
Hoje é mais um daqueles dias
Em que eu desejaria
Nesse mundo não ser nascida.

Pra falar a verdade
Hoje eu me sinto um bêbado
Sem destino, sem futuro, batendo a cara no muro
Caminhando pelas esquinas
Fedendo à cachaça e sem alegria