Coleção pessoal de FrancisIacona
Desconfie de advogado que tem fama de ser rico. O fato de ser rico não faz dele um homem honesto. Tanto o rico como o pobre roubam... A fama de riqueza pode ser um disfarce para ocultar suas más intenções em relação aos clientes.
Perder uma causa na Justiça dói. Mas a dor é maior se o autor da ação chega ao fim do processo carregado de desconfiança de que seu advogado o traiu com omissões e negociatas a que ele não teve acesso.
Nos dias de hoje assistimos muitos prisioneiros aderirem à chamada delação premiada. Geralmente, são presos corruptos que para amenizarem suas penas na prisão se propõem a entregar à Justiça outras pessoas que com e como ele praticaram atos ilícitos. É uma espécie de Judas ao contrário, porque o personagem bíblico entregou um homem de bem para ser punido injustamente, os de hoje entregam seus comparsas no mal. Embora o conteúdo de suas delações favoreçam à sociedade, o ato em si carrega uma carga antiética, por traírem seus companheiros na corrupção.
É triste ter um amigo em quem se deposita toda a confiança e este amigo - estando você preso ou acusado de algo que você não fez - se omite e para se proteger alega a quem o acusa de ser seu amigo que não o conhece, nunca o viu. O mundo está cheio de Pedros. Ser amigo em momentos felizes é fácil e agradável. Difícil é provar essa amizade nos momentos de dificuldade.
Somente aquele que sofreu nesta vida as maiores injustiças, foi agredido fisicamente e moralmente e carrega por toda vida as marcas dessas agressões, sem ter provado nos tribunais o gosto de ver seus agressores punidos e, pelo contrário, vê-los transitarem livremente com o aval da Justiça, pode mensurar de longe o sacrifício de Jesus naquela sexta feira de há mais de dois mil anos atrás.
O mundo está repleto de pessoas medíocres ou vulgares. Os espíritos elevados são uma minoria. É natural que estes últimos vivam na solidão enquanto os primeiros estão sempre acompanhados de seus iguais, passando ao largo da solidão que tanto temem.
A solidão é terrível para o medíocre, pois uma convivência demorada consigo mesmo acaba por revelar-lhe todo o seu vazio.
A mim parece que a prática do bem ou do mal guarda certa relação com o momento econômico em que vivemos. Em época de prosperidade as pessoas tendem a praticar mais o bem ou pelo menos diminuem a prática do mal. Já durante um período de crise econômica, com recessão, desemprego e inflação alta entre outras, um número significativo de pessoas descartam tudo que aprenderam na religião e põem em prática toda sorte de mal que permita a elas sobreviverem. O roubo, a traição, a inadimplência, tudo deixa de ter importância negativa. Durante uma crise econômica ocorre a prática da parábola do semeador no que diz respeito às sementes que caíram em terreno pedregoso. Germinaram, mas por não terem raízes, logo que saiu o sol, morreram. Poderíamos incluir também as sementes que caíram entre os espinheiros. Os cuidados do mundo, por natureza, já sufocam aquele que deseja seguir o Cristo. Em época de crise econômica, mais ainda. Seu mundo é mais importante e é preciso garanti-lo.
O bem é praticado à luz do dia, às claras, com transparência. Já o mal é praticado na escuridão, às ocultas, de forma misteriosa...
“Por ventura colhem-se uvas dos espinheiros?”- Questionou Jesus em seu sermão. Por ventura um grupo organizado de foras-da-lei podem proporcionar justiça a quem a ele recorre e o gratifica por seus serviços?
Os oportunistas não assediam nem os egoístas nem os avaros, pois em ambos os casos a porta estará fechada e não se poderá arrancar um centavo pelo bem que a eles tiverem feito.
Os oportunistas escolhem suas vítimas: ou são pessoas de destaque ou são pessoas notoriamente gratas. Em ambos os casos o retorno é quase certo.
Oportunismo é aproveitar de momentos desfavoráveis em que alguém esteja vivendo, para fazer-lhe favores, e posteriormente, tirar dele apoio, sob diversas formas, para seus propósitos escusos.
O egoísta por achar que todos têm obrigação de servir-lhe não tem memória do bem que os outros lhe fazem e dessa forma não demonstra gratidão por ninguém.
Gratidão é a memória do bem que os outros nos fazem. Ingratidão é a falta dessa memória naquele que recebeu qualquer bem de outro.
O amor é como um piano. As mulheres são o teclado. Não é possível tocar uma grande sinfonia numa tecla só.