Coleção pessoal de AntonioMatienzo

161 - 180 do total de 221 pensamentos na coleção de AntonioMatienzo

Um relacionamento interpessoal só é saudável quando presença e ausência, necessariamente ambas, são saudáveis.

Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo.

Desconfio muito dos veementes. Via de regra, o sujeito que esbraveja está a um milímetro do erro e da obtusidade.

O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma.

Uma vez descoberto, o ciúme passa a ser considerado por quem é objeto dele como uma desconfiança que autoriza a enganar.

A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia.

Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.

"Qualquer argumentação filosófica que não tenha como preocupação principal abordar terapeuticamente o sofrimento humano é inútil"

Os prazeres do amor jamais nos serviram. Devemos nos considerar felizes se não nos aborrecerem.

Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades.

O justo é tranquilíssimo, o injusto é sempre muito solícito.

Não temos tanta necessidade da ajuda dos amigos quanto da certeza da sua ajuda.

O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do que felicidade.

A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem.

A amizade e a lealdade residem numa identidade de almas raramente encontrada.

As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.

E o que é a boa educação além da permanente preocupação em não incomodar?

A única relação entre os seres que faz sentido ser trabalhada é a ética, e o caminho para a ética é a simplificação, não a complexificação. Nossa animalidade se estrutura bem em grupos restritos e isolados (ou conforme intuiu Epicuro, "em pequenos grupos de mesma opinião"). Essa possibilidade (como via geral) já se extinguiu há muitos séculos, e por mais que ignoremos, desde então nossa espécie se transformou numa praga fora de controle, progressivamente concentrada em urbes, consumindo recursos naturais num ritmo irrestituível, e causando sofrimento extremo e diário a bilhões de vertebrados, em escala industrial.

Não há para onde fugir: ativa ou não, cada coisa que detestamos habita dentro de nós.

Eliminadas todas as desordens opinativas, destilamos uma única questão política relevante, ainda que perturbadoramente irrespondível: onde termina a liberdade e começa a nocividade da expressão ideológica?