Coleção pessoal de AntonioMatienzo

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É insensato buscar o máximo em infindáveis coisas. No geral, exceder o suficiente aqui é causar o insuficiente ali.

Todos nascemos com o direito à felicidade. Porém, menos indivíduos nascem com a capacidade de serem felizes, e menos indivíduos ainda encontram a oportunidade de serem felizes. O direito, a capacidade e a oportunidade, as três coisas juntas, é algo que presumIvelmente só acontece para uma minoria de indivíduos, e certamente não por todo o tempo. Temos aqui uma das mais básicas leis naturais da vida, verificada em suas mais diversas formas, e somente uma miserável e cega esperança humana para supor que seríamos exceção.

Fazer quase sempre provoca sensação contrária a ter feito.

O ralo por onde escoam os direitos comuns também atende pelo nome de "privilégios fraudulentos".

Prática consciente de injustiça, em si, não existe. O que existe é conceito de justiça que privilegia a si.

O trabalho em si não é um fardo. O fardo está em executar ideias alheias.

A ignorância é a raiz, a procrastinação é a árvore, a vida jogada fora é o fruto.

O bolo da felicidade se compõe de uma massa chamada "necessidades comuns" e de uma cobertura chamada "inutilidades individuais".

A preguiça, se bem canalizada, é a nossa maior fonte de ânimo e criatividade. Na ânsia de evitar tarefas aborrecidas, trabalhamos e criamos de forma inacreditável.

Quando o enguiço da máquina beira a cronicidade, é trivial surgirem vozes bem intencionadas questionando se a roda deveria mesmo ser redonda.

A razão última de cada coisa e de todas as coisas nos é tão obviamente inacessível, que automaticamente passa a não nos interessar.

Ninguém duvida da existência do bem e do mal. Já a grafia com iniciais maiúsculas denota uma notória desassociação de responsabilidades.

Se pudéssemos ter conhecimento exato e completo de todas as causas naturais de cada evento, constataríamos que cada acontecimento passado, presente e futuro ocorreu de forma necessária. O livre-arbítrio, o acaso, e o próprio passar do tempo são quimeras cabíveis a nossa interpretação limitada.

O exercício humano se divide em três coisas: ação mental, ação corporal e inação. A ausência injustificada de qualquer uma das três pode e deve ser considerada preguiça.

Esgotado o poder da inteligência, quem assume as rédeas da atitude é o sofrimento.

Não seria burrice insistir nessa compulsiva busca pelas melhores ideias enquanto a capacidade de diálogo (algo bem mais primário) permanece atrasada?

A hiperpopulação, aliada à era da informação trouxe à tona o caos de opiniões humanas. Hoje somos ratos furiosos apertados dentro de uma caixa. Diante disso, me parece bem mais sensato olhar com honestidade para minhas próprias atitudes do que tentar convencer os outros das minhas vãs opiniões.

Fazer a melhor escolha deve ser no máximo trabalhoso, nunca aflitivo. Se as circunstâncias que não dependem de nós são um limite, e nossos esforços e capacidades também são limitados, então no fim das contas não houve escolha. Houve apenas e justamente o que nos cabia.

Convívio harmonioso. Para desfrutá-lo, as pessoas desejam pares que pensem como elas próprias. Mas encontrar essas pessoas, além de ser no máximo metade da solução, requer esforço. A outra metade da solução está em ser si próprio agradável, o que também requer esforço. Disso concluímos o que? Que a principal suspeita da desarmonia é a preguiça.

Não vejo um Mal e um Bem no sentido metafísico, nem tampouco atribuo à espécie humana uma natureza má. O que chamam de Mal me parece apenas a natureza inercial, e o que chamam de Bem, a natureza evolutiva das coisas.