Coleção pessoal de AllineFaustino

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Não me pergunte aonde vou, mas me peça pra voltar.

A saudade não deseja ir para a frente. Ela deseja voltar.

Não se lamente pelas perdas. Elas são necessárias para voltar a se encontrar...

Os ausentes fazem sempre mal em voltar.

Sei como voltar:
as cores do meu outono
desenham caminhos.

Fazes-me falta, estou ausente de mim própria.

Quando lhe jurei meu amor, eu traí a mim mesmo...

Eu, que vivo de lado, sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo. (...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. (...) Sou um coração batendo no mundo.

Parte de mim tem medo de se aproximar das pessoas, pois teme que elas me deixem.

Reúno em mim mesmo a teoria e a prática.

Simplesmente eu sou eu. e você é você. É vasto, vai durar. (...) Olha para mim e me ama. Não: tu olhas para ti e te amas. É o que está certo.

E no meio de um inverno eu finalmente
aprendi que havia dentro de mim
um verão invencível.

Não entendo, apenas sinto. Tenho medo de um dia entender e deixar de sentir.

A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada.

Aos olhos da saudade, como o mundo é pequeno.

Você pode até dizer que não entendeu o que eu disse. Mas jamais poderá dizer que não entendeu como eu te olhei.

Mas não se esqueça: assim como não se deve misturar bebidas, misturar pessoas também pode dar ressaca.

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

CONSOLO NA PRAIA

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

A celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. Fósforo que foi riscado. Nunca mais acenderá. Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas em festa de aniversário. Se uma vela acesa é símbolo de vida, uma vez apagada ela se torna símbolo de morte.