Chove
Chuva cai limpa a terra
leva o mal que esta nela
Chuva forte que não para
É muita dor pra pouca água
Chove agora e não para mais
Chove mais
Chove mais
A cidade era uma mata, ainda ouço contar os causos. Hoje lá ainda chove. Talvez sejam as lágrimas de Deus ou suor do homem. Bicho Homem.
Reflorestar é questão de conservar a própria especie.
Minhas orações vão até as nuvens e caem como gotas... nunca foram ouvidas por Deus.
Mesmo assim na esperança continuemos, de joelhos falando com nos mesmos.
Talvez um dia por bondade Ele nos ouç...
A esperança nunca morre dentro de mim, mas ela me mata aos poucos...
No que eu me tornei ?
E esse vazio que ousa me preencher e embaçar meus olhos.
Hoje minha alma é só mais um dejeto de um servo impuro.
Quando a Tua paz vira nos visitar ?
Quando nós não nos sentiremos mais aflitos ?
E quando vai nos ouvir ?
Mas eu vou sorrir quando amanhecer, pra mostrar a alegria da esperança que me sufoca cada dia mais.
E então... chove outra vez.
Mesmo que você se sinta só
Não chove todo o dia
A chuva vai passar
O dia pode estar fechado, mas eu sei
Não chove todo o dia
Não chove para sempre
Chove lá fora
As vezes passo hora olhando lá foras.
E vejo como tudo aqui dentro é diferente de tudo que já vi.
Nada faz mudar minha maneira de pensar, de ser lá e daqui.
Ah se aqui se misturasse com lá!. Teria um mundo diferente.
Sem saudades de lá, e sem saudades daqui.
Enquanto não durmo
Chove lá fora, chove por toda noite;
Noite sozinha, brilha a imaginação;
Nessas horas de intensa harmonia;
Saindo com vontade de ficar;
Perto de mim tudo e tão belo;
Passa as horas;
Lembranças de um tempo que não volta mais;
Só restaram lembranças…
Quase tão perto, mas longe de chegar;
Imaginar e desejar;
Sorrindo e chorando;
Tranqüilo num canto só esperando;
Sem barulho uma calmaria;
Só restaram pedaços de lembranças;
Agora nessa hora;
Imagino e reconheço;
Perdemos muito tempo;
Sem ter tempo;
Brincar com as emoções;
Perder as responsabilidades;
Se entregar ao momento de pensar…
E vou sempre a pensar. Deixa que logo passa;
Ainda sim resta me forças;
Misturar e misturar;
De querer e de querer;
Na hora certa você vai achar.
Chove por mim os teus olhos
Chove por mim os teus olhos
Abusando do instante que te dou
Retrata o teu espírito
E com ele todo teu amor
Delineando tua face
Expõe-se a gota da dor
Entoando com arte
Reverencia-se ao observador.
O cheiro do teu sentimento
Exibe-se todo enfim
E o gosto de teu pensamento
Impregna-se em mim.
Chove pôr mim os teus olhos
Furtando-me o mundo em que estou
Deixa-me repleto da culpa
Pôr por ti não ter amor.
Enide Santos 21/10/14
rebento
depois da gestação do estio
a nuvem desembrenhou
no cerrado, e num envio
de seu rebento
num magnifico sobrevoo
chove... neste momento!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18/10/2019
Cerrado goiano
CHOVE... (soneto)
Chove... que sussurro no humedecido
Cerrado molhado. O cheiro se enleva
Em nubladas nuvens, o temporal leva
O dia, perfumado, no chão lânguido
É a poesia! Palpita a vida num alarido
E nos meus versos a saudade eleva
Na chuva, e que vai caindo em treva
A melancolia de este tempo chovido
Chuva, lá fora, cá dentro um roteiro
De solidão. Encharcando a emoção
Doudejante, em um silêncio inteiro
Entre os tortos galhos nus, troveja
E a enxurrada numa doce canção
De um latente gotejar, a terra beija...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 9 de novembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Chove tanto, parece que nunca terá sol. Será que um dia teve? Não me lembro! Chove pelo corpo sem fim.
Você espera que a angústia desapareça
Enquanto chove sobre a estrada estranha
Onde se encontra
Chuva: só espero
Que a angústia desapareça
Estou fazendo tudo o que posso
chove lá fora
acordei
e vi que chove
observei
que não era só lá fora
revestido de breu
minh’alma
também, chora!
dengosa
amorosa
queixando de tudo
do silêncio mudo
da carência
daquela ausência
amargo sentido
coração partido
ah! e o meu amor
na sofrência, na dor...
chove lá fora
cá dentro do alento
também chora!
triste sentimento
sem compaixão
sedento
cheio de ilusão
lamento... dura hora
vão... solidão
chove lá fora!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 dezembro, 2022, 13’37” – Araguari, MG
versão para “Chove”
Trilhas do Despertar
Na alvorada, meu caminho se ergue,
Cada aurora uma página, um verbo que aflora.
Não persigas os trilhos que escolhi,
Meu destino vagueia, sem rumo definido.
Não gravarei meus passos na terra,
Sou a brisa que dança, a chuva que não molha.
Em cada partida, sou o desconhecido,
Entre sombras e luz, sou o eco perdido.
Meu caminho é uma melodia sem partitura,
Uma dança sem coreografia, uma aventura.
Não busques razões onde só há mistério,
Sou o verso que flui, o sonho sincero.
Na aurora de cada dia, eu renasço,
Um viajante do tempo, um eterno laço.
Não me prendas ao chão, pois sou o voo,
Em direção ao infinito, sou o próprio eu.
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