Chegou ao fim
EUTANÁSIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Um adeus que chegou ao meu aceno,
sem a minha vontade ou conivência;
foi um dreno imprevisto e compulsório;
eutanásia do sonho terminal...
Veio à mão, exigiu meu gesto vago,
gradual, reticente, sem anúncio;
dei um trago moroso numa guimba
cuja brasa expirava em outra ponta...
Era seu esse adeus, foi golpe sujo
desviar o processo para mim,
pra eu dar o seu fim à nossa história...
É a pura verdade, que acenei;
porém sei que o aceno, embora meu,
se assinou com a sua acenatura...
AS MÍDIAS, OS INTERESSES PESSOAIS E A HIPOCRISIA RELIGIOSA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Chegou ao fim, uma novela que me fez entrar em sua história. Uma trama que encontrou as mais diferentes formas de alcançar os corações e as mentes dos brasileiros. Tanto os que assistiram quanto os que não; porque afinal, os que não assistiram fizeram exatamente como aquelas pessoas que não tomam bebidas alcoólicas, porém, cheiram as rolhas. Colhem as rebarbas. Tentam saber por meio de terceiros, ou em última instância, dão audiência escondidos.
Não tenho como não aplaudir uma obra; seja novela, filme, peça teatral, dança, livro, arte plástica (...), exibida por qualquer veículo... seja ele a Rede Globo ou a Band News; a CBN ou a Rádio Tupi; qualquer site, revista ou tela de cinema, se ela propõe um conjunto de reflexões de suma importância para o mundo contemporâneo, de formas tão delicadas, ao mesmo tempo cruas, porém dotadas de responsabilidade social. Conexão com as verdades que nem sempre queremos, mas precisamos encarar.
Vi a novela do início ao fim, com os mesmos olhos que tenho sobre qualquer obra de arte: olhos atentos às mensagens; às entrelinhas; às particularidades que me dizem respeito, e a toda a sociedade, na vida real. Olhos também atentos ao desempenho dos atores; à sensibilidade com que todos incorporam suas personagens e vivem suas histórias como heróis, bandidos, intermediários e figurantes.
É claro que a arte, a exemplo de tudo, tem seus contextos positivos e negativos; perniciosos e sãos. O que posso dizer aos que temem novelas e determinadas emissoras porque seus líderes espirituais ou politicopartidários mandam temer, é que o princípio da cidadania mora na liberdade. Liberdade para vermos, lermos e assistirmos o que achamos de bom tom, com a certeza de separarmos o que é bom e mau para nossas vidas a curto, médio e longo prazo.
Gostar ou não de algo é um direito de todos. Ninguém é obrigado, por exemplo, a ser noveleiro porque sou. Nem deixar de ser porque o padre, o pastor, o pai de santo nem o grão-mestre ou guru não gosta... ou desaprova. Seus próprios olhos e critérios são os mais recomendáveis para você avaliar o que é de bom e mau agouro, didático, antididático, belo, terrível...
Foi com essa liberdade pessoal, esses olhos e critérios que pude absorver o que há de melhor em uma trama. Desarmado, consegui entender que a história trouxe para dentro de minha casa o que meus preconceitos às vezes não querem ver. Arrombou meu sossego e acomodação social, me fazendo refletir sobre a importância de aceitar que o próximo não é só o igual. É também o diferente. Próximo é perto. Ao alcance de nossos olhos, nossas mãos e nosso amor... ou pelo menos nossa tolerância.
Não, não e não. As novelas não influenciam a sociedade. As realidades sociais influenciam as novelas, que as devolvem à sociedade física embrulhadas em arte, literatura e espelho, para decidirmos o que representa em nós. Nem há pregação. Nenhum autor manda cometer crime ou delito, mudar de gênero nem se converter a outra orientação. O que nossos filhos sabem é pelas próprias observações. O que eles são, enrustidos ou às claras, já são mesmo. E o que aprendem, mesmo em nossa companhia, o fazem nas ruas e na vizinhança; nas convivências inevitáveis na escola. E como se não bastasse, ainda aprendem com nossas rabugices religiosas, sociais e políticas, lições incontestes de pura hipocrisia.
Vi uma trama combater, com histórias espelhadas em experiências de vidas reais, o preconceito de gênero; o racismo; o ódio religioso; a negação do vício; a injustiça política e social. Também vi essa trama trazer à luz os caminhos que levam ao crime, para depois mostrar as consequências. Li nos contextos da referida, o discurso verdadeiro de que nos vemos diante de uma nova sociedade, e não nos resta senão optar entre o amor e o ódio, pelas diferenças. E é claro, além de muitas outras realidades, um pouco de poesia.
Enfim, vi com o meu discernimento e minha liberdade, na novela que todos viram com seus olhos ou os olhos alheios, uma mensagem múltipla de amor. Um amor que se distorce na hipocrisia religiosa e na intenção eleitoreira dos candidatos a cargos públicos, quando contradizem suas pregações pretensamente alicerçadas no livro que usam para suas conveniências pessoais.
Este pagão ou não religioso alicerça o seu manifesto utilizando exatamente o livro no qual não crê como guia divino de sua conduta ou caminho para salvação da alma, mas no qual descobre, sempre que o relê, máximas ou ensinamentos preciosos. A bíblia confronta e desmente seus pregadores, onde fala de amor ao próximo; primeiro, porque o próximo é qualquer pessoa de algum modo alcançável. Segundo, porque diz que se deve fazer o bem sem olhar a quem. Terceiro, porque fala do amor de Deus como um amor incondicional. E quem não ama incondicionalmente, fere natureza e o princípio do amor desse provável Deus.
Por fim, a bíblia também desmente seus pregadores, onde afirma que Deus deu ao homem o livre arbítrio. O que os religiosos mais têm feito, com linchamentos verbais e físicos, às vezes letais, é se mostrar superior ao possível Deus, querendo arrancar à força esse livre arbítrio do semelhante. Se a tal bíblia fala em inferno após a morte, porque será que seus seguidores querem condenar o próximo ao inferno – da exclusão, do julgamento e a condenação contínua – mesmo antes da morte?
Conhecer o mundo além das paredes dos templos, das palavras dos líderes, das páginas da bíblia, das dicas da web, das mensagens carolas de redes sociais, da hipocrisia política e familiar e até das mídias fixas e recomendadas, é sair da ignorância. Vencer a limitação. Ter bagagem para refletir por conta própria. Possíveis céu e inferno são o futuro. Não Continuemos ignorantes do agora.
Se você chegou até aqui há um desejo constante em você para a mudança e escreva Eu aprimoro minha versão.
Corpo a Corpo
William Contraponto
Teu cheiro chegou primeiro.
Nem palavra, nem nome.
Apenas pele
em estado de intenção.
Tinhas o torso do erro
que eu nunca quis evitar,
e um olhar de quem conhece
a língua dos labirintos.
Não havia futuro em nós —
havia agora.
Esse agora denso,
que se despe com os dentes
e se escreve no escuro.
Minhas mãos em tua nuca,
teus quadris contra o mundo,
e tudo o que não sabíamos dizer
se dizia ali,
em cada investida.
Não fizemos amor —
fizemos ausência.
Do que disseram que era certo,
do que juramos reprimir.
Fizemos vício,
feito dois animais
com pensamento demais.
Depois, o silêncio.
Não o constrangido —
mas o pleno.
Como quem sabe
que o que aconteceu
não precisa de legenda.
E quando partiste,
deixaste um rastro de ti
no cheiro do lençol,
e um pouco de mim
nas tuas costas.
A lembrança chegou
com a chuvarada,
Abraçada ao oceano,
com a maré mexida,
com a areia molhada,
e com a alma lavada.
A tempestade bradou,
com os raios de metais,
Resoluta e decidida,
que não volta atrás,
que não pensa em você,
e que não te quer mais.
A lembrança surgiu
com os mil perfumes,
Acobertada pelas nuvens,
com o mistério da fé,
com um grande plano,
e derrubando totens.
A liberdade poética
com as suas asas,
Certa das tuas cismas,
que ignora detalhes,
que determina caminhos
e que aceita as tuas sinas.
A temperança não me deixa
com os seus perfumes,
Ainda destes versos morrerás
com todos os ciúmes,
Sentindo os lamentos,
Com o teu peito em mil rebentos.
Chegou mansa a 'noitinha',
ela pronta a se assanhar:
Fez com que eu imaginasse
dormindo de ladinho
bem abraçada contigo.
Nós dois de 'conchinha',
como 'a onda no mar',
vestidos de estrelas e luar.
Noite toda mansinha
cheirosa nas nossas relvas...
Teu corpo é lugar de ficar,
mesmo estando de costas:
eu sei do que tu gostas!
Sinto teu peito a ribombar...
A noite chegou sorrateira,
E sem fazer barulho,
A brisa e seus meneios,
Tomam conta de tudo;
É noite, olhe para cima!
A Lua sereníssima,
As estrelas te imitam,
Todas bordadeiras...,
Vejo aves noturnas,
Gentis e faceiras,
Deus é o segredo!
A noite chegou agradável,
- serena -
Pelos fios bem entrelaçados,
Através das mãos da bordadeira,
E da grandeza da sua alma,
De menina e de estrela,
Que à todos ilumina!
Ao fundo ouvindo um violão,
Uma canção de Renato Russo
Vozes bendizendo:
"Quem um dia irá dizer
Que não existe razão
Para as coisas
Feitas pelo coração".
E assim segue a bordadeira
Cantando o refrão,
Com paz e fé no coração;
A bordadeira existe,
É crença feminina
No amor e na vida,
Alma forte e decidida.
Não menos delicada,
Não menos ternura,
Tão radiosa,
Bordadeira de Salinas,
Borda tão lindamente,
Encantando simplesmente,
Bordando o seu destino infinitamente...
A chuva chegou,
Eu já posso plantar!
É verdade, Padre!
Não me canso de plantar.
A chuva chegou,
Antes do direito!
É verdade, Padre!
Deus é sempre perfeito!
A chuva chegou,
Ela pode ir embora,
A vida é assim mesmo,
O ser humano não toma jeito!
A chuva chegou,
Só não chegou
- a vontade de mudar -
Desses políticos que não param,
- nunca -
De zombar da cara do sertanejo,
Não pensem eles,
Que o nosso povo desatento,
Nós sabemos à que viemos:
O sertanejo é poesia,
Não para de sonhar,
O sertanejo é um forte,
É o poeta da seca,
É o poeta da própria sorte,
O sertanejo é um forte,
- exausto -
Como disse a senadora,
Como disse o poeta,
E como canta o repentista:
- O sertanejo é um forte...
- Sobretudo! -
O sertanejo tem vontade de vencer
Quem fala o contrário:
Não conhece o sertão,
E não sabe o quê é viver...
A chuva chegou,
O ser humano continua o mesmo,
Ele não toma jeito,
Não conhece a vergonha,
Só conhece o ano eleitoral,
Zombar com a cara do sertanejo
Para alguns políticos se tornou normal!
Com o coração apaixonado
Pertenço-te mais à você
Do que a mim mesma,
Você chegou para mexer
Com a minha cabeça,
Não há mais um porquê
Para olhar para trás,
Agora sei que eu te
amo a cada dia mais...
Se é conto de amor,
A gente inventa
Do jeito que for,
E tempera o nosso
amor com pimenta
O nosso bom motivo d
e sermos presença,
Assim nos aquecemos
com o mútuo calor...
Do que dizem que
pode ser ilusão
Está escrito nos teus
olhos a minha paixão,
Sei que aos poucos
você está para chegar
Não falta muito, sei que
você vai se entregar,
Nem eu e nem você vamos
parar para pensar...
Não procure
pela explicação
O amor quando acontece
tem a sua própria lógica,
O importante é estarmos
juntos além das horas,
E dessa vez, nenhum
dos dois irá embora,
O amor chegou para ficar
escrito na nossa história.
Você me pede um verso
Eu quero bem mais do que isso,
Estou pedindo o teu avesso
Quero viver no teu
colo um doce paraíso;
Ter você aqui do meu lado,
é bem isso que eu preciso.
Ele chegou bem sorrateiro,
ele chegou de soslaio,
o amor chegou!
O amor tomando-me para ele,
pegou-me de surpresa,
mas chegou em fina gala
- fiz-me logo rendida:
dei mais do que pala,
e cedi à todas encantadoras
- insinuações.
Temos fendas e inteirezas
que se completam,
e exigem um prelúdio
com grande pompa
gostamos de nos amar
- além da conta.
E nessa delícia
que não se acaba,
e só recomeça: somos
conjunto e um só resplendor.
Há um envolvimento,
uma volúpia e um entendimento.
Tens uma natureza repleta
de manhas e artimanhas,
mas aqui há um coração delicado
e um corpo divinamente resguardado
no afã de encontrar o teu amor
apaixonado romântico e garboso
de tê-lo possuído.
Há um coração feminino,
que sonha com o santo e o profano,
cultivando com refinamento
- o jardim do sentimento -
e ainda crê que em algum lugar do mundo
o amor virtuoso te alcance,
e ajude discernir o quê é terreno
daquilo que é próprio do celestial.
Por isso, tornei-me mais intimista,
registrando aqui a minha
porção mulher e sentimental.
Busco não ser rasa,
e persigo ser um tanto
profunda para não ser
encarada de forma banal.
Sou artista, poetisa
e mulher para ser cultivada e amada
de forma indizível, e sobretudo especial.
A noite chegou
suavemente
Estou a te espiar
atentamente
O meu coração bateu
fortemente
E o teu coração atendeu
imediatamente
Ao teu chamado de amor
Respondo com louvor
Por ele faço versos
Versos sem pudor
Doces com amor
Faço planos
de te amar
Te trago para mim
inteiramente
Faço o teu corpo tremer
sensualmente
Terei você em meus braços
amorosamente
Ao teu chamado de amor
Peço com ardor
Que guarde os beijos
Os teus beijos de amor
Sinto-os com primor
Sou a poesia que te
cativa elegantemente
O meu chamado não
te faz resistente
O meu desejo é
teu exageradamente
Que ao teu charme sempre
se dobra intermitente
Ao teu chamado te amor
Respondo com louvor
Guardo o teu segredo
Guardo-o com todo o meu amor
Vou contigo para aonde você for
Os beijos estão
a valsar na mente
Percorrendo as tuas
curvas vagarosamente
Desejos de lindos sonhos
nos unem fortemente
Repousarei em paz para sonhar
contigo insinuantemente
Chegou a hora de celebrar o amor:
É Primavera Austral, tu bem sabes,
És dono dos meus versos mais audazes.
Não buscamos poesias elementares,
O amor surgiu com versos estelares
Para saborear nos teus beijos os bons mates.
Versos que te trouxeram para mim,
Versos que plantaram florescências
E mostraram todas as evidências
De um amor que existia antes de chegar.
Ele só esperava a primavera anunciar,
Quero só você acariciar e me deliciar.
Fascinadora poesia do Sul,
Que faz do mundo dulcíssimo e bem mais azul,
Encantadora de corpos ainda distantes,
Sei que seremos bem mais do que bom amantes,
Temos um sonho de amor muito mais imponente
Do que um brilhante.
A Primavera Austral nos fará bem
Mais aproximados,
Ela que é exaltadora dos campos gerais
E dos campos cerrados.
Cupidamente ela nos transformou
Em ternos namorados
- perdidamente apaixonados-.
Temos segredos a serem desvendados...
Estou com o teu gosto de frutas vermelhas
A paixão implacável chegou para ficar
Unificados pelas mesmas certezas
Viveremos para nos amar
Os teus lábios fonte de alumiar
Quero com eles me saciar
Estou a suspirar
As palavras muitas vezes podem nos faltar
Não há nada que possa nos limitar
Uníssonos na mesma canção
Viveremos a nos cortejar
O teu coração perfeito e luminar
Quero com ele me iluminar
Tua e estrelar
As palavras brotam do meu pulsar
Elas surgem para nos eternizar
Somos poesia e par perfeito
O amor que sempre encontra um jeito
Tenho que te confessar que a paixão chegou para ficar, Não vejo a hora de te abraçar, E ao pé do teu ouvido sussurrar que ainda vamos nos amar.
O inverno chegou
em véspera tonta
de eclipse anular,
é contigo que quero
constelações tocar.
Ainda não tenho
você aqui ao lado
para me abraçar
e eu te acarinhar
na tua cidade
das sete colinas.
Do mundo doido
para me proteger
e nada nos deter,
aqui cedo ou tarde
comigo vai estar
além das estrelas
e da noites de luar.
Na verdade o quê
importa é que te
trago e exalto
como quem leva
um escapulário,
és minha rima,
sutil planetário
e grã inspiração.
As pandemias fazem parte da História da Humanidade, você chegou até aqui porque alguém resistiu por você. Sê altiva, forte e paciente, porque tudo passa.
Economize luz 💡 com alta ou mesmo sem alta, a Natureza chegou no limite. Pela continuação da vida e do progresso, se esforce para economizar luz💡!
Em tempo o coração
chegou de surpresa,
para te amar dos pés
a cabeça sem pressa
e com a celebração
que o amor merece.
Em segnício percorro
os recônditos de ti
e sem marco temporal
tornei-me patrimônio
de rebeldia intocável.
De maneira inexplicável
há soldados rejeitando
o ancestral e o legado
patriótico dos nossos
heróis e bravos poetas,
e insisto semear apego.
Nas galáxias habitantes
dos teus olhos previstos
nos sonhos românticos
e que os levo silenciosos
são o meu exílio sigiloso.
Não é nem Lua Nova
e me encontro inquieta,
e por adivinhação venturosa
sinto que sou retribuída
por uma paixão inesperada,
e ainda não é nem primavera.
