Cartas se te Fiz algo eu te Peco Perdao
Viver com Afantasia em uma Sociedade de Fantasias
Imaginar o mundo ao nosso redor é algo que a maioria das pessoas faz naturalmente, mas para mim, isso é uma impossibilidade. Vivo com afantasia, uma condição onde o ato de visualizar imagens mentais simplesmente não acontece. Enquanto outros conseguem projetar lembranças, cenários e sonhos com vivacidade, minha mente opera em um plano puramente conectado à realidade objetiva. Minha realidade é feita de informações (memórias semânticas), sem o colorido de imagens mentais. Isso já cria uma distância imensa entre como eu experiencio o mundo e como os outros parecem vivê-lo.
Além disso, existe outra camada de complexidade. Vivo também com autismo e outras neurodivergências, condições que moldam ainda mais minha percepção e interação com o mundo. E uma parte fundamental dessa vivência é o fato de que, objetivamente, só consigo experienciar o sentimento do agora. Não tenho uma herança sentimental que me ajude a filtrar o valor das coisas. Vivo de forma intensa e imediata, cada momento sem referências do passado, sem scripts mentais, não importa quantas experiências eu tenha tido. As decisões importantes que tomo são baseadas nesse único sentimento presente e na frieza do conhecimento semântico, porque não consigo conectar essas decisões a uma compreensão emocional do passado ou do futuro.
Essa ausência de uma herança emocional faz com que eu não entenda o valor das pessoas da forma como a sociedade espera. Sentimentos como gratidão me escapam, assim como os comportamentos sociais derivados disso. Eu não sei o que é "puxar saco", não faz sentido para mim, e nunca vou participar de padrões de comportamento que considero desprezíveis, apenas porque as pessoas rotuladas como "normais" dizem que isso é uma fórmula para o sucesso – sendo que é claramente parte da trajetória que levou a humanidade a construir um sistema podre.
Para mim, o que chamam de "sucesso" e "meritocracia" são lendas urbanas. A realidade é outra: é uma sociedade movida por aprovações sociais e fantasias, onde o que importa é a adequação a normas, expectativas e imagens mentais compartilhadas – algo que, na minha experiência, não faz sentido e nunca fará. Vivo desconectado desses padrões, porque, para mim, eles simplesmente não se aplicam.
Essa desconexão se torna ainda mais intensa em uma sociedade que insiste em vender a ilusão de que todos têm as mesmas oportunidades e opções. O positivismo, com sua insistência na superação individual, ignora as limitações reais que muitas pessoas, como eu, enfrentam diariamente. Para mim, que sou misantropo por questões cognitivas, o positivismo soa vazio. Ele ignora as limitações reais da vivência de grande parte da população, que sofre por ignorância e miséria, sem oportunidades reais – e de uma minoria de neurodivergentes que sequer compreende as regras sociais forjadas para manter a ilusão.
No final, o que resta é a busca por um espaço onde minha existência, sem fantasias e sem ilusões, seja reconhecida. Não me interessa seguir roteiros sociais que só reforçam comportamentos vazios. Vivo em um mundo que valoriza essas fantasias, mas para mim, o presente, com toda a sua objetividade e limitações, é tudo o que eu conheço. E nesse espaço, eu não encontro sentido nos padrões sociais que outros consideram normais.
Estar adaptado a uma sociedade que valoriza indivíduos com transtorno de conduta não é um bom sinal de saúde mental.
Sinto brotar em mim um vazio imenso,
Não qualquer vazio, mas algo tão intenso.
Não sei explicar, mas não dá pra esquecer,
Desde cedo aprendi o que é não viver.
Sonhava em crescer e ter liberdade,
Acreditava que isso traria felicidade.
Mas hoje, cansado, só tento lembrar
Do brilho nos lábios que costumava me encantar.
Me esforço pra rir, mas tudo parece fugir,
Já não sei como é, de verdade, sorrir.
A vida segue, mas parece tão vazia,
Será que algum dia vivi essa alegria?
Ainda assim, sigo tentando buscar,
Alguma razão pra voltar a alegrar.
E percebo que a felicidade não se perdeu,
Só estava esquecida, e não desapareceu.
O vazio me cerca, insiste em ficar,
Mas não vou deixar minha vontade escapar.
Deixo aqui essa ideia pra refletir:
Somos tristes ou esquecemos como sorrir?
Viver em prol de algo que não depende de você sozinho e poucos são os que estão assim sem noção desses números é que fará até um dia se controlar e não mais se rebelar com algo que não leva a NADA.Eu já sei o que fiz por SABER, pesquisei e li o suficiente para entender como as coisas funcionam. E agora tanto faz.
Tem gente que se achando alguma coisa, elas vivem somente a procurar algo que só dentro de si ou delas mesmas, elas podem ter.
Mas vazias, passam a procuram em outros, querendo algo deles, quando algo de valor mostra estando tendo.
Esses sem personalidades só tentam imitar, e vivendo desta forma somente, é só para vê se assim também elas podem se encontrar.
Não acredito nessas coisas de darem dinheiro de graça sem não estarem querendo algo depois. Não gosto de dever nada a ninguém também. Devo ser um idiota. Mas quem não é?
Sou assim mesmo desconfiado. Se for doença, então vou morrer assim mesmo. Sem problema. Não levaremos nada mesmo pro além.
Tudo é falsidade. Para ser político, a pessoa tem que ser demagoga. Isso é algo muito importante, porque eles não são nem verdadeiros, nem sinceros. O mesmo acontece com os religiosos, pois TODOS são hipócritas, e isso acaba sendo evidente. Quando eleitos, a demagogia e a hipocrisia caminham juntas e se tornam parte da vida política até o fim de suas vidas.
Reflexão:
O texto critica diretamente a moralidade de políticos e religiosos, associando-os à demagogia e à hipocrisia. Embora o sentimento expresso seja forte e incisivo, generalizar que "todos" os políticos e religiosos são assim pode limitar o potencial de debate e reflexão mais profunda sobre o tema. É verdade que a demagogia – a prática de apelar para emoções e preconceitos populares em vez de razões lógicas – está presente em muitos cenários políticos. Ela se manifesta quando promessas são feitas para agradar o público, sem a real intenção de cumpri-las, evidenciando a falta de compromisso com a verdade.
Da mesma forma, a hipocrisia no campo religioso é algo que muitos observam, especialmente quando líderes não praticam os valores que pregam. Contudo, estender essa visão a "todos" ignora a diversidade de intenções e práticas individuais tanto na política quanto na religião. Uma abordagem que reconheça a presença dessas falhas em sistemas, mas que também abra espaço para exceções e alternativas, pode enriquecer ainda mais o debate e estimular a busca por líderes que realmente se esforçam por autenticidade e coerência em suas ações.
Correção:
Em política ou em qualquer grupo, seus membros tendem a seguir o que a maioria está fazendo. Na política, existe um ditado que diz: ou você frita na frigideira ou se queima no fogo das vaidades políticas. Na religião, a verdade é a do rebanho, onde o indivíduo deve apenas entender as razões do grupo; caso contrário, sua permanência é ameaçada. É notório que o Brasil tem um índice alto de corrupção, transformando a política em um verdadeiro barril de laranjas podres, onde jogos sujos prevalecem, e uma maçã boa, quando colocada em um cesto com outras estragadas, acaba se corrompendo também.
Reflexão:
A metáfora usada para descrever a política e a religião revela a força que a coletividade exerce sobre o comportamento dos indivíduos. Em política, a ideia de que alguém "frita na frigideira ou se queima no fogo das vaidades" aponta para a pressão constante para seguir os interesses do grupo, muitas vezes à custa da ética pessoal. O ambiente político pode, de fato, ser comparado a um barril de laranjas podres, onde a corrupção e os jogos de poder contaminam os que entram com intenções mais puras, corroendo até mesmo os mais bem-intencionados.
Na religião, a expressão "verdade do rebanho" expõe o caráter coletivo e conformista que muitas vezes predomina. A necessidade de se adequar ao pensamento do grupo, sob pena de exclusão, é uma realidade em muitas tradições religiosas. Isso pode inibir o pensamento crítico e a individualidade, reforçando dogmas e normas que não são questionados.
No Brasil, a alta taxa de corrupção é uma manifestação desse "barril de laranjas podres", onde o sistema, já contaminado, tende a absorver e corromper até os indivíduos que tentam manter sua integridade. A analogia da maçã boa no cesto com as estragadas é poderosa, pois sugere que, em um ambiente politicamente degradado, o esforço de uma pessoa justa pode ser insuficiente para resistir à pressão corruptora. Essa visão, no entanto, não deve levar ao pessimismo total, mas sim à busca de mudanças estruturais e de um sistema mais transparente e justo, onde a corrupção não seja a norma, mas a exceção.
Perdemos muito tempo tentando provar algo. Quanto mais tentamos convencer aqueles que preferem acreditar em alguma coisa, mais percebemos que eles preferem ouvir da boca dos outros. Se ser e ter moral é o que nos torna éticos e honrados, então quem persegue o indivíduo que demonstra moralidade e não é imoral nem antiético é, na verdade, o errado.
Ciclo vicioso
Vejo alguém preso
Em algo que ela não consegue se libertar
É difícil suportar,
Todo esse sofrimento
É algo em constante momento
Não importa até onde ela vá
Sempre vai chegar aonde não quer estar
No começo
Ao fim
Num ciclo sem fim.
O Amor Que Dei e a Torre Que Ruiu
Era uma vez uma mulher que carregava em si algo raro e precioso: um coração generoso, uma alma vibrante e um amor tão profundo que parecia capaz de curar qualquer ferida. Por muitos anos, ela acreditou que o amor era a resposta para tudo. Dava de si com tanta verdade que, mesmo nos momentos em que não recebia nada em troca, continuava se doando, pensando: "Talvez, se eu amar mais, isso seja suficiente."
Mas um dia, a torre que ela construiu começou a tremer. Não foi a primeira vez que a vida tentou derrubá-la, mas dessa vez foi diferente. A fundação, construída com tanto cuidado, parecia se despedaçar com as palavras e ações de quem ela mais esperava reciprocidade. Cada gesto frio, cada silêncio e cada ausência eram como tijolos arrancados e jogados fora.
Ela olhou para os escombros e sentiu raiva. Não era uma raiva destrutiva, mas uma raiva de quem percebeu que deu o melhor de si para quem não sabia valorizar. Nesse momento, ela entendeu algo crucial: o amor não a enfraquecia, mas a forma como ela o entregava, sem proteção, permitia que outros o descartassem.
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A Primeira Reflexão
"Será que o problema é o amor?", ela pensou. Não, o amor não era o problema. O problema era acreditar que todos sabiam lidar com aquilo que ela oferecia. Nem todos conseguem reconhecer a beleza de um coração puro. E, muitas vezes, a bondade era confundida com algo garantido, algo que podiam explorar.
Ela percebeu que a torre que ruiu não era apenas um símbolo de dor. Era também um espelho. Mostrava como, ao tentar salvar todos, ela se esquecia de salvar a si mesma.
Reconstruindo a Torre
Sentada nos escombros, ela percebeu que tinha duas escolhas: endurecer seu coração ou reconstruir a torre, mas dessa vez com mais sabedoria. E ela escolheu a segunda.
Ela decidiu colocar limites:
"Eu vou continuar amando, mas vou observar quem merece o meu amor."
"Não vou apagar minha luz, mas escolherei onde ela brilha."
"Minha bondade é minha maior força, mas agora vou protegê-la melhor."
E, assim, começou a separar os escombros que ainda tinham valor daqueles que precisavam ser deixados para trás.
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O Amor Que Sobrou
Ela percebeu algo importante: o amor que ela deu nunca foi em vão, mesmo quando não foi retribuído. Cada ato de generosidade, cada gesto de carinho, moldou quem ela era. Mas, ao mesmo tempo, ela entendeu que era hora de direcionar esse amor para si mesma.
Diante do espelho, ela declarou:
"Eu sou suficiente, mesmo quando os outros não veem isso."
"Meu valor não depende de quem sabe ou não reconhecer o que eu ofereço."
"Eu mereço ser amada como amo: sem condições, sem reservas e com verdade."
Essas palavras não eram apenas afirmações; eram as bases da nova torre que ela começava a construir.
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Uma Nova Perspectiva
Ela entendeu que não precisava mudar quem era, mas como usava sua energia. Em vez de doar sem pensar, começou a observar. Permitiu-se dizer "não" quando algo não ressoava com sua alma. E, acima de tudo, decidiu que seu amor próprio seria o alicerce de qualquer relacionamento.
"Eu não preciso ser perfeita, mas preciso ser leal a mim mesma. Não deixarei que ninguém use o que tenho de mais bonito sem dar nada em troca. Meu amor é precioso, e quem quiser recebê-lo precisará demonstrar que sabe cuidar dele."
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Um Convite para Você
Essa história pode ser sua, pode ser nossa. Não é errado amar, mas é errado se esquecer no processo. O amor não é algo para te diminuir, mas para te elevar. Se a torre ruiu, veja isso como uma oportunidade de construir algo ainda mais forte, onde os alicerces sejam feitos de respeito, reciprocidade e, acima de tudo, amor próprio.
Então, eu te pergunto: Como você está cuidando do amor que vive dentro de você?
A Singularidade que Move o Mundo
Autoria: Diane Leite
Há algo de extraordinário no mundo que ainda é ignorado por muitos. São pessoas que, no silêncio de suas existências, carregam um poder que não pode ser medido pelos padrões típicos. São os autistas, especialmente os de nível 1, aqueles que um dia foram conhecidos como portadores da Síndrome de Asperger. E enquanto muitos tentam moldá-los para caber em caixas que nunca foram feitas para eles, a verdade é que essas caixas nunca foram grandes o suficiente para conter sua genialidade.
O que seria da nossa sociedade sem eles? Pense na internet que usamos diariamente, nas redes sociais que conectam bilhões de pessoas ao redor do mundo, no avanço tecnológico que nos coloca em contato com o futuro. Quem você acha que está por trás disso? Não precisa ir longe: Elon Musk, considerado um dos maiores visionários da atualidade, é autista. Ele não foi moldado para ser "como todo mundo". Ele é o que é porque aceitou sua diferença como sua maior força.
Mas antes de falarmos dos grandes nomes, olhemos para dentro de casa. Meu filho mais velho, aos 3 anos, lia e escrevia; aos 10, falava várias línguas sem nunca ter tido uma aula formal. Meu filho mais novo seguiu o mesmo caminho. E eu, com 4 anos, já estava anos-luz à frente do que se esperava de uma criança comum. Somos autistas. Não encaixamos. Não seguimos a manada. Mas isso não é um defeito. Isso é nosso poder.
Por que a sociedade insiste em ver o autismo como algo a ser "consertado"? Por que as escolas reclamam da dificuldade em lidar com essas crianças, ao invés de enxergarem o potencial que elas trazem? Um autista pode ter dificuldade em amarrar os cadarços, mas pode criar uma nova tecnologia que mude a forma como vivemos. Ele pode parecer alheio às conversas sociais, mas está hiper focado em algo que revolucionará o mundo.
A sociedade precisa parar de tentar tornar o autista um típico. Inclusão não é moldar; é respeitar e utilizar as habilidades únicas de cada indivíduo. Nos Estados Unidos, as escolas estão anos-luz à frente nesse quesito. Elas identificam as altas habilidades dessas crianças e as direcionam para áreas em que podem brilhar. Enquanto aqui muitos autistas ainda precisam provar que são "bons o suficiente", lá, eles são incentivados a serem exatamente quem são.
O hiperfoco de um autista é sua maior arma. Enquanto um típico se distrai com questões sociais, o autista vai fundo, termina o que começou, e faz isso de forma brilhante. É assim que grandes mentes mudaram o mundo. Pense em Temple Grandin, que revolucionou o manejo de animais com sua sensibilidade e visão única. Pense em Anthony Hopkins, cuja profundidade como ator é incomparável.
E é justamente essa singularidade que precisa ser respeitada. Não precisamos de pena. Não somos vítimas. Somos geniais à nossa maneira, e o mundo só tem a ganhar se aprender a nos respeitar e utilizar nossas habilidades de forma inteligente.
Querem inclusão? Então entendam que o autista não foi feito para ser igual. Ele foi feito para ser extraordinário. Aceitar isso é o primeiro passo. Respeitar é o segundo. E, por fim, permitir que floresçamos em nosso próprio ritmo e com nossas próprias cores é o que realmente mudará o mundo.
Aos pais, professores, e à sociedade como um todo, digo isso: parem de reclamar. Observem. Incentivem. Não tentem nos encaixar em moldes. Deixem-nos ser quem somos. Porque enquanto vocês se preocupam em nos corrigir, nós estamos ocupados mudando o mundo.
E que um dia, as futuras gerações não precisem gastar energia provando seu valor. Que elas possam ser quem são, desde o início, e que sejam vistas, não como desafios, mas como presentes. Porque é isso que somos: presentes únicos, destinados a transformar tudo ao nosso redor.
E o que resta a vocês é apenas uma coisa: respeitem-nos. Porque o futuro que tanto desejam já está sendo construído por nós.
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Nota da Autora: Essa crônica é uma celebração da singularidade dos autistas, um chamado à empatia e à admiração por aqueles que veem o mundo de uma forma única. Que ela inspire reflexão, respeito e ações que realmente façam a diferença.
A Luz Que Dança no Silêncio
À medida que a noite cai e o mundo silencia, algo desperta dentro de nós — uma presença suave, que não tem nome nem forma, mas que sentimos com clareza no coração.
Ela vem com o vento que toca a janela, com a brisa que embala os pensamentos, com a luz da lua que se deita sobre o travesseiro como um sussurro da alma.
Essa luz não julga, não cobra. Ela apenas convida.
Convida você a fechar os olhos e voltar para dentro.
Voltar para o centro calmo onde mora sua verdade.
Aquele espaço onde não existe medo, apenas lembrança:
Você é feito da mesma matéria das estrelas.
Respire. Sinta. Lembre.
O universo inteiro pulsa em você.
E mesmo nos dias mais escuros, essa luz nunca se apaga.
Ela apenas espera…
Pelo silêncio que permite encontrá-la.
Boa noite.
Boa luz.
Boa alma.
– Diane Leite
PROIBIDOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Temos algo em segredo, espremido por nós,
uma voz que se tranca nas cordas vocais,
um querer que não quer, mas não sabe calar
o silêncio estridente no luar dos olhos...
Somos esta novela que não tem mais fim,
porque não desnovela o desejo secreto,
é um sim negativo que se perpetua
no concreto abstrato a situar o caos...
Sentimento que tem que não fazer sentido
e não pode ser lido na vida viável,
só nas folhas voláteis de nossa quimera...
Mas a dor monta stand nos traços tristonhos
que desbotam seus sonhos de seja o que for,
seja lá como for, impossível pra nós...
O AMOR COMO PRINCÍPIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando quero ou não que a Júlia faça algo, jamais aponto para os efeitos futuros de sua possível desobediência. Ela sabe que se não me "obedecer" não levará uma surra, não será destratada, castigada nem deixará de ganhar o presente ou passeio prometido. Sabe apenas que ficarei decepcionado, não como forma ou estratégia de represália, mas naturalmente. Sabe ainda, que a desobediência de um filho é algo muito grave, não importa o que acontecerá ou não depois. Tive a graça de bem cedo conseguir fazê-la entender a dimensão negativa desse ato, às vezes me usando como exemplo negativo. De positivo, apenas o drama de consciência que os erros me causaram, quando fui meu próprio acusador.
Faz bem pouco tempo conversei demoradamente com minha filha, para me redimir do erro de lhe ter permitido, em nome do sossego, o que muitos chamam de uma pequena mentira. Tive a chance de lhe dizer que a mentira nem sempre tem "pernas curtas". Muitas vezes ela tem asas e ninguém as alcança nem descobre, de forma que o mentiroso fica impune para sempre. No entanto, mentir é grave. É traição. Não devemos fazê-lo, porque com isso, fazemos os outros sofrerem. Desrespeitamos o próximo. É em nome do próximo, das pessoas que amamos e outras que nos rodeiam, que não devemos mentir, ofender, bater, roubar, matar. Nada de "Deus tá vendo"; "a polícia pega"; "o castigo vem". Sei muito bem em que mundo nós vivemos, e a Júlia já começou a entender que muitos mentirosos se dão bem, dentro do contexto negativo e vulgar de se dar bem. Os políticos são um exemplo clássico dessa verdade. Ela já percebe, de alguma forma, que muitos seres humanos roubam, matam, prejudicam, não pagam o que devem, praticam toda sorte de abusos e seguem livres, impunes, fisicamente saudáveis e queridos na sociedade. Sendo assim, não é por causa do "troco" presente ou futuro que ela deve ser uma pessoa direita e honesta, e sim, porque isso é certo, porque o ser humano deve ser assim para que o mundo seja melhor. Para que a felicidade seja possível.
Sempre de forma simples e leve para seu entendimento, também digo a minha filha que ela deve ser solidária, fazer o bem, perdoar, pedir perdão, mas nunca pensando em recompensa. Já a fiz entender que nem sempre ou quase nunca os outros serão solidários com ela. Nem sempre ou quase nunca ela terá o reconhecimento pelo que fez, proporcionou ou deu. Muitas vezes perdoará e será de novo magoada, como tantas vezes pedirá sinceramente perdão e não terá. Mesmo assim, esses preceitos devem ser seguidos e observados, não levando em conta o que virá do outro lado. Nossa parte há de ser feita sem nenhuma cobrança da outra parte. Aprender a ser uma "boa pessoa" para que o mundo seja bom com ela, é aprender a ser hipócrita. Dar com a mão direita de forma que a esquerda veja. Fazer filantropia para que a sociedade admire. Promover a paz para, quem sabe, ganhar o Prêmio Nobel, e não porque entende que a paz é essencial para a humanidade.
Quero que a Júlia seja melhor do que eu. Bem melhor. Tenha virtudes que nunca tive, mas hoje tento ensinar enquanto aprendo. Não quero contar de novo com a sorte que me coroou, de ver a Nathalia, minha primogênita se tornar a grande pessoa que é, sem grandes méritos meus. Mesmo não contando com a experiência, os conhecimentos e as visões de mundo e vida que ora tenho, adquiridos com grande sofrimento. E boa parte desse grande sofrimento é outro item dispensável na vida de qualquer pessoa, se houver quem possa orientá-la sobre como amadurecer feliz. Amadurecer no pé. Ser pessoa íntegra não por medo, opressão, hipocrisia, interesse, troca ou egoísmo, e sim, por amor. Amor ao próximo e a si mesmo como extensão do próximo, tendo sempre a consciência como promotora de acusação dos erros.
AMORES ETC
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Desisti de trocar o meu tudo por algo,
meus extremos por meios – caminhos ou termos,
ter carinhos enfermos pelo bom humor
com que dou este afeto sem cabresto e muro...
Aprendi a temer os temores de mim,
ficar longe do longe, calar pro silêncio,
dizer sim ao jamais que recheia o talvez
do sorriso velado, a palavra espremida...
Já não quero pairar no vazio de alguém
para quem tanto faz ou às vezes até
tem um quê de bem-vindo que logo evapora...
Quero caso de amor, amizade ou acaso
que não seja forçado, por sinais de aviso,
a ser tímido e raso como precaução...
A SOLIDÃO DIVINA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se Deus é alguém, ao invés de algo, imagino que seja um ser solitário e deprimido, mesmo com sua soberania. Creio até que precise de comprimidos para dormir e sonhar que tem amigos; colegas; turma. Sonhar que também é criatura; não Criador, Dono de tudo, Senhor de servos, o Rei dos reis, inalcançável para relações de contato.
Esse Deus dos pregões humanos deve ser bipolar. Deve brincar de dois. Talvez seja o próprio diabo, em um dos pólos, para interagir consigo mesmo como inimigo; alguém a quem valha combater para passar o tempo eterno de sua solidão. Uma vez chegou a inventar que tinha esposa mortal, filho metade humano, para ter pelo menos uma ideia do que significa ter uma família.
Mas Deus errou no aconchego. Na distância. Na medida e no contexto de afeto, presença e proteção. Superproteção, até, como em toda família existe. Sua tentativa terminou em tragédia, e com isso Ele achou por bem contornar. Deu à tragédia o contexto hábil de plano divino, para se salvar pela salvação da humanidade.
Deus continua solitário; afinal, Deus é Deus e não pode ser feliz com seus engenhos carnais. Criador não tem pai, mãe, cônjuge, filho. Não tem quem o ame apesar dos defeitos, pois nem defeitos tem. Só há quem o sirva e louve, não por sentimento, e sim, por gratidão e temor do inferno. Pelas bênçãos, os privilégios e a esperança em um futuro reino soberbo, milionário, luxuoso e ostentador. Tudo o que não combina com reino espiritual.
Coração em dúvida
Quando o peito ainda hesita,
E a mente quer avançar,
Fazer algo é um passo incerto,
Que o coração não quer dar.
O corpo age, mas o sentir,
Fica preso em silêncio e dor,
É um gesto meio torto,
Que revela um medo interior.
Bater no peito, pedir perdão,
Nem sempre é o melhor caminho,
Às vezes o tempo é o mestre,
Que cura o nó no destino.
Aceitar não é só dizer,
É sentir, é se entregar,
E quando o coração não aceita,
É preciso respeitar.
No constrangimento há um espaço,
Para crescer e compreender,
Que nem toda ação apressa,
O que o coração quer viver.
ALGO ALÉM DA VISÃO
Este bloco de gelo acoberta uma chama;
meu olhar de Saara tem um lago oculto;
algo bom me reside, apesar da má fama,
sou alguém nas entranhas da faixa e do vulto...
Levo muitos pecados, mas mereço indulto;
tenho vida real escondida na trama
do boato e do vero; da ira e do culto;
acharás a minh´alma, revirando a lama...
Quem me quer venha fundo, mergulhe sem cisma;
queira mesmo a verdade, menospreze o prisma,
pra julgar meu melado considere a cana...
Tudo tem fundamento, sentido e razão;
cada cena e cenário algo além da visão;
minha capa de andróide uma máquina humana...
Em um certo dia,num determinado tempo!
Você irá lembrar de algo,algo que te fez chorar,te machucou profundamente. Mas não se preocupe,as vezes algo é necessário para nós fazer parar, parar para refletir e seguir em frente.
Não se acomode com a sua dor, não se perca no passado,apenas respire...Inspire!
E siga em frente...]
Hoje, vive com intensidade!
Se algo te causa dor, não faças dela um motivo para desistir!
Usa o sofrimento como uma arma que Deus te dá para te fazer mais forte, e capaz de derrubar cada um dos obstáculos no caminho. Não desistas!
Luta, mas luta para vencer como um atleta de Deus. Não te importes com as dificuldades!
Deus prometeu estar a teu lado em todas elas. Luta de mão dada com Jesus, levanta o teu olhar, sorri, confia, pratica a tua Fé! Fortalece-te nela!
Deixa-te contagiar pela serenidade de Deus. Mergulha na Sua paz. Não te deixes perturbar pelo que te parece difícil de realizar, sente a presença de Deus!
Não lamentes, recorda sempre que para cada desafio, tens Alguém a teu lado para te dar a força que precisas. Luta pelo teu sonho, luta pelo teu ideal, luta por teres Deus sempre em primeiro lugar no teu coração, e luta pelo teu amor, mas nunca esqueças que não andas só!
Não desesperes no campo de batalha da vida, porque a força que Deus tem para te dar, dia a dia, passo a passo, é Real, é Divina!
É tua! Tu és Dele!
Chega um momento da vida em que descobrimos que o prazer de viver não é algo que se compra, nem se encontra em um armário cheio de roupas e sapatos caros, ou mesmo naquele pedaço de bolo de chocolate que devoramos como se fosse a única forma de satisfazer nossa carência de afeto.
Para ser feliz, é preciso ter paixão, sempre. É preciso se manter louco por viver!
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