Cartas se te Fiz algo eu te Peco Perdao

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"" Perder inclui aceite
o mundo não naufraga em seus mares
mas chora para manter-se vivo
corre feito rio
pelas madrugadas
cantando veias recheadas de lágrimas
ao mar
nada se perde por acaso
todas as embalagens de refrigerantes deveriam ser recicladas
pois bem
podemos nos rebelar
nada de aceite
perder não pode fazer parte do nosso vocabulário

Inserida por Nedya

" Ouvia-se um ruido, antes da luz chegar,
era a fumaça do candelabro já desgastado pelo tempo
erguendo-se feito nuvem disparando o olhar
tantos apocalipses prenunciaram essa estrada
amanheceu e não consigo partir
preso a uma imagem que a mente não decifra
no que pensar se não em saudade
o que viver caso não necessidade
te olhar mais uma vez
quando ainda és melodia
antes da luz acabar
passo sorrindo
é só o que me resta fazer...

Inserida por Nedya

- Existem pessoas que entram em relacionamentos apenas para ocultar alguma frustração, sufocam sentimentos, mutilando a felicidade, deixando acontecer coisas que no futuro se perguntarão por quê? E a resposta é simples...COVARDIA.
covardia em não assumir e correr atrás do que querem, usam outras pessoas para suprimir a falta que só o coração sabe dizer o que e de quem é...

Inserida por Nedya

Já vi muita gente investindo toda sua energia em se entristecer pela vida que gostaria de ter, ao invés de se alegrar pela vida que se tem [...]
Por mais que seja difícil aceitar nossas cartas, quanto antes aprendermos a jogar com elas e não nos importarmos com mãos imaginárias, mais rápido vamos progredir.

Inserida por sz_jhonny

" No seamos nada
además del bien que es inmensurable
ni un poco arriba, mucho menos abajo
pero nos igualemos como hermanos
seamos compañeros de vida
todo pasará y nada llevaremos
sólo dejaremos recuerdos
sean buenas y no causan dolores
nuestra fiesta sea diaria
es bueno tener alegría de vivir
no necesitamos más de lo que ya tenemos
para garantizar nuestro pan
las vanidades sean combatidas
como guerra interior
nadie necesita de soberbia en ningún momenton...

Inserida por Nedya

- Toda nossa riqueza indo para o ralo, a intelectualidade sendo dispensada, trocada por profissionais menos experientes,salários menores, ( não que nossos jovens, talentosos e promissores profissionais não mereçam oportunidades, mas a experiencia precisa ser respeitada, amadurecida, preservada e não é algo que se conquistada de um dia para outro) uma perda irreparável, principalmente quando a área afetada é a da educação. Universidades têm dispensado grande número de professores, a maioria com vasta experiencia e décadas de dedicação ao ensino e à pesquisa. Esperam baixa demanda de alunos (crise), consequentemente menor taxa de pessoas formadas e preparadas para o futuro, alegam falta de investimentos ou financiamentos públicos. Enquanto do outro lado, bilhões são perdoados em acordos e isenções para grandes grupos, paralelamente vende-se tudo. Hoje 27/10/2017 estampava o noticiário a venda através de leilão do nosso pré sal. Estima-se o valor de arrecadação em 6,15 bilhões reais, enquanto noticiou-se também o perdão das dividas dos bancos na ordem 30 bilhões.Em tempo, as caixas de dinheiro apreendidas com o geddel, tinham 10% do valor do leilão do pré sal
Tais fatos não são isolados e acontecem
à luz do dia.
O que será de nós, meros mortais assalariados?
Onde querem chegar com esse antipatriotismo?
A quem compensa tanta desordem?
Por que o povo fica calado?
Quem ficará com as nossas riquezas?
Tantas perguntas e pouquíssimas respostas.
Sempre ouvi falar que nossa geração era uma geração perdida em função da classe politica que tomava conta do país
Estou começando a não duvidar.
Ontem em viagem, conheci e ouvi de um engenheiro desempregado que o brasileiro dá um jeito para tudo, citou inclusive Uber como opção
Nego-me a crer...

Inserida por Nedya

O silêncio é imenso, onde cabem e ressoam
Todas as palavras, redondas e macias
Palavras que iluminam a boca de amor e doçura,
Outras com espinhos, dentro do silêncio..
São palavras iluminadas....
No final...arrumo nas minhas estantes,
As minhas cartas antigas,
Roídas pelo tempo, arrumo com a lua e vento...
Para enfrentar o sol e a tempestade, com uma bússola
Um desejo sobressaltado de um coração em sobressalto
Onde o silêncio é imenso, onde cabem e ressoam..
As palavras escritas no papel da mente atiradas ao vento.!!!

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

Não sei como lhe saudar, ainda não inventaram honras para amizades, o que é injusto, já que fazem mais por nós que as autoridades. Querida amiga, rogo-lhe seu companheirismo nessa aflição, já estou ciente de que essa doença também afeta o seu coração. O que as folhas esconderam, o vento revelou, eu já havia lhe contado desse meu velho caso. Infelizmente toma conta de mim a cada hora que passa, sonho de dia, penso de noite e tudo se converte a um Eduardo e Mônica sem certeza de final feliz. Hoje vejo a coerência entre precipício e precipitar-se, eu me joguei num abismo a espera de um rio abaixo. E se o rio não existir ? E se a água estiver gelada ? E as piranhas ? Tudo isso me preocupa e já não me reconheço mais. É doentio o modo como o amo, sinto os sintomas em mim. Eu que tinha um coração gelado vejo alguém me incendiando e simpatizo com a dor ! Minha confidente, eu não lhe peço conselhos, exceto se estiver ao seu querer, mas me sinto confortada em dividir isso com alguém, ao comparar nossos anseios aos encontros. No mar ou na floresta, com peixes ou leão, ambos são aventuras que escrevo desde então, tentando aliviar a espera do convite. Parabenizo a você, que em seu drama tem medo do que já lhe pertence e talvez eu a entenda. Desejo-lhe a sorte, a maturidade e principalmente a paciência que venho desfrutando, nunca achei tão cansativo e desesperador ficar sem respostas. E de fato estamos ferrados, pelo bem ou pelo mal, espero o aprendizado. Depois de tanto criticar as vítimas, o barco virou para o nosso lado.
Prima, eu me apeguei a ele.

Inserida por CamilaMariaDias

Você sabe que faz falta em mim. Sua ausência diária me reduz a um triste sonhar, um dia ridículo e comum termina e não ouvi sua voz, e você sabe que faz falta.

Digo o seu nome e não há retorno, seu numero ainda está na minha agenda, mas não ligo pra falar e você não vai reclamar que soa estranho quando eu digo o seu nome.

Sinto o tempo passar insosso e triste, arquitetura de silêncio, solidão, como um castelo de cartas fadado à ruína. Enquanto meu pensamento voa sem direção, sinto o tempo passar...

O dia vai acabar com a mesma solidão de ontem, a mesma de amanhã, a mesma de sempre. Se você não acabar com essa ausência, infelizmente o dia vai acabar com a mesma solidão.

E eu vago pelo jardim da ilusão, passo os olhos nas flores que nascem do lixo, despertando a emoção de ver as cores do meu castelo de cartas, no meu sonho, eu vago pelo jardim da ilusão.

Tenho pesadelos com aquele dia em que tudo acabou, uma hora e tudo o que foi construído ao longo de anos ruiu, virou pó. Falei tantas besteiras que agora tenho pesadelos aquele dia.

Minha inspiração é um esforço inútil de encontrar beleza e criar poesias, mas a poesia mais linda anda por ai desdenhando da minha verdade que, sem você, minha inspiração é um esforço inútil.

Você faz falta, meus dias refletem a mudança que aconteceu desde que você se retirou da minha vida e me forçou a sobreviver com sua ausência e depois esquecer que você fez falta...

Inserida por paulosiuves

Caminha!
.
Caminha!
Não pare na rua,
No meio da rua com lua, sem lua.
É preciso seguir adiante
Sem retrocesso, num progresso
Não equidistante.

Caminha!
Num pedido imperativo,
Como democrata
Que põe as cartas,
Que outorga sem promulgar.
Realiza todas as vontades,
Acumula vantagens
E vai em frente sem parar.

Caminha!
Sem contar pedras no caminho,
Sem perder o teu ninho
E arriscando outros
E mais outros criar.
Caminha!
Caminha sem cansar.

Inserida por GilBuena

⁠ACHAS

Autora: Maria Luiza Brasil de Medeiros

Acha mesmo que estou gostando de estar sofrendo por saudades tua. Falta da tua ausência mesmo sendo sempre assim? Sei que tu não fizeste por mal indo morar em outra cidade. Mas só de tu me ignorares as conversas, dói. Já entendi que não teremos chance nenhuma daqui para frente... Mas o que custa preservar a amizade que tanto tu me dizias ser o principal? Mandando-te mensagem, às vezes, ligo apenas porque me preocupo e sinto saudades de ti. Quero saber como tu "tás", "como foi teu dia" conversar sobre as coisas que sonha em fazer daqui por diante. Achas que é fácil ser amiga da tua família, ter que fingir que está tudo bem, apenas para evitar que te critiquem... E se criticarem, vou defender por você ter sido alguém importante em meu coração e pensamento. Mas, por que esqueceu de mim? acha que me ignorar dessa forma vai ser o melhor? Se achas que assim irei esquecer fácil e rápido, talvez deva concordar que esteja certo, esteja, ou, talvez não. Mas, guardei de ti o teu melhor "eu", és aquela pessoa amiga. Carinhosa, atenciosa, que poderia estar triste. Mas, sempre com o sorriso no rosto, tentando ajudar quem quer que seja... Se tivesse ao seu alcance, claro...

Inserida por MariaLuizaBrasil

Me sinto impotente, vulnerável e pequena. Me sinto perdida em mim mesma e não encontro a saída. Minhas lágrimas caem pesadas e os soluços são tão fortes que pareço não mais suportar tamanha sensação. Tu és a cura, vida e fonte de água viva, dá-me de beber e cura-me. Preciso do teu toque, do teu olhar. Olha para mim. Ainda acredito nas tuas promessas e não quero me desligar delas, mas caminha comigo. Tudo que peço. Me dá a tua mão, me tira desse chão. Sem ti eu não consigo.

Uma carta para Deus.

Inserida por provacoes

O Primeiro Encontro
Meu Deus, lembro como se fosse ontem quando fui me encontrar com ela pela primeira vez, nossa estava muito nervoso, muito ansioso, com o coração a mil por hora (risos), foi um dia maravilhoso, acordei muito bem como nunca tinha acordado, na madrugada sonhei com ela, foi tudo perfeito muito perfeito, fui pegar o trem (é pra rir muito agora) peguei o trem errado mas deu tempo de sair (risos) ai pegueo o trem certo depois. e o tempo passou e o trem nada, e nada do trem, ate que me chega um lotado, ahh vai ser esse mesmo, nao pensei duas vezes, só queria chegar la pra encontra-la, nao importa o que eu tivesse que passar pra chegar ate la, só queria chegar ate ela, e a cada estação que se passava meu coração acelerava mais rápido e mais rápido e eu mais nervoso, mais ansioso ate que Chegou a estação do bairro dela, nossa eu fiquei imóvel por alguns instantes parecia que o tempo tinha dado uma pausa e eu tivesse saído do meu corpo e percorrido milhões de quilômetros e voltasse rapidamente, mas ai sai daquele trem, me dirigi até a saída da estação e a aguardava la, ansiosamente, com os olhos brilhando e meu coração nem batia mais, estava espancando meu peito, quase saindo para vê-la, e chega o memento tão esperado por mim, quado ela sobe a rampa, linda e maravilhosa, quando eu avistei de longe, não sabia o que fazia, só sei que quando eu a abracei naquele momento me deu uma vontade de nao larga-la nunca mais, que abraço maravilhoso, sabe quando você se sente confortável, era como que aquele abraço me protegesse de tudo e de todos, e nada mais me importava, só queria continuar ali abraçado com ela. o dia se passou, aliás maravilhoso dia, não tenho palavras pra explica-lo bom sem detalhes (risos). E chega aquele momento que tenho que ir embora, e onde esta a vontade de ir embora!?! só queria ficar ali por mais um tempo, por mais dias, anos.. Por todo tempo possível, a despedida é a pior o ultimo abraço do dia, a vontade imensa de voltar, mas era preciso eu ir embora, mas eu disse que ia voltar e fui pra casa, sorria como uma criança, a felicidade havia se instalado em mim novamente e desde aquele dia durmo pensando nela, e durmo muito feliz, e acordo melhor ainda, ela tem sido por grande parte o motivo do meu sorriso, da minha felicidade, e não quero perde-la, nem hoje, nem amanha e nem nunca, peço a Deus que nos abençoe e que seja o que ele quiser para nós..

Inserida por Joaollucas

A vida segue, segue seu rumo, rumo reto, estreito e difícil.

Difícil dizer e aceitar, mas a vida é um jogo.
Jogo de cartas embaralhadas e de quem acertar mais vai errar menos.

A luta da conquista é árdua, aos que tem o óbvio na mão desdenha.

Tudo é válido no jogo, mas a penalidade pode ser dolorida e cara.

Pode valer o dinheiro, o ego, o respeito, a amizade e o coração.

Todos jogam, em todas as circunstâncias da vida, sem querer e sem saber... Talvez.
Há os ambiciosos, os trapaceiros, os espertos, os ratos, e os jogadores da vida.

Alguns jogam com o olhar, com o gesto, com o gosto, com a alma é com a gana.

Você nasceu e já entrou no octagon da vida, as ameaças virão, alguns para torcer e outros para lhe empurrar.

Se viver fosse fácil, eu não me preocuparia com o amanhã, embora tente esquecê-lo.
Mas é preciso, pontuar, suar, fazer por merecer para ganhar a confiança ou a moral.

A vida passa tão rápido que nem os ponteiros do relógio podem alcançar... Eles quebram e a vida passa, continua, e vai embora.

Se você demorar a conquistar algo, seja talvez porque deseja muito e está disposto a lutar.

O topo da montanha é desejado por todos, mas poucos sabem que o verdadeiro prazer está na escalada.

Inserida por ClaytonVasconcelos

Me deixei levar por muito tempo,
agora preciso saber:
Qual o motivo de tanto lamento?
Nada é o que pode parecer.

Essas paredes que cercam meu caminho,
são mais grandes que eu pensava,
muitos não sabem, mas...me sinto sozinho.
É bem melhor que eu imaginava.

Muitos não acreditam, quando disse:
Dormi com o medo!
Muitos questionam:
Abracei a solidão...

Não seria um segredo?
Já que esse amor nunca foi de certidão?
Não, não era assim, mas ainda é cedo!
Vi que é assim, estou sem chão...

Ela tirou tudo de mim
e eu acabei com tudo de bom que eu tinha
Mas quer saber? Não estou mais assim
Quero dizer, essa maluquice era minha...

Inserida por NivianKS

⁠Mostre sua existência

Às vezes, a gente esquece que estar aqui já é, por si só, um milagre. Em meio a bilhões de possibilidades, fomos escolhidos pela existência. Não por acaso, não por sorte, mas porque havia um espaço no universo exatamente do nosso tamanho.
Mas existir vai além do corpo. É também presença, sentimento, memória. Tem gente que passa a vida toda sem de fato se mostrar — camuflada na rotina, sufocada por medos, escondida dos próprios sonhos.
Um dia desses, me peguei olhando o céu. E pensei: será que o universo me vê? E se vê, será que sabe que estou aqui? A resposta veio silenciosa, mas certeira: o universo só te escuta quando você grita com o coração aberto, mesmo que em silêncio.
Por isso, vá lá fora. Sinta o vento, encare o céu com a coragem de quem quer ser visto. Diga, sem medo: eu existo! Mostre-se, mesmo que tremendo. Dê um passo, mesmo que pequeno. Porque quem se mostra ao mundo, encontra espaço dentro dele.
Você está aqui. E isso basta para que o universo te escute.

Inserida por BellasartesS2

⁠Na pressa dos dias, às vezes esquecemos que tudo na vida é passageiro. O que hoje parece impossível de suportar, amanhã já não pesa tanto assim. A dor, o sofrimento, a aflição — todos vêm, mas também vão. Ninguém sofre para sempre, por mais que, no auge do caos, pareça que sim.
A paixão arrebatadora, que um dia pareceu o centro do universo, perde a força com o tempo. A dor de cotovelo dá lugar a novos sorrisos. A sensação de perda um dia se transforma em memória doce ou lição necessária.
Quando perdemos alguém — seja um amor ou um ente querido — o mundo parece desabar. Mas o coração, esse teimoso que insiste em bater mesmo partido, vai aos poucos nos ensinando que a vida continua, apesar da ausência.
As lágrimas secam. A saudade se acomoda. E a dor, por mais profunda que seja, um dia se dissolve como neblina ao sol da manhã.
É assim com tudo: o tempo não cura sozinho, mas ajuda a entender.
Nem tudo é para sempre. E, por sorte ou por consolo, nem a dor é.

Inserida por BellasartesS2

“Amor, você é a minha âncora.
Desde que te conheci, percebi como somos diferentes e, ao mesmo tempo, tão complementares.
Você é a minha terra firme — aquele que tem os pés no chão, que me acalma, me guia e me faz enxergar a vida com mais clareza.
E eu sou o ar — essa alma livre, sonhadora, intensa, que às vezes se perde entre pensamentos e devaneios.

Mas é você quem me ajuda a encontrar equilíbrio, quem me lembra que posso voar, sim, mas sabendo onde pousar.
Da mesma forma, eu te levo pra sonhar, pra acreditar no que parece impossível, pra entender que juntos podemos ir muito além.

Com você, eu me sinto segura, tranquila e, acima de tudo, feliz.
Você é o meu porto seguro, minha base, meu amor, minha âncora.”

⁠ Os anjos expulsos

Mais uma vez, você me deixou só,
“- E agora?” a saudade virou tristeza.
E novamente, não tenho com quem conversar...
Foram-se as rosas e os nossos beijos...

A nossa canção evapora pelo ar,
Tento consertar o relógio quebrado.
Aparentemente, a machuquei...
Quando os anjos mentem,
E as rosas também...

Eu só queria entender o porquê não a compreendo.
Eu pensei que era justo e implacável,
E nada disso não me levou a nada, não!

“Mas, o que encontrei?”
Foram as cartas todas rasgadas,
Com o meu pedido de desculpas...
E hoje em dia é tão difícil de alguém dizer:
“Eu a amo!”

E quando nos encontramos,
Estamos ainda mais sozinhos do que antes,
E na solidão das nossas camas,
No escuro, chamamos um ao outro.

O vazio nos destrói,
Como uma poesia noturna.
E quanto custará a cada versos?
E quanto custará os preços dos nossos pecados?
Mesmo destruídos,
Tentamos preservar a nossa montanha de lágrimas,
Dentro de nós...
Titânico Mello

Inserida por TITANICO

⁠CARTA DE PRINCÍPIOS

A idéia da formação de um partido só dos trabalhadores é tão antiga quanto a própria classe trabalhadora. Numa sociedade como a nossa, baseada na exploração e na desigualdade entre as classes, os explorados e oprimidos têm permanente necessidade de se manterem organizados à parte, para que lhes seja possível oferecer resistência séria à desenfreada sede de opressão e de privilégios das classes dominantes. Mas sempre que as lideranças dos trabalhadores e oprimidos se lançam à tarefa de construir essa organização independente de sua classe, toda sorte de obstáculos se contrapõe aos seus esforços.
Essa situação vivida milhares de vezes em todos os países do mundo vem acontecendo agora no Brasil. Começando a sacudir o pesado jugo a que sempre estiveram submetidos, os trabalhadores de nosso país deram início, em 12 de maio do ano passado (greve da Scania), à sua luta emancipadora. Desde então, o operariado e os setores proletarizados de nossa população vêm desenvolvendo uma verdadeira avalanche pela melhoria de suas condições de vida e de trabalho. A experiência dessas lutas tem como resultado um visível amadurecimento político da população trabalhadora e o crescimento, em quantidade e qualidade, de suas lideranças. Esse rápido amadurecimento político pode ser visto claramente no aprimoramento das formas de luta de que os trabalhadores têm lançado mão. O início das lutas é marcado por um período de greves brancas nas fábricas. Já os embates mais recentes, dos quais a greve geral metalúrgica do ABCD é o melhor exemplo, mostram a retomada, em toda a linha, das formas clássicas de luta: grandiosidade das assembléias gerais, a ação decisiva dos piquetes e dos fundos de greve. Os trabalhadores entenderam ao longo desse ano de lutas que as suas reivindicações mais sentidas esbarravam em obstáculos cada vez maiores e é por isso, dialética mente, que vão sendo obrigados a construir organizações cada vez mais bem articuladas e eficazes. Diante da força da greve do ABCD, os patrões e o governo precisaram dar-se as mãos para impedir o fim da política do arrocho salarial e o fim das estruturas semi fascistas que tangem os nossos sindicatos. Os patrões usam de todos os meios ao seu alcance para quebrar a unidade dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que se recusam a reconhecer os acordos obtidos no período das greves fabris. O governo desencadeia sua repressão: os sindicatos são invadidos e suas direções destituídas oficialmente, enquanto nas ruas a polícia persegue os piquetes e tenta impedir, pela violência, que os trabalhadores consigam local para se reunir. Por seu lado, o apoio que os metalúrgicos conseguem dos demais trabalhadores, embora seja suficiente para impedir que a repressão se aprofunde e faça produzir um recuo parcial, carece de maior conseqüência, devido, é claro, não à inexistência de um espírito de solidariedade, mas sim devido às limitações do movimento sindical e à inexistência de sua organização política. Tanto isso é verdade que as lideranças da greve são obrigadas a se escorar no apoio, muitas vezes duvidoso, de aliados ocasionais, saídos do campo das classes médias e da própria burguesia. Não puderam os trabalhadores expressar de modo mais conseqüente todo o seu apoio aos grevistas do ABCD, e essa impotência tenderá a continuar enquanto eles mesmos não se organizarem politicamente em seu próprio partido. É por isso que a idéia de um partido dos trabalhadores, ressurgindo no bojo das greves do ano passado e anunciado na reunião intersindical de Porto Alegre, em 19 de janeiro de 1979, tende a ganhar, hoje, uma irresistível popularidade. Porque se trata, hoje, mais do que nunca, de uma necessidade objetiva para os trabalhadores. Cientes disso também é que setores das classes dominantes se apressam a sair a campo com suas propostas de PTB. Mas essas propostas demagógicas já não mais conseguem iludir os trabalhadores, que, nem de longe, se sensibilizaram com elas. Esse fato comprova que os trabalhadores brasileiros estão cansados das velhas fórmulas políticas elaboradas para eles. Agora, chegou a vez do trabalhador formular e construir ele próprio seu país e seu futuro. Nós, dirigentes sindicais, não pretendemos ser donos do PT, mesmo porque acreditamos sinceramente existir, entre os trabalhadores, militantes de base mais capacitados e devotados, a quem caberá a tarefa de construir e liderar nosso partido.
Estamos apenas procurando usar nossa autoridade moral e política para tentar abrir um caminho próprio para o conjunto dos trabalhadores. Temos a consciência de que, nesse papel, neste momento, somos insubstituíveis, e somente em vista disso é que nós reivindicamos o papel de lançadores do PT. O povo brasileiro está pobre, doente e nunca chegou a ter acesso às decisões sobre os rumos do País. E não acreditamos que esse povo venha a conhecer justiça e democracia sem o concurso decisivo e organizado dos trabalhadores, que são as verdadeiras classes produtoras do País. É por isso que não acreditamos que partidos e governos criados e dirigidos pelos patrões e pelas elites políticas, ainda que ostentem fachadas democráticas, possam
Propiciar o acesso às conquistas da civilização e à plena participação política para o nosso povo. Os males profundos que se abatem sobre a sociedade brasileira não poderão ser superados senão por uma participação decisiva dos trabalhadores na vida da nação.
O instrumento capaz de propiciar essa participação é o Partido dos Trabalhadores. Iniciemos, pois, desde já, a cumprir esta tarefa histórica, organizando por toda parte os núcleos elementares desse partido.
1. A sociedade brasileira vive, hoje, uma conjuntura política altamente contraditória e, sob muitos aspectos, decisiva quanto a seu futuro a médio e longo prazos.
Vista do ângulo dos interesses das amplas massas exploradas, desde sempre marginalizadas material e politicamente em nosso país e principais vítimas do regime autoritário que vigora desde 1964, a conjuntura revela tendências extremamente promissoras de um futuro de liberdades e de conquistas de melhores condições de vida. Dentre as tendências auspiciosas, destaca-se a emergência de um movimento de trabalhadores que busca afirmar sua autonomia organizatória e política face ao Estado e às elites políticas dominantes.
Esse é, sem dúvida alguma, o elemento inovador e mais importante da nova etapa histórica que se inaugura no Brasil, hoje. Contudo, a par dos dados auspiciosos da conjuntura política, coexistem também perigosos riscos, que podem levar as lutas populares a novas e fragorosas derrotas.
Aqui, cabe destacar que o processo chamado de abertura política está sendo promovido pelo mesmos grupos que sustentaram e defenderam o regime hoje em crise. Com a evidente exaustão de amplos setores sociais com o regime vigente no País e com a crise econômica que abalou a estabilidade dos grupos dominantes que controlam o aparelho de Estado, os detentores do poder procuram agora, e até este momento com relativo êxito, reformar o regime de cima para baixo. Vale dizer, pretendem reformar alguns aspectos do regime, mantendo o controle do Estado, a fim de evitar alterações no modelo de desenvolvimento econômico, que só a eles interessa e que se baseia, sobretudo, na superexploração das massas trabalhadoras, através do modelo econômico de onde sobressai o arrocho salarial. Já está demais evidente que o novo governo militar pretende manter a continuidade dessa mesma política econômica ditada pelo capital financeiro internacional, agravada agora pelos planos de austeridade e recessão que já se esboçam. Isso significa que o sofrimento, a miséria material e a opressão política sobre a população trabalhadora tenderão a se manter e aprofundar.
O que significa estado de direito com salvaguardas? O que pretendem com anistia restrita? O que visam com a propalada reforma da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] e da Lei de Greve, urdidas secretamente? Qual o sentido da diminuição das penas previstas na Lei de Segurança Nacional e a preservação do espírito que informa essa mesma Lei?
Esses e tantos outros fatos indicam que o regime busca reformar-se tentando atrair para seu campo de apoio setores sociais e segmentos políticos oposicionistas, com vistas a impedir que as massas exploradas explicitem suas reivindicações econômicas e sociais e, o que é mais importante, a sua concepção de democracia. Em poucas palavras, pretendem promover uma conciliação entre os de cima, incluindo a cúpula do MDB, para impedir a expressão política dos de baixo, as massas trabalhadoras do campo e da cidade.
2. Essas afirmações não ignoram o fato de que o MDB foi utilizado pelas massas para manifestar eleitoralmente seu repúdio ao arbítrio. Tampouco pretendem ignorar a existência, entre seus quadros, de políticos honestamente comprometidos com as lutas populares.
Isso, no entanto, não pode impedir e não nos impede de apontar as limitações que o MDB – partido de exclusiva atuação parlamentar – impõe às lutas populares por melhores condições de vida e por um regime democrático de verdadeira participação popular.
O MDB, pela sua origem, pela sua ineficácia histórica, pelo caráter de sua direção, por seu programa pró-capitalista, mas sobretudo pela sua composição social essencialmente contraditória, onde se congregam industriais e operários, fazendeiros e peões, comerciantes e comerciários, enfim, classes sociais cujos interesses são incompatíveis e onde, logicamente, prevalecem em toda a linha os interesses dos patrões, jamais poderá ser reformado. A proposta que levantam algumas lideranças populares de “tomar de assalto” o MDB é muito mais que insensata: é fruto de uma velha e trágica ilusão quanto ao caráter democrático de setores de nossas classes dominantes.
Aglomerado de composição altamente heterogênea e sob controle e direção de elites liberais conservadoras, o MDB tem-se revelado, num passado recente, um conduto impróprio para expressão dos reais interesses das massas exploradas brasileiras. Está na memória dos trabalhadores a conduta vacilante de parcelas significativas de seus quadros quando da votação da emenda Accioly, da lei antigreve e de outras medidas de interesse dos trabalhadores. Apegado a uma crítica formalista e juridicista do regime autoritário, o MDB tem-se revelado impermeável aos temas sociais e políticos que tocam, de fato, nos interesses das massas trabalhadoras.
Amplos setores das elites políticas e intelectuais das camadas médias da população têm afirmado que “não soou a hora” de se dividir a oposição articulada no interior do MDB, afirmando que a democracia não foi ainda conquistada. Rechaçamos com veemência tal argumento. Primeiro, porque em momento algum podemos aceitar a subordinação dos interesses políticos e sociais das massas trabalhadoras a uma direção liberal conservadora, de extração privilegiada economicamente. Segundo, porque não podemos aceitar que a frente das oposições se mantenha às custas do silêncio político da massa trabalhadora, único e verdadeiro sujeito e agente de uma democracia efetiva. Tampouco consideramos que a existência de partidos políticos populares venha a contribuir para romper uma efetiva frente da luta dos verdadeiros democratas. O PT considerem imprescindível que todos os setores sociais e correntes políticas interessados na luta pela democratização do País e na luta contra o domínio do capital monopolista uni fiquem sua ação, estabelecendo frentes inter partidárias que objetivem conquistas comuns imediatas e envolvam não somente uma ação meramente parlamentar, mas uma verdadeira atividade política que abranja todos os aspectos da vida nacional.
3. O Partido dos Trabalhadores denuncia o modelo econômico vigente, que, tendo transformado o caráter das empresas estatais, construídas pelas lutas populares, utiliza essas empresas e os recursos do Estado, em geral, como molas mestras da acumulação capitalista. O Partido dos Trabalhadores defende a volta das empresas estatais à sua função de atendimento das necessidades populares e o desligamento das empresas estatais do capital monopolista.
O Partido dos Trabalhadores entende que a emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores, que sabem que a democracia é participação organizada e consciente e que, como classe explorada, jamais deverá esperar da atuação das elites privilegiadas a solução de seus problemas.
O PT entende também que, se o regime autoritário for substituído por uma democracia formal e parlamentar, fruto de um acordo entre elites dominantes que exclua a participação organizada do povo (como se deu entre 1945 e 1964), tal regime nascerá débil e descomprometido com a resolução dos problemas que afligem o nosso povo e de pronto será derrubado e substituído por novas formas autoritárias de dominação – tão comuns na história brasileira. Por isso, o PT proclama que a única força capaz de ser fiadora de uma democracia efetivamente estável é a das massas exploradas do campo e das cidades. O PT entende, por outro lado, que sua existência responde à necessidade que os trabalhadores sentem de um partido que se construa intimamente ligado com o processo de organização popular, nos locais de trabalho e de moradia. Nesse sentido, o PT proclama que sua participação em eleições e suas atividade parlamentares se subordinarão a seu objetivo maior, que é o de estimular e aprofundar a organização das massas exploradas.
O PT não surge para dividir o movimento sindical, muito ao contrário, surge exatamente para oferecer aos trabalhadores uma expressão política unitária e independente na sociedade. E é
nessa medida que o PT tornar-se-á, inevitavelmente, um instrumento decisivo para os trabalhadores na luta efetiva pela liberdade sindical.
O PT proclama também que sua luta pela efetiva autonomia e independência sindical, reivindicação básica dos trabalhadores, é parte integrante da luta pela independência política destes mesmos trabalhadores. Afirma, outrossim, que buscará apoderar-se do poder político e implantar o governo dos trabalhadores, baseado nos órgãos de representação criados pelas próprias massas trabalhadoras com vistas a uma primordial democracia direta. Ao anunciar que seu objetivo é organizar politicamente os trabalhadores urbanos e os trabalhadores rurais, o PT se declara aberto à participação de todas as camadas assalariadas do País. Repudiando toda forma de manipulação política das massas exploradas, incluindo sobretudo as manipulações próprias do regime pré-64, o PT recusa-se a aceitar em seu interior representantes das classes exploradas. Vale dizer, o Partido dos Trabalhadores é um partido sem patrões! As tentativas de reviver o velho PTB de Vargas, ainda que, hoje, sejam anunciadas “sem erros do passado” ou “de baixo para cima”, não passam de propostas de arregimentação dos trabalhadores para defesa de interesses de setores do empresariado nacional. Se o empresariado nacional quer construir seu próprio partido político, apelando para sua própria clientela, nada temos a opor, porém, denunciamos suas tentativas de iludir os trabalhadores brasileiros com seus rótulos e apelos demagógicos, e de querer transformá-los em massa de manobra para seus objetivos.
O PT não pretende criar um organismo político qualquer. 0 Partido dos Trabalhadores define-se, programaticamente, como um partido que tem como objetivo acabar com a relação de exploração do homem pelo homem. O PT define-se também como partido das massas populares, unindo-se ao lado dos operários, vanguarda de toda a população explorada, todos os outros trabalhadores – bancários, professores, funcionários públicos, comerciários, bóia- frias, profissionais liberais, estudantes, etc. – que lutam por melhores condições de vida, por efetivas liberdades democráticas e por participação política. O PT afirma seu compromisso com a democracia plena, exercida diretamente pelas massas, pois não há socialismo sem democracia e nem democracia sem socialismo. Um partido que almeja uma sociedade socialista e democrática tem que ser, ele próprio, democrático nas relações que se estabelecem em seu interior. Assim, o PT se constituirá respeitando o direito das minorias de expressarem seus pontos de vista. Respeitará o direito à fração e às tendências, ressalvando apenas que as inscrições serão individuais.
Como organização política que visa elevar o grau de mobilização, organização e consciência de massas; que busca o fortalecimento e a independência política e ideológica dos setores populares, em especial dos trabalhadores, o PT irá promover amplo debate de suas teses e
propostas de forma a que se integrem nas discussões:
• lideranças populares, mesmo que não pertençam ao Partido;
• todos os militantes, trazendo, inclusive, para o interior do debate partidário proposições de quaisquer setores organizados da sociedade, e que se considerem relevantes com base nos objetivos do PT. O PT declara-se comprometido e empenhado com a tarefa de colocar os interesses populares na cena política e de superar a atomização e dispersão das correntes classistas e dos movimentos sociais. Para esse fim, o Partido dos Trabalhadores pretende implantar seus núcleos de militantes em todos os locais de trabalho, em sindicatos, bairros, municípios e regiões.
O PT manifesta alto e bom som sua intensa solidariedade com todas as massas oprimidas do mundo.
A COMISSÃO NACIONAL PROVISÓRIA
1º de maio de 1979

PARTIDO DOS TRABALHADORES

Leitura: Fernando kabral 13

Inserida por fernando_kabral