Coleção pessoal de ClaytonVasconcelos

Encontrados 16 pensamentos na coleção de ClaytonVasconcelos

“Momentos...

São eles tão intensos e avassaladores, segundos nele se tornam uma eternidade e assim mesmo horas se passam como minutos.
Momentos são óbvios vez em quando insólitos...

Buscamos sempre nele o mais significante, o diferente entre tantos, jamais o mais do mesmo...

Não há quem queira o esmo.

Momentos estão no olhar, na troca dos brilhos das íris, na essência natural das peles e até nas tácitas palavras que timidamente a voz dos lábios balbucia às vezes.

Momentos estão para a vida, assim como a vida está para o tempo; tempo este que corrói a vida, lhe tira o fôlego e te leva o corpo...
Mas é Justo e atento em lhe proporcionar o que mais carrega a alma

O doce e incólume momento."

"Escrever é um dom de quem com as palavras contorna o cérebro,
O nervoso, esse sistema marca no pensamento o ponto de fuga, rabisca na alma o horizonte e preenche no espírito as cores da liberdade de olhar nos olhos através da escrita"

“Seu sorriso e suas palavras tímidas de se expressar são fortes...
Avassalador é seu cheiro que me enfeitiça...
Seu olhar nutre meu desejo que me dá o norte...
Ao mesmo tempo seu afago me desnorteia, ela sabe reger meus impulsos, acompanha meus fluxos e me despe das orientações...
Ela me leva onde quero chegar e faz me perder onde quero me encontrar...
Seus lábios são labirintos, seu toque desperta meus tórridos instintos e mutuamente somos apenas um...
Um elo que se forjou num encontro de bar e num beijo tímido como de um pavão azul, nos despedimos...
Hoje cá estamos naturalmente com a bússola nas mãos, navegando no mar da sintonia onde há muitas ondas e ilhas que iremos desbravar.”

A verdadeira beleza do estereótipo jovem pertence a quem concebe a convicção de que as as rugas sempre serão uma constante ao simples ato de folhear o calendário...
Caminhando junto das experiências vivenciadas exaustivamente que, no ponto de maturação empírica, jamais se tornarão efêmeras.

Entre o ócio e os ossos...
Do ofício esse nosso; a melhor estação do ventre das flores se faz reluzente.
Na lacuna do verão e as águas de março, seus raios tórridos me levam cáusticas as emoções ardentes.

O cordel pedalante dos copos e doses, dos tons altos e errante.
A pausada retórica do poeta falante

Meus pensamentos são como um rio que deságua no mar da minha vida; Mar este que banha as ilhas dos meus mais profundos sentimentos.

A leveza da vida é ter a real consciência de que todas as atitudes tomadas, sejam translúcidas; independente dos julgamentos engendrados de um vulnerável valo comportamental.

Sou abrupto, metódico, cheio de regras... Mas nenhuma delas me faz prisioneiro, meu mundo gira, flui e segue, o ritmo das notas dessa musicalidade chamada vida.
E entre um acorde e outro, transito entre o ar e o mar, o fogo a terra e o meu céu.

Minha mente; um mundo transcendente, um trevo sem semáforo para o constante fluxo dos meus pensamentos desenfreados, que num buraco de minhoca se entrega ao atalho do espaço e tempo se torna onipresente...
Um software onipotente, cuja minha matéria tem seu prazo de suporte.

Nós somos mentores do nosso próprio tempo, o destino nos dá a respectiva quantidade de areia necessária em nossas âmbulas...
Alguns perdem a vida olhando o encher de uma, outros percorrem o mundo antes do esvaziar de outra.

A vida segue, segue seu rumo, rumo reto, estreito e difícil.

Difícil dizer e aceitar, mas a vida é um jogo.
Jogo de cartas embaralhadas e de quem acertar mais vai errar menos.

A luta da conquista é árdua, aos que tem o óbvio na mão desdenha.

Tudo é válido no jogo, mas a penalidade pode ser dolorida e cara.

Pode valer o dinheiro, o ego, o respeito, a amizade e o coração.

Todos jogam, em todas as circunstâncias da vida, sem querer e sem saber... Talvez.
Há os ambiciosos, os trapaceiros, os espertos, os ratos, e os jogadores da vida.

Alguns jogam com o olhar, com o gesto, com o gosto, com a alma é com a gana.

Você nasceu e já entrou no octagon da vida, as ameaças virão, alguns para torcer e outros para lhe empurrar.

Se viver fosse fácil, eu não me preocuparia com o amanhã, embora tente esquecê-lo.
Mas é preciso, pontuar, suar, fazer por merecer para ganhar a confiança ou a moral.

A vida passa tão rápido que nem os ponteiros do relógio podem alcançar... Eles quebram e a vida passa, continua, e vai embora.

Se você demorar a conquistar algo, seja talvez porque deseja muito e está disposto a lutar.

O topo da montanha é desejado por todos, mas poucos sabem que o verdadeiro prazer está na escalada.

Amigos são como serafins, nos trazem mensagens ideais, sábias e confortáveis nas horas exatas.
São quase divinos, eu digo quase porque senão estariam no lugar de Deus.

Que seria uma outra história.

A mesa limpa com a cadeira rente perfeitamente encostada, não é só o único vazio que sentimos quando um amigo de trabalho se despede de nós. E ruma para uma nova jornada.
Um filme de todos os momentos pode ser projetado em nossa memória durante os poucos segundos e interminável abraço de até logo, a gente se fala... Estamos ai, qualquer coisa é só ligar!
Nos emudecemos e continuamos nossa rotina, mas não sem pensarmos que realmente a falta da sua companhia será realmente gigante.
O Silencio geral, diferente, da concentração forçada se mistura com a inquietação de se acostumar com essa aura.
Nessa hora o sentimento de que uma parte de sua bagagem profissional foi embora junto se comprime com a amizade e os momentos de descontração que sempre solidificou um elo de companheirismo, ajuda e altruísmo.
Profissionalismo é passar por essas experiências na vida, encarar que nada acontece e se perpetua como queremos e planejamos exatamente, respirar fundo e assimilar como uma constante mudança...

Embora eu seja profissional, não sem dor.. Sou primeiramente ser humano!

E sinto falta de quem foi bom pra mim.

Um brinde a amizade!

Apressado, sai do prédio deixando o portão bater sozinho, ainda ajeitando a camisa por dentro da calça enquanto ligeiramente caminha.

Aperta o passo, não há tempo nem para olhar para os lados, apenas baixa os olhos para seu Tissot folgado no pulso esquerdo... A cada trinta segundos.

Dezembro, céu de brigadeiro, o sol a pino de quase meio dia faz grudar o tecido da camisa as suas costas. Sua fotofobia lhe faz apertar olhos protegendo-os da luz diurna; continua seu trote, não há tempo para procurar seu Rayban Clubmaster em meio à bagunça de papeis, livros, cédulas amassadas, moedas e dois maços de Marlboro em sua bolsa carteiro de couro.

Sinal vermelho, para bruscamente na calçada olhando o semáforo com a mão a frente da testa fazendo sombra aos olhos, não vê nitidamente as cores, baixa a cabeça correndo mais uma vez os olhos ao relógio, mas nota o cadarço desamarrado de seu velho tênis preferido e bem gasto por sua pisada pronada. Articulando num reflexo mental o movimento de como se abaixar rapidamente para amarar seu cadarço, ouve os sons da aceleração dos carros; sinal verde, não há tempo, continua seus ligeiros passos. Incomodado e pisando cautelosamente, agora sente seu tênis frouxo no pé.

A pisada manca lhe faz perder segundos preciosos, sua ira se aflora por estar em cima da hora e ter de desacelerar par dar passagem a uma senhora e seus três poodles negros, que encabrestados em suas guias tomam a calçada. Mais á frente, quatro idosos lado a lado caminham em passos letárgicos na inversão proporcional de sua pressa; em meio aos carros invade a pista, ultrapassa os anciãos e volta à calçada, um skatista vem em sua direção, incólume desvia mais uma vez.

Os batimentos já acelerados, respiração ofegante, rosto tomado em suor e metade da camisa molhada por fora da calça fazem esquecer-se do cadarço tocando o chão; seus passos rápidos se transformam num ritmo fundista embora sem sincronia; correndo variando os ritmos, desviando dos vendedores de eletrônicos, do carrinho de mão do fruteiro e do guardador de carros que monitora a vaga; esbarra no entregador de papeis com anúncios de compra de ouro, apenas acena discretamente o pedido de desculpas.

Não bate um vento, apenas o clima seco e sensação térmica de 46 graus; parado novamente no sinal, que acabara de avermelhar para o pedestre, encontra a lacuna do tempo para amarrar o cadarço, abaixa-se e assim o faz, ergue os olhos e avista a portaria do edifício do outro lado da rua na qual fará sua entrevista de emprego; assim que os carros param, ele segue desbravando seus últimos metros antes de cruzar a portaria espelhada e moderna.

Ainda com pisadas fortes adentra o edifício, sem muitas dificuldades se apresenta para a recepcionista no lobby central; corre para a porta do elevador que está parado no vigésimo terceiro andar; toca o indicador aceleradamente e renitente o botão para subir. Entre a contagem dos andares no visor eletrônico na parede e os olhos no relógio, sua ansiedade faz dos segundos virarem uma interminável espera.

Abrem-se as portas do elevador, sozinho ele entra, retira a anotação do endereço do bolso da camisa e diz o andar para o ascensorista; no segundo andar o elevador para, não há ninguém a espera; somente com a cabeça para fora o ascensorista anuncia a subida. Ninguém.
No monitor interno do elevador, informa as condições climáticas do dia, da hora e data.

Em seu primeiro momento de entretenimento, olhando a tela, o jovem apressado repara que de acordo com a hora do monitor, está adiantado quarenta minutos, olha seu relógio novamente; incrédulo consulta as horas ao ascensorista que lhe confere com as do monitor.
Soltando o ar dos pulmões num alivio imediato, vidra seus olhos mais uma vez ao monitor, sua pupila corre a tela até parar na data. Num estalo temporal busca sua anotação agora no bolso da calça.

Tomado de cólera solta três palavrões seguidos ao constatar que sua entrevista é no dia seguinte.

A vida é um caminho sem volta, porém com inúmeros desvios; e um rio que a gente mesmo enche com águas passadas.