Cartas de Saudade de um Amigo
Ser amada
Nos dias que me foram sós,
Apenas em você eu pensava.
Se haveria para nós
Um tempo de amar e ser amado.
Quando o amor em mim
Aflorava por você,
A minh’alma se entregava...
Desejava ser querida,
Desejava ser amada...
Sem medida e desvairada
A minha vida te almejava,
Ser contigo, ser comigo...
Ser pra sempre a minha amada.
Edney Valentim Araújo
Um só contigo
Segurei as tuas mãos
Como quem lhe entrega o coração,
Colhestes no silêncio dos meus olhos
Minha confissão de amor por ti...
Render-me-ei a este sentimento
Em que me quero só contigo,
Deixa-me ficar nos teus pensamentos
E sempre neles me encontrar...
Para onde forem os teus passos
Venham eles me encontrarem,
Quero estar junto a ti
E me ver no teu olhar.
E se a distância sobrevier nos separar
Deixe que o amor nos torne um só...
Mesmo se os caminhos desta vida
Afastarem nossos corpos.
Irei contigo nos teus sonhos
E te trarei no coração,
Serei teu sonho adormecido
Até que me possas despertar...
Edney Valentim Araújo
Ei amor, se um dia a cama ficar pequena pra nós dois, se nossa musica não mais nos descrever, se as flores não tiverem mais o mesmo cheiro, promete tentar lembrar do meu calor no frio da serra que moramos, da minha voz rouca ao acordar e do meu Mont Blanc com frescor de jasmins e notas de sândalo?
Se achar que lhe falta algo, algo intenso ou harmônico. Feche os olhos e tenta lembrar das minhas unhas marcando suas costas, da nossa combustão, dos nossos gemidos alternados no ritmo em que você penetrava meu corpo e minhas chagas.
Mas se o café não for mais tão doce, nem mais tão quente, o sol não entrar pela nossa janela, se nossa aliança apertar seu dedo e seu peito, promete que pede pra eu ir embora? Só pra não estragar nossa história.
Promete tentar, mas só tentar guardar o melhor de ti, o melhor de mim, o melhor de nós e o nosso não acaso, o nosso eterno romance, mesmo que não termine tão terno?
Promete antes de desistir, tentar lembrar dos motivos que o fizeram me amar? E se eu não for mais a mesma pessoa, enterre o que fui, sem esquecer o que te trouxe; Mas se e somente só, sentir que não é um ponto final, tente acrescentar mais dois e no próximo parágrafo, me reencontre, me reconheça em um bar, a gente pode ate rir por eu ser xará da sua ex e você do meu, mas de como somos diferentes deles.
A gente pode ate dizer que foi o destino que nos colocou ali, mesmo que frequentássemos os mesmos lugares a 5 anos e que nossa cidade seja tão pequena que seria impossível não nos encontrarmos, você chamaria o garçom de amigo e me pediria uma pina colada, porque já conhece meu gosto agridoce e eu seus bons modos
Mas poderíamos fingir que é novo, que é inédito, poderíamos nos reinventar e nos reamar por indeterminas primaveras, fazer coisas que nunca fizemos, já que nos tornamos pessoas tão diferentes do que eramos, poderíamos então nos perder no lapso do tempo e do indefinido, assassinando os padrões que nos afogaram, das expectativas que colocamos sobre o outro, porque não entendiamos a beleza de ser contraditoriamente mutável e único, sem pertencer a lugar nenhum e ainda sim morar no abraço do outro.
Hiato
Fiz a ti um verso,
Uma lembrança,
Fiz a ti uma memória,
De tantas outras, fiz a ti.
Revés o mundo tem,
O seu explicável,
Seu firmamento trancado,
Abraça-me.
Anamnese eu,
Diferente de tantas outras,
Intensa,
Cobra-me.
Tu,
Uma centelha de estímulo,
Calmo,
Espero.
Uma escada ao ar livre,
A conversa, a curva do sorriso,
Um toque, o beijo... O beijo!
O tchau.
Abrigar
Deixei na rota desta vida
Minha estrada e meu destino
Pra buscar os teus caminhos...
Onde andas o teu coração
Que não me deixas adentrá-lo?
Eu me vi querer-te em minha vida
Onde o amor nos encontrasse
Sendo um só você e eu...
Eu sei de onde eu vim,
Mas para onde eu irei
Sem você, já não sei...
Sei que estou a procurar
No teu amor
Onde eu possa me abrigar.
GRACINHA
Eu sou aquela caixa d'água a tilintar dentro da noite veloz. Lá fora, o sereno caía vadio enquanto os rumores dos carros mexiam com as luzes dos postes. Tchiqui, tchiqui, tchiqui... Quase sempre, o ventilador ao pé da cama. A cama. A cama. Aquela cama... Na área, o churrasco embalava os nossos estômagos famintos. A fumaça passeava por todo espaço. Chegava na cama. A cama. Aquela cama... Ao meu lado direito, meu mano: pequeno, raquítico, olhos negros, cabelos lisos. No centro, a mana: covinhas amontoadas, coqueirinhos na cabeça, chorinho fácil a descolar na boca. Ao lado esquerdo: vovó. Vovó. GRACINHA. Corpo roliço, cabelo despreparado, pele macia e branca. Sua mão a "irribuçar" os netinhos com colcha vermelha. Sua mão a cantarolar no meu peito. Um dois três carneirinhos. O ronco, o sereno a cair, os rumos dos carros e eu-caixa d'água, eu-saudade, eu-vontade-de-voltar.
Sinto saudades
De um carinho que nunca foi real
De uma companhia que achei que fosse ficar
De um sorriso que me fez acreditar
Sinto saudades
Dos longos papos sempre leves
Do cigarro partilhado
Sem esquecer o vinho tomado
Sinto saudades de pensar
Que tudo era especial
Que tinha em você um amigo
Que faria minha vida fenomenal
Há algo em ti que me fascina.
Não sei se esses olhos de tamanha profundidade, se apenas a textura da tua pele...
Há algo em ti que me faz querer voltar continuamente... Algo que transcende o meu pequeno e simples mundo. Algo que me faz respirar com a certeza que é aí que quero estar... Mas uma certeza com medo de amar...
Há algo em ti que me faz bater o coração. Algo que me faz ver-te quase que numa penumbra como se não existisse matéria.
Não sei se és perfeito, não o serás porque senão a minha imperfeição não te gostaria, mas és algo que me capta a atenção e faz não querer sair daí. Há algo em ti de profundo. Algo longínquo que me liga a ti. Não sei se o cheiro, se o gosto, se o toque... Mas algo que me puxa para ti.
Há algo em ti...
Talvez os dedos entrelaçados fortemente que me transmitem segurança e me fazem acreditar que o medo não mora aí.
Há algo em ti...
Recordação
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Quando você acorda
E sente aquela perna quente
E olha naqueles olhos brilhantes e profundos
Percebe que o cheiro nostálgico te trás calma
É sua pele suave , aquece a alma
Sente um universo nos seus braços
Você vê que a perfeição existe, mesmo cheia de defeitos
Aí você abre os olhos
Percebendo que isso são apenas lembranças.
Vento suave e frio que me embala, relento.
Esse escuro céu do momento, nubla-me,
traz-me ao que recordo seu alento...
Invade em mim uma nostalgia,
arregalo os olhos, olhos sem euforia
Vejo um passado que voou cinzento,
voou nas asas desse tempo.
Pra nunca mais voltar,
o que já foi por vir enganchou-se
lá em meus pensamentos, em papéis.
Pra ficar, alojou-se lá.
Vento que me embala, com suavidade,
faz em meu sangue
Pulsar saudade.
Invernal
Nas chuvas que caem sem horas
vêm vontades de lhe ter...
sentindo o viver doer
gradeado lá no passado...
brotam em meus olhos molhados
saudades mil de você
e o tempo a voar não passa
porque ainda há o querer...
são d'águas as tuas lembranças
torrentes balança o peito
e o efeito que à alma lança
é de aflições perecer...
Um dia ela me falou que: "quem perde o telhado ganha as estrelas..." e eu respondi: O telhado eu já havia perdido, e você era as minhas estrelas. "O meu mundo acabou e ela já não dança mais comigo."
Mas quando eu escuto "O mundo acaba hoje e eu estou dançando" (Agridoce - Dançando) só consigo pensar mesmo em uma coisa: Espero um dia estar tão calmo, mas tão de bem com a vida, que o mundo vai estar se acabando e eu vou estar dançando... Sem me preocupar com o que me espera depois... se é que algo vai me esperar no depois.
Sala vazia
Ainda penso em você quando a sala está vazia
E te procuro no sofá vendo filmes aos domingos
E quando a sala está cheia, te procuro entre os amigos
Para ver aquele seu grande sorriso que me confortava
Aprendi com o tempo a viver com essa dor
Guardando as lembranças para momentos oportunos
Mas nunca deixando de declarar todo o meu amor
Mesmo que longe você esteja, nos meus momentos noturnos
Suas ações sempre me influenciaram a ser melhor
Através de seus ensinamentos me tornei o que sou
E com essa bagagem em busca eu vou
De encontrar-me e redescobrir-me.
- No dia 27 já serão 6 meses sem sentir sem poder tocar minha mãe e eu daria tudo pra viver mais uma vez com ela todos os momentos que passamos juntas queria pelo menos poder dar o último abraço naquela que sempre esteve ao meu lado ah saudade é grande e a dor nunca passará... 💔
Sabe o que me deixa triste é ver alguns filhos reclamando das mães, dizendo que elas enchem o saco que não dá paz!! Ah se essas pessoas soubessem a falta que elas fazem nas nossas vidas, ah minha por exemplo eu passava o dia todo fora de casa mas sempre estava me comunicando com ela atrás do Whatsapp as vezes ela até brigava comigo mandando eu ir trabalhar, mas na volta pra casa todos os dias ela era minha companhia, nos comunicavamos o dia todo e quando chegava em casa ela tava aqui me esperando com tudo pronto jantinha feita, roupa lavada passada cama arrumada, e nas poucas vezes que eu saia ela falava pra quando eu chegasse ao destino avisar ela, confesso que muitas vezes eu esquecia de falar que tinha chegado e incrível parecia que ela calculava o tempo que eu ia levar pra chegar quando não lembrava de avisar ela me mandava msg perguntando se eu já avisa chegado, quantas noites ela passou acordada esperando eu ou meu irmão chegar em casa, quantas vezes ela cuidou de mim quando eu não estava bem, quantas conversas quantos abraços ela viveu comigo, como ela me faz falta!! Eu fico triste em ver como alguns filhos tratam suas mães, o desapego a pouca importância, o valor que não dão a elas, o mais triste de tudo é que alguns só percebem isso quando perde quando já não podem mais fazer nada pois quando estava em vida não fizeram e depois que perde não tem mais o que se fazer... Mesmo que pra você ela está sendo chata na verdade não é tudo isso é por amor, pensa em quantas vezes ela já deixou de viver e fazer por ela por amor a você.. #Ame! #Cuideeavalorize! #suaMãezinha!
Saudades de você minha amiga
Garota, seu lindo olhar
Incendiou meu coração
Sequestrou meu pensamento
Libertou minha inspiração
E num momento perfeito
Não sei explicar direito
Era tipo ficção
O sol tocou sua pele
Revelando seu sorriso
Era igual ao paraíso
Que descrevi num poema
Sua mão macia e pequena
Escondendo – se no moletom
Sua voz em afinado tom
Que dominava o espaço
Fez – me querer seu abraço
Que de tão apertado é bom…
Quanto mais o sol subia
Mais mostrava o seu brilho
Já me via fora do trilho
Toda vez que tu sorria
Abrilhantava meu dia
Trabalhava mais contente
Torço muito pra que a gente
Volte a se encontrar um dia…
Mando-te neste cordel
Um abraço carinhoso
Bem forte e bem gostoso
Com um sabor de saudade
Para que nossa amizade
Dure o século todo...
Predestinação
Adivinho-te
As lágrimas
E as quimeras derramadas
Dos olhos hirtos da noite,
E num abraço não contido
Envolvo-te…
Há diademas de Coragem
Esculpidos no sopro da aurora,
Estonteantes enigmas embutidos
Nas paredes da casa branca.
Predestinadas oscilações dos dias!
A casa branca
Chamou por nós.
Etérea,
Na derradeira aspiração,
Em esgares de agonia,
Ruiu
Aos pés do desalento.
Tristes tulipas,
Apoteóticas ninfas,
Dançam ainda
Tchaikovsky
No jardim.
Célia Moura - “Vestida De Silêncio”
2009
Começou o ano, fogos de artifício
Todos felizes, era você a exceção
Sala de estar, tevê ligada
Copacabana em festa, tudo de novo
Mais uma vez
Eu com quatro anos, olhar de uma criança
Não queria, mas podia ver
Via o que sentia
Sentia o mesmo que você
O hematoma, o medo, o grito
Tudo em um só dia
Tudo em apenas um mês
Até o final
Até o adeus
Achei que tivesse me deixado
Mas por outro lado
O Céu, ele que tanto falam
Parece realmente ser muito melhor
Um dia a gente se encontra
Pelas ruas da cidade,
transbordando simpatia
De mãos dadas e sorriso no rosto
Para toda e infinita eternidade
Sinto me tão velho,
Como se pudesse morrer.
E isso me faz querer chorar
Seguir em frente... Apenas seguir ?
Recomeçar...
Mas como se recomeça um coração?
Posso correr, se esconder, fugir...
Fingir...
Mas em tudo está você!
Meu espírito velho
Meu corpo jovem...
Meu olhar trêmulo e afogado...
Numa escura sala...Repleta de lembranças
No espelho, a face do que um dia foi.
Pois já não é...
E o que é...
Só meu coração diz...
com apertos inexprimíveis.
E o que digo eu...
São palavras para que leiam...
O que em uma época foi belo...
Pois o que foi
levou consigo o encanto
A luz, o calor...
E o sorriso...
Para que o encanto, a fantasia e o amor
Se não for apenas fazer viver o coração?
Onde está aquele olhar.
Para onde foi o seu sorriso
E para qual ouvidos sussurra hoje
O som suave de sua voz?
Minhas mãos vazias anseia pelo toque
em sua pele...
Clara e macia....
Seus lábios de ternura alegrava os meus..
Mas hoje só com os meus olhos fechados
Posso trazer de volta o que um dia foi...
QUE VONTADE DE VOLTAR
Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Caminhar entre as árvores,
E belas edificações,
Sem medo de balas perdidas,
E assaltos inconsequentes.
Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Onde as ruas são embaladas,
Com Beethoven e Mozart,
Ouvindo Ode a Alegria,
e Flauta Mágica.
Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Onde o café é mais saboroso,
Onde a cerveja é pura,
Onde o vinho tinto,
Aquece do frio.
Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn,
Onde o clima,
Inspira a poética da vida,
Onde a cultura,
Dá sentido a existência.
Que vontade de voltar,
Voltar para Bonn.
O que restou de sua ausência...
(Múcio Bruck)
Professo a fé em um amor que sabe amar
Imploro, pela remissão de meus descuidos
Agradeço aportar-me em sonhos desejados
Alimentado de puros momentos passados
Lá, naquele momento, estância de toda alegria
Caminhei por sobre solos que esperança imprimia
Minha emoção, intensa, quase feliz, ansiava-te
Silente, olhar viúvo de ti, inda captava sua sintonia
Meus passos se faziam curtos, afastando chegadas
Temiam o rodar e o correr dos ponteiros, horas vazias
Os segundos, ganhavam asas, pospunham a passada
Apaixonado, ouvia-te, distante, com a alma embriagada
Sentia-a viva em mim, tão plena, luminosa, sã e forte
No calor, em suave odor, com certezas de sorte prescrita
Julguei, perdido, meu seguro porto...meu norte
Despido de certeza de querências, avidez e ode
Sem desejos da partida, que breve se achegava
Machucava o incerto por vir, sem sabores, sem quereres
Restando de certo, desejos de beijos e abraços cobiçados
Magias, em esscências do penhor de quistos reencontros
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