Cartas de Despedida de Clarice Lispector

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colocando as cartas
na mesa ou no chão
elas mostram o que vai no coracao
e a alma envergonha-se
dos pensamentos impuros
recebe da vida os golpes duros
falta respeito
falta amor
falta tudo
pra viver com alegria
e passa o dia
estamos a sofrer
e a cada segundo morrer
sentindo no peito a dor
e nos olhos a escorrer
nada é eterno
entre planos e danos
causados por nós
um nó na garganta
uma briga entre nós
um nó apertado no peito
quem dera um dia
o nó não vira laço
e nos encontramos
dentro de um abraço
duro como o aço
e tudo se desfaz
só o amor me satisfaz
me refaz
não me engana
é astuto e sagaz!!!

Inserida por fernanda_de_paula_1

⁠⁠Você

Até pouco tempo atrás
Eu tinha o péssimo hábito de pensar que todas as cartas,
Que eu tinha escrito, escrevia e iria escrever em minha vida
Eram apenas coisas descartáveis
como quaisquer outros pedaços de papel.

Coisas essas, das quais eu nunca me orgulharia.
Seriam para todo sempre e não deixariam de ser apenas...

Árvores cortadas que jamais voltariam,
Grafites e canetas gastas que jamais retornariam,
Papéis tingidos que jamais se limpariam
E calos em minha mão que jamais sairiam.

Isso até eu escrever para o meu amor.
Aquela que sempre elogiou meu suposto talento pra escrita,
Do qual até mesmo eu duvidava.
Aquela que sempre está ali, até mesmo quando eu já não me sinto
Mais merecedor de sua companhia.
Fez com que fosse produzido algo que, até mesmo hoje,
Sou incapaz de explicar como fiz.

Com origem nos sentimentos mais sinceros e reprimidos que sentia e senti
Naquele fatídico dia e um pouco antes,
Nasceu minha obra-prima.
Não em quesitos como coerência, coesão ou ortografia,
Coisas que geralmente cruciais em um bom texto.

Mas sim pelo que ela sozinha conquistou e fez.
Sejam as lágrimas, minhas e suas
Ou a confirmação do implacável amor mútuo que sentimos até hoje.
Vou poder sempre me orgulhar de ter feito alguém gostar do que eu escrevi
Para minha sorte,
Meu maior tesouro.

Você.

Inserida por TeodorodeSousa

⁠intocável

Por entre as ruas e vielas
Por todas as cartas amarelas pelo tempo
Em cada pétala que cai
Em cada gota de chuva .

Entre os fios do meu cabelo negro
Em cada minina particula
Naquela sala cor de folha seca ,
Dancei ,com a sintonia perfeita.

Brilhava ao amanhecer
Era seus olhos fugindo da ira
Era meu eu quente naquela pira
Eu queimei você.

Inserida por Ariane28

Origamis

⁠Cartas rasgadas jogadas ao vento,
Ao manter fixo o olhar na linha do horizonte, um respiro,
Cartas voadoras sem destino e sem alento, perdidas no esquecimento,
Parque cheio de vida, as borboletas se divertem colorindo as flores, os pássaros brincam de cantar e encantar, os cisnes embelezam o lago,
Cartas se vão, origamis caem como pétalas de rosas em minhas mãos e a minha volta, novos caminhos serão traçados,
Inocente! A felicidade pensa não estar sendo vista atrás de uma árvore.

Inserida por Ricardossouza

“” Abrem-se as cortinas do futuro
Num jogo duro, de cartas marcadas.
Mas sempre com densa harmonia
Segue a trama, dia a dia
.
Mergulham rosas em eternos espinhos
Aromas e cores desfilam nesses caminhos
São apenas sóis a nos alentar
Entre tantas noites, queremos sonhar.
.
Roucos privilégios, de âmbar levado
Acima do poço, há um pouco cerrado.
Lamentações. veneram a alma
Acalma, emudece, palidez fria.
.
Sinceramente penso em nós
Noutroras que temos ainda
E finda a mágica do tempo
Quando de repente já é amanhã..””

Inserida por OscarKlemz

Havia um mal-estar no vagão. Como se fizesse calor demais. A moça inquieta. Os homens em alerta. Meu Deus, pensou a moça, o que é que eles querem de mim? Não tinha resposta. E ainda por cima era virgem. Por que, mas por que pensara na própria virgindade? (...)
Então os dois homens começaram a falar um com o outro. No começo Cidinha não entendeu palavra. Parecia brincadeira. Falavam depressa demais. E a linguagem pareceu-lhe vagamente familiar. Que língua era aquela?
De repente percebeu: eles falavam com perfeição a língua do "p". (...)
Cidinha fingiu não entender: entender seria perigoso para ela. (...) Queriam dizer que iam currá-la no túnel… O que fazer? (...) Me socorre, Virgem Maria! me socorre! me socorre! (...)
Se resistisse podiam matá-la. Era assim então. (...)
Tirou um cigarro da bolsa para fumar e acalmar-se. Não adiantou. Quando seria o próximo túnel? Tinha que pensar depressa, depressa, depressa.
Então pensou: se eu me fingir de prostituta, eles desistem, não gostam de vagabunda.

Clarice Lispector
A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trechos do conto A língua do "P".

...Mais
Inserida por tham

Poderia colocar o poema de Clarice aqui. que ninguém é eu e ninguém é você, esta é a solidão.
E dizer que a solidão tomou conta da minha vida, mas ao mesmo tempo eu estaria mentindo para o meu próprio ser.. Pior ainda eu estaria desvalorizando as minhas companhias.
A que ponto eu estou só ?
Solidão é quando não temos ninguém ao nosso lado.
E o que estou sentindo na verdade é a sua ausência!!

HISTÓRIAS DE CLARICE

Mudança Demora !!!
Mudança Demora??

Ué, depende da mudança... pensou Jairo, com seus olhinhos puxados espremidos num rosto largo e rosado, com jeito calmo de quem não tem pressa de ir.
Já Clarice, permanecia olhando, aguardando a resposta, como se o que Jairo falou não fosse suficiente para ser entendido.
Clarice e suas histórias.
Clarice tem um jeito bom de levar a vida, bom as vezes, é o que pensa. Uma mente romantica, sensivel e sonhadora. Com pitadas de lógica e uma inteligência sempre em evolução, curiosa como criança, teimosa como criança, adulta com alma de criança. Mas o rosto, o jeito, a fala, AHH! Clarice sempre diz o que pensa, sempre pensa muito e sempre se mete em enrrascadas, o olhar traduz o que sente, mas o sorriso, seja qual for a situação, está lá, solto iluminando a face. Alguns dizem que é sua marca, seu riso largo e sincero.

Mas Clarice sempre quer novas respostas, por que a todo momento surgem novas perguntas, e assim ela vai, caminhando as vezes contra o vento, as vezes contra corrente, mas sempre a favor de alguem ou simplesmente tentando defender a si própria.

O momento não podia ser mais oportuno para encontrar Jairo. Jairo amigo querido, paciente e inteligente, sempre tinha a resposta certa, mesmo que a pergunta fosse feita da forma errada. Ela já esta com esta dúvida há mais de uma semana. Casa nova, será que mudar demora? Clarice sempre tem pressa, vive tudo intensamente e muitas vezes de forma exagerada. Mas acha que se não for assim, não é viver. Se está triste, está muito triste. Se está feliz, esta absolutamente no céu. Não tirava os olhos grandes e amendoados de Jairo, - demora ou não? - disse novamente.

-Olha, depende do que vai ser mudado, da vontade de quem quer fazê-lo e do quanto isso é importante!
- Mas Jairo, como assim? Só quero saber se mudar demora...
- Mudar o mundo demora - responde Jairo com a mesma calma - por isso o melhor é começar a mudar a sí mesmo, as vezes também demora, mas o efeito tende a ser melhor. Mudar o outro demora muito, geralmente é melhor não fazê-lo se o outro não quiser.melhor só aceitar ou seguir seu caminho. Mudar o visual demora o tempo suficiente para se sentir bem. Mudar de humor não demora nada, é só querer. Mudar de roupa demora proporcionalmente ao número de botões da roupa ou a quantidade de peças, mudar de vontade demora o tempo certo para se perceber o que é melhor, mudar de opinião pode demorar ou não, depende da flexibilidade da sua inteligência e da humildade do seu carater. enfim, o tempo da mudança depende, do que se quer mudar e pronto.

Clarice olhava Jairo com cara de quem não sabe como o assunto chegou ali, mas de alguma forma sabia que seu amigo respondeu o que precisava ouvir, mas não sua pergunta.

Clarice logo concluiu, que sua mudança seria demorada se analisada pelo tempo, pois como sempre, estava ansiosa pela casa nova, mas seria rápida se dependesse de sua força e vontade, pois queria a casa nova mais que tudo naquele momento, e percebeu que mudar é possível...seja o que for que se queira mudar.E Clarice definitivamente estava em um momento de transição. Além de casa, também precisava mudar de humor,de hábitos, de pensamento.
Sem hesitar, olhou para Jairo com cara de quem sabe tudo e disse:
-então Jairo, mudança demora!!!!
-por que você quer mudar o mundo?
-Não. quero mudar para um mundo novo. E até construi-lo dentro de mim, bota tempo nisso!Mas como eu tenho pressa, mudo primeiro de casa, o que demora o tempo de carregar minha coisas, depois mudo o humor, já que não demora nada e eu quero, em seguida, mudo meus hábitos, o que demora é a adaptação, depois, mudo aqui dentro, na alma, por que só na alma se constrói um mundo novo!

Logo após começarem a conversar, Clarice chama Julieta para caminhar no parque da cidade, que Clarice vera ver sua família, Julieta aceita sem notar que naquele dia marcado, era aniversário de seus pais e ela não pode ir ao encontro de sua amada. Clarice sentiu-se enganada, mas entendeu. Logo após esse encontro de desencontro aconteceu a fatídica declaração que mudara suas vidas. Passaram-se alguns dias depois da declaração de Julieta a Clarisse, continuavam conversando e a cada dia encontravam mais coisas em comum. Julieta, uma menina sonhadora e romântica, acreditara encontrar sua "princesa encantada". Clarice,por sua vez, já não acredita em romances, mas se envolve cada dia mais nessa história. Depois de dias de conversa Clarice diz que vai a Soledad e que gostaria de encontrar Julieta, e que dessa vez ela realmente aparecesse no encontro. Clarice era esperta, fizera com que Julieta lhe passasse o endereço de sua casa e então quando fosse a Soledad a buscasse para jantar. Julieta sem pestanejar, o fez, passou seu endereço e coordenadas. Chega então o grande dia, Julieta ansiosa pelo cair da noite para encontrar seu amor, não para o dia inteiro, arruma tudo, deixa udo organizado para a grande noite. Clarice liga para avisar que está a caminho de Soledad, que passará na casa de sua mãe para depois encontrá-la. Julieta se anima e fica ainda mais nervosa.
Então chega a hora, Clarice avisa estar indo buscar Julieta. A primeira troca de olhares foi inesquecível e marcara Julieta e Clarice pelo resto de suas vidas.

⁠Clarice,

Esta é a quarta carta que inicio para responder a sua. A primei­ra eu deixei no Brasil, só trouxe a primeira página, que vai junto. A segunda eu rasguei. A terceira eu não acabei, vai jun­to também. Você por favor não ligue para isso não. Pode ter certeza de que não te esquecemos. Daqui de Nova York não posso te contar nada além do que você calcula. Tenho tido muitas dores de cabeça, Tenho tido muitas oportunidades de ficar calado. Tenho tido muita decepção com os Correios. Tenho tido cansaço, saudade e calma. Tenho escrito muitas cartas para você. Tenho dor­mido muito pouco. Tenho xingado muito o Getúlio. tenho tido muito medo de morrer. Clarice, estou perdido no meio de tantos particípios passados.
Como vai indo o seu livro? O que é que você faz às três horas da tarde? Quero saber tudo, tudo. Você tem recebido notícias do Brasil? Alguém mais escreveu sobre o seu livro? É verda­de que a Suíça é muito branca? Você mora numa casa de dois andares ou de um só? Tem cortina na janela? Ou ainda está num hotel? Qual é o cigarro que você está fumando agora? Clarice Lispector só toma café com leite. Clarice Lispector saiu correndo no vento na chuva, molhou o vestido, perdeu o chapéu. Clarice Lispector sabe rir e chorar ao mesmo tempo, vocês já viram? Clarice Lispector é engraçada! ela parece uma árvore. Todas as vezes que ela atravessa a rua, bate uma ventania, um automóvel vem, passa por cima dela, e ela morre. Me escreva uma carta de sete páginas Clarice. Me escreva.”
- Fernando Sabino.

Ah Clarice, se tu me deitas em pequenos brandos, soluços, encantos.
E me faz sorrir e repousar em imensos cantos, seus meus, nossos, teus.

Ah Clarice, quando te li me apaixonei, e sem perceber em pequenos traços me lancei, sabe se lá Deus em meu apertado peito me atirei, daqueles gatos pingados de amor que eu tinha, eu jamais voltei.

Ah Clarice,que amor belo, fato lindo que é teu e meu Otelo, que injusto seria a vida sem tal literatura, sem açuçar sem sal, e sem a mais pura cultura.

Ah Clarice me abduza, me torna trágico e martírio tal medusa, que vem e encanta, tira, branda, rasga e no final espanta.

Inserida por rodrigorsilver

Meu Nome É Mulher

Sim, sou Edenice, Janice, Clarice
Meu nome é mulher!
Sou quilombola com veio em Angola
Meu nome é mulher!
Sou mãe, sou filha, arrimo de família
Meu nome é mulher!

Sou meiga, sou forte, sou sul e norte
Meu nome é mulher!
Sou trabalhadora, doméstica, doutora
Meu nome é mulher!
Sou negra, sou índia, sou branca, sou raça que alavanca
Meu nome é mulher!

Sou pequena e grande, sou alma que expande
Meu nome é mulher!
Sou ternura e firmeza, levo o pão pra mesa
Meu nome é mulher!
Sou gorda, sou magra, o meu eu me consagra
Meu nome é mulher!


Sou rica e sou pobre, minha alma é nobre
Meu nome é mulher!
Sou católica, evangélica, umbandista, espírita, budista
Meu nome é mulher!
Sou dona de casa, sou política, sou a diva mítica
Meu nome é mulher!

Sou aquela solteira, divorciada, casada
Meu nome é mulher!
Sou eu a sonhadora, realista, idealista
Meu nome é mulher!
Sou eu que por amor grito, vou ao infinito
Meu nome é mulher!

Sou eu que tenho a ternura,
que tenho a garra e a bravura,
conforme o momento requer.
Sou eu que amamento no peito,
que luto por amor e respeito,
Sim, ... meu nome é MULHER!
Edenice Fraga

Inserida por EdeniceFraga

A claridade que logo cedo desperta seus feixes de luz na janela. Deveria ter nome de Clarice.
Que traz consigo harmonia, brilho e um pouco de ousadia.
Coube logo a uma menina, está sem nenhum pouquinho de jeito e totalmente sem tipo.
Já se via a obra da natureza, vida cabocla, jeito sapeca, sorriso desregrado de tamanha a simplicidade.
Findava a beleza na chuva, com o vestido molhado, os pés descalços, correndo em meios desengonçados sobre os poços de água.
Largava a vida natural e tomava rumo de cidade grande.
Conheceu as ruas, popularizou as cidades e sofisticou os filhos.
Hoje completa da abundancia, tem regalia, tem estudo, eita sinhá.
De cá pra lá foi só um passo, onde as de querer parar.

Inserida por rinaldojose

Querida Clarice,
Ainda bem que a gente é assim, né? Eu também vejo bosques nas nuvens. Outro dia mesmo, passou um jacaré e um elefante. Vi da minha janela enquanto lia o que você escreveu. Depois eu adormeci coberta com suas palavras e foi tão macio. Adoro fins de semana com janela de olhos abertos, vento fresco trazendo folhinhas de árvores pra dentro do quarto e cheiro de livro velho na cabeceira.

Inserida por josaneph

Nunca entendi direito essa dificuldade do entendimento para com minha Clarice...
eu a entendo...
ela me entende...
nós nos entendemos tão bem....
e Vós?
Eles...se perdem completamente ....k.de sú
Eu misturei tudo, eu lia livro, romance para mocinha, livro cor de rosa, misturado com Dostoievski, eu escolhia os livros pelos títulos e não por autores, porque eu não tinha conhecimento...fui ler aos 13 anos Herman Hesse, tomei um choque: O Lobo da Estepe. Aí comecei a escrever um conto que não acabava nunca mais. Terminei rasgando e jogando fora.
Clarice Lispector

Inserida por sudutra

Nada a deClarar
Tudo se esClarece
Michael Clareou a pele
Clarice Clareava os cabelos
Carlos tem olhos Claros
Clara bóia sem luzes na cabeça
A Clarabóia Clareou o vão
Por onde vejo Claramente
Os livros que esClarecem mentes
Gosto de tudo as Claras
A história está a Clarear os fatos
O luar Clareia a noite
E eu na Clareira repouso
até o sol me cegar.

Gilmar Chiapetti

Inserida por gilmar_chiapetti

⁠O sentimento nem sempre era tangível em papel e tinta, né, Clarice? Eu sinto muito.

Admito que continuo me perguntando se você era tão exigente. Se empilhava papéis amassados ao redor da sua máquina de escrever.
Se rasgava seus livros com ódio. Se questionava: isso é bom?

Você viveu poesias, dramas e contos que jamais leremos. E, mesmo parindo tantas páginas, nem 100 séculos te decifrarão.
Mas é justo, caso o dom da vida seja existir, em partes, intocável e sagrada.

Pelo menos você retribuiu essa justiça, tornando acessíveis alguns gritos íntimos dessa dor missionária.
seja na introspecção angustiante de Lóri (tantas de nós) ou nas suas tramas nitidamente pessoais.
Que vê lição nas galinhas, nas rachaduras... Que vê Deus ao pisar num rato morto na orla do Rio de Janeiro.
E, a propósito, custei a recuperar o rumo após "Perdoando Deus".

Sempre admirei sua coragem de lançar palavras céu afora e f#das!

"Quem quiser ler, leia por sua conta e risco". Um certo descaso com o perfeccionismo e com as opiniões.
Era seu modo de sobrevivência, né? Mas também... que opinião vai impedir um ovo prestes a chocar?

Pois eu assumi o risco... (devo dizer que tinhas razão!)
Mesmo acessando suas páginas (desesperada pela identificação), nasceu a minha maior dor: não ler seus escuros.
O que você foi quando suas mãos estiveram amputadas... quando, na missão da escrita, você aposentou as fardas?

Minha dor é não saber o que se passava na sua cabeça enquanto o bolo de palavras não descia (nem por reza) esôfago abaixo.
Era isso que eu queria perguntar, mas cheguei uns 50 anos atrasada.

Aquela dor de estar entalada... de nenhum arsenal de palavras ser suficiente para fazer escorregar o sentimento que se agarrou na garganta.
O que você fazia?
Quando não era a palavra, ERA O QUÊÊÊ?
Qual era o mecanismo, Clarice?

(silêncio!)

Perdi a palavra viva andando pelas ruas da Tijuca. Fiquei com os ecos, que são meu desespero de hoje e ciclicamente.
Mas é justo, né?
Você continua intocável. Não é sobre a escrita, é sobre aquilo que não se fez ler.
Não é sobre o pecado... consumado. Ele pode ser escrito.
A dor sempre residirá sobre a nossa sagrada, intocável, dolorosa e incompreensível solidão!

Inserida por JuliaFigueiredo7

⁠CLARICE ME DISSE
o que eu, para mim, jamais ousei:
Quem se indaga é incompleto.
Sim, ela, a bela dos olhos amendoados e olhar perdido
esteve aqui, inda há pouco, inexorável,
para me dizer essa verdade
que abrange mil verdades...

Clarice me disse,
em poucas linhas, um grosso livro.
Espinhos, farpas, ferrões...
que me tiraram do conforto
– abrupto despertar –
para a zona de confronto:

Quem sou eu?
Eu sou esta, poema,
com o meu eu fujão estatelado
na bandeja,

pois que o que Clarice me disse
me despiu – a dormente –
e me revestiu – desperta semente –
com a realidade que eu havia,
através de longo tempo, negado.

O que Clarice me disse
– direta e firmemente como quem aguilhoa mentes –
me abriu um hiato fenomenal.
Doeu, desde as raízes. Gemi. Chorei.
E não tapei meu grito
nem o vácuo
da minha magna incompletude...

De modo que eu (eu?),
daquele instante para cá,
encontro-me perdida
no perdido
vazio
de Clarice.

Todavia, em via de,
enfim, lúcida à Clarice,

me encontrar.

Inserida por janet_zimmermann

⁠Maria Clarice Alves de Amorim!

Ela se foi hoje pela madrugada,
e nem se despediu de mim.
Todos nós choramos a sua falta.

Que pena amiga que não podes ver e
nem sentir a dor dentro de cada um de nós, que há muito tempo sorrimos juntos e nos alegrávamos muito com a sua presença e simplicidade, com o seu carinho e seu imenso amor.

Adeus, voinha, que o Senhor te recompense por ter sido uma pessoa maravilhosa, uma excelente mãe e avó.

01de dezembro de 2024, foi nessa data que o Senhor Deus resolveu colher essa rosa linda do nosso jardim.

Outubro Rosa

Como disse Clarice: "cuide-se como se você fosse de ouro".
Você é importante, sua saúde importa. Olhe-se no espelho com carinho, veja alguém que é importante cuidar. Faça o autoexame, procure um médico. Não tenha vergonha, não adie, não se coloque em último plano. O mundo não vai parar se você parar para se cuidar.
Abrace essa ideia, se abrace, leve adiante. Câncer de mama - A prevenção é o melhor caminho.

Inserida por JosyMaria

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