Cartas de Amor com Humor
Mal a noite caia, a menina já corria em busca de suas recordações.
Em meio a tantas letras, cartas e canções, seu coração buscava seu lar. Suas mãos em cada letra desejava se apegar, naquelas canções sua alma encontrava seu lugar.
As horas passavam e seus olhos continuavam ali fixados em cada pedaço de papel repleto de tanta emoção. A cada palavra lida, uma lágrima caia. Às vezes também doía, mas essa dor ela já conhecia. Seu coração por aquela dor ainda precisaria passar. Mas recordar muitas vezes lhe fazia sonhar, e em seus sonhos sua alma era capaz de viajar, de se alegrar, se reencontrar. Em meio a tanta dor, ainda existia muito amor. E era ele que fortalecia a cada dia, aquele coração de menina. Pobre coração, sua dor virou canção.
Quem vale a pena, a gente carrega na alma e não condena.
Ela rasgou todas as cartas. Deletou todas as fotos e arrancou gritando a dor, todos os porta retratos da parede. Ela se apunhalou, sentiu a angústia e chorou. Ela caminhou descontente na desgraça que muitos achavam graça. Ela mergulhou em todas as tentativas fracassadas e se ajoelhou em suas orações suplicando que a livrasse do tedioso sentimento que a fazia desistir de tudo que era bonito. Ela pintou de cinza e cortou as flores do seu mundo. Ela se isolou do universo, se sentiu insignificante e sufocada. Ela sofreu, sorriu na tristeza e mostrou fortaleza. Reconstruiu vários pedaços do seu coração. Venceu o medo de olhar a quem lhe feriu. Se resgatou nas forças ao falar de tudo que lhe feriu e mesmo assim nada acabou. Mesmo com a alma ferida, ela sorriu na grande estrada da vida. O amor a machucou, mas não a matou. Ela desfrutou de outros corpos e se enganou com outros corações. Ela se decepcionou com novas promessas de amor, mas ao deitar o coração que lhe visita é o mesmo que a machucou um dia.
As sogras me amam, os filhos que sempre deixam a desejar.
Entre um dia agitado, meu telefone vibra. Era um número desconhecido e se um dia foi conhecido eu não me recordava. Atendi normalmente e minha voz estava perfeita até que o passado se identificou. Não tive reação para o inesperado, eu havia aguardando por este momento durante muito tempo que as palavras fugiram e eu só conseguia concordar e aceitar o convite que me foi feito. Fui ao encontro de quem já havia me humilhado. Todas as palavras ditas pra mim naquele momento eram em vão, pois somente no olhar eu conseguia entender que era um desespero pedindo o meu perdão. Eu não sabia o que dizer, não entendia porque depois de tanto tempo, havia resolvido me procurar. E mesmo com meus olhos assustados, eu só respondia que estava tudo bem, mesmo regredindo ao passado eu o pedi que não se preocupasse, pois tudo já estava resolvido.
Neste mesmo momento, foi-me feito um pedido para que matássemos a saudade que nos sufoca durante todo esse tempo. Não posso negar que meu coração bateu forte, as pernas tremiam e as mãos suavam. Viajei em todos os sentimentos bons que havíamos passado juntos antes de responder. Mas ao voltar para a realidade, rejeitei. É muito pouco pra mim. Eu desejava te matar por inteiro e não em um quarto qualquer pela estrada. Você só queria um carinho de uma mulher na qual admirava por estar carente e eu não. Hoje, também quero receber. Não aceito as mesmas mentiras e os mesmos erros, não quero me enganar. Gentilmente me despedi com um forte abraço e fui embora com a alma leve e um sorriso no rosto e talvez, para nunca mais voltar.
Eu não mando indiretas. Apenas me inspiro nas atitudes alheias e nas minhas também. Assim, exponho em palavras e letras tudo aquilo que observo. Se a carapuça serviu, isso já não é problema meu.
Sim, encontro-me distante. Desgastei-me de assuntos fúteis, de pessoas sem boas energias e de vidas sem objetivos. Isolo-me e me edifico em tudo que quero conquistar, deixando-me sem tolerância de tudo e todos que não agregam nenhum benéfico para a minha vida.
Eu amo uma, duas ou quantas vezes eu quiser. O coração é meu! E o momento de abri-lo para amar, só quem sabe sou eu.
UMA CARTA PARA MIM...
No domingo, assisti a um filme onde o personagem escrevia cartas para ele mesmo, para que pudesse lê-las quando estivesse com 80 anos.
Ontem assisti a outro filme onde a personagem, na faixa dos 40 anos, começa a receber cartas que foram escritas por ela mesma quando tinha 07 anos.
Coincidência ou não, este tema me chamou a atenção. O que eu teria escrito para eu ler aos trinta e poucos anos quando eu tinha sete?
Tentei imaginar quais seriam os meus sonhos e aspirações para o futuro quando eu tinha 07 anos. Não consegui me lembrar. Talvez porque aos 07 a minha infância ainda fosse 100% infância e eu não tivesse preocupações adultas
Lembro perfeitamente de brincar muito de casinha com a minha irmã. Tínhamos nossas Barbies e vários móveis de madeira onde as bonecas podiam ser acomodadas. Tinha conjunto de quarto, de cozinha e de sala. Ainda outro dia comentei que eu adorava brincar com este brinquedo. Inventávamos nomes para as personagens. Gostávamos de Neuza e Cleusa. Mas não me lembro de ter atribuído uma profissão à personagem, ou se ela tinha marido, filhos, e o que ela poderia gostar de fazer além de pentear o cabelo e trocar de roupinhas.
Fico aliviada de saber que aos 07 anos eu não tinha preocupações com o futuro e não escrevi uma carta para eu mesma ler depois para checar se tudo o que eu imaginava havia se concretizado.
Já a outra carta, aquela que o personagem do outro filme escreveu para si mesmo, para ler aos 80 anos me intrigou porque me botou para pensar: Será que aos 80 quando eu ler a carta, eu vou colocar um "ok" na frente dos meus sonhos?
E como eu sempre vivo dizendo que o Plano B pode ser melhor, será que o fato de eu não marcar o "ok" vai me deixar mais tranquila por saber que eu não realizei alguma coisa, graças a Deus?
Somos mutantes, e da mesma forma as nossas aspirações.
Percebi isso ainda esta semana quando visitei o Salão das Duas Rodas. Em 2011 quando fui pela primeira vez, eu fiquei apaixonada por uma moto "X".
Na época não foi o que eu comprei por duas razões: Pouco dinheiro e muita potência para quem tinha acabado de tirar a habilitação.
Acabei comprando a Branquela, que eu adoro. Neste ano, quando olhei a moto que eu queria em 2011, pensei de imediato: Ainda bem que eu não comprei esta moto.
Uma coisa que muito se quer hoje, amanhã pode ser exatamente aquilo que você evitaria.
Foi então que pensei mais uma coisinha: Será que valeria a pena escrever a carta para ler aos 80 anos?
De repente, não por uma questão de checar se fomos bem sucedidos, se conseguimos realizar tudo o que gostaríamos. Mas principalmente para compreender o quanto somos capazes de mudar. Mudar de ideia, mudar de gostos, estabelecer outras prioridades.
Porque o que a gente mais faz é mudar.
O máximo que eu consegui me lembrar de aspiração aos 07, foi a vez que eu quis muito ir embora com o circo que visitou a cidade. Vejam só. Também consegui me lembrar que além de trapezista eu também já quis ser Paquita, modelo, dançarina de Axé e policial.
Tudo a ver com a estabilidade e a seriedade que eu escolhi para a minha profissão da vida real heim?
O bacana é que enquanto os sonhos existiram, foi muito bom sonhá-los, e melhor ainda é a realidade hoje.
Que venham os 80 com tudo de melhor e mais surpreendente que a vida pode me oferecer, porque de previsível já temos a nossa santa rotina de todos os dias.
Em cartas...
Escrevo e descrevo
palavras e sentimentos
que correspomdem
há dois corações
que ao se aproximarem
batem mais forte
um certo dia,
estes dois corações
ficam distântes
um do outro
o que causou
grande sofrimento
Longe um do outro
o témpo pássa muito devagar
a ponto de parar
E por culpa da distãncia
escrever é preciso
o mínimo do que sinto
precisamente
paixão,amor,saudades
saudades,saudades
saudades e saudades.
Todos recebiam cartas
e discos pedidos
ao domingo
no Rádio Clube de Huambo
a mais de mil e duzentos quilómetros…
era a emissora que mais se ouvia
Só ele,
porque exatamente ele era só
e de longe
(talvez de lugar nenhum),
o furriel Abreu Gomes
nem uma letra vertida em magra folha de papel
Vingava-se da solidão no cigarro
que um após outro fumava
Enrolava-os com perícia tal
no fino papel de mortalha,
dois a dois de cada vez,
como se ali depositasse os fios da vida
que queimava,
como se estivesse a fechar para sempre
as abas do seu caixão
Aquele livro de mortalhas
e a cinza do cigarro queimado
que lhe morria pendurado na boca,
tinha a brevidade da vida
que ali se vivia a cada hora que passava
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Palavras.
Quantas foram minhas palavras, largadas em cartas de papel velho, sem retorno algum?
Quantas foram minhas palavras, abafadas num telefone público, sem ninguém de verdade do outro lado?
Quantas foram minhas palavras, cantadas em lágrimas de chuva noite a dentro?
Quantas foram minhas palavras, atiradas ao vento como folhas secas no jardim?
Quantas foram minhas palavras, naquele olhar de adeus?
Quantas foram minhas palavras?
Elas não foram. Nunca foram.
Nunca foram palavras! Ou nunca foram nada além de palavras? Será?
Na verdade, singela materialização, sonorização, condensação de um sentimento que nunca pude explicar.
Palavras, palavras e mais palavras.
Cartas para uma Amiga que se foi, no dia de sua passagem:
Quando tudo parece tão bem, Deus de dá uma rasteira e te derruba.
E como minha fraqueza predomina, me anulo, me sinto um nada, nunca doeu tanto aqui dentro, parece que vai explodir.
Me calo mesmo com vontade de gritar, engulo o choro com vontade chorar.
Como me faz falta, como você irá me fazer falta, como de adoro, acho até que te adoro ainda mais.
Um dia eu te encontro e os nossos planos de encontrar a felicidade eterna vai se concretizar.
Espero por mim, um dia chego onde você está.
Em memória Ana Paula Almeida
Cara Amiga,
Pensei em escrever poemas, cartas, qualquer coisa que representasse como eu me vejo triste com sua infelicidade, porém achei melhor expor estes pensamentos aqui, para que ficasse eternizado.
Sei que você se sente insegura, a morte é algo triste, parece que a luz no fim do túnel foi tapada por uma rocha, e que nunca voltará. Eu contrario isso, a morte pode ser agonizante, dolorida, ou simplesmente calma como uma brisa de verão, e mostrarei á seguir minha visão sobre a Vida, e a Morte.
Imagine uma onda, ela é bonita, você pode medi-la, ver como a luz refrata nela, toca-la, porém não pode impedir seu triste e esperado fim, ela se dispersa e volta para o mar... a água é separada e seu destino fica á critério do mar e do destino, essas mesmas moléculas que um dia estiveram juntas numa onda vão vagar com outras gotas, outras colorações de água, vão participar de outras ondas, e até ir para o fundo do mar ou evaporar numa nuvem, congelar em uma geleira, porém ela nunca mais vai se encontrar com aquela outra gota que esteve junta dela, isso é a morte, isso é a separação, isso é a vida que tanto desprezamos.
Parece triste, mas pense comigo, a gota voltará para o mar, voltará para onde deveria estar, e viver em paz...
Enfim, foi isso.
Um abraço caloroso, lhe desejo melhoras.
Atenciosamente...
[...]
Cartas na caixa de correio
É sempre surpresa que está por vir
Palavras desvendam os segredos
Que o tempo guardou e faz dividir
Sonhar, às vezes, é bem melhor que existir
Sonhar às vezes é bem melhor
Quando o amor não é mútuo
Quando o amor não é...
Mensagens que agradam o bom moço
Do amor que um dia viu partir
Pra longe do olhar desconhecido
Que deixa a utopia fluir
Sonhar, às vezes, é bem melhor que existir
Sonhar às vezes é bem melhor
Quando o amor não é mútuo
Quando o amor não é...
Cartas que mostram a verdade
É como poesia a se ouvir
Em versos de um poeta solitário
De um amor que um dia há de vir
Sonhar, às vezes, é bem melhor que existir
Sonhar às vezes é bem melhor
Quando o amor não é mútuo
Quando o amor não é...
Que partiu pra muito além-mar
Levando pra longe teu olhar
Que o perfume no papel faz revelar
Este amor que o moço pode acreditar
Sonhar, às vezes, é bem melhor que existir
Sonhar às vezes é bem melhor
Quando o amor não é mútuo
Quando o amor não é...
Zé Ronaldo
Trocando cartas
Apenas um pedaço de papel
Escrito a mão, chega até você
Percorrendo quilômetros de distância
Viajando de mão em mão até você
Comunicação do passado
Leva dias para chegar
Quem a usaria hoje em dia?
Com a internet em todo lugar
A caligrafia é difícil de entender
Letras miúdas, mas com sentimento
Escritas com carinho para alguém
Levando alegria neste momento
As cartas tornam o virtual real
Encurtam distâncias e unem corações
Fazem a espera valer a pena
Surpreendem, geram emoções
Você guarda cada uma delas
Para reler sempre que der vontade
Lembrar de alguém querido
O valor de uma amizade
aquela época em que pensamos em escrever cartas à alguém
Já chegastes a ver alguma vez esses pequenos seres brilhosos que fazem do mar um grande céu estrelado?
S- p-i-r-o g-i-r-o
Eu virei o ano mergulhando nua na água cósmica da costa verde
pensava que podia ser a onda do sintético
porque eles colam no corpo da gente e viram parte
é psicodélico
Ver a festa de fora também
sombras que dançam e comemoram que o amanhã vai chegar
e tudo pode mudar mais uma vez
ufa
respiro fundo nessa esperança
Lembranças passam como os spiro giros
Estou muito presente na companhia da Malu
Mas inevitavelmente eu penso
nas ondas que me acertaram
como mergulhei muito fundo
esperei a espuma passar
boiei depois da ressaca
Quantas vezes você morreu esse ano?
Eu parei de acompanhar depois que enterramos nós duas
Peão de rodeio e seu carteado.
Nesse carteado, algumas cartas são especiais,
uso apenas uma, que chamo de mestre.
Com minha chave, rompo os segredos,
e com ela, abro o cadeado travado.
O poeta que rima é endoidecido e varrido,
e não foge do tablado, pássaro doidinho.
Eita peão arrumado, sou rimador furioso,
e verseio no improvisado.
Nós aqui comemos abelha viva,
e o mel uso para fritar marimbondos.
Eu monto cavalo chucro, e no lajeado de pedras,
ele comigo sapateia, sem esporas.
Comigo ele pula e depois ajoelha,
minhas cartas de baralho sopro,
e fixo uma a uma em cada mente.
Sou envaidecido, mas meu jogo eu embaralho bonito.
Não adianta alguém fugir, que nele verei resultado,
se caso duvides de mim, afirmo e não me sinto cansado.
Nesse jogo de cartas, eu sou o coringa que não foge da arena,
e não aceito ser derrotado.
Cartas de um escritor
Sento na minha escrivaninha por horas e mais horas, carrego todos os sentimentos do mundo,
sinto como fosse explodir caso não os passar para uma folha de papel.
Escrever é tão necessário quanto respirar.
É carregar no peito toda essa intensidade, esse amor, esse desejo, é uma força que nos motiva, que nos move.
As palavras nos libertam, elas possuem o poder de tocar na alma, tanto de quem lê quanto de quem as escreve, escrever é uma necessidade e não um fardo.
As lembranças mais tristes e as experiências mais doloridas, quando passamos a escrevê-las elas se transformam em poesias esplêndidas e tocantes, quando se permitirmos chorar através das palavras, emocionamos quem as (lê).
Ser poeta é ver o amor através da dor, é enxergar um mundo colorido e poder colorir o mundo de outras pessoas, por mais que muitas vezes o nosso esteja em preto e branco.
Cartas de um escritor aos jovens poetas
Jovens poetas
Seus poemas e poesias não é a quantidade de comentários que você recebe sobre eles, é o que o seu coração sente quando está escrevendo, poetizando ou declamando. É o alívio da alma e o refúgio do espírito, o que faz acalmar sua mente, é ser sincero consigo mesmo e respeitar o seu tempo, a sua inspiração. Sua arte é mostrar a beleza do mundo, encantar as pessoas e fazer do mundo um lugar melhor.
— A todos vocês jovens poetas e poetas com almas de jovens
As cartas que você nunca leu.
Esvanecia uma noite de outono, flores no chão que você pisava, o amor nessa época era como tinha que ser, intenso, carinhoso, saudável e respeitador, tocava seu corpo tão quente quanto à brasa do fogo que nos aquecia.
Uma canção estimulava nossos corações a bater mais forte uma pelo outro. Estando do seu lado não existe palavra para definir todos os sentimentos que circulam pelas minhas veias. Seu sorriso mostrava o quando estava feliz do meu lado, imprescindível não olhar nos seus olhos que refletia as velas que iluminava a nossa paixão.
Sentir a confiança que você tinha em mim, após você dormir nos meus braços que te protegia com muito amor. E por fim adormecer tendo do meu lado uma pessoa que podia confiar.
Ao amanhecer, vendo pelas frestas da janela o Sol brilhando, como se estivesse brilhando para nós dois.
Queria que tudo isso não se passasse apenas de um sonho bom, que eu tive com você!
Segredos
Palavras que eu nunca te disse
Cartas que eu nunca entreguei
Verdades que escondem mentiras
Segredos que eu nunca contei
Tantas vezes tentei dizer
Tantas outras deixei passar
Ás vezes esqueci de esquecer
Outras vezes esqueci de lembrar
Palavras que eu nunca te disse
Segredos que eu nunca contei
Verdades que escondem mentiras
A respeito de sonhos que nunca sonhei
Tantas vezes de sonhar deixei
Tantas outras de realizar
Se amor ou paixão dizer não sei
São segredos que ainda irei lhe contar.
20/03/2006
Sempre tento pensar que aquilo foi o que eu queria para mim
Cartas, papéis, rascunhos, documentos.. tudo conta a verdade mais vergonhosa
Se talvez você tivesse me amado com mais carinho, mais paixão, mais amor..
Mas não, não foi o que eu queria pra mim!
Sua voz sooa em meus ouvidos como uma música sem rítmo
Sua pele fina como um lenço, começou a arranhar o meu pescoço
Seus beijos antes doce, hoje preciso de chocolate para adoçar
O que farei dos momentos que juntos passamos? Ou talvez, fingimos ter passado
Queria que tivessemos tornado o nosso mundo de fantasias em algo real
E nao viver naquela irrealidade, coisas de ficção
Onde tudo o que é vivido, nao é vivido
Agora, eu sinto que tudo, foi apenas uma ilusão
Que me importa o Calvário
Se amar-te é sofrer
O que você joga com cartas
Marcadas
O que importa são as noites
Passadas com você
Ainda que a machuque
A alma
O que me importa a vida!
De que serve viver
Se me falta teu corpo
Quente?
O que importa é tocar você
E apagar esta sede
Que tão só me apaga
Sua fonte
Que sem você nada tem valor
E por isso sou teu
Escravo e senhor
Coisas do amor
Coisas da vida
Você a minha águia real
Eu sou a tua gazela ferida
Coisa de sua carne
Coisas da sua pele
Que me arrastam pelas ondas
Como um barco de papel
Coisas do amor
Coisas da vida
Você me provoca a dor
E me cura as feridas
Coisas do seu corpo
Coisas da minha voz
Pregando no deserto
Do seu absurdo coração
Para que quero ar
Se respiro de você ?
Para que quero luz
Ou janelas?
Se me basta sentir você
Amarrada a minha pele
E sabe que do seu jeito tu
Me ama
Que me importa esperar você
Uma e mil vezes mais
Se ao finam você me inunda
O tempo
O que importa é olhar você
Em silêncio e saber
Que tal vez sem ter você
Eu te tenho
Cartas na mesa
Aquela carta escondida
Estava marcada de esperas
Num embaralhar constante das vidas,
Passaram reis, passaram rainhas,
Damas e valetes se divertiam.
Duelos de ases, valiam ouro.
Espadas perfuravam todos os sonhos
Paus já não valiam como esperança
A menor delas foi a que faltou
Apenas um dois...
Um par de corações.
Jaak Bosmans
Vazios
Em todas as cartas que me lembro, escrevi apenas vazios de você.
Nos poemas estão claros os espaços brancos,vazios de você.
Foram poucas as crônicas que cometi,
e em todas elas está a presença inevitável dos vazios de você.
Ainda assim, tentarei agora um romance.
Cheio de nós dois.
Jaak Bosmans
