Carta de Saudade
Saudade
Se pudesses ver as minhas lágrimas
Que exaustivamente broto
Neste meu mundo que deixaste para trás
Se pudesses curar este meu coração
Mais uma vez...
Quando fecho meus olhos
Surge a imagem do teu rosto
E mais uma vez entro no vazio
Tu és uma perda que eu não consigo substituir
Uma solidão
Mora em mim desde do dia em que partiste
Porque foste?
No meu coração eras única
E a tua memória ficou tatuada nele
Porque?
Tanta solidão
Caminho pelas ruas
Onde o nosso amor era inundante
Não quero acreditar que hoje é apenas um vazio
Mais nada restou...
Daria minha vida
Se pudesse voltar atrás
Não consigo calar o que está dentro de mim
Que só grita o teu nome
O tempo poderá não mudar as coisas
Só o teu amor mudaria
Amor que me daria o mundo
Que a tua saudade me tirou..
NA MADRUGADA
um aperto no peito árido e ramoso
sussurrando a saudade num rigor
suspirando a dor cheia de amargor
um silêncio nu, descalço e moroso
uma encenação do sono malicioso
um pactuar medroso com o temor
um desanimo calado em dó menor
um maldoso sentir vazio assustoso
a soltar dos olhos lágrimas sofridas
partidas, uma sensação desfolhada
como se estivesse esfolando vidas
assim, adentra cada minuto do nada
numa ausência e sofrências nutridas
no compulsar solitário da madrugada
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04’08”, 17/10/2021 – Araguari, MG
Saudade Viva
Lembrei de um tempo, um tempo distante
Já com validade vencida, sem conservantes,
Com seu cheiro podre, sufocante, apresentou-se, em meu peito, seu ar asfixiante
Cambaleei tentando passos à diante, depois disto tudo, a verdade foi delirante.
Os tremores do meu corpo, os pensamentos e coração acelerados,
O juízo final me visita sem ao menos avisar.
Vestígios de uma época incompreensível,
O tempo percorreu em outro sentido até mudar para o mesmo destino.
Lembranças de uma outra vida ou coisa parecida,
Não sou eu, era. Fui, mas não serei.
As imagens da minha cabeça não se deixam apagar
As recordações outrora esquecidas.
Daí me deito no colo de Nina Simone
Ou mergulho nos agudos de Janis Joplin
E morro mais uma vez, morro quanto mais for necessário.
Até não mais aguentar ou até passar.
Não compreendo o tempo, pois se ele passa e modifica as coisas,
Porque este sentimento sempre fica.
Quando parece que a dor não mais existe, retorna ainda mais forte,
Grita na alma e atinge não só a mim, como também a todos ao meu redor.
INVOCAÇÃO
E quando a saudade for um passado
Pra habitar, por fim, a sensação fria
Nesse momento de soltura e valeria
Eu peço que o carinho seja louvado
Não quero ter sentimento neste dia
Pois, nesse afeto fui tão enamorado
Se o ocaso quis ter o revés ao lado
Da agrura, imploro, que seja vazia
Depois que tudo mudar, tudo se for
Não faça do meu olhar abandonado
Quero o surgir de um apego maior
Se já te perdi no desfolhar do fado
Quero noutra vida tê-lo meu amor
Existindo no que nos foi negado...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21, outubro, 2021, 01:50 – Araguari, MG
URANDI ANTIGA
No encontro dos rios
nasceu a cidade;
ainda tinha a lagoa
que deixou saudade.
Tinha os casarões
cheios de janelas,
comércio com portas
e fachadas muito belas.
As casas eram artes
de platibanda portuguesa;
símbolo de riqueza,
pois a família era burguesa.
As casas eram geminadas
sem janelas dos lados,
com quartos interligados
pra serem ventilados.
Não tinha casa recuada,
usava grade na porta
para barrar cachorro
ou gente que não suporta.
Tinha casas muito bonitas
construídas na praça,
de incomparável beleza,
enfeitadas com vidraça.
Tinha suntuosos sobrados,
sinônimo de muita riqueza.
O mercado era um barracão
com maior feira da redondeza.
SEGREDOS NA POESIA
Uma saudade veio me acordar
Fazendo-me um carinho gostoso
Me trazendo você como paisagem
E um lindo filme para eu recordar.
O teu sereno olhar me fita sorrindo
A minha alma desnuda em emoção veloz
Palpitações do coração é o florescer
E os nossos lábios querendo renascer.
Sinto o seu cheiro no vento manso
Meus olhos cerram em sinfonia aos teus
Toque suave da tua pele macia
Tu és a minha grande paixão
Que narrarei segredado em poesia.
Não diga adeus
Quando o mar desaguar em mim
Quando a saudade me sufocar
Deixarei levar-me...
Quem sabe assim, rumo ao vento
Eu te encontre me esperando na areia
E juntos de mãos dadas
Vamos andar frente ao mar
Ao som das ondas se perder
E nunca mais nos separar
Quem sabe assim, rumo ao vento
Eu te encontre me esperando na areia
Com o mesmo sorriso, com o mesmo olhar
Mas com uma vontade imensa de ficar, ficar...
Então, não diga adeus
Poema autoria de #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 24/10/2021 às 19:00 hrs
Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues
Soneto
Por Adailton Ferreira(Poeta Adailton)
Saudade
Um pingo de lágrima que cai no rosto.
Inundando o coração.
Um aceno com uma das mãos -Tchau.
O rosto sumindo pelo retrovisor- Despedida.
São as lembranças de uma vida.
De alguém que partiu para a eternidade.
Aqueles momentos de felicidade que marcaram história.
Que insistem em "morar" na memória.
A pessoa que sempre esteve ao seu lado.
Que não morreu junto com o passado.
É uma dor sorridente.
E está viva no presente.
É ver apenas aquela pessoa.
Em meio a tanta gente.
Não deixo
.
Quando ela chega,
Sei que vem pra ficar...
Manda embora a saudade
Que me tinha sem lugar.
.
E me traz dela
A minha metade
Que sempre vai
Onde ela está...
.
Nada digo no silêncio
Em que me vejo em teu olhar...
Sabe o tempo que me trouxe
Que não deixo de te amar.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Grande é a saudade que mora em mim
Saudade que invade, que se estende
Dia a dia, lentamente
Ocupa cada canto do corpo e da mente
Que saudade maldita
Rasga o peito e maltrata o coração
Não passando de uma ilusão
Desilusão
Transformando-se em mais saudade
Torna-se a roupa da alma, roupa diária
Alastra-se como raiz e se faz raiz
Ramificando-se no falso sorriso e no "eu estou feliz"
SAUDADE
Quando a saudade chegar, apenas feche os olhos e lembre-se dos momentos em que esteve em meus braços,
Do prazer que sentiu com meu toque em tua pele,
Do meu beijo em tua boca carnuda,
Dos meus olhos escuros olhando ao fundo dos teus.
Quando a saudade chegar, apenas feche os olhos e lembre-se do meu cheiro exalando desejo por ti,
Da minha entrega sem reservas às tuas carícias atrevidas,
Dos meus gemidos de satisfação ao tê-lo dentro de mim.
Quando a saudade chegar, apenas feche os olhos e lembre-se que um dia eu já fui tua.
Que um dia eu entreguei o melhor de mim a ti.
A saudade e eu
Não sei mais quem hospeda quem.
Quem foi ao encontro da outra
E achou por bem ali morar.
Quem terá invadido?
Quem foi a vítima resignada
Que se deixou invadir?
Não sei.
Há tanto tempo estamos juntas,
Entrelaçadas, emaranhadas, entrançadas,
Que a razão se perdeu.
Tantas vezes quis expulsá-la
E ela não foi.
Não queria me deixar só.
Talvez seja eu a invasora de sua morada.
Talvez tenha sido eu a invadir
Seu terreno e tomá-lo por meu.
Se ela já me mandou partir alguma vez,
Se já me quis ver pelas costas,
Não tenho essa recordação.
Deve ser mesmo ela a hospedeira.
Paciente que é,
Deixa-me ir ficando...
Suporta meus deboches,
Aguenta minhas grosserias,
Sem me mandar embora.
Mas que ironia!
Como voltar?
Como ir embora?
Tanto tempo juntas!
Se me for, sentirei saudades...
E cá já estarei de volta.
Nos meus Lábios de Mágoa -
Nos meus Lábios de Mágoa
Há saudade minha e tua
Trago os olhos cheios de água
Sem destino pela rua ...
Trago os sentidos cansados
Trago a Lua sobre os ombros
Trago os meus olhos parados
Na tristeza que hoje somos.
Bate ao longe um coração
Traz saudades a boiar
E no cais da solidão
Vou chorando sem parar.
Passa o vento apressado
Sem vontade de me escutar
Porque amei o amor errado,
Nada resta, há-de passar.
A saudade não passará
Trago os olhos cheios de água
Esse amor só viverá
Nos meus Lábios de Mágoa.
Entendendo de Saudade
Saudade do amor infinito
Abruptamente ceifado
Do amor escondido
Estupidamente roubado
Saudade de ter saudade
Do doce tempo de afeto
Do sonho louco guardado
Do lindo amor de verdade
Saudade de ir a lugares
De dizer palavras antigas
Fazer coisas passadas
Saudade até do não feito
Saudade dentro do peito
Saudade daquele amor de verdade
É noite
Palavras rondam
Meus pensamentos
Tristeza e saudade
Converso com meus pensamentos
Errôneos e insanos
Me fiz prisão
Conflito constante
Ouço minha voz, calado
Penso no amor
Surge uma leve esperança
Te amo
Lhe ofereço um vestido
Com as flores do meu jardim
Jóias com as estrelas do céu
E do mar
Estou louco e perdido
Vago pela noite
A noite é perigosa
Meus pensamentos machucam
Estou aos prantos
Estou pálido
Me dê um único sinal
Chegarei a ti
E voltaremos para casa
Coração Saudoso
O coração, depois de tanta saudade.
Fica saudoso.
Porque sabe: Que as correntes
da Vida, não irão provocar,
um reencontro.
Na mesma intensidade
da paixão que uniram
duas almas.
Ele senti que:
Restando apenas. Inventar um novo amor.
Mesmo que seja com a mesma pessoa.
marcos fereS
SONETO DA SAUDADE
Saudade – o olhar do outrora andando
e o pranto, uma lágrima na lembrança
deslizando. Saudade! os dias de criança
cantigas de ninar e de roda: cantando!
Noites, até às 10 horas, na vizinhança
a meninada, na diversão, em bando
na chuvada, muito mais que amando
saudade ingênua de dias de pujança
Saudade – asa da dor no sentimento
Recordações vans do tempo ao vento
Ai! dantes no pensamento em guerra
Saudade – “o que fica do que não ficou”
a velha mocidade, que hoje já passou...
O apito da “Mogiana” da minha terra!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 10’07” – Triângulo Mineiro
INFORTUNO
Falas de solidão, eu ouço tudo e calo
Ó saudade! Rude e regateira caipira
É. E é por isto que o vazio me imbuíra
A alma, no silêncio, infortuno vassalo
Viver! Quando virei por ter intervalo
Entre a dor e o sofrer que não espira
No tempo, e me põe nesta mentira
Da esperança dum amor para amá-lo
Pois é agridoce sentimento sagrado
Que leva a noite insone no cerrado
Messalina sensação, refutado fulcro
Falas de amor, e eu me desalento
Paixão na minha sorte é tormento
Intento para eu levar pro sepulcro
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 13’43” – Triângulo Mineiro
MÁS SORTES
Minha saudade é uma casa abandonada
por cujos solitários e vastos corredores
volteia o silêncio por toda madrugada
das lembranças e questões dos amores
Certa vez a essa estada mal ajambrada
varrendo o ar pesado e seus horrores
adentraste sorrateira quimera alada
num devaneio aos desejos pecadores
E, então, tão cruento e insistente
querer um afeto cheio de poesia
nessas incertezas, só perguntas!
Ah! o vazio no carma eternamente
na desilusão da paixão erma e fria
a verdade de más sortes conjuntas!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/09/2020, 04’47” – Triângulo Mineiro
SAUDADE
Vejo morrer a esperança
De ver tudo de novo
A casa dos meus sonhos
Minha vida de criança.
Saudade das brincadeiras
Das tarde no avarandado
Onde era gostoso sentar
Quantas coisas verdadeiras.
A casa das minhas memórias
Destruíram sem piedade
Nem um tijolo sobrou
Para se contar histórias.
Lembro até das chineladas
Quando eu aprontava
Tenho até saudades
Das mão inchadas.
De tudo restou a saudade
Cada canto ali é uma lembrança
Hoje tudo ficou estranho
Foi destruído por maldade.
Autoria- Irá Rodrigues
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