Carta De Amor De Fernando Pessoa
É mais fácil amar o retrato. Eu já disse que o que se ama é a ‘cena’. ‘Cena’ é um quadro belo e comovente que existe na alma antes de qualquer experiência amorosa. A busca amorosa é a busca da pessoa que, se achada, irá completar a cena. Antes de te conhecer eu já te amava.... E então, inesperadamente, nos encontramos com rosto que já conhecíamos antes de o conhecer. E somos então possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o que procurávamos. A cena está completa. Estamos apaixonados.
É preciso tomar cuidado com as paixões impossíveis, nestes casos achamos que quanto mais difícil for para conquistar a pessoa, melhor, mais seduzidos ficamos. Isto não é amor, isto é vontade de ganhar, não é vontade de amar. Este amor idealizado é que gera sofrimento. Se o amor não é correspondido, deve-se simplesmente deixar a outra pessoa ir embora. Se um amor não correspondido está gerando muito sofrimento, provavelmente não se trata de um amor verdadeiro, sendo apenas uma idealização feita da pessoa, em que alguém se apaixona por aquilo que pensa que o outro é, e não por aquilo que ele realmente é.
Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente - o que produz os ventos. Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.
Se queres ser feliz, auxilia.
Se desejas que te ouçam, ouve.
Se queres ser amado, ame.
Quando descobrires o verdadeiro caminho e ao indicá-lo fores desacreditado,
crê em ti e segue, pois algum dia vislumbrarás bem distante a despontar pequenas luzes na estrada.
Assim é a vida meus amigos. Um longo caminho, um grande aprendizado, onde o correto, o verdadeiro por vezes começa só. Mas um dia perceberá um séquito a segui-lo.
Portanto, não te afastes de tuas verdadeiras convicções pautadas pelo teu Deus Superior e não questiones se foste ouvido, seguido, amado!
Esta estrada precisa ser achada e a descoberta é individual.
É longa, cheia de percalços e, para muitos, continua bloqueada.
Procura afastar as pedras, as tuas pedras, e se conseguires afasta também as do teu próximo.
E, se for de teu alcance, transforme-as em grãos diminutos, por onde tu e ele possam transitar.
Sem ele perceber, propicia-lhe um atalho sólido. Deixa o caminho pronto e segue.
Completa a tua obra e crê naqueles que te enviam luzes.
Não sei como, mas de alguma forma você consegue ser exatamente tudo que eu preciso. Esse teu jeito todo de ser que parece ser tão meu, feito pra mim. Tudo em você me salta os olhos, me encanta, me deixa bobo. Você é a certeza de que ainda posso olhar a felicidade nos olhos. Eu até posso sentir o gostinho do futuro, doce como o teu beijo e perfeito como teu abraço.
Você é a coisa mais pura do mundo e, seguindo a teoria dos multiversos, de todos os infinitos universos paralelos que existirem, também. Nada, absolutamente nada, pode ser comparado com tua luz, com teu amor, com a paz que você transmite. Nada pode ser mais lindo que teu sorriso, que teus olhos, que teu nariz, que tua boca, que teus cabelos, que você. Nada pode ser mais melódico, mais doce, mais harmônico que tua voz. Teu jeitinho falando chega a ser quase um encanto de sereia, sabe? Que a gente vai ouvindo e ouvindo, e quando se dá conta, não consegue mais voltar.
Algum dia, não importa quando, nem como. Algum dia você irá ser minha, eu tenho certeza. E com você virá os mais belos dias, os sorrisos mais sinceros, as noites mais felizes. Virá repleta de sonhos à realizar, desejos à saciar, promessas à cumprir. Virá para ficar, passar à habitar não só meus sonhos, mas também a minha vida. E quando esse dia chegar eu estarei pronto pra fazer do meu, o nosso mundo.
Texto inspirado no conto “Não me acorde” de Luís Fernando Veríssimo e na Carta-Testamento de Getúlio Vargas.
O passado é prólogo. Certos eventos consolidam essa frase, tudo que veio antes se torna uma história de superação, um prefácio. Você se da conta de que tudo que houve até ali, 500 anos de uma história foi simplesmente preparação para aquele certo momento. E o passado ganha uma lógica que não tinha. Você passa a entender tudo em retrospecto, tudo ganha um sentido. O golpe de 64, os anos de ferro, a distensão lenta, segura e gradual, as guerras, os impeachments, tudo é prólogo para o amanhã. Está claro, a própria fuga de Dom João para o Brasil fez parte da preparação. Tudo é armação para aumentar a nossa glória, tudo se encaixa, ou você acha que a chegada de Cabral foi obra do acaso? Tudo está sendo construído aos poucos, desde antes de 1500, antes das cruzadas, antes de Jesus.
Forças se articulam contra o povo, contra a liberdade, contra o progresso, não nos dão direito de defesa, sufocam a nossa voz, impedem nossas mãos. Seguimos o destino que nos é imposto, calados e estamos desamparados. Mas devemos ter força, dar nossa vida, não se deixe humilhar, precisamos reagir, mas ao ódio responderemos com perdão, a opressão responderemos com o nosso sangue em direção à glória.
Eu vi você na rua, estava cercado por ignorância, por corrupção, por desrespeito, pelo jeitinho... Eu não sei o seu nome, nem de onde você é ou o que faz, mas você continuava lá, firme e forte. Posso imaginar como tem sido sua vida, o martírio, as decepções, a desilusão. Muitos da sua geração se perderam, levaram pais e avós ao desespero. Não tiveram acesso à educação, não tiveram acesso à noticias, não tiveram como dar asas a mente, e acredite, são muitos!
Você não sabe, mas é um herói, e quando chegarmos ao topo, seremos certamente o povo mais dedicado, fiel, convicto e feliz do mundo, porque será o país dos que resistiram. Aguente só mais um pouco, meus respeitos.
Adeus, meu amor. Estou escrevendo essa carta para dizer que hoje eu tomei a decisão de te deixar. Não podemos mais viver assim, nos destruindo a cada dia. Destruindo o sentimento e o respeito que construímos por tanto tempo. Essa despedida não vai ser fácil, mas espero que compreenda meus motivos. E saiba que sempre levarei no meu coração os bons momentos que passamos juntos.
Não queria me despedir sem deixar esta carta com você. Sabe, é triste quando um amor chega ao fim. É triste quando dois namorados se olham nos olhos e concordam que não dá para seguir em frente, que terminar é melhor que continuar juntos. Mas, por outro lado, é preciso muita maturidade para reconhecer e aceitar esse limite. Quero te agradecer por todos os momentos bons que passamos juntos e por tudo que me você me ensinou. Não importa quanto tempo passe, sempre vou lembrar de você e desejar que seja muito feliz.
Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só. O que vai sendo vivido e sentido por cada um é tão particular que, mesmo incomum ou já cantado em prosa e verso, é para sempre também único.
[...]Tenho aprendido coisas que ainda estão vagas dentro de mim, mal comecei a elaborá-las. São coisas mais adultas, acho. Tem sido bom.
Tudo isso me deixa com calafrios na barriga e uma certeza maluca de que o que realmente quero - como a gente é louco - é na verdade oposto de tudo isso, entende?
Estou cada vez mais bossa-nova, espiritualmente sentado num barquinho, com o violão no colo. Deus, como eu quero paz.
Com o baú da memória absolutamente repleto e o coração sabendo mil coisas de tudo. Ando apaixonado por viver, com tudo que isso implica, e espantado pela passagem do tempo.
Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos. Ando assim descontínuo, exaltado, mas sempre com carinho enorme por você.
Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania.
… paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar por sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência,
digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica – é isso que quero dizer - e pensando mais longe, por isso mesmo, literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão.
Estou numa relação maravilhosa comigo mesmo. Meu francês soltou-se, falo maravilhosamente e faço tudo com o maior desembaraço e sozinho. Alguma coisa em mim parece que laceou, eu era tão cheio de medos. Aprendi também a não contar muito com os outros: na medida do possível, faço tudo só. Dá mais certo.
“Cartas”
Já devo ter mencionado um milhão de vezes que adoro as sensações que acompanham os acontecimentos. Mas o problema às vezes é quando eu não tenho lá muita coisa pra ocupar a mente e o coração e surge assim, como quem não quer nada, um ser humano vestido de azul e com um sorriso bem largo pra dizer que quer entrar na minha vida. Eu sei que a metáfora não foi das melhores, mas isso foi só pra que você entenda que eu deixei você entrar e agora você simplesmente estacionou na porta me deixando com cara de origami lhe esperando no sofá.
Acontece que eu sou muito sentimental, extremamente exagerada e altamente dependente. Mas não é disso que eu quero falar, e sim dessa sua repentina mania de me querer, pra que eu assim te quisesse e você, do nada, não estar querendo mais. Isso acaba comigo. Mas não é culpa sua, eu sei. A culpa é do meu exacerbado equívoco a respeito de suas palavras, ações e olhares. Você não veio com manual de instruções e eu acabo metendo os pés pelas mãos na tentativa de te decifrar, todos os dias. É sim, não dê risada, eu tento entender até o seu silêncio e a sua demora. Esmigalho cada gesto, cada frase, cada ''qualquer coisa'' achando que há um propósito maior quando você sorri e me pergunta como estou.
Daí que eu andei procurando as palavras certas em mim pra tentar fazê-lo entender que isso não é um contrato nem nenhum tipo de desespero neurótico. Na verdade, é até muito simples, eu só não quero dar relevância ao que não merece, nem mergulhar de cabeça numa piscina rasa, sabe?
Portanto, se você quiser, você fala, certo? Não demonstre, diga. Afinal, como já deve ter ficado óbvio, não sei entender gestos. E o mais importante: se não quiser, simplesmente se afaste. Me deixe cá com meus botões, com meus retalhos e cacos. Eu sempre me consertei sozinha, só preciso de tempo e muita cola.
A cola, nesse caso é a certeza. Eu preciso ter cer-te-za, entendeu? É isso.
Coragem, às vezes, é desapego.
É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É aceitar doer inteiro até florir de novo.
Não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os outros gestos e todos os outros pensamentos, a verdade é que ainda hesito em dar um nome àquilo que ficou, depois de tudo, porque alguma coisa ficou, então, que seja doce.
A verdade é que ainda sinto uma falta absurda de você. Ficou um vazio que ninguém preenche.
E penso e repenso e trepenso em você aí... Está tudo bem.
Não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.
"Jamais se esforce para esquecer o que é inesquecível. Sofrer faz parte do amor. Encontrar um amor é quase impossível. Você tem poucas chances."
Às vezes bate aquela vontade de ir embora, mesmo sem ter pra onde ir.
"Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doí demais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar!"
Não guardo rancor, mas também não tenho amnésia.
"Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar."
Tem coisas que a gente não fala, mas quer que o outro perceba.
"A vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe. É o quão isso te faz sorrir. E só."
"Ando um pouco para dentro, não sei se você entende. Me fechei um pouco, de tudo. Me abri para mim, me fechei para o resto. Ainda não sei se é certo ou no que vai dar, mas garanto que estou me descobrindo um pouco..."
Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava. E a tal ponto que tive a certeza súbita que não conseguiria mais sair. Não sabia até que ponto isso seria bom ou mau — mas de qualquer forma não conseguia definir o que se fez quando comecei a perceber as lembranças espatifadas pelo quarto. Não que houvesse fotografias ou qualquer coisa de muito concreto — certamente havia o concreto em algumas roupas, uma escova de dentes, alguns discos, um livro: as miudezas se amontoavam pelos cantos. Mas o que marcava e pesava mais era o intangível.
Lembro que naquela manhã abri os olhos de repente para um teto claro e minha mão tocou um espaço vazio a meu lado sobre a cama, e não encontrando procurou um cigarro.
Sem Ana
Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela.
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