Cara de Pau
"Se expor é um reflexo da fraqueza interna que nos atravessa; o corpo se torna o veículo para a validação de um eu que não se sente completo."
Dan Mena.
"O desejo do voyeur é distorcido pela sua necessidade de controle, transformando a intimidação em um objeto de consumo e não de compartilhamento." Dan Mena.
"O intrincamento da nossa sexualidade pede por relações que transcendam o controle e a superficialidade." Dan Mena.
"O impulso de pertencimento vem das primeiras relações afetivas, que se refletem claramente no comportamento adulto." – Dan Mena.
"Exibir-se para pertencer é uma estratégia de defesa contra o medo da solidão e do abandono."
Dan Mena.
Quando todos os olhares
Se voltarem para meu rosto
Cheio de angústia
Não saberei como retribuí-los
Abaixarei minha cabeça
Em uma forma de aceitação
Da humilhação antes sofrida
Talvez nunca vivida
Mas já arquitetada e julgada
Como verdadeira
Dentro da minha cabeça
Amamos o dinheiro, mas temos vergonha de admitir, por isso sentimos sua falta. No entanto, é na escassez que aprendemos o valor inestimável das coisas que não podem ser compradas.Por exemplo, o amor.
Só engana quem se engana com o engano sugerido. Na angústia o engano afaga o ego camuflando com engano o coração enganoso, que alimenta-se em enganos permanentes
Grande ilusão morta no espaço tempo...
Do fundo do copo...
Disfarçando a espera de um qualquer sofrimento...
Pelas saudades que lhe aterram...
Procurando no amor a felicidade...
Entre conversas vãs...
Entre os descasos sem cuidados...
Pertencer a quem souber...
Apreciar os trejeitos...
No íntimo mais profundo...
Ignora o silêncio e o eco...
O que o coração murmura, a voz não diz...
Entorpecido sente-se feliz...
E vão-se em mar a fora...
Os sentidos embriagados e mal sentidos...
Que tudo é ilusão que esta alma sente...
Se nada há de novo e tudo o que há...
Sentir prazer em deitar-se com o perigo...
Que alguém lhe mostre a tua imagem, como tantos, sem sentido...
Sem expor à vergonha...
Sem alardear seus gemidos...
Pobre esperançado...
Que anda crê na ilusão…
Do amor…
Da fantasia...
Que nas portas dos bares aguarda...
Alguém a lhe acompanhar pelas ruas...
Tudo posso esquecer em minha vida...
As visões em minhas estradas percorridas...
Só não consigo me esquecer no entanto...
Dessa figura de alma nua...
Sandro Paschoal Nogueira
Surpreendida no vácuo que ansiosamente alimenta o marco que impede a recompensa, resulto em vergonha que inutiliza o desejo que saciaria a vontade de permanecer no caos
Buraco sombrio inutilizando a sensação de liberdade que ainda informe não é capaz de desfigurar a ausência de reação
Não tenha vergonha de chorar quando for necessário. É uma forma digna de vazão para sua dor que alivia e cura. Quando o coração sangra, a lágrima estanca.
Vergonha é ser igual a todo mundo e não conseguir escapar. Mas essa vergonha será póstuma, assim como a inteligência do povo.
Nos Umbrais do Estado: O Cântico da Vergonha Pública
Praticar assédios — morais ou carnais —
É violar a alma da dignidade humana.
Espionar a intimidade, vilipendiar corpos,
Torturar em silêncio, aviltar em nome do cargo,
É arrancar pétalas da flor dos direitos fundamentais.
Sugerir o esquecimento das multas justas,
Aconselhar o perdão aos poderosos transgressores,
É cuspir no juramento do bom servidor,
É assassinar, com burocrática frieza,
O poder-dever de agir em nome do povo.
Usar os bens do Estado como extensão do ego,
Manipular servidores como peças descartáveis,
Transformar a máquina pública em balcão de ilusões,
Vender sonhos com o timbre oficial da mentira —
Tudo isso, sim, são crimes contra a esperança.
Esses atos se ocultam nas frestas do poder,
Escondem-se nos umbrais mofados da Administração,
Onde a cegueira é escolha,
E a omissão, método.
Essa realidade, escancaradamente inconstitucional,
É antítese do homem sério e da mulher honesta.
O único caminho digno é a ruptura:
Afastá-los da cena, devolvendo à luz o que foi soterrado.
Pois são esses os horrores do submundo estatal,
Onde o crime veste terno,
E o desrespeito ganha crachá.
