Cara Chato
Quando eu era criança
Sempre desenhava Sóis sorrindo
e nuvens com cara de nuvens boas
A vida foi passando
E tempo escoou por entre os dedos
Que há tempos não mais desenham
O Mundo não parece mais
Ser daquele jeito lindo que eu via
O coração anda cansado de bater à toa
Um minuto passa lento
e outro voa
A tristeza me maltrata com certo requinte
E eu chego a esquecer os minutos
Quando a gente vê, passaram vinte
Andei divagando
Lembrando de um pé de pitanga
Perdido nas mangas do tempo
Longas horas passei sob ele
Aguardando a chegada dos domingos
Que era quando eu sumia
Nunca mais houve tanta alegria
Nunca mais houve quase nada
Além de medo
Que não existia, naquele mundo encantado
Meus dedos não sabem mais
desenhar nenhum sorriso
Nem tecer nenhum poema
Que fale sobre flores
Nuvens boas ou paz
Viver ou não
hoje em dia tanto faz
Outro dia, a caminho do nada
Cara amarrada, coração fechado
de repente olhei pela janela
Não estava longe e nem perto
Estava exatamente onde tinha que estar
Um lindo Campo de Flores Amarelas
Até hoje eu me pergunto
Que flores seriam aquelas
Sem perceber, quando dei por mim
de repente eu já sorria
Uma simples paisagem
Alguma coisa muda na gente
E acaba por mudar tudo no dia
Eu não criei, nem ao menos tentei
mas tento não perder
Essa mania que há em mim
de enxergar a beleza
Que existe nas menores coisas
Isso sempre me causa
Uma sensação muito boa
A vida sempre se encarrega
de fazer algo que dói
Mas, por mais que a vida doa
Eu creio que não seja esta
A intenção ou finalidade
Mas, sim, aprender a enxergar
Sempre beleza e qualidade
A vida existe pra que a gente
Saiba sempre abrir o coração
e se deixar invadir pela alegria
E levar sempre pra casa
Um pouco dela
Ao final de cada dia.
Enquanto o tempo passava
E enquanto eu aprendia
Ria da cara da sorte
Não sentia medo
Nem mesmo da morte
Um dia, então, me enganei
Abandonando aquele escudo
Por pensar que sabia de tudo
Saindo ao mundo
Sem nem mesmo um guarda-chuva
Cara fechada, coração vazio
Sem medo de perder
Por sentir, que tudo já estava perdido
Ontem, eu acordei com medo
e eu o sinto, ainda hoje:
Medo de quebrar cristal,
Medo de perder o que não tenho,
Medo de perder de novo
Tudo que estava perdido
Um novo medo a cada passo
Medo de escrever coisa boba
Medo de morrer num sonho
E não voltar nunca mais
Medo de perder sorrindo
Como naqueles jogos de gincana
A toalha de linho,
A luz na janela,
As xícaras de porcelana
E aquela esperança que eu tinha
Um medo que eu pensei
Que não ia sentir nunca mais
Medo da despedida
Onde a última alegria desta vida
Se vá
Sem nem mesmo olhar pra trás
Edson Ricardo Paiva
Nobre formiga
Muito cedo eu me acordei
E dei de cara com ela
Em sua eterna labuta
Inutil briga perdida
Por vida
Que não lhe pertence
Não liga pra quem a perde
e tampouco também lhe importa
Quem vence
Só luta
Tal modo, tão desprendida
Quão desprovida de nada
Que quase que me convence
a tentar imitá-la
Pobre cigarra
Se agarra a um sopro de vida
No galho da rama amarga
Vida afora se lastima
Em formato de canção
Pequena oração que não rima
E às vezes se cala
Até secar-lhe o coração
Pouco lhe importa
Quem colhe...ou quem planta
Só canta sua curta existência
Pra depois quedar, desarvorada
Acercada ao meu quintal
Onde a pequena rosa
Não tece e nem fia
desafia o mundo e a sua lógica
Num trágico colorido
Que aflora, monocromático
E de forma um tanto imprecisa
Quando é manhã
Meu triste olhar ela alisa
Prepara-me as vistas
Pr'outro longo dia
Sorumbático e sem conquistas
Tanto faz se as tive ou não tive
No tempo, hoje automático
Por pouco que não me contive
A tentar procurá-la
Num lugar onde não se a encontra
Nada se parte, nada se fica
Se possível, um tanto assim de arte
Não me importa se ela é ruim
Fraco sopro de vida que assim corre em mim
Um dia ainda há de ser boa
Enfim, sei que hoje é outro dia
de vida a viver-se à toa.
Edson Ricardo Paiva.
Tire o chapéu do lado da sua cara metade porque a sua felicidade já chegou, chegou para amar-te como as palmas e assobios de milhares do fim de um espectáculo.
Tranco a cara, os olhares entram pela porta sorridente, ai tem flores abertas, mostram a boca cheia de dentes, cara trancada de muros altíssimos sucumbe diante o coração cheio de jardins exóticos radiantes, radiante de Estrelícias, de Orquídias, de Dálias, de Margaridas, de rosas amarelas, de rosas vermelhas e rosas brancas perfumadas com aromas de amor. É um paraíso no interior desta cara trancada.
Saudade tem cara de coisas velhas, coisas antigas, que não se foi.
Se renova aos impulsos e vive presente.
Pelos bares
Por quaisquer lugares.
De cara uma mulher
Que toma uma bebida qualquer
Que Fala de sentimentos
Que fala do amor
Que sou meio louco
Que gosta um pouco
Que sonha em parar o tempo
Que abraça a todo o momento
Que fica assim a fim
Que encontra em mim
Um jeito novo de amar o amor
Sabe garota
É interessante
Está perto
De você
Ficar te olhando
Ficar com
Cara de bobo
Eu acho legal
Viro criança
Quase todas
Ás vezes
Que você sorrir
Nunca pensei
Se pego
Pelo amor
Agora sou
Coração de criança
Por causa
De você
Espere um pouco,não diga que o ama de cara ou com apenas palavras. Seja paciênte e busque a perfeição,e mesmo depois de tê-la,espere um pouco mais, só mais um tantinho,se ele chegou até esse ponto te esperando,é por que ele já não vive sem você,isso sim é amor.
Se o seu evangelista não tem cara de santo, ore para que ele tenha o coração, segundo Deus e que ele seja um líder ousado, aprovado e eficaz para ajudar a sua liderança.
Jesus Cristo foi cercado de pobres e ricos, gente com cara do bem e gente com cara do mau, mas se um deles ouvir a Palavra de Deus, será salvo, santo, pacífico e feliz.
Não há previsões para o bem da humanidade, porquanto o vizinho mais próximo vive de porta, cara e coração fechados.
Sabão lava a roupa, vergonha lava a cara e dinheiro lava a miséria, porém nenhum dos três lava os pecados do coração.
Um político pífio tem a coragem de levar a cara ao público e ser trivial e ardiloso com suas promessas infames.
Á água tratada é escassa, rara e cara, porém a Água da Vida é de graça: mata a sede do espírito e conduz a alma à Fonte eterna.
