Cão
De alimento e abrigo a um cão, e
ele lhe trará muitas alegrias. Dê
alimento e abrigo a um humano
e...bem, melhor seria caso fosse
dada a porção de alimento ao cão!
Meninas TOdo hOmem gOsta de atençäo,
compreenÇäo,
mimos, carinhos e amor. Meninas enquanto vocês não
darem isso pa nos, agente foge!
Desculpa a pressa com que penso
nos milímetros marginais do verso
e, como cão farejando antigos mijos,
dissimule o cio enquanto ponho as asas no poema.
Desculpa a obsessão pelo tutano das palavras,
mesmo as bem nascidas e cuidadas
como os seixos mais polidos.
Desculpa a caligrafia e a gramática,
sempre tão dorsais e tão patéticas.
AMIZADE DO CÃO
VOU DE BUSÃO
DA PERIFERIA
ATÉ O CENTRO.
DURANTE O TRAJETO
VEJO MUITA GENTE
VIVENDO,
VEJO MUITAS GENTE
SOFRENDO.
VEJO GENTE
REVIRANDO OS LIXOS
À PROCURA DE ALIMENTO,
E ENCOTRANDO APENAS RESQUÍCIOS,
RESTOS QUE OS MANTÊM VIVENDO.
HÁ NA COLA DO INDIVÍDUO SOFREDOR
OUTRO SER
QUE SENTE A MESMA DOR,
É O SEU FIEL AMIGO
QUE NESTA TRISTE REALIDADE
TAMBÉM ESTÁ INSERIDO:
O SEU COMPANHEIRO CANINO.
AMIZADE DO CÃO,
PREENCHEM
MUTUAMENTE
O VAZIO
DA SOLIDÃO.
Dizem assim: Cachorro que late não morde! Assim sendo, se você se deparar com um cão bravo latindo em sua direção, fale em voz alta: “Cachorro que late não morde!”. Repita três vezes. Se der certo depois você me conta...
FEITO CÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Aquela família me tratou como se eu fosse um cão miserável; fétido; imundo; sarnento. Elevou minha autoestima, deu-me água e colônia, cuidou de minhas feridas... deu-me amor. Amor verdadeiro. Todo amor que um cão espera do humano.
Quantos Judas vi!
Fiquei pasmo,
melindrado,
me senti encurralado...
Vi o mundo cão.
Um susto me ocorreu:
Vi muita gente correndo,
gritando, xingando...
Queriam o Judas linchar.
Vi trinta moedas ao chão, largadas
ninguém se atreveu a pegar...
Vi muita gente tremendo,
com medo e achando
que iriam pagar o preço.
Entre elas também tremi,
(não pude, pra mim, mentir)
Lembrei que também beijei,
e como Judas, eu sei
que tantas vezes traí.
Beto Acioli
21/04/2014
Quando vejo a fidelidade de um cão em relação ao homem, concluo: alguns anjos não têm asas!
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP. Crearte Editora, 2013)
Se você quer viver e comer como um cão, pode ir dormir lá para fora. Se quer viver como um ser humano, pegue nesses pauzinhos!
A sua casa pode ter toda a fortaleza que imaginar. Segura. Protegida. Com circuito fechado, cão feroz, alarmes, ronda noturna etc. Muitas vezes o mal não entra pela porta, portão, fechaduras ou janelas sendo arrombadas. Basta abrir a porta para uma pessoa que se diz "amiga", para alguém qualquer que pareça uma boa pessoa, íntima e com outras intenções. Desconhecidas. Com espírito de inveja, cobiça e fofoca. Até pessoas que falam de amor da boca pra fora. Mas, com um coração recheado de maldade. Oculta. Saiba que o "bandido" já entrou na sua casa tão "protegida". Através de quem abriu a porta. E, então, muitas vezes, o inimigo somos nós mesmos ou alguém da família que permitiu a livre entrada desses tipos de pessoas que não merecia a recepção. Nem mesmo a amizade.
O abandono do cão, de raça
Era uma vez um cão, de raça, que tinha um dono, um homem sem muita educação e sofisticação, que dentro de suas limitações o tratava bem. Este cão, mesmo não tendo tudo o que julgava merecer era feliz ao lado de seu humilde dono, até que um dia, sem esperar, o cão, de raça, foi abandonado. Ele vagou durante meses sem entender o motivo de seu abandono, sempre espreitando um local onde seu antigo dono freqüentava para observar o que acontecia (o cão o conhecia bem, e sabia que de discreto, ele não tinha nada). O cão, de raça, descobriu que seu antigo dono agora criava um pequeno vira-lata que combinava com o jeito brega do homem, mas ele não entendia porque foi preterido, já que era tão bonito, leal, inteligente e tinha “n” motivos que o tornavam especial... porque o homem o trocou por um outro animal “inferior”?
Pobre cão, de raça!
Ele passou a odiar aquele pequeno vira lata que ele nem conhecia, mas que achava ter sido culpado pelo seu abandono. Começou a espreitá-lo também, e viu que o pequeno animal vivia deslumbrado com o que para ele era uma vida luxuosa, que talvez nunca tinha sonhado viver um dia, agradecendo ao “Deus dos cães” e espalhando aos quatro cantos o quanto era feliz.
Pobre vira lata?!?
O cão, de raça, percebeu então que o abandono não foi uma experiência tão negativa... ele sentia que merecia mais, porém, estava acostumado com o que seu antigo dono lhe proporcionava, achando que aquele era seu destino. Hoje ele continua por aí e não vive sempre feliz, mas é feliz sempre que vive novas experiências, conhece novos lugares e amigos e principalmente, quando sonha em encontrar o “dono” perfeito, aquele que reconheça o quão valioso ele é, que seja leal e íntegro (mesmo que isso nunca aconteça), diferente de seu antigo dono.
E o pequeno vira lata? Não se sabe se ele encontrou o seu lugar no mundo, ou se terá seu tapete puxado por outro vira lata, cão, de raça, ou pelo seu próprio dono, de percepção limitada, desonesto e desleal.
Alimente um faminto e você terá um cão fiel à teu lado.
Alimente o ego de um rico e você criará uma cobra venenosa.