Cansei da Maldade desse Mundo
Sobraria muito dinheiro neste mundo se todas as pessoas recebessem o dinheiro que realmente merecem.
Sobretudo, quero sair desta vida com a sensação de que fiz a minha parte para tentar fazer um mundo melhor, ainda que isso me tenha custado bem caro.
Tudo muda quando o mundo parece mudar, sem mudar coisa alguma. Quem são os poetas? Seres desventurados e de rebelião. Almas que não jogam em lotarias, totolotos, euromilhões ou raspadinhas, e as grandes filas permanecem quase iguais, sem se notar sequer a sua ausência. Fernando Pessoa pereceu louco, Florbela Espanca faleceu em desespero e Luís de Camões finou-se de fome. Os decretos sociais remetem os verdadeiros poetas para os mais modestos tugúrios, para os oportunismos em seu nome, para os trabalhos forçados, para os sapatos rotos, para as calças rasgadas e para as camisas laceradas pelo tempo, num tempo que não muda, nem nunca vai mudar.
Neste mundo há duas maneiras de não cabermos em lado nenhum: se formos demasiado grandes, ou demasiado pequenos.
Penso o mundo a circular
Com verdade e com justiça,
Quando me ponho a pensar
Junto ao tronco de cortiça.
Ser humano é ser alguém
supostamente racional,
que aqui está em prol do bem
ou veio ao mundo fazer mal.
A pensar eu me concentro...
E este mundo só melhora
se todos forem por dentro
como mostram ser por fora.
Neste mundo de vinganças, onde o homem pouco pensa, não me admira que as crianças chorem todas à nascença.
Lá vão os mascarados, podem vê-los
de tantas formas, no seu mundo subumano;
levam caraças por debaixo dos cabelos,
mais os embuços que carregam todo o ano.
Vão prá folia, vão alegres, vão perfeitos,
como histriões dos artifícios mais bonitos;
folgam-se normas, repetidos preconceitos,
em prol dos cultos aos assuntos interditos.
São tão felizes, disfarçados e contentes,
pulam e troçam, nesses grupos a granel;
é Carnaval, deixai-os ir que vão contentes
como as estrelas que são feitas de papel.
Tanta alegria, tanta farra neste Entrudo,
tanta folgança, tanta cor, tanto brilhante;
riem-se as almas, as tenções e quase tudo,
das zombarias deste enlevo extravagante.
Neste mundo de ilusões
lavo a roupa em cada gesto,
e ao purgar as intenções,
vejo ainda mais glutões
do que vi no velho Presto.
Há no mundo a elegância
de parecer uma comédia,
quando a sua substância
dá aos tolos a distância
que os afasta da tragédia.
Neste mundo de vinganças
e de eterna desavença,
não me admira que as crianças
chorem todas à nascença.
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