Frases de Caio Fernando Abreu

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Que apóie nossos fatigados pés descalços ao fim de mais outras semanas de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados.

Boas e bobas são as coisas todas que penso, quando penso em você.

Caio Fernando Abreu

Nota: Carta Anônima, do Livro Pequenas Epifanias.

Nunca esperei que um dia, numa tarde de sábado, você podia sair de dentro do meu rádio para dizer olhando para mim: I love you. Quando eu queria sair de Minas e não sabia como... Como se eu fosse uma estrela caindo do céu, longe. Então eu imaginava você vindo, como eu te imaginava.

Me mostre que por você vale a pena lutar.

Os dois se abraçaram e se deram beijos como duas pessoas que não se vêem há muito tempo. Atropelaram perguntas como: por onde é que tu anda?

Amo cada detalhe seu, simplesmente por ser seu...

Você sabe que vai ser sempre assim. Que essa queda não é a última.

Na vida, as coisas mais doces custam muito a amadurecer.

Quando você não cria expectativa, qualquer sorriso da pessoa é suficiente para te deixar feliz.

Sei que pretendia dizer alguma coisa muito especial pra você, alguma coisa que faria você largar tudo e vir correndo me ver...

Tenha fé e acredite, o melhor já é seu. Ele já deixou reservado para você.

Não estou fazendo nada errado, só estou tentando deixar as coisas um pouco mais bonitas.

Acendi alguns incensos.

Mais alguns cigarros.

Li aquele depoimento seu.

Li também a sua foto.

Chorei um pouco.

Depois sorri e adormeci.

Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir um amor bonito, limpo.

E para que não doesse demais quando não era capaz de, apenas esperando, evitar o insuportável, fazia a si próprio perguntas como: se a vida é um circo, serei eu o palhaço?

E o que a gente vira quando vai embora de alguém?
E o Senhô respondeu:
- Uns viram pó. Outros caem igual estrela do céu.
Outro só viram a esquina...
E têm aqueles que nunca vão embora.
- Não? E eles ficam onde, Senhô?
- Na lembrança.

São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons deixam a vontade impossível de morar neles; se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições.

Caio Fernando Abreu
Pequenas epifanias. Rio de Janeiro: Agir, 2006.

Nota: Trecho da crônica Sugestões para atravessar agosto, publicada originalmente no jornal "O Estado de S. Paulo", em 6 de agosto de 1999.

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Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo, há então uma morte anormal. O nunca mais de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter nunca mais quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo.

E esse vazio que ninguém dá jeito? Você guarda no bolso, olha o céu, suspira, vai a um cinema, essas coisas. E tudo, e tudo, e tudo.

Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez eu pedi, você negou, você fugiu.