Caatinga
Caatinga espinhenta
Que arrebata o obstinado espírito
Do vaqueiro empinado de olhar empírito
Aboiando triste o magrelo barbatão
Caatinga malvada
Que açoita o espinhaço calejado
Do caboclo obstinado
Em morrer pelo seu mórbido sertão
Caatinga bravia
Que o tempo e a vida desafia
Impávida de decadente e ousada teimosia
Que não morre pela falta d'água fria
E nem se entrega ao sol ardente do meio dia
Caatinga sem noção
Que fura o olho do desavisado
E enlaça o valente de coração apaixonado
Com tamanho luar que atenua a valentia sem razão
Caatinga desalmada
Que abriga a alma perdida na desolação
E oculta o mistério do espectro fujão
Extinto da incrédula civilização
Caatinga estranha
De morredouro existir
Que ora parece deixar de viver
E de súbito volta a reluzir
Eu sou da caatinga do sertão do nordeste, sou da garoa do sudeste, sou do cerrado do centro oeste, sou dos pampas do sul, sou da selva do norte, eu sou BRASILEIRO
CAATINGA
Há um tempo.
Em que o tempo.
Não ajuda.
A chuva não pinga.
As nuvens não carregam.
E também secam.
Seco é o ar.
Céu parado.
Acabaram as farturas.
Semear o que,
Se o tempo já se fez.
Nada que vai nascer.
Terra que vai padecer.
Esperança de um tempo.
De uma renovada vegetação.
Para a vida no sertão.
O bando de Lampião, quando progredia pela caatinga sem demonstrar preocupações em ficar ocultos das volantes, objetivava, algumas vezes, atrair perseguidores para uma área onde fosse possível promover uma emboscada.
Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;
A caatinga é uma bela dormecida.
Na seca dorme profundamente.
No inverno acorda para revelar toda sua beleza cênica.
Com avencas na caatinga,
Alecrins no canavial,
Licores na moringa:
Um vinho tropical.
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo...
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Brasilidade
Pendurei um pomar nas várzeas do meu sertão
Não uxicuruá ou paxiúba
Minha caatinga, meu vau
Que de raiz à raiz molha a laranjeira
Aqui não há tucunaré ou guanumbi
Só semente da terra que seca em meus pés descalçados
Nem o moço tupi me perdoa
Que terra seca, que olhos pálidos
Oxalá! Dita o negro surrado
“Não te preocupe, fí de Deus, terra há de se tornar teu berço!Oxalá!”.
Pois sim
Lá está um fruto graúdo do meu pomar
Felicidade do meu Brasil!
Caatinga
A oiticica produz óleo
A imburana, com flores rosas
e a sempre-presente carnaúba apresentam-se como pontos num emaranhado de folhagens e arbustos espinhosos.
Há também o cróton ou caatingueira, o marmeleiro e a aroeira, bromeliáceas com folhas espinhosas e flores em densas espigas
resistentes e coloridas na estação chuvosa,
Suportar qualquer seca durante meses a fio.
Perdem todas as suas folhas e parecem mortas
Logo que começa a estação chuvosa
Revivem num arco-íris de cores tropicais.
Árvores e arbustos não são, as únicas coisas vivas
Uma variedade de animais selvagens lhe dá vida e variedade.
A astuta raposa e a furtiva onça
O tejuaçu, lagarto de dois metros, bem como tatus, preás
Lá no alto circula o carcará, gavião muito temido
e próximo ao solo abundam os pombos-selvagens.
As chuvas que caem de janeiro a março não bastam
Apenas consentem que surjam cactos e ervas espinhentas
que logo são consumidos,
em parte pelo gado faminto e em parte pelo sol inclemente.
A CAATINGA AMANHECEU EM FLOR
Você falou que iria voltar, para mim.
Você saiu e levou o sol.
Você guardou as estrelas, para se lembrar.
Quando eu fui tua mulher
Aqui nunca mais há luz
Aqui nunca mais foi dia
Ninguém veio terminar
O que na noite enfureceu
Você sumiu
E, a lua foi visitar o sol.
E deste amor veio o arrepio
Você me amou na cama
no nosso altar
E levou a menina, que vivia em mim.
Você brincou com meu coração
Me aprisionou na sua história
Cansada de esperar:
Morri para mim.
E de tanto chorar dissolvi em lágrimas o meu sofrer
Umedeci rio, alimentei a dor.
Transformei a caatinga em flor
Matei a sede
Da minha alma
E, a caatinga amanheceu em flor.
Meu mar invadiu o sertão
Deu cheia no rio
Meu mar invadiu o sertão
Umedeci rio, extravasei a dor.
Transformei a caatinga em flor
A CAATINGA
Caatinga,
Sol 40º,
Pegadas secas,
Nos rios secos.
Mandacarú,
Flores alvas,
Alimento,
Carcaça de bois,
Como troféus abandonados,
Fazendo cemitério...
Caatinga,
Pobre mendigo,
Desamparado,
No nordeste,
Que nem o céu,
Não mais ouve,
O grito agreste
De suas dores!
Caatinga
~ Conjuntura Ambiental ~
A Mata Branca…
À sombra da mais rubra flor amarela em brilho
Emana-se em vida ao proferir da época
Porquanto se quiseras verde estiveras cinza
De quando se fizeras cinza estiveras verde
Por consequente for do tempo estar
Revelando-se em essência o colorir em traço
À bruta pedra a se brotar em seiva
Implodindo em cores a ascender ao tom
Entoada na macambira, no umbuzeiro, no mulungu,
Na umburana, na catingueira, na faveleira, no umburuçu, na flor roseira do mandacaru,
Na carreira ligeira da cobra corredeira, do tatu, do teiú, do calango, do preá, do caititu, no voo rasante da coruja buraqueira, do carcará do nambu…
Do bem-te-vi,
Quem bem te quis te ver por lá…
Na caatinga a se pronunciar…
Bem-te-vi feliz por estar
Emoldurada num cenário de riqueza, força, vivacidade e beleza…!
CAATINGA
Não tente criar raízes na caatinga!
Procure por lugares mais prósperos e recíprocos à sua natureza.
Nordeste, meu País onde o Rei usa chapéu de couro e gibão, corre por entre a caatinga na pega de boi, brinca vaquejada, come carne de sol com farinha, lugar onde nasceu o carnaval e a micareta, terra de Armandinho, Dodô e Osmar, Nordeste meu Nordeste, porque o destino reservou tantas alegrias? Tantos filhos ilustres? É para amenizar o sofrimento provocado pelo sol que assola nossa terra? Se for obrigado meu Deus por ter feito um povo forte para uma terra abençoada.
O sertão da caatinga
Os caminhos são tortuosos
Nas estradas do meu sertão
Cercado de estacas e farpados
A caatinga reina nessa região
Uma floresta branca atípica
Cheia de diversidade e beleza
Como o mandacaru com sua flor típica
E o tronco do Juazeiro com sua dureza
Os cactos estão aqui para reinar
Suas folhas dão lugar a seus espinhos
Para registirem a seca e sua água conservar
E suas flores embelezar a terra com carinho
Sem pasto para o gado sobreviver
A macambira e as palmas são a solução
Para boi poder ter o que comer
Homem e natureza estão em comunhão
E assim são os caminhos pela caatinga
Cheio mato e uma beleza bem peculiar
De tanta utilidade que niguém imagina
Só andando pela magia desse lugar.
BANDEIRA NORDESTINA!
Na caatinga ou no cerrado
no sertão ou no agreste
por esse Brasil amado
cortei Sul... tracei Sudeste
levando o manto sagrado
da bandeira do nordeste.
"Eu sou o profeta da caatinga
E e do meu serrado
Hoje meu povo
Canta e dança fazendo sarrada
Antigamente era no tronco
Sofrido e surrado
Eu trago chagas a séculos
Não foi sarado"
Poesias aguerridas
Mulheres que se confundem
Com a paisagem da caatinga
Que trazem na própria face
O mapa da terra ressequida
Mulheres que expõem as cicatrizes da miséria
Vultos invisíveis das favelas
Que regam a terra com suas lágrimas
Onde a semente germina desnutrida
Mulheres expulsas do paraíso
Deusas cruelmente excluídas
Cuja gratidão é silenciosa oração
Debilitadas vencem dias de provações
Mulheres que geram na dureza do sertão
Estrelas cadentes por falta de opção
Suas faces denunciam a indiferença
Do poder que oprime com a força da ambição
Mulheres estrelas das noites de escuridão
Trazem dentro de si a nobre constelação
Por serem filhas do ventre da terra
São poesias aguerridas a fecundar este chão
Do livro: Extasiada de Infinitos
Como bons criados, os moradores da caatinga aprendiam a escutar o patrão, a antecipar as suas mudanças de humor, a saber que uma carreira de formigas fora do formigueiro significava chuva; que uma gameleira com folhas verdes, crescendo na fenda de um rochedo, indicava a presença de uma fonte; que grandes cupinzeiros eram sinais de seca e de sede. Se aprendessem a interpretar corretamente esse patrão cruel durante os meses de estiagem, sobreviveriam para lidar com um amo bem mais generoso assim que as chuvas chegassem.
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