Boa Noite minha Querida
Recordando -
À noite no jardim, avanço pelo crepúsculo,
esplendido, nocturno nas vagas rumorosas.
Parece a Vida morta, suspensa, num tumulo,
como pétalas caídas, desfolhadas de uma rosa ...
Que o Céu, angustiado e soberano,
estrelado manto de saudade,
encobre os versos que declamo,
nestes tempos dolorosos de vaidade ...
Ai pudera eu viver
no extinto e no porvir,
que o Amor sem Primavera,
traz espanto e quimera,
agonia e quebranto,
ao ser que nada espera!
Essa Noite
Essa noite poderia vir anjo meu,
e me cobrir todo com seu corpo.
E ouviriamos os sonhos que nascem de dentro da música.
E beberia na sua boca cálida,
Todo o seu romantismo cosa única!
Eu seria do seu vinho o melhor acompanhamento.
O juramento de amor perfeito!
Seria tua luz até a hora que fores dormir
Para enfim sonhar e acordar eu ali te olhando.
Cuidando de ti bela estrela que ilumina o céu.
E beberia todo seu mel se chovesse em mim seu desejos mais profundos...
Aquela gota de amor que o anjo deixou cair em meu corpo...
Era toda a sua essência angelical a melhor fortuna.
Nenhum anjo trás consigo a culpa.
Se o vinho bom vem das uvas!
Melhor amor é você meu astro minha lua.
Que clareas as minhas ruas secretas,
A porta da minha alma sempre aberta!
Se desejar entrar com sua eternidade nua...
Tu és a magia a iluminar as minhas noites e também são suas...
Prece de Ricardo Maria Louro -
Senhor, chegou a noite inquieta e hostil
e só deixou em nós os restos da vontade.
Senhor, chegou a noite e a dor é vil,
tanta é a dor e a tormenta, a saudade.
Mas há ainda uma esperança, não findou!
Que desperte. Adormecida está a Alma!
A chama não é morta, apenas se ocultou ...
Senhor, chegou a noite e a dor é calma ...
A verdade é nevoeiro, é impulso,
e Portugal é chama sem aragem,
nevoeiro sem verdade, apenas luto!
Chegou a noite e Portugal é só miragem ...
Senhor, acorda as naus que pairam sobre as águas,
desperta a Alma desta Pátria em vão dormida,
as velas e os mastros, as proas dissecadas ...
Senhor, minha Terra é uma noite perdida!
Ninguém notou
a flor azul na noite escura.
Ela era negra!
naquele momento
crucial de sua tempestade.
A Alma e a Noite -
Mais um dia cumprido!
O Sol findou no horizonte poente
dos meus ais...
E a noite vai nascendo!
Voo de sombra doce, brava, silenciosa ...
Hora de medo e espanto ...
Mudez falada, esperança vã, tremor,
agonia, quebranto ...
E baixo os braços, inclino o rosto,
meu corpo de cansaços, feito de versos,
de rastos, procura a Alma sem descanso.
Mas só resta espasmo e quimera, saudade
e solidão ...
E a Alma ... e a noite ... adensam-se!
E pesa a vida... e ruge a morte ... e as gentes!
Presença intangível ... devaneio e desgraça!
Frio e remorso ferem-me os sentidos,
gritam em silêncio no eco desta praça ...
Eu o Natal e o Tejo -
E hoje, aqui, só, frente ao Tejo,
nesta noite de Natal, pela madrugada,
encontro-me na Vida como sempre estive
e nela me senti - deserdado!
Triste, só e solitário. Sepultado ...
Vulto desgarrado, absorto e sombrio,
doente desenganado, pela esperança vagueando,
escorrido de ilusão, sem mãe nem pai,
filho das ervas, do pó dos mortos que morreram,
da terra e da angustia cilindrada.
Sem Pátria nem família, sem casa nem leito,
sem colo onde me acoite ou chão onde pisar.
Esta noite é mais longa do que outras. Do que todas!
Porque hoje não há nada! Nada! Só eu! Só!
Eu, o Tejo, a ponte e o Cristo Rei...
Tudo estático, incólume, parado.
Menos eu que desabei a última ilusão!
Matei a família que inventei. Virei costas à infância.
Sou órfão! Sou órfão! Mas quando é que o não fui?!
Se calhar no ventre de minha mãe ... e só aí ...
Único tempo de aconchego que tive alguma vez.
Não dado por ela mas pela sábia natureza ...
Haverá em toda a parte famílias reunidas!
Haverá braços estendidos, corações quentes,
lareiras à arder, sorrisos rasgados ...
... porque é Natal … porque é Natal!
Em mim e para mim já não há nada! Nada!
Só a Noite deslumbrante e o silêncio dos ausentes.
Minha família reunida ... é feliz ... sem mim ... sem mim!
Nunca me encaixei no seu destino!
Porque o meu nunca foi o seu destino
ou o deles foi o meu! Triste desencontro, o nosso ...
Não sei de onde sou, não sei afinal quem sou,
só sei que não sou dali, que não sou o que eles dizem!
Posso não ter nada mas tenho-me a mim,
e a Deus, e aos meus versos,
e ao meu destino que o deles não será! Por certo!
O que já é quanto me baste! Sou livre ... ao menos...
E Tu,Tejo das minhas ilusões que hoje me aconchegas,
leva este Natal ... afoga-o no mar!
Que eu, querendo ser alguma coisa, não fui nada!
Só aquilo que nunca pensei ser. Ironias e cansaços ...
E já foi muito ... já fui muito!
Agora não sou nada ... e já nada quero ser!
Só eu! Simplesmente! Assim ...
Porque nada ser (e aceita-lo) é poder e querer ser tudo!
Mas serei apenas o meu sonho! Já me chega! É ser muito!
Ser aqui e ser ali o que nunca irei ser
é ser muito ... é ser muito!
Não devia ter nascido! Era isso que sonhava!
Debalde ... é tarde ... aconteceu!
Viverei incumprido para sempre!
Fica o sonho e a vontade - num beijo ...
A Esperança que me assiste - de pé ...
Eu e o Natal - à Beira Tejo ...
24-12-2014
(No jardim da casa do Conde de Monsaraz, virado ao Tejo, na Rua Vitor Cordon ao Chiado em Lisboa … numa estranha, triste mas lúcida noite de Natal ...)
Lembra-te que és pó -
Poeta, lembra-te que És pó,
noite e solidão ...
E é essa a tua glória!
Deixem passar ...
A cinza dos seus versos.
O lamento dos seus passos.
Que vá ... que vá ...
Cheio de noite e solidão!
É Poeta! E ali de fronte,
firme de que é pó,
sabendo que o é,
é frio e ilusão!
Deixem passar ...
A vida que o arrasta.
O tormento que o precede.
Que vá ... que vá ...
Cheio de noite e solidão!
É Poeta! É Poeta!
De onde vem, quem sabe?!
Onde vai, também!
Foi pó! É pó! Sempre será pó!
Poeta ... só ...
Deixai que passe ...
Acendei círios à sua dor
e façai silêncio
que seus versos já são gritos
que lhe bastem.
Óh Poeta! Lembra-te que foste pó,
que pó és e pó serás ...
Deixem passar, vai escrever,
não digam nada!
O começo de um fim...
As vezes me pego a noite pensando em você, sigo sozinho com um sentimento estranho, porém, não consigo esquecer...
A noite é boa, porém triste se não consigo te ver, já fiquei muito tempo sozinho nesse mundo, mas agora tenho você.
Sabe o que é triste ? Sim, é tentar te esquecer as horas passa fico tranquilo, porém o coração só quer você.
As vezes penso, será que seria melhor sem você?! Menina, o que você me fez pra mim só pensar em você?
Garota mimada, que se destaca, eu quero você!!!
Garotinha que se faz de forte, mais tem uma tristeza maior que você...
Não tem muito tempo, nem o momento, mas soube que era você.
Peço obrigado, você me realmente me fez entender, que a minha felicidade depende de você!
Seu temperamento, e tão de momento que não consigo entender, me sinto sozinho as vezes mesmo estando com você... Não sei o que aconteceu porém, não consigo mais me conectar a você... Sabe o mais triste?
Eu nunca vou conseguir te esquecer! Muito obrigado garota de branco, que me realmente tentou me entender, o erro sempre esteve em mim, por isso consigo entender.
Eu, Évora e a Solidão -
É noite … Évora faz silêncio.
Caminho-a na penumbra,
meio triste, meio esquecido …
Sozinho, em direcção, não sei de quê – vou!
E vou em vão! Ou não! Talvez vá, bem sei …
Mas indo irei eu a parte alguma?!
Não sei! A parte incerta irei, por certo!
Mas irei … irei … Que os meus cansaços
não me turvam, nem me toldam,
nem dominam! Irei! Irei!
Caminhando pela umbra … vou além …
onde não cheguei ou alguém foi.
A avenida, o Hospital, carros a passar,
um caminho sinuoso por passeio,
árvores sem copa, folhas, tantas folhas -
secas - pelo chão … que piso!
Triste quadro. Minha vida. Pobre vida.
Eu, tão grande, “doente”, a pé, só,
por caminhos, tristes, sem tectos,
caminhando sobre folhas, secas,
esperanças fugidias … sou eu! Sou eu!
Um ser obsoleto! Alguém que sobra!
E é noite, cerrada – madrugada, infeliz.
Só eu e nada, Évora e a minha solidão.
Eu, meu coração, Évora e este “chão”...
E piso a noite, passo,
num passar que pisa a solidão.
E piso a vida, vou,
num ir que parece ser em vão!
Mas vou … E nunca, nunca aprendi a existir!
Esta dor de fora fáz-me exacto por dentro! Só ela!
E isso que vos importa?! Nada! Digam-no!
Das mãos de Deus o aceito, de vós o aceitarei,
sem reservas ou lamentos,
que tudo tem seu jeito! Terá?!
Quem sabe?! Tenho que ir …
se o quero saber, terei que ir …
deixando p'lo caminho os “corpos” de toda gente.
E dói-me o meu destino …
Não posso esperar por ninguém!
Pois não posso estar morto quando a morte vier!
Quero que ela mate em mim um vivo!
Por isso, vou, e deixo os “mortos” no caminho.
Os meus mortos!
Que estando vivos, são mortos! Mortos!
Meu caminho é por mim, é em mim,
por mim fora, de mim a mim …
E quem quererá ouvir ou entender
este espírito de coragem?!
Quem?! Onde?! … Se eu próprio o não entendo!
Se eu mesmo o não desvendo e desprezo!
E vou … indo … em frente …
Sequer olho para traz, que a saudade,
rói meu pensamento,
transformando coragem de ir, só,
em medo, ausência e lamento!
Não serei a estátua de sal das escrituras …
E não olho … não olho … e vou … e irei … sempre …
Em frente! Só! Em frente!
O dia não acaba, ou morre com o cair da noite, ele só vai para o outro lado do planeta, para reaparecer amanhã, vivo e transformado em um novo presente para cada um de nós.
A. Cardoso
Desejo fundir-me a você
Como um rio que percorre o sinuoso leito
Dia e noite
Vivendo e nutrindo
Enquanto corre na direção do mar
Quero correr
Lentamente
Com demasiado carinho
Sentindo a dor da compreensão
Sangrando a alegria invisível do amor
Quero ser um com você.
Casthoro´C
Quando ao entardecer da noite
eu passo pela casinha
ali eu vejo algumas crianças caídas
sobre o gramado
e sorriam como se fossem viver ali pra sempre…
Uma pena que eu conheça a verdade
eu sonhei ali também
pensei que seria eterno as risadas
e os medos da escuridão.
Hoje mais tarde,
passo por aqui
e não estou ali
e nem ei de estar outrora
aí coração
minha primeira decepção!
queria poder ser eu no gramado
plantando a felicidade
talvez seja eu ali
Minha infância
Em uma outra criança.
MEU ANJO
Quando não conseguimos dormir a noite é porque estamos acordados no sonho de alguém. Quero então não dormir todas as noites para que sonhes comigo e com mais ninguém
Assim ficarei acordado olhando um anjo nanar.
Dizem de que anjos nunca dormem.
Isso é mentira, o meu anjo adora em minha cama pousar.
Bom... Vamos lá né.
Hora de passar mais uma noite e madrugada em claro ouvindo música e criando uma nova vida em sua própria mente ao em vês de viver, sair e se divertir pq tem insegurança e falta de vontade até mesmo para se alegrar e desânimo suficiente pra afastar qualquer coisa, pessoa, oportunidade, bons pensamentos e prosperidade para perto de você.
A noite, o pesar de um sentimento, pensamento vago e ao mesmo tempo singular
A insistente dúbia inconsciente de em tudo pensar
Contínua busca do alento, a contagem do respirar
Quase se vê
Um silêncio que não vem de você
Quase se tem a resposta de qualquer porquê
A noite você vai passar
Vai ensinar
O que é luz se imporá
Tudo se renovará, vai passar
Só a certeza da companhia de Deus permanecerá
São negras as salas da solidão.
Amarram a noite, mesmo que o dia bata à porta.
E ninguém chama pelo meu nome,
nem um aceno do lado de lá do medo.
Olho-me inexistente no mundo,
como um cadáver de alguém que por lá passou e terá partido.
E não deixou conhecidos,
nem ninguém que tivesse chorado a partida!
Um abandonado que só a solidão deu guarida.
Sempre fui um improvável na boca dos sonhos,
um eterno suposto do real.
Nunca o que quis de mim existiu,
morri sempre antes das últimas palavras,
padeci à beira das águas, junto à areia,
um quase em tudo o que partia de mim.
Nunca existi.
Nunca ninguém deu por mim,
e hoje sou filho oculto do mundo no berço da solidão.
Sabe penso em você dia e noite a 4 anos, em cada pensamento um aventura, em cada pensamento um sorriso, em cada pensamento um toque seu, em cada pensamento uma declaração e juras de amor, mas em instantes estou só e percebo que tudo não passou de nada.
Madrugada sem teus Braços
(Fado)
Madrugada sem teus Braços
noite aberta sem destino
dia-a-dia; passo-a-passo
sem saber do teu caminho ...
Sem saber dos nossos sonhos
da mentira que é a vida
das angústias que deponho
na palavra despedida!
Se me amaste ou outro em mim
já nem sei se o consumaste,
foste embora, sei por fim
que afinal nunca me amaste!
Sigo a vida, em vão, sozinho,
cheia de sonhos aos pedaços,
noite aberta sem destino
madrugada sem teus braços!
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