Bebida e Cigarro
Quando te encontrar por acaso, mesmo se tiver, vou pedir-lhe um trago. Marcar o seu cigarro com o meu batom vermelho. Sei que a marca vai além do vermelho no filtro, a marca é saudade, grande, capaz de dilatar suas veias. A fumaça com saudade vai invadir seus pulmões, mas você não vai conseguir assoprar, porque é tarde demais. Sentirás o sangue correndo em suas veias, e eu estarei te olhando. Você engasgará essa saudade, sem capacidade alguma de tossir para expulsá-la. Eu ainda estarei te olhando, e você não estará mais lutando para tossir, você sempre odiou demonstrar fraqueza, até dará outro trago, o que me despertará aquele sorriso sarcástico que você sempre odiou. Nós sabemos do pigarro em sua garganta, te incomodando, mas você não tosse. E essa sou eu, na sua garganta, que mesmo odiando, sua vontade foi de que eu permanecesse em você, apesar de tudo.
O perfume, o Cigarro, a Garoa.
Com olhos enevoados
E cabelos esvoaçantes
Lá se vai a menina, a garota ou será uma mulher?
Lá vai ela
Se escondendo atrás da fumaça
Do seu pequeno cigarro.
Ela ri como se estivesse em um circo.
Deve estar rindo da vida,
Dos rumos que ela tomou.
Apesar do cigarro
Ela possui um perfume agradável
Que também me faz sorrir.
Com suas roupas e guarda-chuva pretos,
Ela se “encontra” embaixo de uma árvore,
Está garoando,
Mas ela parece não se importar.
Ela acende mais um cigarro
E vai embora.
Com olhos enevoados
E cabelos esvoaçantes
Ela se vai.
Não sei quem ela é,
Nem o que queria,
Mais ainda posso sentir seu perfume
Um odor agradável, de liberdade.
Com olhos enevoados
E cabelos esvoaçantes,
Nesse momento categórico que me “encontro”,
Mergulho nesses pensamentos instigantes.
E esse perfume...
Se me dão licença, correrei atrás do perfume,
Da minha liberdade!
Ouça o que quero
Quero acender meu cigarro, mas meu isqueiro não está comigo.
Quero um cobertor, mas estou na rua.
Queria sentir tua respiração em meu corpo, mas não lhe tenho.
Veja bem, o sol já está se pondo, e eu aqui, esperando que chegue a lua, para que a ela eu possa transbordar falando de meus sentimentos.
É outra vez que faço isso, é mais um poema que escrevo, a fim de tentar destruir, apagar e esquecer o que sinto por ti, por mais que seja bom te amar mesmo sem ser amada e, que sege prazerosa a sensação de dizer-lhe te amo…
Mas esse sentimento eu vou destruir, apagar e esquecer.
Vês, que sentido faz amar-te em segredo?
Talvez não importe a ti, porque não me ama como te amo.
Quero poder deitar e sonhar com o que sonhei pra nós.
Quero uma liberdade e uma felicidade, que possa chamar de nossa.
Quero que seja tudo tão fácil de entender e viver…
Ora, há tantas coisas que queríamos, mas que deixamos de querer porque nos dizem:
- Não podes!
E por fim, sabe o que eu mais queria? Mudar isso. Mas ouça, eu quero e eu imploro…
- Estejas comigo.
O problema é a Paulista com chuva. O problema é o cheiro de cigarro e o cheiro do meu cabelo. O problema é que voltei a ouvir Misfits essa semana. Não, o problema definitivamente é o Starbucks de esquina. O problema foi eu ter guardado o anel, mas ter jogado o colar fora. O problema é vez ou outra eu conseguir te ver me abraçando e chorando na sala a noite. O problema foi ela ter terminado contigo. Nós deveríamos ser amigos, mas decidimos errado. Eu tenho medo de ter sido injusta mas o problema é teu egoísmo, e eu só tenho protegido um coração valioso. Sim, a culpa é ...... Esquece, é só a Paulista com chuva.
Blues
Hoje em meu quarto
um cigarro e um litro.
Refazendo gravações,
talvez a refazer a mim mesmo
é o Blues, é o que ele faz comigo.
- para Wendio Fernando
Algumas doses de café num copo de whisky,algumas tragadas de um cigarro e um pouco de melancolia nas folhas amareladas de um velho caderno.
Quem "Existe" não tem direito de lamentar por um cigarro vagabundo ou um vinho barato num canto de um bar.
Devemos temer a falta de coragem pra enfrentar a timidez, pra deixar de ser escravos de nossa própria estupidez.
adapt: musica antiga
O egoísmo é como o cigarro. Tolerá-lo parece inofensivo, mas a longo prazo é tão maléfico para o viciado como para aqueles que o rodeiam.
Acendeu um cigarro e pulou do sexto andar, achou que suas ilusões iriam lhe salvar. Mas isso não aconteceu...
Meu Cigarro de Paia
Meu cigarro de paia
Meu cavalo ligeiro
Minha rede de malha
Meu cachorro trigueiro
Quando a manhã vai clareando
Deixo a rede a balançar
No meu cavalo vou montando
Deixo o cão pra vigiar
Cendo um cigarro vez em quando
Pra me esquecer de me alembrar
Que só me falta uma bonita morena
Pra mais nada me faltar
Era só ele entrar, em qualquer lugar, pro meu sorriso aparecer.
- Café com cigarro não faz bem pra saúde.
- Amar alguém sem nada em troca também.
Rimos. Nos abraçamos.
- Mesmo que me esqueças com o passar do tempo, eu ainda te amarei.
- Talvez um dia eu aprenda a te amar.
Ele riu, me olhou fixamente e disse:
- Deixa que eu te amo.
Eu respondi, bem baixinho:
- Deixo, mas e depois?
- Depois a gente inventa.
Trago novamente o charuto. Mas dessa vez não inalo a fumaça. Apenas aprecio. Diferente do cigarro que é um hábito, um vício; rum e charuto são reflexivos. Harmoniosos. Acalmam a alma e nos fazem transcender a outras dimensões. Problemas se vão e a letargia fica nos fazendo companhia. Rum e charuto são analgésicos para alma.
Amanheceu a vontade de fumar um cigarro, sentada na pontinha da janela, enquanto o vento a convidava pra um passeio no ar quente da manhã.
Então ela se sentou ali, num impulso – como quase tudo que faz – e colocou as pernas pro lado de fora, pra vê-las livres, numa dança de entrega quase completa até que a primeira lágrima caiu.
Lembrara da noite passada e de como havia falhado, mais uma vez. E daquela noite antes disso. E de uma outra…. Não conseguia mais conter seus pensamentos, que rolavam numa fusão inodora com as lágrimas, pelo corpo coberto de mágoa.
Ela tentava qualquer música pra não ouvi-los mais, tentava qualquer grito pra abafar a sanidade que lhe faltava.
Pensou no quanto tinha vontade de experimentar o silêncio e inclinou o corpo pra frente. Aquela metade precisava ir embora. Aquela metade que não era dela.
Escorregou os olhos úmidos numa tentativa de cegar as memórias, mas viu as fotografias espalhadas por todos os cantos do quarto que não seria mais seu.
Examinou o rosto de cada um que estivera presente em sua vida e, num susto, voltou o corpo pra trás com força, até cair pro lado de dentro.
O lado da vida – pensou.
Engatinhou até a cama e se escondeu entre os lençóis quentes. Podia sentir as vozes voltarem, gritando a sua covardia.
Pegou o telefone, discou um número decorado e esperou paciente pra tê-lo por perto.
Então ele disse um “oi” meio apagado pelo sono e ela era capaz de se sentir corajosa.
A Vida valia qualquer pena.
Já era tarde, pouco se ouvia o som das almas.Olhei para lua, acendi meu ultimo cigarro e tomei um senhor gole de veneno, cujo os antigos poetas costumavam tomar em noites más.Guardei meus gritos em uma caixa escura, enterrei meus silêncios no porão de minha alma, fiz de meus olhos meu único escudo, inerte e mordaz...
Não posso pedir uma dose se eu não bebo.
Não posso acender um cigarro se eu não fumo.
Não posso correr tanto porque não tenho preparo físico.
Não posso mentir quando meus olhos sempre diz a verdade.
Não posso adiantar o relógio se o mundo todo tem a hora certa.
Não posso fingir amor por quem eu desprezo até no inconsciente.
Não posso falhar se eu só tenho uma chance.
Não posso deixar de dizer, quando isso é uma despedida.
Não, não, não, eu não posso.
Não quero um bar pra me consolar. Não quero euforia pra te esquecer. Não quero mentir, nem pra mim, nem pro mundo. Não quero perder essa oportunidade, talvez a única mesmo. Aqui mais uma certeza, é que eu posso te olhar nos olhos e te dizer: Eu amo você. Fazer o que eu tenho que fazer. Quanto a sua escolha, eu não sei qual será, me resta aceitar, mas o que não dá, é adiar, quem sabe seja, um adeus definitivo. Dentro de mim nunca um amor guardado, se for, leve-o. É seu.
