Bebida e Cigarro
Estou me acabado como uma carteira de cigarro, um pouco a cada instante.
E esses pedaços serão difíceis de juntar...
Namorar para mim é que nem cigarro em muito excesso, no início pode parecer prazeroso, mas vai te causar um fucking câncer e te matar.
A diferença, é que cigarro tem aviso na caixinha, namoro não.
A cada Cigarro
Sinto Minha morte,
a cada instante
Sinto Minha Morte,
A cada Momento
Sinto Minha Morte,
Como não sentir
Minha Morte,
Como não ouvir
Minha Morte
Se o sentido da vida
e a Morte.
Por que sinto Minha Morte.
de profundis amamus
Ontem
às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria
Andámos
dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros
Olha
como só tu sabes olhar
a rua os costumes
O Público
o vinco das tuas calças
está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nisso
Não faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso
Uma taça de vinho tinto por favor
Nada é tão amargo quanto minha tristeza
A fumaça do cigarro sobe
E ele vai se diminuído em minha mesa
A garrafa do vinho vai secando,
A brasa do cigarro se vai com o vento
Meu amor foi pra você
Somente um passa tempo
ENQUANTO NADA ACONTECE
A luz fraca ilumina as velhas revistas de arte
Um cigarro, uma tragada...
A solidão é algo interessante quando refletimos sobre ela....
Lá estão os pássaros a voar no amanhecer,
Cá esta a música a bater forte em meu coração.
Sempre o piano, a lembrar-me sobre o amor e a sua incompreensão.
Tudo se perde quando não somos sinceros à liberdade....
Um gole no café recém-feito,
O olhar perdido pela janela.
Gosto de ver as últimas luzes da noite se apagarem...
Logo como os demais,
Esconderei meus sentimentos
Para vazio girar, na ciranda do dia, esconderijo dos sentimentos íntimos...
Aguardei o chamado do telefone que mudo rompeu a noite,
Restou somente a vontade não suprida do divagar lascivo.
Enquanto nada acontece, acendo mais um cigarro
No pulsar do coração que se nega a pertencer ao hoje.
(Maio de 1989 - São Paulo – 05h 57m AM)
É como o ar que não se consegue puxar.
Uma manhã com um cigarro encravado por entre os lábios, desespero e desembaraço.
O problema deles nunca se comparam com os teus.
Sórdida desgraça que invade tua vida, tira a luminosidade de teus dias e enche de desgraça e desespero.
Nunca seremos felizes? Ou tão pouco menos tristes?
Miseravelmente miserável, por entre os bares, descendo para o fundo deste buraco.
O cheiro de seu cigarro nunca foi um incomodo. O local era sempre o mesmo, no final da praça central, com aqueles bancos maltratados, e mesas de xadrez, as cores estavam com pouca opacidade, provavelmente por conta do tempo de existência.
derrama vinho no sofá:
— Tudo bem meu amor, isso é normal,
mas cuidado com o cigarro aceso em cima da minha…
— Da nossa…
— De nenhum dos dois (Coleção de poesia marginal).
Se assim como as embalagens de cigarro as pessoas viessem com advertência do mal que podem fazer nos pouparia um tempo precioso e, sobretudo, evitaria dores desnecessárias.
"Tem gente que é assim: liga o ventilador e reclama que não consegue acender o cigarro."
(Inferno Verde. Editora Longarina. 2019)
Meu desgosto pela vida tem se esconde atrás de um copo de whisky e um trago em um cigarro barato, já não falo mais sobre assuntos interessantes, e nem sobre lembranças de coisas que me aconteceram, tento achar uma motivação todos os dias ao levantar da cama mas no final do dia sempre chego a conclusão de que o ser humano trabalha pra comprar coisas banais, coisas de que não precisam, talvez seja essa a motivação das pessoas, mas a minha não eu tenho sede de vida, é como se eu estivesse em um deserto sem água pra beber, eu estou sempre com o nó na garganta, e o aperto no peito... as vezes tenho vontade de voltar ao passado pra ver se é lá que eu me encontro, porque agora eu não estou exatamente aqui, ando vivendo no mundo da lua, não me importo com nada e nem com ninguém, já não sei como me sinto, já não sei o que devo fazer, na verdade me sinto como se estivesse em um labirinto sozinho e sem me importar com isso, e nem me preocupar se vou sair desse lugar escuro em que me encontro, já não sinto mais dor nem amor, já não me sinto feliz nem triste, ainda sinto tristeza de algumas pessoas e sei que faço elas sentirem o mesmo por mim, as pessoas andam me causando ASCO, é repugnante viver nesse mundo de pessoas vazias, me sinto completamente sozinho, mas sabe... é angustiante viver assim, mas a verdadeira questão da minha vida é: Até quanto eu aguento viver assim? Eu realmente não sei.
